RESUMO
Este artigo aborda o tema do arcabouço conceitual da terapia construtivista e, mais especificamente, de suas afiliações epistemológicas. Inicialmente, parte-se de um breve histórico do construtivismo como posição filosófica, seguido da sua definição que defende o sujeito como ativo na construção das suas representações da realidade. Depois, são descritas as características e os fundamentos conceituais da psicoterapia construtivista. Tal enfoque constituiu-se em um marco na psicoterapia e concebe processos psicológicos como sendo primariamente afetivos, devendo seu nome à concepção acerca do ser humano como ativo, e não passivo, na construção do conhecimento e dos significados na experiência vivida. Em seguida, são apresentados os pressupostos epistemológicos declarados como base por alguns dos principais terapeutas construtivistas (Mahoney, Greenberg, Gonçalves, Neimeyer e Guidano). Conclui-se que a psicoterapia construtivista apresenta importantes diferenças em suas bases epistemológicas, principalmente no que diz respeito à relação sujeito e objeto do conhecimento. No entanto, pode-se estabelecer que, apesar da falta de clareza ontológica de seus principais autores, a maior parte da abordagem rejeita o idealismo de que muitas vezes é acusada(AU)
This article addresses the issue of the conceptual framework of Constructivist Therapy, and more specifically, of its epistemological affiliations. Initially, we start from a brief history of constructivism as a philosophical position, followed by its definition that defends the subject as active in the construction of its representations of reality. The article then describes the characteristics and conceptual foundations of constructivist psychotherapy. This approach constituted a milestone in psychotherapy and conceives psychological processes as primarily affective, having its name begotten by the conception of the human being as active, not passive, in the construction of knowledge and meaning in livelihood experience. Then the epistemological assumptions as stated by some of the constructivist therapists (Mahoney, Greenberg, Gonçalves, Neimeyer and Guidano) are presented. We conclude that constructivist psychotherapy presents important differences in its epistemological basis, especially regarding the relationship between subject and object of knowledge. However, we can establish that despite the lack of ontological clarity of its major proponents, the majority of this approach rejects the idealism of which it is commonly accused(AU)
RESUMO
O Manual diagnóstico e estatístico dosTranstornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders; quinta edição; DSM-V) está a ponto de ser publicado, embora tenha havido consideráveis controvérsias em sua gestação. Neste artigo faço uma revisão histórica crítica sobre os desenvolvimentos associados ao DSM-V, especialmente os desenvolvimentos relacionados às práticas de narrativa ou outras levadas a cabo por profissionais construcionistas. Relato os descobrimentos de uma pesquisa recém-completada na qual profissionais revelaram como respondem à influência do atual DSM-IV-TR em suas conversas com clientes, bem como as formas como responderam criativamente à tal influência. Fecho com sugestões para profissionais que trabalham junto a administrações que pedem o uso dos diagnósticos DSM-V em seu trabalho conversacional.(AU)
The Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Fifth Edition; DSM-V) is nearing publication, despite considerable controversies over its development. In this paper I provide a critical historical review of developments associated with the DSM-V, particularly as these developments relate to the practices of narrative and other constructionist practitioners. I relate the findings of recently completed research in which practitioners shared how they responded to the influence of the current DSM-IV-TR on their conversations with clients, along with ways they creatively responded to that influence. I close with suggestions for practitioners Who live with administrative expectations that they use DSM-V diagnoses in their conversational work.(AU)