RESUMO
OBJETIVO: Comparar o estado nutricional e a prevalência de carência de ferro em crianças freqüentadoras de creche antes e 15 meses após orientação nutricional e intervenção terapêutica. MÉTODOS: Estudo coorte com 52 crianças de 32 a 78 meses de idade, freqüentadoras de uma creche em Catanduva, São Paulo, avaliadas em dois períodos: antes e 15 meses após receberem tratamento para anemia e correção das alterações no estado nutricional. O estado nutricional das crianças foi avaliado por meio da curva da Organização Mundial de Saúde (2006). O diagnóstico de carência de ferro foi realizado por dosagem de hemoglobina e nível de ferritina sérica. Dados adicionais das crianças não eutróficas foram obtidos por meio de entrevistas com suas mães. RESULTADOS: Observou-se 2 por cento de desnutrição aguda e 8 por cento de obesidade, não havendo diferença significante entre os dois períodos. 12 por cento das crianças apresentaram anemia, havendo diminuição do número de crianças com anemia após o tratamento. Dois novos casos de obesidade e cinco de carência de ferro surgiram durante o período de intervenção nutricional. Das oito crianças com alterações nutricionais no período inicial, 63 por cento das mães procuraram atendimento médico para tratamento. CONCLUSÕES: O tratamento dos distúrbios nutricionais e da carência de ferro diminuiu o número de crianças afetadas. O aparecimento de novos casos de obesidade e anemia serve de alerta para a necessidade de outras medidas preventivas tanto na creche como no âmbito familiar.
OBJECTIVE: To compare the nutritional status and the prevalence of iron deficiency among children enrolled in a day care center before and after 15 months of nutritional management. METHODS: Cohort study of 52 children, aged 32 to 78 months, evaluated before and after treatment of anemia and nutritional disturbs in a no-profit day care center in Catanduva, São Paulo, Brazil. The nutritional status was classified according to World Health Organization (2006) criteria. Iron deficiency anemia was detected by hemoglobin and ferritin levels. Additional characteristics of non-eutrophic children were obtained by interview with their mothers. RESULTS: Among the evaluated children, 2 percent presented acute malnutrition and 8 percent were obese, without significant difference between the two periods of the study. Abnormal values of hemoglobin and/or ferritin were noted in 12 percent of the children. During the study period, two new cases of obesity and five cases of iron deficiency were observed. Interview with the mothers of non-eutrophic children prior to intervention showed that 63 percent of them looked for medical assistance in order to treat the nutritional disorders. CONCLUSIONS: The number of children with nutritional disorders and iron deficiency decreased. New cases of obesity and anemia indicate the need to adopt effective preventive measures, both in the day care center and in the children's homes.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pré-Escolar , Anemia Ferropriva , Estado Nutricional , Transtornos da Nutrição Infantil/epidemiologia , CrechesRESUMO
Objetivo: Avaliar o estado nutricional e a prevalência da carência de ferro em crianças frequentadoras de uma creche. Métodos: Estudo de corte transversal que avaliou 111 crianças de 11 a 88 meses de idade as quais frequentavam a creche "Sinharinha Neto", em Catanduva, SP. O estado nutricional foi determinado por antropometria em 94 por centos dos casos e dosagens sanguíneas foram realizadas em 90 por cento dos casos. Utilizou-se o escore Z do índice peso/estatura (P/E) para classificar o estado nutricional em desnutrição aguda (Z2) e o índice estatura/idade (E/I) para classificar o estado nutricional em desnutrição crônica. O diagnóstico de carência de ferro foi realizado pela dosagem de hemoglobina (<11g/dL em crianças<60 meses ou <12g/dL em crianças com mais de 60 meses) e ferro sérico (<50 u/dL) e ferritina (<10ng/mL). Resultados: Observou-se 3,9 por cento de desnutrição aguda, 1,9 por cento de desnutrição crônica e 6,7 por cento de obesidade. Das 100 crianças com avaliação hematimétrica, 34 por cento apresentaram valores de hemoglobina baixos. Os valores de ferro sérico estavam alterados em 23 por cento das crianças e os de ferritina em 14 por centos delas. Na avaliação global, 48 por cento apresentaram carência de ferro. A faixa etária mais acometida foi aquela com menos que 60 meses. Conclusões: A alta prevalência de carência de ferro de obesidade observada em crianças na creche "Sinharinha Neto" mostrou a necessidade de introduzir dietas balanceadas, com suplementação de ferro e incentivo aos desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis