RESUMO
ABSTRACT Introduction: Functional disorders of the digestive system are often related to various forms of abuse and the integral approach of the problem requires a multidisciplinary network. The objectives of this research were: to evaluate the prevalence of domestic violence in adults with functional constipation and to identify the services and standards available to care for the victims. Methodology: The study was developed in two complementary parts. Part I: A cross-sectional study, which evaluated the prevalence of domestic violence in patients attended in the coloproctology outpatient clinic of the Hospital Materno-infantil Presidente Vargas, from September to December 2016. Part II: A narrative review, with bibliographical and documentary research that sought to identify the services and norms available in Brazil to assist victims of domestic violence. Results: 146 women were evaluated, 42 of whom had FC and, of these, 26 had a history of domestic violence (p = 0.007), with an Odds Ratio of 2.71 (CI95% O: 1.29-5.67). A network of services has been identified to assist victims of violence, the Network of Attention to Violence, formed by the health services, social assistance, public security, justice, human rights, and organized civil society. However, a standard system for the operation of this network has not been identified. Conclusion: The prevalence of domestic violence in women with functional constipation is high and a careful investigation of this possible interrelationship in clinical practice is suggested. Besides that, it is necessary to promote an integration of the Network of Attention to Violence, in order to offer integral care to the victims and a best utilization of the resources.
RESUMO Introdução: Os distúrbios funcionais do aparelho digestivo são frequentemente relacionados a diversas formas de abuso e a abordagem integral do problema requer uma rede multidisciplinar de cuidados. Os objetivos deste estudo foram: avaliar a prevalência de violência doméstica em adultos portadores de constipação intestinal funcional e identificar os serviços e normas disponíveis para atender as vítimas. Metodologia: O estudo foi desenvolvido em duas partes complementares. Parte I: estudo transversal, que avaliou a prevalência de violência doméstica em pacientes atendidos no ambulatório de coloproctologia do Hospital Materno-infantil Presidente Vargas, de setembro a dezembro de 2016. Parte II: revisão narrativa, com pesquisa bibliográfica e documental, que buscou identificar os serviços e normas disponíveis para atender vítimas de violência doméstica no Brasil. Resultados: Foram avaliadas 146 mulheres, sendo 42 portadoras de CIF e, destas, 26 tinham histórico de violência doméstica (p = 0,007), com Odds Ratio de 2,71 (IC95% OR: 1,29-5,67). Foi identificada uma rede de serviços para atender vítimas de violência, a Rede de Atenção à Violência, formada pelos serviços de saúde, assistência social, segurança pública, justiça, direitos humanos e sociedade civil organizada. Porém, não foi identificada uma norma sistematizada de funcionamento dessa rede. Conclusão: A prevalência de violência doméstica em mulheres portadoras de constipação intestinal funcional é elevada e sugere-se a investigação cuidadosa dessa possível inter-relação na prática clínica. Além disso, é necessário promover a integração da Rede de Atenção à Violência, a fim de oferecer um atendimento integral às vítimas e melhor utilização dos recursos.
Assuntos
Humanos , Feminino , Violência Doméstica , Constipação Intestinal/epidemiologia , Estudos Transversais , Constipação Intestinal/patologia , Doenças do Sistema Digestório , Atenção à SaúdeRESUMO
Objetivo. Buscar evidências na literatura sobre a relação entre violência doméstica e constipação intestinal. Metodologia. Foi realizada uma revisão integrativa, baseada no método preconizado em seis etapas e construída conforme a metodologia PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Foram examinados artigos publicados entre 2005 e 2015 que relacionassem violência doméstica e constipação intestinal. As buscas ocorreram em setembro e outubro de 2015 nas bases de dados PubMed, MEDLINE, Scopus e Web of Science. A seleção compreendeu três etapas: busca, pré-seleção e inclusão de artigos. Resultados. Dos 177 artigos inicialmente identificados, foram selecionados 11. Dos 11 selecionados, sete eram quantitativos, três eram qualitativos e um era misto. Quatro enfocaram crianças e adolescentes, dois investigaram o conhecimento médico sobre a relação entre violência doméstica e constipação intestinal, um revisou distúrbios digestivos em idosos, um avaliou os resultados do biofeedback em constipados com e sem histórico de violência, um avaliou disfunção evacuatória e relacionou o resultado de defecografias com histórico de violência doméstica e dois estudos eram relatos de especialistas. Três estudos apresentaram nível de evidência 1B e grau de recomendação A. Todos os estudos detectaram relação entre violência doméstica e constipação intestinal. Conclusão. Os resultados desta revisão indicam que existe correlação entre violência doméstica e constipação intestinal. É recomendável a investigação dessa relação nas práticas em saúde.
Objective. To search the literature for evidence of a relationship between domestic violence and constipation. Methods. An integrative review was conducted using the six-step approach and the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). We examined articles published between 2005 and 2015 investigating the correlation between domestic violence and constipation. The search was performed in September and October of 2015 in PubMed, MEDLINE, Scopus, and Web of Science. The selection of articles was performed in three stages: search, pre-selection, and inclusion. Results. Of 177 articles identified, 11 were included in the review. Of these 11 articles, seven were quantitative, three were qualitative, and one was mixed. Four articles focused on children and adolescents, two investigated medical knowledge regarding the relationship between domestic violence and constipation, one reviewed digestive disorders in the elderly, one evaluated the results of biofeedback for the treatment of constipated individuals with or without a history of violence, and one evaluated evacuatory disorders and correlated the result of defecography with history of domestic violence. Finally, two studies were specialist reports. Level of evidence was 1B and recommendation grade A in three studies. All studies detected a relationship between domestic violence and intestinal constipation. Conclusion. The results of the present review support a correlation between domestic violence and intestinal constipation. The investigation of this relationship is recommended in clinical practice.
Assuntos
Violência Doméstica , Constipação Intestinal , Abuso Físico , Violência Doméstica , Constipação Intestinal , Abuso FísicoRESUMO
OBJECTIVE: To search the literature for evidence of a relationship between domestic violence and constipation. METHODS: An integrative review was conducted using the six-step approach and the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). We examined articles published between 2005 and 2015 investigating the correlation between domestic violence and constipation. The search was performed in September and October of 2015 in PubMed, MEDLINE, Scopus, and Web of Science. The selection of articles was performed in three stages: search, pre-selection, and inclusion. RESULTS: Of 177 articles identified, 11 were included in the review. Of these 11 articles, seven were quantitative, three were qualitative, and one was mixed. Four articles focused on children and adolescents, two investigated medical knowledge regarding the relationship between domestic violence and constipation, one reviewed digestive disorders in the elderly, one evaluated the results of biofeedback for the treatment of constipated individuals with or without a history of violence, and one evaluated evacuatory disorders and correlated the result of defecography with history of domestic violence. Finally, two studies were specialist reports. Level of evidence was 1B and recommendation grade A in three studies. All studies detected a relationship between domestic violence and intestinal constipation. CONCLUSION: The results of the present review support a correlation between domestic violence and intestinal constipation. The investigation of this relationship is recommended in clinical practice.
RESUMO
RESUMO Objetivo Buscar evidências na literatura sobre a relação entre violência doméstica e constipação intestinal. Metodologia Foi realizada uma revisão integrativa, baseada no método preconizado em seis etapas e construída conforme a metodologia PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Foram examinados artigos publicados entre 2005 e 2015 que relacionassem violência doméstica e constipação intestinal. As buscas ocorreram em setembro e outubro de 2015 nas bases de dados PubMed, MEDLINE, Scopus e Web of Science. A seleção compreendeu três etapas: busca, pré-seleção e inclusão de artigos. Resultados Dos 177 artigos inicialmente identificados, foram selecionados 11. Dos 11 selecionados, sete eram quantitativos, três eram qualitativos e um era misto. Quatro enfocaram crianças e adolescentes, dois investigaram o conhecimento médico sobre a relação entre violência doméstica e constipação intestinal, um revisou distúrbios digestivos em idosos, um avaliou os resultados do biofeedback em constipados com e sem histórico de violência, um avaliou disfunção evacuatória e relacionou o resultado de defecografias com histórico de violência doméstica e dois estudos eram relatos de especialistas. Três estudos apresentaram nível de evidência 1B e grau de recomendação A. Todos os estudos detectaram relação entre violência doméstica e constipação intestinal. Conclusão Os resultados desta revisão indicam que existe correlação entre violência doméstica e constipação intestinal. É recomendável a investigação dessa relação nas práticas em saúde.
ABSTRACT Objective To search the literature for evidence of a relationship between domestic violence and constipation. Methods An integrative review was conducted using the six-step approach and the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). We examined articles published between 2005 and 2015 investigating the correlation between domestic violence and constipation. The search was performed in September and October of 2015 in PubMed, MEDLINE, Scopus, and Web of Science. The selection of articles was performed in three stages: search, pre-selection, and inclusion. Results Of 177 articles identified, 11 were included in the review. Of these 11 articles, seven were quantitative, three were qualitative, and one was mixed. Four articles focused on children and adolescents, two investigated medical knowledge regarding the relationship between domestic violence and constipation, one reviewed digestive disorders in the elderly, one evaluated the results of biofeedback for the treatment of constipated individuals with or without a history of violence, and one evaluated evacuatory disorders and correlated the result of defecography with history of domestic violence. Finally, two studies were specialist reports. Level of evidence was 1B and recommendation grade A in three studies. All studies detected a relationship between domestic violence and intestinal constipation. Conclusion The results of the present review support a correlation between domestic violence and intestinal constipation. The investigation of this relationship is recommended in clinical practice.
Assuntos
Violência Doméstica , Constipação Intestinal/terapia , Abuso Físico/psicologiaRESUMO
Introdução: Incontinência anal (IA) é a perda involuntária de fezes. Os pacientes isolam-se e não há interesse formal em atendê-los. A escolha inicial é o tratamento clínico e a maioria dos pacientes com IA melhora com estas medidas simples. O objetivo deste estudo é descrever experiência brasileira, de um serviço assistencial público, para tratamento clínico da IA. Métodos: É um estudo longitudinal, retrospectivo, desenvolvido no Ambulatório do HMIPV/Porto Alegre, no período de novembro/2011 a abril/2014, com pacientes consecutivos, acima de 12 anos de idade, primeiramente avaliados por coloproctologista e encaminhados ao gastroenterologista para tratamento clínico. Todos foram submetidos à mesma rotina de consulta médica e tratamento clínico. Foi utilizado o Índice da Escala de Graduação da Continência de Wexner, para medida objetiva da resposta ao tratamento e autoavaliação, ambas na primeira consulta e na última. Resultados: De novembro/2011 até abril/2014 foram atendidos, para tratamento clínico, quarenta e dois pacientes, com idade média de 59,0 anos e 39 (92,9%) do sexo feminino. Na última consulta 34 (80,9%) se consideraram melhores, seis (14,3%) não melhoraram (P<0,001). O Índice da Escala de Graduação da Continência de Wexner foi diferente na última consulta entre os dois grupos (P<0,001). Vinte e seis (61,9%) apresentavam incontinência urinária associada. Conclusão: O tratamento clínico inicial foi efetivo neste grupo de pacientes com IA. É a primeira descrição brasileira de tratamento clínico. Os autores sugerem a realização de mais experiências, para continuar avaliando estas medidas simples de tratamento, aprovadas internacionalmente (AU)
Introduction: Fecal incontinence (FI) is the involuntary loss of stool. Patients isolate themselves and there is no formal interest in serving them. The first choice is clinical treatment and most patients with FI improve with these simple steps. The aim of this study is to describe the Brazilian experience in a public welfare service for clinical treatment of FI. Methods: This is a longitudinal retrospective study conducted at the outpatient unit of HMIPV/Porto Alegre from Nov 2011 to Apr 2014 of consecutive patients above 12 years of age, first evaluated by a coloproctologist and then referred to a gastroenterologist for clinical treatment. All of the patients underwent the same routine medical consultation and clinical treatment. The Wexner Fecal Incontinence Score was used to objectively measure response to treatment and self-assessment, at both the first and the last visit. Results: In the studied period 42 patients mean age of 59.0 years and 39 (92.9%) females were clinically treated for FI. At the last visit 34 (80.9%) reported to have improved and 6 (14.3%) showed no improvement (P<0.001). Wexner Fecal Incontinence Scores were different at the last visit across the two groups (P<0.001). Twenty-six (61.9%) patients had associated urinary incontinence. Conclusion: The initial clinical treatment was effective in this group of patients with FI. This is the first Brazilian description of clinical treatment. Further studies should be conducted to evaluate these simple, internationally approved treatment measures (AU)