RESUMO
Abstract Objectives To evaluate the incidence and factors associated with cervical intraepithelial neoplasia (CIN) and cervical infection by human papillomavirus (HPV) among HIV-positive and HIV-negative women. Methods A cohort of 103 HIV positive and 113 HIV negative women were monitored between October 2008 and February 2012, for at least one year. Procedures included cervical cytology, DNA/HPV detection by polymerase chain reaction, colposcopy with biopsy if necessary, followed by an interview for exposure characteristics data. CIN was based on the histopathological results. Results The incidence of CIN was of 8.8 and 4.6 cases/100 women-years in HIVpositive and HIV-negative women, respectively. HIV-positive women presented a hazard ratio (HR) of 2.8 for CIN and developed lesions earlier (0.86 year) than HIVnegative women (2 years) (p = 0.01). The risk of developing CIN decreased with age (HR = 0.9) and marital status (HR = 0.4). HPV patients presented a higher incidence of CIN when compared HIV-positive and HIV-negative women (p = 0.01). The incidence of HPV cervical infection was 18.1 and 11.4 cases/100 women-years in HIV-positive and HIV-negative women, respectively. Those HIV-positive presented earlier HPV infection (p = 0.002). The risk of developing HPV infection decreased with age and was higher among HIV-positive women. HPV 16 was the most common type in HIV-positive women, and also the type most closely associated with CIN in HIV-negative women. Conclusions HIV-positive women had a greater incidence of HPV and CIN, and in a shorter time interval. More rigorous and timely clinical control is required for this group.
Resumo Objetivos Avaliar a incidência e fatores associados com neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e infecção cervical pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) entre mulheres HIV positivas e negativas. Métodos Coorte de 103 mulheres positivas para o HIV e 113 negativas, que foram acompanhadas entre outubro de 2008 a fevereiro de 2012, com seguimento mínimo de um ano. Os procedimentos realizados foram coleta de material cervical para citologia oncótica e detecção do DNA/HPV pela reação em cadeia da polimerase, colposcopia seguida de biópsia, se necessário, e entrevista para obter dados e características de exposição. O diagnóstico de NIC foi baseado no resultado histopatológico das biópsias. Resultados A incidência pessoas-tempo de NIC foi de 8,8 e 4,6 casos/100 mulheresano para as mulheres HIV-positivas e HIV-negativas, respectivamente. As HIV-positivas apresentaram uma razão de risco (HR) de 2,8 para NIC e desenvolveram lesões mais precocemente (0,86 ano) do que as negativas (2 anos) (p = 0,01). O risco de desenvolver NIC diminuiu com a idade (HR = 0,9) e o estado civil (HR = 0,4). Pacientes com HPV apresentaram maior incidência de NIC, quando comparadas as mulheres HIVpositivas e as negativas (47,6 10,5%) (p = 0,01). A incidência de infecção cervical pelo HPV, por pessoa/tempo, foi de 18,1 e 11,4 casos/100 mulheres-ano, respectivamente para mulheres HIV-positivas e negativas. As HIV-positivas apresentaram HPV mais precocemente (p = 0,002). O risco de apresentar HPV diminuiu com a idade e foi maior entre as HIV-positivas. O HPV 16 foi o tipo mais comum entre as mulheres HIVpositivas. Conclusões As mulheres HIV-positivas tiveram maior incidência de HPV e NIC, e um menor intervalo de tempo. Controle clínico mais rigoroso e oportuno é requerido para este grupo.
Assuntos
Humanos , Feminino , Displasia do Colo do Útero/epidemiologia , Displasia do Colo do Útero/virologia , Soronegatividade para HIV , Soropositividade para HIV/complicações , Papillomaviridae , Infecções por Papillomavirus/complicações , Infecções por Papillomavirus/epidemiologia , Incidência , Estudos Prospectivos , Medição de Risco , Fatores de RiscoRESUMO
Introdução: a síndrome do X frágil é a principal causa de retardo mental de natureza familiar. Suas características clínicas pouco marcantes fazem com que um diagnóstico de certeza a partir de testes moleculares seja imprescindível. Objetivo: descrever e avaliar as vantagens e desvantagens de uma estratégia combinada de PCR triplo metilação-específica e eletroforese capilar para o diagnóstico molecular da síndrome do X frágil, visando baixo custo, exequibilidade, reprodutibilidade e sensibilidade. Métodos: foram coletadas 43 amostras de sanguede pacientes com déficit cognitivo e de suas mães, quando indicado. Tais indivíduos possuíam exame citogenético positivo, fenótipo e/ou história familiar sugestivas de síndrome do X frágil. Após extração de DNA, foi realizada eletroforese capilar com marcadores fluorescentes,tratamento com bissulfito de sódio e três reações de PCR metilação-específicas em cada amostra. Resultados: foi possível determinar o genótipo em 29 pacientes: 23 (14 homens e nove mulheres) apresentavam alelos com tamanho normal e seis (todos do sexo masculino) possuíam alelos na faixa de mutação completa. Em outras seis amostras, todas do sexo feminino, foi possível determinar um alelo na faixa normal e outro alelo alterado, entretanto, sem diferenciação entre faixa de pré-mutação ou de mutação completa. Nas demais oito amostras(cinco homens e três mulheres), não se pôde determinar o genótipo. Conclusões: a técnica proposta faz uma triagem de pacientes, mas apresenta desvantagens, como não terem sido obtidos resultados satisfatórios com as reações para alelos metilados e a análise dos rastrosdas PCRs com três primers ter se mostrado difícil e dependente de observador.
Introduction: The fragile X syndrome is the main cause of inherited mental retardation. Its very small remarkable clinical characteristics make that a surely diagnosis from molecular tests be indispensable. Objective: To describe and assess the advantages and disadvantages of a combined strategy of methylation-specific triple polymerase chain reaction (PCR)and capillary electrophoresis for the molecular diagnosis of the fragile X syndrome, seeking low cost, feasibility, reproducibility, and sensibility. Methods: 43 blood samples were collected from patients with cognitive deficit and their mothers, when indicated. Such subjects presented a positive cytogenetic exam, phenotype and/or familiar history suggestive of the fragile X syndrome. After DNA extraction, capillary electrophoresis with fluorescent markers, treatment with sodium bisulfite, and three methylation-specific PCR reactions were performed in each sample. Results: It was possible to determine the genotype in 29 patients: 23 (14 men and 9 women) presented alleles with normal size and six (all male) had them in the complete mutation range. In other six female samples, it was possible to determine an allele in the normal range and another altered; nevertheless, without differentiation between the pre-mutation or complete mutation ranges. In the other eight samples (five men and threewomen), it was not possible to establish the genotype. Conclusions: The suggested technique does a patient?s screening, but it has some disadvantages such as non-satisfying results been seen with the reactions for methylated alleles and analysis of the PCRs tracks with three primers being difficult and dependent on the observer.
Assuntos
Humanos , Eletroforese Capilar , Patologia Molecular , Síndrome do Cromossomo X Frágil/diagnóstico , Síndrome do Cromossomo X Frágil/tratamento farmacológicoRESUMO
OBJECTIVES: To evaluate the prevalence and the risk factors for cervical intraepithelial neoplasia (CIN) among HIV-infected women. METHODS: Cross-sectional study of 494 HIV-infected women in Brazil, between 1998 and 2008. Gynecologic exam was performed, and samples were collected for cervical cytology and for HPV DNA detection. Cervical biopsy was carried out when indicated. HPV infection, CD4 T-lymphocyte count and HIV viral load were compared with cervical histopathology. Univariate and multivariate statistical analyses were performed to evaluate the statistical association of several risk factors. RESULTS: CIN prevalence detected by histopathology was 23.4% (6% of CIN2/3 and 17.4% cases of CIN1). Multivariate analysis confirmed an independent association of CIN with CD4 T-lymphocyte count below 200 cells/mm³ (OR 5.0, 95% CI 2.5-10.1), with a positive detection of HPV DNA (OR 2.0, 95% CI 1.2-3.5), and with age < 34 years old (OR 1.5, 95% CI 1.0-2.4). HIV viral load and antiretroviral use were not independent risk factors for CIN. CONCLUSIONS: Severity of immunosuppression, presence of HPV infection and younger age are strong predictors of CIN among HIV-infected women.
Assuntos
Infecções por HIV/complicações , Infecções por Papillomavirus/epidemiologia , Displasia do Colo do Útero/epidemiologia , Neoplasias do Colo do Útero/epidemiologia , Adolescente , Adulto , Idoso , Biópsia , Brasil/epidemiologia , Contagem de Linfócito CD4 , Estudos Transversais , DNA Viral , Feminino , Infecções por HIV/epidemiologia , Infecções por HIV/virologia , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Papillomaviridae/genética , Infecções por Papillomavirus/diagnóstico , Infecções por Papillomavirus/etiologia , Reação em Cadeia da Polimerase , Prevalência , Fatores de Risco , Neoplasias do Colo do Útero/diagnóstico , Neoplasias do Colo do Útero/virologia , Esfregaço Vaginal , Carga Viral , Adulto Jovem , Displasia do Colo do Útero/diagnóstico , Displasia do Colo do Útero/virologiaRESUMO
OBJECTIVES: To evaluate the prevalence and the risk factors for cervical intraepithelial neoplasia (CIN) among HIV-infected women. METHODS: Cross-sectional study of 494 HIV-infected women in Brazil, between 1998 and 2008. Gynecologic exam was performed, and samples were collected for cervical cytology and for HPV DNA detection. Cervical biopsy was carried out when indicated. HPV infection, CD4 T-lymphocyte count and HIV viral load were compared with cervical histopathology. Univariate and multivariate statistical analyses were performed to evaluate the statistical association of several risk factors. RESULTS: CIN prevalence detected by histopathology was 23.4% (6% of CIN2/3 and 17.4% cases of CIN1). Multivariate analysis confirmed an independent association of CIN with CD4 T-lymphocyte count below 200 cells/mm³ (OR 5.0, 95% CI 2.5-10.1), with a positive detection of HPV DNA (OR 2.0, 95% CI 1.2-3.5), and with age < 34 years old (OR 1.5, 95% CI 1.0-2.4). HIV viral load and antiretroviral use were not independent risk factors for CIN. CONCLUSIONS: Severity of immunosupression, presence of HPV infection and younger age are strong predictors of CIN among HIV-infected women.
Assuntos
Adolescente , Adulto , Idoso , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Displasia do Colo do Útero/epidemiologia , Infecções por HIV/complicações , Infecções por Papillomavirus/epidemiologia , Neoplasias do Colo do Útero/epidemiologia , Biópsia , Brasil/epidemiologia , Estudos Transversais , Displasia do Colo do Útero/diagnóstico , Displasia do Colo do Útero/virologia , DNA Viral , Infecções por HIV/epidemiologia , Infecções por HIV/virologia , Reação em Cadeia da Polimerase , Prevalência , Papillomaviridae/genética , Infecções por Papillomavirus/diagnóstico , Infecções por Papillomavirus/etiologia , Fatores de Risco , Neoplasias do Colo do Útero/diagnóstico , Neoplasias do Colo do Útero/virologia , Esfregaço Vaginal , Carga ViralRESUMO
OBJECTIVE: To detect the frequency and subtypes of HPV in the uterine cervix of HIV-infected women. METHODS: Sample consisted of 288 HIV-infected women, recruited from the public health system of five cities of Minas Gerais, Brazil. Women were seen from August 2003 to August 2008. Cervical samples were collected for cytological analysis and for HPV DNA detection, using polymerase chain reaction (PCR). HPV DNA was classified according to its oncogenic potential in low risk (types 6, 11) and high risk (types 16, 18, 31, 33, 35). Colposcopy was performed, followed by cervical biopsy when necessary. Categorical variables were compared using the Chi-squared test, with a significance level established at the 5% level. RESULTS: HPV prevalence was 78.8%. Most frequent genotypes were HPV-6 (63.9%) and HPV-16 (48.5%). High-risk HPV were observed in 70.5% of the women; low-risk in 71.4%; both high and low-risk HPV were detected in 55.1% of the patients. Multiple HPV genotypes were detected in 64.8% of the patients; two genotypes in 23.8%, and three in 18.9%. CONCLUSION: HPV prevalence was high among HIV-infected women. Multiple HPV genotypes were common in samples from the uterine cervix of HIV-infected women.
Assuntos
Colo do Útero/virologia , Infecções por HIV/epidemiologia , Infecções por Papillomavirus/epidemiologia , Adulto , Alphapapillomavirus/genética , Brasil/epidemiologia , Contagem de Linfócito CD4 , Sondas de DNA de HPV , DNA Viral/análise , Feminino , Genótipo , Infecções por HIV/virologia , Humanos , Infecções por Papillomavirus/virologia , Reação em Cadeia da Polimerase , Prevalência , Fatores de RiscoRESUMO
OBJECTIVE: To detect the frequency and subtypes of HPV in the uterine cervix of HIV-infected women. METHODS: Sample consisted of 288 HIV-infected women, recruited from the public health system of five cities of Minas Gerais, Brazil. Women were seen from August 2003 to August 2008. Cervical samples were collected for cytological analysis and for HPV DNA detection, using polymerase chain reaction (PCR). HPV DNA was classified according to its oncogenic potential in low risk (types 6, 11) and high risk (types 16, 18, 31, 33, 35). Colposcopy was performed, followed by cervical biopsy when necessary. Categorical variables were compared using the Chi-squared test, with a significance level established at the 5 percent level. RESULTS: HPV prevalence was 78.8 percent. Most frequent genotypes were HPV-6 (63.9 percent) and HPV-16 (48.5 percent). High-risk HPV were observed in 70.5 percent of the women; low-risk in 71.4 percent; both high and low-risk HPV were detected in 55.1 percent of the patients. Multiple HPV genotypes were detected in 64.8 percent of the patients; two genotypes in 23.8 percent, and three in 18.9 percent. CONCLUSION: HPV prevalence was high among HIV-infected women. Multiple HPV genotypes were common in samples from the uterine cervix of HIV-infected women.
OBJETIVO: Detectar a frequência e os subtipos do HPV na cérvice uterina de mulheres infectadas pelo HIV. MÉTODOS: A amostra era composta por 288 mulheres infectadas pelo HIV, recrutadas do sistema público de saúde de cinco cidades de Minas Gerais, Brasil. As mulheres foram avaliadas de agosto de 2003 a agosto de 2008. Amostras cervicais foram coletadas para análise citológica e para detecção do HPV DNA, usando a reação em cadeia de polimerase (PCR). O HPV DNA foi classificado de acordo com seu potencial oncogênico em baixo risco (tipos 6,11) e alto risco (tipos 16, 18, 31, 33, 35). Foi realizada colposcopia, seguida de biópsia cervical, quando indicada. Variáveis categóricas foram comparadas usando o teste do quiquadrado, com nível de significância estabelecido de 5 por cento. RESULTADOS: A prevalência do HPV foi 78,8 por cento. Os genótipos mais frequentes foram HPV-6 (63,9 por cento) e HPV-16 (48,5 por cento). Genótipos de HPV de alto risco foram observados em 70,5 por cento das mulheres; de baixo risco em 71,4 por cento; HPV de alto e baixo risco foram detectados em 55,1 por cento das pacientes. Múltiplos genótipos de HPV foram detectados em 64,8 por cento das pacientes; dois genótipos em 23,8 por cento, e três em 18,9 por cento. CONCLUSÃO: A prevalência do HPV foi alta entre mulheres infectadas pelo HIV. Múltiplos genótipos de HPV foram comuns em amostras da cérvice uterina destas mulheres.
Assuntos
Adulto , Feminino , Humanos , Colo do Útero/virologia , Infecções por HIV/epidemiologia , Infecções por Papillomavirus/epidemiologia , Alphapapillomavirus/genética , Brasil/epidemiologia , Sondas de DNA de HPV , DNA Viral/análise , Genótipo , Infecções por HIV/virologia , Infecções por Papillomavirus/virologia , Reação em Cadeia da Polimerase , Prevalência , Fatores de RiscoRESUMO
CONTEXTO: A doença celíaca é uma enteropatia autoimune causada pela sensibilidade ao glúten em indivíduos geneticamente predispostos. Apesar da característica genética da doença, estudos demonstram discordância de 30 por cento na sua apresentação em gêmeos monozigóticos. OBJETIVO: Apresentar dois pares de gêmeos monozigóticos, comprovados por estudos genéticos, discordantes para apresentação da doença celíaca. MÉTODO: Os pacientes foram acompanhados no Serviço de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais desde 1990, sendo submetidos a exames clínicos periódicos, biopsias intestinais e sorologia para anticorpos IgG e IgA antigliadina, determinados pela técnica de ELISA (ensaio imunoenzimático), e anticorpos classe IgA antiendomísio, determinados pela técnica de imunofluorescência indireta. Estudos genéticos foram realizados através da técnica de amplificação por PCR e posterior tipagem de loci de microssatélites do tipo STR (short tandem repeats). RESULTADOS: Em cada par de gêmeos, apenas um apresentou doença celíaca até o momento, mostrando que, apesar do genótipo idêntico, este não foi o único determinante para a expressão da doença. CONCLUSÃO: Outros fatores, ambientais e genéticos, parecem contribuir para determinação da doença.
CONTEXT: The celiac disease is an immune-mediated enteropathy caused by a permanent sensitivity to gluten in genetically susceptible individuals. Despite the genetic characteristic of the disease, studies show discrepancy of 30 percent in its presentation in monozygotic twins. OBJECTIVE: To present two pairs of monozygotic confirmed by genetic study and discordant for presentation of celiac disease. METHODS: The patients were followed up at the Pediatric Gastroenterology Service - Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, MG, Brazil, since 1990, and were submitted to periodical clinical examinations, intestinal biopsies and serology for IgA and IgG antigliadin antibodies, determined by the ELISA technique, and IgA antiendomysial, determined by indirect immunofluorescence. Genetic study was conducted by the technique of amplification by PCR and later typing loci of microsatellites type of STR (short tandem repeats). RESULTS: In each pair of twins only one has presented celiac disease so far, demonstrating that despite the identical genotype, it was not the single determinant to express the condition. CONCLUSION: Other environmental and genetic factors might contribute to determining the disease.