RESUMO
Objetivo: Os substitutos valvares atuais não preenchem os requisitos de uma prótese ideal. A técnica de Ross tenta oferecer, principalmente às crianças, um auto-enxerto em posição aórtica, livre de eventos tromboembólicos, hemólise e com excepcional durabilidade. O homoenxerto em posição pulmonar também tem mostrado bom desempenho a longo prazo. Nosso objetivo é demonstrar a viabilidade da técnica e os resultados da experiência inicial com o procedimento. Casuística e Métodos: Foram operados entre jan/97 e dez/98, 12 pacientes. Insuficiência aórtica - 5 casos, insuficiência aórtica e mitral - 3 casos, insuficiência aórtica e membrana subaórtica - 2 casos, estenose aórtica - 1 caso, reoperação de plastia da valva aórtica - 1 caso. O sexo predominante foi o masculino (75 por cento). A idade variou de 8 a 15 anos (M = 12,17 + ou - 2,04). A classe funcional III representou 58,3 por cento e II 41,7 por cento. A avaliação pré-operatória foi realizada com auxílio do ecocardiograma e pós-operatória com ecocardiograma e cateterismo cardíaco. Os homoenxertos utilizados foram mantidos em solução preservante antibiótica. Os procedimentos foram realizados com circulação extracorpórea e cardioplegia cristalóide gelada. Resultados: As intercorrências foram: febre 75 por cento, insuficiência cardíaca congestiva (ICC) 25 por cento, hipertensão arterial sistêmica (HAS) 33,3 por cento, sangramento 8,33 por cento, hipersecreção pulmonar 8,33 por cento e isquemia miocárdica 8,33 por cento. Ecocardiograma pós-operatório demonstrou insuficiência aórtica discreta em 4 casos. Angiocardiografia evidenciou ausência de insuficiência aórtica ou pulmonar, gradiente VE-Ao em 2 casos (16 mmHg e 9 mmHg) e gradiente VD-TP em 2 casos (13,5 mmHg e 9,5 mmHg). Encontram-se em classe funcional I (91,6 por cento) e II (8,4 por cento). Conclusões: A técnica é eficaz, reprodutível e de baixa mortalidade. É necessário maior tempo de acompanhamento para avaliação dos enxertos.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Criança , Adolescente , Procedimentos Cirúrgicos Cardiovasculares , Doenças das Valvas Cardíacas/cirurgia , Valva Pulmonar/cirurgia , Valva Aórtica/cirurgia , Transplante HomólogoRESUMO
Objetivo: Demonstrar a viabilidade na feitura de túnel cava inferior-cava superior com retalho da parede atrial direita, evitando o emprego de material protético. Casuística e Métodos: Foram operados 2 pacientes nos quais se empregou a técnica de anastomose cavo-pulmonar total, sem uso de material protético. O primeiro caso, A.L.M., masc, 4 anos, 15 Kg, era portador de atresia tricúspide (EP), com comunicaçao interventricular (CIV) restritiva. O segundo caso, M.E.N.O., fem, 15 anos, 47 Kg, tinha doença de Ebstein. O controle pós-operatório dos pacientes foi feito com ecocardiograma e cateterismo cardíaco. As operaçoes foram realizadas com o emprego de circulaçao extracorpórea (CEC), e cardioplegia sangüínea como método de proteçao miocárdica. A canulaçao das cavas foi o mais distal possível. A tunelizaçao foi realizada com retalho de tecido atrial direito, suturado ao septo interatrial, deixando-se o seio coronariano e a comunicaçao interatrial (CIA) para a esquerda. Resultados: Ambos os pacientes evoluíram, sem complicaçoes, na UTI. O primeiro apresentou derrame pleural discreto à direita, e o segundo mantém-se em estimulaçao artificial (VVI,R). Conclusoes: A tunelizaçao intra-atrial para anastomose cavo-pulmonar total pode ser realizada sem o uso de material protético, evitando-se os riscos advindos do seu emprego (calcificaçao, retraçao, embolizaçao).
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pré-Escolar , Adolescente , Atresia Tricúspide/cirurgia , Derivação Cardíaca Direita/métodos , Anomalia de Ebstein/cirurgiaRESUMO
A lesäo do óstio da coronária esquerda pode ser tratada cirurgicamente de duas maneiras: revascularizaçäo dos principais ramos arteriais da coronária esquerda (DA, diagonais, circunflexa), ou ampliando a área estenosada, portantom realizando um ataque direto à lesäo. O presente trabalho apresenta nossa experiência com 4 pacientes portadores de lesäo do óstio da coronária esquerda e que foram tratados por ampliaçäo da regiäo lesada. Todos os pacientes eram do sexo masculino, com idades de 56, 59, 61, e 68 anos. Em 3 deles, havia presença de fatores de risco de doença coronária (hipertensäo, diabetes, tabagismo) e, em 1, antecedente luético. Dois pacientes apresentavam quadro de angina instável, 1 apresentava angina estável e outro era assintomático, porém com teste ergométrico positivo. Do ponto de vista cinecoronariográfico, todos apresentavam lesäo importante (> 70%) do óstio da coronária esquerda, sem lesöes obstrutiivas nas porçöes distais. A cirurgia foi conduzida com uso de circulaçäo extracorpórea, hipotermia moderada e soluçäo cardioplégica. Realizou-se aortotomia transversal direcionada posteriormente ao seio de Valsava coronariano esquerdo, seccionando-se o óstio CE enosado e prolongando-se até mais ou menos 1 cm pelo tronco da CE. A ampliaçäo foi levada a efeito com segmento de veia safena em 3 casos e, em outro, retalho d e pericárdio bovino tratado. O tempo de perfusäo variou de 45 a 85 minutos (média de 64 minutos) e o tempo de clampeamento foid e 34 a62 minutos (média de 45 minutos). Näo ocorreram complicaçöes dignas de nota no pós-operatório imediato, näo havendo mortalidade hospitalar. Os pacientes evoluem em um período de 3 meses a 1 ano e 8 meses. Todos estäo assintomáticos, com vida normal. Os autores concluem que a ampliaçäo do óstio da CE é uma boa opçäo técnica a ser utilizada em lesöes deste tipo, que näo se acompanhem de obstruçöes distais nos demais ramos arteriais