"Nós, mulheres quilombolas, sabemos a dor uma da outra": uma investigação sobre sororidade e ocupação / "We, quilombola women, know each other's pain": an investigation on sisterhood and occupation
Cad. Bras. Ter. Ocup
; 30: e3318, 2022. tab, graf
Article
em Pt
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LILACS-Express
| LILACS, INDEXPSI
| ID: biblio-1404006
Biblioteca responsável:
BR1.1
RESUMO
Resumo Introdução No Brasil, as mulheres quilombolas foram e são essenciais para a sobrevivência dos quilombos. Elas são as responsáveis por transmitir as tradições, preservar os recursos naturais e cuidar do lar e da terra. Assim, os marcadores históricos de organização social e familiar orientam a produção e reprodução de seus papéis ocupacionais nesse contexto. Objetivos Neste artigo, refletimos sobre a insurgência das mulheres quilombolas a partir da peculiaridade da sororidade, dororidade e disparidade de gênero nas ocupações de mulheres quilombolas. Método Esta reflexão resultou de estudo conduzido com nove mulheres residentes em um quilombo localizado no interior do estado da Bahia, Brasil, através de entrevistas, escrevivências e uso do método Photovoice. Resultados O estudo evidenciou que as ocupações realizadas pelas participantes são atravessadas pelo gênero e condicionadas pelo racismo e sexismo, além dos modos peculiares de funcionamento interno do grupo e das formas tradicionais de vida no quilombo. Conclusões As mulheres assumem a maior parte do gerenciamento do quilombo da Pinguela através do senso de coletividade e união, que permite que elas articulem uma contínua rede de solidariedade e apoio. No Brasil, os estudos sobre o trabalho de terapeutas ocupacionais com mulheres quilombolas são escassos; portanto, sugerimos que, em sua prática profissional, terapeutas ocupacionais assumam um compromisso ético-político e adotem perspectivas críticas articuladas a partir do feminismo afro-latino-americano para desenvolver práticas coletivas como forma de intervenção.
ABSTRACT
Abstract Introduction In Brazil, the quilombola women have been essential for the survival of the quilombo communities. They are responsible for transmitting traditions, preserving natural resources, and caring for the home and the land. Thus, the historical markers of social and family organization guide the production and reproduction of their occupational roles in this context. Objectives In this article, we reflect on the insurgence of quilombola women from the peculiarity of sisterhood, dororidade, and gender disparity in these women's occupations. Method This reflection resulted from a study conducted with nine women residing in a quilombo community located in the interior of the state of Bahia, Brazil, through interviews, escrevivências (live writing) and Photovoice. Results The study evidenced that occupations performed by the participants are crossed by gender and conditioned by racism and sexism, in addition to the peculiar modes of the internal functioning of the group and the traditional ways of life in this community. Conclusions Women assume most of the management of the Pinguela quilombo community through the sense of collectivity and union that allows them to combine a continuous network of solidarity and support. In Brazil, studies on the work of occupational therapists with quilombola women are scarce; therefore, we suggest that occupational therapists, in their professional practice, assume an ethical-political commitment and adopt critical perspectives from Afro-Latin-American feminism to develop collective practices as a form of intervention.
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1
Coleções:
01-internacional
Base de dados:
INDEXPSI
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LILACS
Tipo de estudo:
Qualitative_research
Aspecto:
Determinantes_sociais_saude
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Ethics
Idioma:
Pt
Revista:
Cad. Bras. Ter. Ocup
Assunto da revista:
Medicina F¡sica e ReabilitaÆo
Ano de publicação:
2022
Tipo de documento:
Article
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País de afiliação:
Brasil
País de publicação:
Brasil