Introdução:

O Método dos Elementos Finitos (MEF) é uma análise que consiste na discretização de um meio contínuo em pequenos elementos, mantendo as mesmas propriedades do meio original. Esses elementos são subdivididos por equações e resolvidos por através de modelos matemáticos computacionais. O MEF pode ser utilizado em diversas áreas e, devido à sua grande aplicabilidade e eficiência, existem trabalhos com esta metodologia visando a análise de cargas, tensões ou deslocamentos. Para que essas análises sejam realizadas em elementos finitos, a obtenção de modelos para é de suma importância.Este estudo teve por objetivo deste trabalho realizar uma revisão sistemática sobre a obtenção de modelos de incisivos para análise em elementos finitos e classificá-los.

Materiais e métodos:

Foram utilizados como fonte de estudos as bases de dados eletrônicas Medline via PubMed, Scopus, Web of Science e BVS até março de 2018.A busca dos artigos gerou um resultado total de 220 estudos. Após remoção de duplicatas restaram 156 artigos, que tiveram seus títulos e abstracts lidos. Desses, 109 foram excluídos, 107 devido à abordagem fora do tema ou dados incompletos e 2 devido ao idioma. Após essa triagem, restaram 47 artigos para leitura na íntegra. 2 artigos foram excluídos na fase de leitura por impossibilidade de acesso, 7 por não se adequarem ao tema, 1 devido ao idioma, 6 por dados incompletos, restando 31 artigos para extração de dados e avaliação.

Resultados:

Dentre os estudos selecionados, podemos observar uma variedade de métodos de obtenção de modelos. Dos 31 estudos, 32% (n=10) utilizaram a digitalização 3D; 35% (n=11) utilizaram a tomografia computadorizada; 9,6% (n=3) utilizaram microtomografia computadorizada; 19% (n=6) fizeram uso de programas CAD e 3,2% (n=1) obtiveram de forma mista; A maioria dos estudos 58% (n=18) foi voltado para avaliação de facetas dentais e pinos, seguido pela avaliação de estresse em incisivos 19,3% (n=6), a avaliação do conjunto pino/núcleo/coroa foi representada por 9,6% (n=3) dos estudos, seguida da avaliação de mecânica ortodôntica e avaliação de coroas totais, ambos com 6,4% (n=2) cada; 90% (n=28) realizaram o processamento das imagens dos modelos obtidos previamente à análise de Elementos Finitos. A maioria dos estudos utilizaram 1 tipo de programa para o pré-processamento 45% (n=14), 41%% (n=13) utilizaram 2 ou mais programas e 12% (n=4) não realizaram pré-processamento. Apenas 1 estudo relatou uso de sistema CAD/CAM odontológico, porém o mesmo foi em associação com tomografia computadorizada.

Conclusão:

Sugere-se que mais estudos sejam realizados integrando sistemas CAD odontológicos com programas de elementos finitos sem fase de pré-processamento com intuito de diminuir o tempo de confecção de modelo e análise, assim como os custos computacionais envolvidos em cada etapa extra sem que se perca a qualidade do modelo e das propriedades dinâmicas da estrutura para análise em elementos finitos. (AU)