A frequencia do usuario como modo de avaliar modificacoes em um ambulatorio de psiquiatria

ISERHARD, Raul

RESUMO

O presente estudo visa detectar o impacto de modificacoes introduzidas na forma de atendimento aos pacientes, atraves da analise da sua frequencia ao ambulatorio. Em uma amostra de 25 por cento do total de prontuarios existentes ate novembro de 1988 (n=581), encontramos um numero medio de consulatas de 4,73 mais ou menos 6,91. Ela foi dividida em duas subamostras alta medica, com 8,42 mais ou menos 7,33 consultas e ausencia, cujo valor foi 2,65 mais ou menos 2,30. A partir desses dados e visando melhorar resultados, foi instituida um programa de modificacao no atendimento que consistiu na co-participacao do doente nos objetivos e no planejamento do tratamento. Para avaliar a eficacia das medidas, foi realizado um seguimento em novembro de 1990 com uma amostra (250/1000) usando a mesma metodologia. Os resultados indicaram uma frequencia media de 5,66 mais ou menos 9,85 consultas. A subamostra da alta mostrou um valor igual a 5,96 mais ou menos 10,45 comparecimentos e a da ausencia, 4,04 mais ou menos 6,64. Os dados apresentam diferenca estatisticamente significativa entre os periodos avaliados. Por outro lado, o numero de pacientes que consulta apenas uma vez manteve-se inalterado em 1990 (de 36,55 por cento para 42,91 por cento). Sao discutidos esses achados bem como as modificacoes implantadas. Concluimos que 1) a moda e uma consulta apenas; 2) a pratica psicoterapica ainda necessita ser melhor clarificada bem como os criterios de alta e cura; 3) a probabilidade de serem realizadas ate seis consultas e 98 por cento, mas decai a 14 por cento quando acima de 15; 4) os resultados evidenciam a eficacia das medidas adotadas.