RESUMO
Introdução: O Papilomavírus Humano (HPV) é um agente epiteliotrópico que apresenta mais de 100 genótipos.Destes, alguns são considerados de alto risco devido ao potencial para induzir o surgimento de lesões malignas, comoo carcinoma cervical, cujo percentual de associação com o referido vírus é de aproximadamente 90%. Nas célulasinfectadas, duas proteínas virais desempenham papel fundamental na tumorigênese. Objetivo: Realizar uma revisão dos trabalhos existentes na literatura científica internacional com enfoque no papel das proteínas virais do HPV na carcinogênese. Método: Os artigos utilizados para a realização da presente revisão foram selecionados e obtidos na íntegra nos portais eletrônicos Pubmed e Periódicos Capes. Os descritores utilizados na busca incluíram: Human Papillomavirus, HPV, viral proteins, E5, E6 e E7. Resultados: As proteínas virais E6 e E7 são amplamente conhecidas por promoverem a degradação das proteínas celulares p53 e pRb, respectivamente, efeito que responde por grande parte do potencial oncogênico dos genótipos de alto risco de HPV, sendo funcionalmente equivalentes a mutações dos referidos genes celulares, que são comumente observadas em diversos tumores. Contudo, novos estudos têm demonstrado que essas proteínas virais também estão envolvidas em diversas outras vias tumorais, denotando novamente a relevância das mesmas nesse processo. Ademais, alguns trabalhos apontam a proteína E5 como coadjuvante na carcinogênese. Conclusão: Os diversos efeitos constatados das proteínas precoces virais culminam no favorecimentoda proliferação celular descontrolada, imortalização, regulação da diferenciação celular, suscetibilidade à metástase e escape da vigilância imunológica
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Carcinógenos , Proteínas Oncogênicas Virais , Infecções por Papillomavirus , Papillomaviridae/classificaçãoRESUMO
Os carcinomas cervicais expressam as oncoproteínas E6 e E7 de Papilomavírus Humano (HPV) de alto-risco, neutralizando a supressão tumoral. A oncoproteína E6 codificada pelo vírus é multifuncional, apresentando inúmeros alvos celulares; entretanto, ainda não está claro se todas essas atividades estão relacionadas à malignidade do tumor. Neste estudo avaliamos a distribuição de onconproteínas virais E6 e E7, mitocôndrias, receptor de transferrina (TfR), transferrina (Tf), ferritina (Fe) e citocromo c, em células humanas transformadas e não-transformadas por HPV, para um padrão de endocitose de ferro em células humanas e animais, como uma via alternativa de infecção por HPV. Linhagens celulares HPV-negativas foram transfectadas com vetores pLXSN, contendo as seqüências completas dos genes E6 e E7, sendo então usadas como controle positivo. As células foram plaqueadas e aderidas em lamínulas de vidro, para os ensaios de imunofluorescência; ensaios de fracionamento celular e isolamento da fração mitocondrial realizados em células HPV-positivas e HPV-negativas, para imunocitoquímica ultraestrutural. Foram utilizados os anticorpos primários anti-ferritina, anti-transferrina, anti-E6, anti-E7 e anti-citocromo c e os respectivos anticorpos secundários. Os anticorpos reconheceram as oncoproteínas E6 e E7 expressas em células HPV-positivas e HPV-negativas transfectadas pelo pLXSN. O TfR foi detectado em abundância na membrana plasmática das células, assim como a Fe no citoplasma, núcleo e mitocôndrias e a citocromo c preferencialmente localizada nas mitocôndrias. A grande quantidade de ferro sugere sua participação na transformação de células por HPV, mantendo os níveis de citocromo c mitocondrial. A co-localização de E6 e mitocôndrias nas células transformadas por HPV apontam um envolvimento na inibição do processo de apoptose. Nossos resultados estão em concordância com os achados de...