RESUMO
The aim of this study was to compare in the same site the efficiency of the two most used techniques for sampling ant diversity, Winkler's extractors and pitfalls. We studied communities of leaf litter ants from the Brazilian Atlantic Forest, compared richness estimates for genera and species, and built species accumulation curves. These two methods resulted in a satisfactory sampling of richness; 21.3% of the genera and 47.6% of the species were collected exclusively with Winkler's extractors, whereas 6.4% of the genera and 9.5% of the species were collected exclusively with pitfalls. Winkler's extractor had proven to be the most efficient single sampling technique to estimate richness. However, pitfalls also recorded a significant portion of the total richness. Despite differences in efficiency, species accumulation curves for both techniques were similar, as well as the curve obtained with both methods combined. We noticed that Winkler's extractors were c. 74.0% more efficient than pitfalls in the Atlantic Forest. Therefore, sampling techniques must be used with a well-structured sampling design in order to advance knowledge on the ant fauna of Brazilian biomes, especially in the leaf litter, allowing more complete environmental analyses.
O objetivo deste estudo foi comparar, em um mesmo ambiente, a eficiência das duas técnicas de coletas mais utilizadas para amostrar a diversidade de formigas, o extrator de Winkler e a armadilha de queda (pitfall traps). Para a comunidade de formigas de serapilheira da Mata Atlântica, comparamos as estimativas de riqueza de gêneros, de espécies e as curvas de acumulação de espécies. Os dois métodos resultaram em uma amostragem de riqueza satisfatória, sendo 21,3 e 47,6% exclusivamente gêneros e espécies coletadas pelo extrator de Winkler e 6,4 e 9,5% pela armadilha de queda. O extrator de Winkler mostrou ser a técnica mais eficiente para amostrar a riqueza de uma área quando apenas uma das técnicas possa ser utilizada. No entanto, o uso da armadilha de queda registrou uma parcela não tão desprezível da riqueza. Quanto à eficiência das técnicas de coleta, as curvas de acumulação de espécies para os duas técnicas mostraram-se similares com a obtida com os dois métodos simultaneamente. Notou-se, portanto, que o extrator de Winkler apresenta uma eficiência de amostragem da riqueza na ordem de 74,0% maior que a armadilha de queda para ambiente de Mata Atlântica. Vale ressaltar que as técnicas de coleta devem estar associadas a um delineamento amostral bem estruturado para que se possa ampliar ainda mais o conhecimento sobre a mirmecofauna dos biomas brasileiros, principalmente daquelas com serapilheira, permitindo análises ambientais mais completas.
Assuntos
Animais , Formigas/classificação , Floresta ÚmidaRESUMO
Coletas com iscas são amplamente utilizadas para investigar a atividade de formigas de solo e vegetação e também podem ser empregadas para estimar o número de espécies e a abundância de formigas. Apesar de ser barata e fácil de implementar, a riqueza e abundância das formigas estimadas por iscas podem ser enviesadas por alguns fatores, como a distância entre iscas. Neste trabalho, avaliamos se a distância entre iscas altera as estimativas de abundância e riqueza de formigas e qual distância entre iscas resulta na melhor relação entre custo financeiro e número de espécies amostradas, objetivo da maioria dos relatórios de impacto ambiental. Amostramos 30 transectos de 100 m com distância entre iscas diferentes (2,5; 3,4; 5; 6,7; 10 e 20 m), distribuídos em uma área de 1 km² em uma floresta de terra-firme ao norte de Manaus. Independente da distância entre iscas, o número de espécies coletado a cada cinco iscas, foi aproximadamente 8, e a abundância média foi maior que 50 indivíduos. No entanto o número de espécies por isca foi maior em transectos com maior distância entre iscas. Transectos com distância entre iscas de 10 e 20 m, coletaram 50 por cento mais espécies por isca que transectos com iscas distantes a 2,5 e 3,4 m entre si. Nossos resultados sugerem que nesta área, a amostragem mais eficiente desse método de coleta seria distribuir 450 iscas a cada 10 m ou 20 m no solo da floresta.
Baits are widely used to investigate the activity of terrestrial and arboreal ants, but also can be used to estimate the ant abundance and species richness. Despite the fact that baiting are cheap and easy to implement, many factors, such as the distance between baits, may influence the estimate of ant species richness and abundance. In this study, we evaluated the effects of bait spacing on abundance and the number of ant species. We also demonstrate which distance between baits showed the best relationship between costs and number of ant species sampled. We sampled 30 transects of 100 m with bait spacing ranging from 2.5 to 20 m, spread over 1 km² of a "terra-firme" forest situated at North of Manaus. The bait spacing did not affect the ant diversity estimative. Regardless bait spacing, the number of species collected every five baits was around 8, and the average abundance was approximately 50 individuals. However the number of species per bait was higher in transects with larger bait spacing. Transects with bait spacing of 10 m and 20 m, collected 50 percent more species than transects with baits placed 2.5 m and 3.4 m apart. Our results suggest that at this forest, the most efficient sampling design using only baits would be place 450 baits every 10 m or 20 m at the forest floor.
Assuntos
Animais , Meio Ambiente , Floresta Úmida , InvertebradosRESUMO
The aim of this study was to compare in the same site the efficiency of the two most used techniques for sampling ant diversity, Winkler's extractors and pitfalls. We studied communities of leaf litter ants from the Brazilian Atlantic Forest, compared richness estimates for genera and species, and built species accumulation curves. These two methods resulted in a satisfactory sampling of richness; 21.3% of the genera and 47.6% of the species were collected exclusively with Winkler's extractors, whereas 6.4% of the genera and 9.5% of the species were collected exclusively with pitfalls. Winkler's extractor had proven to be the most efficient single sampling technique to estimate richness. However, pitfalls also recorded a significant portion of the total richness. Despite differences in efficiency, species accumulation curves for both techniques were similar, as well as the curve obtained with both methods combined. We noticed that Winkler's extractors were c. 74.0% more efficient than pitfalls in the Atlantic Forest. Therefore, sampling techniques must be used with a well-structured sampling design in order to advance knowledge on the ant fauna of Brazilian biomes, especially in the leaf litter, allowing more complete environmental analyses.
O objetivo deste estudo foi comparar, em um mesmo ambiente, a eficiência das duas técnicas de coletas mais utilizadas para amostrar a diversidade de formigas, o extrator de Winkler e a armadilha de queda (pitfall traps). Para a comunidade de formigas de serapilheira da Mata Atlântica, comparamos as estimativas de riqueza de gêneros, de espécies e as curvas de acumulação de espécies. Os dois métodos resultaram em uma amostragem de riqueza satisfatória, sendo 21,3 e 47,6% exclusivamente gêneros e espécies coletadas pelo extrator de Winkler e 6,4 e 9,5% pela armadilha de queda. O extrator de Winkler mostrou ser a técnica mais eficiente para amostrar a riqueza de uma área quando apenas uma das técnicas possa ser utilizada. No entanto, o uso da armadilha de queda registrou uma parcela não tão desprezível da riqueza. Quanto à eficiência das técnicas de coleta, as curvas de acumulação de espécies para os duas técnicas mostraram-se similares com a obtida com os dois métodos simultaneamente. Notou-se, portanto, que o extrator de Winkler apresenta uma eficiência de amostragem da riqueza na ordem de 74,0% maior que a armadilha de queda para ambiente de Mata Atlântica. Vale ressaltar que as técnicas de coleta devem estar associadas a um delineamento amostral bem estruturado para que se possa ampliar ainda mais o conhecimento sobre a mirmecofauna dos biomas brasileiros, principalmente daquelas com serapilheira, permitindo análises ambientais mais completas.
RESUMO
Baits are widely used to investigate the activity of terrestrial and arboreal ants, but also can be used to estimate the ant abundance and species richness. Despite the fact that baiting are cheap and easy to implement, many factors, such as the distance between baits, may influence the estimate of ant species richness and abundance. In this study, we evaluated the effects of bait spacing on abundance and the number of ant species. We also demonstrate which distance between baits showed the best relationship between costs and number of ant species sampled. We sampled 30 transects of 100 m with bait spacing ranging from 2.5 to 20 m, spread over 1 km² of a "terra-firme" forest situated at North of Manaus. The bait spacing did not affect the ant diversity estimative. Regardless bait spacing, the number of species collected every five baits was around 8, and the average abundance was approximately 50 individuals. However the number of species per bait was higher in transects with larger bait spacing. Transects with bait spacing of 10 m and 20 m, collected 50% more species than transects with baits placed 2.5 m and 3.4 m apart. Our results suggest that at this forest, the most efficient sampling design using only baits would be place 450 baits every 10 m or 20 m at the forest floor
Coletas com iscas são amplamente utilizadas para investigar a atividade de formigas de solo e vegetação e também podem ser empregadas para estimar o número de espécies e a abundância de formigas. Apesar de ser barata e fácil de implementar, a riqueza e abundância das formigas estimadas por iscas podem ser enviesadas por alguns fatores, como a distância entre iscas. Neste trabalho, avaliamos se a distância entre iscas altera as estimativas de abundância e riqueza de formigas e qual distância entre iscas resulta na melhor relação entre custo financeiro e número de espécies amostradas, objetivo da maioria dos relatórios de impacto ambiental. Amostramos 30 transectos de 100 m com distância entre iscas diferentes (2,5; 3,4; 5; 6,7; 10 e 20 m), distribuídos em uma área de 1 km² em uma floresta de terra-firme ao norte de Manaus. Independente da distância entre iscas, o número de espécies coletado a cada cinco iscas, foi aproximadamente 8, e a abundância média foi maior que 50 indivíduos. No entanto o número de espécies por isca foi maior em transectos com maior distância entre iscas. Transectos com distância entre iscas de 10 e 20 m, coletaram 50% mais espécies por isca que transectos com iscas distantes a 2,5 e 3,4 m entre si. Nossos resultados sugerem que nesta área, a amostragem mais eficiente desse método de coleta seria distribuir 450 iscas a cada 10 m ou 20 m no solo da floresta.