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1.
Rio de Janeiro; s.n; 2016. 58 f p. tab.
Tese em Português | LILACS | ID: biblio-987282

RESUMO

O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) é uma modalidade de tratamento oncológico associada a consideráveis níveis de morbidade. Num cenário onde pacientes sobrevivem por períodos mais longos de tempo, tem sido dada atenção às sequelas tardias deste procedimento. A presente revisão sistemática pretende compilar as informações publicadas acerca da prevalência de transtornos mentais entre os sobreviventes ao TCTH para tratamento das neoplasias hematológicas e linfoides na infância e na adolescência, bem como os possíveis fatores associados à ocorrência desses transtornos. Foram utilizadas 13 bases de dados para pesquisar publicações desde 1990 até janeiro de 2016. Após aplicação de critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados oito artigos para revisão. Foram estudados 8449 indivíduos, dentre os quais 1009 sobreviventes ao TCTH. A idade média ao diagnóstico variou de 5 a 9 anos e os indivíduos foram avaliados de 1 a 16 anos após o diagnóstico. Os desfechos em saúde mental estudados foram os domínios psicológicos e mentais das escalas de qualidade de vida (QV), depressão, distúrbios de conduta, auto estima, e transtornos hipercinéticos, do comportamento, do funcionamento social, da alimentação e do sono, sendo utilizados nove instrumentos diferentes para avaliação. Dentre os resultados encontrados, observa-se que os desfechos tendem a ser mais desfavoráveis quando os pais são os respondentes dos questionários em comparação com aqueles em que os próprios pacientes os respondem. Os resultados também tendem a ser piores quando os pacientes já são adultos, quando em comparação com a avaliação realizada ainda na infância ou adolescência, e menos favoráveis quando a população de transplantados é comparada com a população geral, com diferenças menos significativas quando esta comparação se faz com pacientes não transplantados. Os efeitos físicos tardios, a intensidade do tratamento sobre o Sistema Nervoso Central (SCN) e a depressão materna foram reconhecidos como possíveis variáveis explicativas para alterações na saúde mental dos sobreviventes. Quanto à qualidade dos artigos, a maioria recebeu menos de dois terços da pontuação máxima da Newcastle - Ottawa Quality Assessment Scale. O presente estudo apresenta limitações impostas pelo número escasso de artigos e pelas diferenças metodológicas dos estudos sobre o tema. A heterogeneidade dos estudos não permitiu a realização de metanálise. Contudo, esta revisão apresenta-se como a primeira a agrupar o conhecimento até então publicado sobre a saúde mental dos sobreviventes ao TCTH na infância e adolescência como parte do tratamento para as neoplasias hematológicas e linfoides. Seus resultados levam ao reconhecimento da importância deste tema, bem como às lacunas que ainda se apresentam. Sendo tais neoplasias as mais frequentes entre crianças e adolescentes, com taxas cada vez mais altas de sobrevivência, há que se pensar sobre a possível subnotificação destas consequências. O rastreamento das sequelas mentais no seguimento a longo prazo dessa população poderia trazer à tona um retrato mais fidedigno das repercussões mentais, que tanto a doença quanto seu agressivo tratamento com TCTH podem gerar


Hematopoietic stem cell transplantation (HSCT) is a modality of oncological treatment associated with considerable levels of morbidity. In a setting where patients survive for longer periods of time, attention has been paid to the late sequelae of this procedure. The present systematic review aims to compile the published information on the prevalence of mental disorders among survivors of HSCT for the treatment of hematological and lymphoid neoplasms in childhood and adolescence, as well as the possible factors associated with the occurrence of these disorders. We used 13 databases to search publications from 1990 to January 2016. After applying inclusion and exclusion criteria, eight articles were selected for review. A total of 8449 individuals were studied, including 1009 survivors of HSCT. The mean age at diagnosis ranged from 5 to 9 years and subjects were assessed from 1 to 16 years after diagnosis. The mental health outcomes studied were the psychological and mental domains of quality of life (QoL), depression, behavioral disorders, self-esteem, and hyperkinetic disorders, behavior, social functioning, eating and sleep, being used nine different instruments for evaluation. Among the results found, it is observed that the outcomes tend to be more unfavorable when the parents are the respondents of the questionnaires compared to those in which the patients themselves respond. The results also tend to be worse when patients are already adults, when compared to the evaluation performed in childhood or adolescence, and less favorable when the transplant population is compared to the general population, with less significant differences when this comparison with non-transplanted patients. Late physical effects, intensity of treatment on the Central Nervous System (CNS) and maternal depression were recognized as possible explanatory variables for changes in the mental health of survivors. As for the quality of the articles, the majority received less than two thirds of the Newcastle - Ottawa Quality Assessment Scale. The present study presents limitations imposed by the scarce number of articles and the methodological differences of the studies on the subject. The heterogeneity of the studies did not allow meta-analysis. However, this review is the first to group previously published knowledge on the mental health of survivors of HSCT in childhood and adolescence as part of the treatment for hematological and lymphoid neoplasms. Its results lead to the recognition of the importance of this theme, as well as to the gaps that still exist. As these neoplasms are the most frequent among children and adolescents, with increasing rates of survival, it is necessary to think about the possible underreporting of these consequences. The tracking of mental sequelae in the long-term follow-up of this population could bring to the surface a more reliable picture of the mental repercussions that both the disease and its aggressive treatment with HSCT can generate


Assuntos
Humanos , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Sobrevida/psicologia , Literatura de Revisão como Assunto , Criança , Saúde Mental , Morbidade , Adolescente , Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas/efeitos adversos , Neoplasias Hematológicas/complicações
2.
Tempo psicanal ; 44(1): 11-26, jun. 2012.
Artigo em Português | Index Psicologia - Periódicos | ID: psi-56008

RESUMO

A partir das contribuições de Freud e Winnicott sobre a concepção de trauma, este trabalho procura refletir sobre o impacto do câncer na estrutura familiar, particularmente nos irmãos da criança doente. O texto parte do pressuposto de que o câncer, enquanto significante associado à morte, irrompe com força traumática na família não só pelas particularidades da doença, mas, sobretudo, pela sensação de desamparo e exclusão vivenciada pelos irmãos ditos "saudáveis". A contribuição winnicottiana sobre a descontinuidade temporal associada à vivência traumática é retomada no texto para ressaltar a importância da escuta analítica da família da criança doente, principalmente dos irmãos que se encontram na infância e que muitas vezes são convocados a ocupar um lugar adulto e maduro, sem possibilidade de elaborar as mudanças radicais do ambiente familiar e a ausência física e muitas vezes afetiva dos pais.(AU)


The paper aims to discuss the impact of the diagnosis and treatment of cancer within the patient's family structure, particularly analyzing what happens to the patient's siblings. Having as a theoretical background the contributions of Freud and Winnicott, the paper relates the concept of trauma to the experience of helplessness and isolation experienced by the patient's siblings when the family has to deal with the complex issues related to the illness. The importance of an analytical intervention with the family members is emphasized in order to open up a possibility of working through feelings of discontinuity, helplessness and ambivalence.(AU)


Assuntos
Relações entre Irmãos , Neoplasias , Psicanálise
3.
Tempo psicanál ; 44(1): 11-26, jun. 2012.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-647578

RESUMO

A partir das contribuições de Freud e Winnicott sobre a concepção de trauma, este trabalho procura refletir sobre o impacto do câncer na estrutura familiar, particularmente nos irmãos da criança doente. O texto parte do pressuposto de que o câncer, enquanto significante associado à morte, irrompe com força traumática na família não só pelas particularidades da doença, mas, sobretudo, pela sensação de desamparo e exclusão vivenciada pelos irmãos ditos "saudáveis". A contribuição winnicottiana sobre a descontinuidade temporal associada à vivência traumática é retomada no texto para ressaltar a importância da escuta analítica da família da criança doente, principalmente dos irmãos que se encontram na infância e que muitas vezes são convocados a ocupar um lugar adulto e maduro, sem possibilidade de elaborar as mudanças radicais do ambiente familiar e a ausência física e muitas vezes afetiva dos pais.


The paper aims to discuss the impact of the diagnosis and treatment of cancer within the patient's family structure, particularly analyzing what happens to the patient's siblings. Having as a theoretical background the contributions of Freud and Winnicott, the paper relates the concept of trauma to the experience of helplessness and isolation experienced by the patient's siblings when the family has to deal with the complex issues related to the illness. The importance of an analytical intervention with the family members is emphasized in order to open up a possibility of working through feelings of discontinuity, helplessness and ambivalence.


Assuntos
Neoplasias , Relações entre Irmãos , Psicanálise
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