RESUMO
A epidemia do cigarro está ligada diretamente às doenças crônicas não transmissíveis: diabetes, doenças cardiovasculares, câncer, doenças pulmonares crônicas - as quais são responsáveis por 63% de todas as mortes no mundo e para as quais o cigarro é importante fator de risco. No Brasil, segundo o IBGE, o total de fumantes corresponde a 17,2% da população acima de 15 anos. Objetivo: Investigar a prevalência de tabagistas entre pacientes de alto risco cardiovascular, em uma Unidade de Saúde de Porto Alegre e caracterizar essa população. Métodos: Série de casos embasada no REACT, estudo transversal da Socidade Brasileira de Cardiologia. Os dados foram obtidos a partir de entrevista com os pacientes e de pesquisa de dados secundários. Utilizaram-se os critérios de inclusão/exclusão e os questionários do REACT. Resultados: Foram incluídos 38 pacientes, sendo 78,9% do gênero feminino e a idade média de 65,53 anos (10,817) 13,2% eram tabagistas ativos e 31,6% tinham DAC, 15,8% sofreram IAM, 10,5% sofreram AVC, 5,3% tinham DAP e 52,6% apresentavam múltiplos fatores de risco. Conclusão: Os achados apontam uma menor prevalência de tabagismo entre pacientes de alto risco cardiovascular, comparado com o espectro de fumantes na população geral. Contudo, o número de ex-tabagistas foi elevado. A orientação médica confirmou-se uma potente estratégia na luta contra o fumo. O exemplo da Atenção Primária deve servir também para os atendimentos especializados, focando na forte relação médico-paciente, no acompanhamento longitudinal e em programas de prevenção e cessação.