RESUMO
Resumo O trabalho buscou verificar se o princípio de non-refoulement seria aplicável aos indivíduos não reconhecidos formalmente como refugiados e se o impedimento de acesso ao território do Estado de destino violaria tal princípio, além de analisar o exercício soberano de controle migratório diante da ameaça ao non-refoulement e aos direitos humanos por ele protegidos. Para tanto, realizou-se pesquisa teórica, bibliográfica e documental, com análise crítico-dogmática dos instrumentos normativos imperativos de direito internacional de proteção aos refugiados, das diretrizes de organizações internacionais e dos precedentes judicias sobre o tema. Em seguida, elaborou-se estudo contextualizado com breve análise de alguns casos recentes de emprego de barreiras fronteiriças como mecanismos de controle migratório. Como norma jus cogens e consuetudinária do direito internacional, o princípio demonstra-se aplicável independentemente de reconhecimento formal do status de refugiado, relativizando a soberania nacional. Apesar da divergência na aplicação do princípio, a imposição de barreiras fronteiriças viola tal princípio, uma vez ser necessário o acesso ao território do Estado de destino para que o processo de determinação da condição de refugiado seja justo e eficaz.(AU)
Abstract Keywords: Principle of non-refoulement. Asylum-seekers. Border barriers. Migration control. Human rights.
Resumen Este estudio trata de determinar si el principio de no devolución se aplicaría a los individuos no reconocidos oficialmente como refugiados y si la denegación de acceso al territorio del Estado de destino violaría este principio, además de analizar el ejercicio soberano de control migratorio ante la amenaza de no devolución y los derechos humanos protegidos por ella. Para eso se desarrolló una investigación teórica, bibliográfica y documental, con un análisis crítico-dogmático de los instrumentos normativos imperativos del derecho internacional para la protección de los refugiados, de las directrices de las organizaciones internacionales y de los antecedentes judiciales sobre el tema. Posteriormente, se elaboró un estudio contextualizado con un breve análisis de los casos recientes en los que se hayan empleado las barreras fronterizas como mecanismos de control de la migración. Como norma jus cogens y consuetudinaria del derecho internacional, el principio se demuestra aplicable independientemente del reconocimiento formal de la condición de refugiado, relativizando la soberanía nacional. A pesar de la divergencia en la aplicación del principio, la imposición de barreras fronterizas viola el principio de no devolución ya que el acceso al territorio del Estado de destino es necesario para que el proceso de determinación de la condición de refugiado sea justo y eficaz.
Assuntos
Humanos , Emigrantes e Imigrantes , Refugiados/legislação & jurisprudência , Direito a Buscar Asilo , Direitos Humanos , Sociedade Receptora de Migrantes , Política Pública , Refugiados/estatística & dados numéricosRESUMO
Neste artigo, buscaremos evidenciar a especificidade e os limites de uma consulta transcultural no Serviço de Psiquiatria do Hospital Avicenne (França) com sujeitos requerentes de refúgio, originários principalmente da África e Ásia do Sul, atendidos por distúrbios psicotraumáticos. Tratar-se-á de tentar mostrar que uma abordagem clínica, que leve em conta o contexto sociopolítico e a situação jurídica desses pacientes "migrantes", irá possibilitar a emergência da palavra do sujeito. A partir da construção de dois fragmentos de caso, mostraremos como as representações político-sociais acerca do "migrante", "refugiado", "vítima", "suspeito", deixam suas marcas concretas e simbólicas nos sujeitos bem como influenciam os modos de condução do trabalho clínico. Isso nos permitirá, em um segundo momento, questionar a noção de alienação. Por fim, iremos lançar uma proposição clínica que tem a finalidade de esvaziar o espaço da consulta em psicoterapia das amarras impostas pelas representações sociais que calam o sujeito...
In this article, we will aim to highlight the specificity and limits of a transcultural consultation in the Psychiatry Service of the Avicenne Hospital (France) with asylum seekers from Africa and South Asia affected by traumatic experiences that resulted in psychological disturbances. We will try to show that a clinical approach that takes into account the social and political context and the legal status of these "migrant" patients will allow the emergence of the word of the subject. Based on the construction of two case fragments, we will demonstrate how the political and social representations concerning the "migrant", "refugee", "victim", "suspect" leave their concrete and symbolic marks in the subject as well as influence the way the therapy is carried out. This will allow us, in a second step, to question the notion of alienation. Lastly, we will make a clinical proposition that aims to empty the clinical space from the constraints imposed by social representations that silence the subject...
Cet article interroge les spécificités et les limites de la consultation de psycho-traumatologie du service de psychiatrie de l'hôpital Avicenne avec des demandeurs d'asile originaires principalement d'Asie du Sud et d'Afrique. Seul un abordage clinique qui prend en compte la particularité du contexte socio-politique et de la situation juridique des patients peut permettre au sujet de faire entendre sa parole. A partir de deux cas cliniques, nous montrerons comment les représentations qui entourent le sujet, successivement catégorisé comme migrant, réfugiés, victime ou suspect, ont un impact concret et symbolique sur le patient et sur la dynamique clinique. A partir de ce constat, nous interrogerons la notion d'aliénation. Dans un troisième temps, nous ferons des propositions cliniques afin de dégager l'espace clinique des impositions aliénantes qui imposent le silence au sujet...
En este artículo, se destaca la especificidad y los límites de un servicio de consulta de psiquiatría transcultural en el Servicio de Psiquiatría del Hospital Avicena (Francia) con los solicitantes de refugio, originarios principalmente de África y Asia del Sur, y que buscan atención psicológica por presentaren trastornos psicotraumáticos. Se trata de demostrar que un enfoque clínico que tiene en cuenta el contexto socio-político y la situación jurídica de los pacientes 'migrantes' permitirá la reaparición de la palabra al sujeto. Desde la construcción de dos fragmentos clínicos, tratamos de mostrar cómo las representaciones políticas y sociales del "migrante", "refugiado", "víctima", "sospechoso" dejan sus marcas concretas y simbólicas en los sujetos así como influyen en nuestra forma de conducir el trabajo clínico. Esto nos permitirá, en un segundo momento, cuestionar la noción de alienación. Por último, vamos a lanzar una proposición clínica que tiene como objetivo eliminar de la consulta en psicoterapia las limitaciones impuestas por las representaciones sociales que callan a los hombres...
Assuntos
Alienação Social/psicologia , Cultura , Psicologia Clínica , Refugiados/psicologiaRESUMO
Neste artigo, buscaremos evidenciar a especificidade e os limites de uma consulta transcultural no Serviço de Psiquiatria do Hospital Avicenne (França) com sujeitos requerentes de refúgio, originários principalmente da África e Ásia do Sul, atendidos por distúrbios psicotraumáticos. Tratar-se-á de tentar mostrar que uma abordagem clínica, que leve em conta o contexto sociopolítico e a situação jurídica desses pacientes "migrantes", irá possibilitar a emergência da palavra do sujeito. A partir da construção de dois fragmentos de caso, mostraremos como as representações político-sociais acerca do "migrante", "refugiado", "vítima", "suspeito", deixam suas marcas concretas e simbólicas nos sujeitos bem como influenciam os modos de condução do trabalho clínico. Isso nos permitirá, em um segundo momento, questionar a noção de alienação. Por fim, iremos lançar uma proposição clínica que tem a finalidade de esvaziar o espaço da consulta em psicoterapia das amarras impostas pelas representações sociais que calam o sujeito.(AU)
In this article, we will aim to highlight the specificity and limits of a transcultural consultation in the Psychiatry Service of the Avicenne Hospital (France) with asylum seekers from Africa and South Asia affected by traumatic experiences that resulted in psychological disturbances. We will try to show that a clinical approach that takes into account the social and political context and the legal status of these "migrant" patients will allow the emergence of the word of the subject. Based on the construction of two case fragments, we will demonstrate how the political and social representations concerning the "migrant", "refugee", "victim", "suspect" leave their concrete and symbolic marks in the subject as well as influence the way the therapy is carried out. This will allow us, in a second step, to question the notion of alienation. Lastly, we will make a clinical proposition that aims to empty the clinical space from the constraints imposed by social representations that silence the subject.(AU)
Cet article interroge les spécificités et les limites de la consultation de psycho-traumatologie du service de psychiatrie de l'hôpital Avicenne avec des demandeurs d'asile originaires principalement d'Asie du Sud et d'Afrique. Seul un abordage clinique qui prend en compte la particularité du contexte socio-politique et de la situation juridique des patients peut permettre au sujet de faire entendre sa parole. A partir de deux cas cliniques, nous montrerons comment les représentations qui entourent le sujet, successivement catégorisé comme migrant, réfugiés, victime ou suspect, ont un impact concret et symbolique sur le patient et sur la dynamique clinique. A partir de ce constat, nous interrogerons la notion d'aliénation. Dans un troisième temps, nous ferons des propositions cliniques afin de dégager l'espace clinique des impositions aliénantes qui imposent le silence au sujet.(AU)
En este artículo, se destaca la especificidad y los límites de un servicio de consulta de psiquiatría transcultural en el Servicio de Psiquiatría del Hospital Avicena (Francia) con los solicitantes de refugio, originarios principalmente de África y Asia del Sur, y que buscan atención psicológica por presentaren trastornos psicotraumáticos. Se trata de demostrar que un enfoque clínico que tiene en cuenta el contexto socio-político y la situación jurídica de los pacientes 'migrantes' permitirá la reaparición de la palabra al sujeto. Desde la construcción de dos fragmentos clínicos, tratamos de mostrar cómo las representaciones políticas y sociales del "migrante", "refugiado", "víctima", "sospechoso" dejan sus marcas concretas y simbólicas en los sujetos así como influyen en nuestra forma de conducir el trabajo clínico. Esto nos permitirá, en un segundo momento, cuestionar la noción de alienación. Por último, vamos a lanzar una proposición clínica que tiene como objetivo eliminar de la consulta en psicoterapia las limitaciones impuestas por las representaciones sociales que callan a los hombres.(AU)