RESUMO
ABSTRACT OBJECTIVE To analyze the use of health services in the Brazilian population by sociodemographic factors, according to data from the 2013 Brazilian National Health Survey. METHODS The study analyzed data from 205,000 Brazilian citizens in all age groups who participated in the Brazilian National Health Survey, a cross-sectional study carried out in 2013. Prevalence and confidence intervals were estimated for indicators related to access to and use of health services according to age group, level of education of head of household, and Brazilian macroregions. RESULTS Among individuals who sought health services in the two weeks prior to the survey, 95.3% (95%CI 94.9–95.8) received care in their first visit. Percentages were higher in the following groups: 60 years of age and over; head of household with complete tertiary education; living in the South and Southeast regions. In addition, 82.5% (95%CI 81.2–83.7) of individuals who received health care and prescriptions were able to obtain all the necessary medicines, 1/3 of them from SUS. Less than half the Brazilian population (44.4%; 95%CI 43.8–45.1) visited a dentist in the 12 months prior to the survey, with smaller percentages among the following groups: 60 years of age or older; head of household with no education or up to incomplete elementary; living in the North region of Brazil. CONCLUSIONS People living in the South and Southeast regions still have greater access to health services, as do those whose head of household has a higher level of education. The (re)formulation of health policies to reduce disparities should consider differences encountered between regions and social levels.
RESUMO OBJETIVO Descrever o uso de serviços de saúde na população brasileira segundo fatores sociodemográficos, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. MÉTODOS Foram analisados dados referentes a 205 mil brasileiros, de todas as faixas etárias, que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde, estudo transversal conduzido em 2013. Calcularam-se as prevalências e seus intervalos de confiança para indicadores referentes ao acesso e a utilização dos serviços de saúde, segundo grupos de idade, nível de instrução do chefe da família e macrorregiões do país. RESULTADOS Dentre os indivíduos que procuraram o serviço de saúde nas duas semanas prévias à pesquisa, 95,3% (IC95% 94,9–95,8) conseguiu usá-lo na primeira vez que procurou. As proporções foram maiores: no grupo de 60 anos ou mais; cujo chefe da família tinha nível superior completo; e nas regiões Sul e Sudeste. Ainda, dos indivíduos atendidos e que tiveram medicamentos receitados, 82,5% (IC95% 81,2–83,7) conseguiram obter todos os medicamentos, sendo 1/3 pelo SUS. Menos da metade da população brasileira (44,4%; IC95% 43,8–45,1) consultou um dentista nos 12 meses anteriores à pesquisa, com proporções menores entre: indivíduos com 60 anos ou mais; cujo chefe da família não possuía nível de instrução ou tinha até o fundamental incompleto; e indivíduos que residiam na região Norte do país. CONCLUSÕES Pessoas que residem nas regiões Sul e Sudeste ainda possuem maior acesso aos serviços de saúde, bem como aquelas cujo chefe da família tem maior nível de instrução. A (re)formulação de políticas de saúde no intuito de reduzir disparidades deve considerar as diferenças regionais e entre níveis sociais encontradas.
Assuntos
Humanos , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Adulto Jovem , Acessibilidade aos Serviços de Saúde/estatística & dados numéricos , Serviços de Saúde/estatística & dados numéricos , Brasil , Estudos Transversais , Equidade em Saúde , Inquéritos Epidemiológicos , Programas Nacionais de Saúde , Fatores Socioeconômicos , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
RESUMO OBJECTIVE To analyze the breadth of care coordination by Primary Health Care in three health regions. METHODS This is a quantitative and qualitative case study. Thirty-one semi-structured interviews with municipal, regional and state managers were carried out, besides a cross-sectional survey with the administration of questionnaires to physicians (74), nurses (127), and a representative sample of users (1,590) of Estratégia Saúde da Família (Family Health Strategy) in three municipal centers of health regions in the state of Bahia. RESULTS Primary Health Care as first contact of preference faced strong competition from hospital outpatient and emergency services outside the network. Issues related to access to and provision of specialized care were aggravated by dependence on the private sector in the regions, despite progress observed in institutionalizing flows starting out from Primary Health Care. The counter-referral system was deficient and interprofessional communication was scarce, especially concerning services provided by the contracted network. CONCLUSIONS Coordination capacity is affected both by the fragmentation of the regional network and intrinsic problems in Primary Health Care, which poorly supported in its essential attributes. Although the health regions have common problems, Primary Health Care remains a subject confined to municipal boundaries.
RESUMO OBJETIVO Analisar o alcance da coordenação do cuidado pela Atenção Primária à Saúde em três regiões de saúde. MÉTODOS Trata-se de estudo de caso, com abordagem quantitativa e qualitativa. Foram realizadas 31 entrevistas semiestruturadas com gestores municipais, regionais e estaduais e estudo transversal com aplicação de questionários para médicos (74), enfermeiros (127) e amostra representativa de usuários (1.590) da Estratégia Saúde da Família em três municípios-sede de regiões de saúde do estado da Bahia. RESULTADOS A função de porta de entrada preferencial pela Atenção Primária à Saúde deparava-se com forte concorrência de serviços ambulatoriais hospitalares e de pronto-atendimento, desarticulados da rede. Problemas de acesso e oferta de atenção especializada eram agravados pela dependência do setor privado nas regiões, ainda que tenham sido observados avanços na institucionalização de fluxos desde a Atenção Primária à Saúde. A contrarreferência era deficiente e a comunicação interprofissional escassa, principalmente quando o usuário era atendido na rede contratada ou conveniada. CONCLUSÕES A capacidade de coordenação mostra-se afetada tanto pela fragmentação da rede regional, quanto por problemas intrínsecos à Atenção Primária à Saúde, pouco fortalecida em seus atributos essenciais. Apesar de as regiões de saúde apresentarem problemas em comum, a Atenção Primária à Saúde continua sendo um tema circunscrito aos limites municipais.