RESUMO
Com o objetivo de estudar descritiva e topograficamente os tratos e aptérios, torácicos e abdominais, em Suindara (Tyto alba, Scopoli 1769), foram utilizadas 15 aves adultas (06 machos e 09 fêmeas), pesando em média 430 g, doadas por óbito pela Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais IBAMA em Pernambuco. As aves foram fixadas mediante a aplicação subcutânea, intramuscular e intracavitária de solução aquosa de formaldeído a 10% e imersas na mesma solução por 48 horas. Em seguida, com auxílio de instrumentos cirúrgicos, as penas constantes nas regiões ventral, laterais e dorsal do tronco foram seccionadas próximo ao folículo, deixando de 0,2 a 0,3 cm do raque para melhor visualização e registro dos tratos e aptérios. Utilizou-se como padrão morfológico comparativo, a espécie Gallus gallus domesticus. O estudo mostrou que os tratos e aptérios possuem limites adversos, podendo ser menores ou maiores que as regiões os quais estão localizados. Além dos descritos para o padrão comparativo, foram identificados um trato e quatro aptérios (trato umeral ventral, aptério umeral cranial, aptério interescapular, aptério abdominal ventral e aptério abdominal lateral) os quais foram denominados e descritos de acordo com as relações anatômicas. Os tratos peitoral e esternal são unidos cranialmente e caudalmente, conferindo ao aptério peitoral uma conformação semilunar. O aptério lateral do corpo é dividido pelo trato lateral do corpo em duas partes, cranial e caudal. O aptério esternal, cranialmente não se comunica com outros aptérios e, caudalmente, continua-se como aptério abdominal ventral. Os tratos abdominais lateral e medial são delicados e apresentaram diferenças morfológicas na quantidade de fileiras de penas em relação ao sexo, sendo o lateral mais desenvolvido nos machos e o medial mais desenvolvido nas fêmeas. Mesmo pertencendo a ordem diferente, a Tyto alba apresenta tratos e aptérios com semelhanças morfológicas (forma, dimensão e relações de sintopia) aos da Gallus gallus domesticus, como também aspectos anatômicos particulares que caracterizam seu padrão morfológico além de auxiliar na identificação sexual da espécie.
In order to study the topographical and descriptive thoracic and abdominal tracts and apteria in barn owls (Tyto alba, Scopoli 1769), 15 adult birds (06 males and 09 females), weighing 430g on average, donated after death by the Superintendent of the Brazilian Institute of Environmental and Natural Resources - IBAMA located in Pernambuco, were used. The birds were fixed by subcutaneous, intramuscular and intracavitary infusion of a 10% formaldehyde solution and immersed in the same solution for 48 hours. Afterwards, with the aid of surgical instruments, the feathers from the ventral, lateral and dorsal trunk regions were sectioned near the follicle, leaving 0.2 to 0.3 cm from the rack for easier visualization and recording of tracts and apteria. The Gallus gallus domesticus species was used for comparative morphology. The study showed that tracts and apteria presented undefined limits which may be smaller or larger than the regions where they are located. In addition to the tracts and apteria described in the comparative standard study, others were found (ventral humeral tract, cranial humeral apterium, interscapular apterium, ventral abdominal apterium, lateral and abdominal apteria and dorsopelvic apterium) which were analyzed, named and described according to their anatomical relations. It was observed that the pectoral and sternal tracts are attached cranially and caudally, giving the pectoral apterium a crescent-shaped conformation. The lateral body apterium is divided by the body´s lateral tract into two side parts, cranial and caudal. The sternal apterium does not communicate with other apteria cranially, but caudally, it extends as the ventral abdominal apterium. The lateral and medial abdominal tracts are delicate and showed morphological differences in the number of rows of feathers related to sex, being the lateral more developed in males and the medial more developed in females. Even though they belong to a different order, the Tyto alba species presents morphologically similar apteria (shape, size and syntopy relations) to the Gallus gallus domesticus species, as well as anatomical features that characterize their particular morphology and help in identifying sexual species.