RESUMO
Introdução: A rinossinusite crônica é caracterizada pela inflamação da mucosa do nariz e seios paranasais, constituindo-se em uma das afecções mais prevalentes das vias aéreas superiores. É subdivida em rinossinusite sem polipose nasal (RSCsPN) e com polipose nasal (RSCcPN). A RSCcPN afeta 0,5-4% da população e causa degeneração crônica da mucosa com formação de múltiplas estruturas polipóides nas cavidades nasais e seios paranasais. Essas alterações levam a acentuada perda da qualidade de vida dos pacientes afetados com repercussões significativas no trabalho, nas atividades sociais e de lazer. Objetivo: O principal objetivo do estudo é avaliar a recorrência de polipose nasossinusal no primeiro, terceiro e sexto mês de acompanhamento dos pacientes submetidos a cirurgia endoscópica para tratamento de rinossinusite com polipose nasal (RSCcPN), que realizaram uso diário de montelucaste de sódio (10mg) por 6 meses. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional longitudinal tipo coorte histórico. Foram analisados prontuários dos pacientes do ambulatório de rinologia submetidos a cirurgia endoscópica para tratamento de RSCcPN de um hospital terciário no período de janeiro de 2012 a julho de 2016. A evolução pós operatória dos pacientes foi classificada por meio da fibronasofaringolaringoscopia, no primeiro, terceiro e sexto mês pós operatórios, segundo o Estadiamento de Meltzer. Foram considerados significativos valores de p<0,05. Resultados: Dos 27 pacientes analisados durante os 6 meses de pós operatório, 3 pacientes (11,1%) tiveram recidiva da doença no primeiro mês, 2 pacientes no terceiro mês e 2 pacientes no sexto mês, totalizando 7 pacientes (25,9%) ao final do estudo. Houve efetividade no controle da doença após tratamento de 20 pacientes (74%) que mantiveram-se sem polipose nasal detectadas pelas avaliações fibronasofaringolaringoscópicas pós operatórias.Conclusão: o uso de Montelucaste de sódio no pós operatório de pacientes adultos com polipose nasal teve efetividade no controle da doença (74%). O acompanhamento endoscópico dos pacientes demonstrou melhor evolução nos pacientes com ausência de asma e rinite alérgica com relação aos portadores dessas afecções.
Assuntos
Sinusite/cirurgia , Rinite , Pólipos NasaisRESUMO
Polipose nasossinusal (PN) é considerada um subgrupo da rinossinusite crônica. A etiologia e a patogênese são desconhecidas. Manifesta-se com obstrução nasal, rinorréia, anosmia e/ou hiposmia e dor facial; e pode apresentar alguns fatores associados (rinite alérgica (RA), intolerância ao ácido acetilsalicílico (AAS) e asma). Histologicamente é classificada segundo Hellquist. O tratamento é clínico, podendo ser cirúrgico. Objetivos: Avaliar aspectos clínicos, endoscópicos, tomográficos e histológicos da PN em pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico e comparar com o descrito na literatura. Métodos: Estudo transversal. Avaliado dados dos prontuários de pacientes com PN de Janeiro de 2014 a Janeiro de 2017. A faixa etária compreendeu dos 20 aos 70 anos. Prevalência para ambos os sexos de 50%. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, manifestações clínicas, fatores associados, aspectos endoscópicos e tomográficos e tipo histológico. Incluídos os portadores de PN submetidos a tratamento cirúrgico e excluídos os portadores de neoplasia nasossinusal ou de doenças associadas à PN. Os dados foram avaliados através da prevalência e de métodos estatísticos (Qui-quadrado, teste exato de Fisher e correlação de Pearson) apropriados com p< 0,05. Resultados: A manifestação clínica mais prevalente foi a obstrução nasal (85%) e o principal fator associado foi a RA (79%). Houve significância estatística para a correlação de PN, asma e fossas nasais. O acometimento das fossas nasais foi principalmente bilateral (70%) e o seio maxilar foi o mais afetado (94%). O tipo histológico eosinofílico teve prevalência de 79%. Conclusão: Não foi observado predileção por sexo. A idade média foi de 51,6 anos. A RA e a obstrução nasal apresentaram importante relação com a doença. Pacientes com asma tiveram mais chance de acometimento bilateral. O tipo histológico mais frequente foi o eosinofilico.