RESUMO
ABSTRACT Objective. To analyze temporal trends and inequalities in neonatal mortality between 2000 and 2020, and to set neonatal mortality targets for 2025 and 2030 in the Americas. Methods. A descriptive ecological study was conducted using 33 countries of the Americas as units of analysis. Both the percentage change and average annual percentage change in neonatal mortality rates were estimated. Measurements of absolute and relative inequality based on adjusted regression models were used to assess cross-country social inequalities in neonatal mortality. Targets to reduce neonatal mortality and cross-country inequalities were set for 2025 and 2030. Results. The estimated regional neonatal mortality rate was 12.0 per 1 000 live births in 2000-2004 and 7.4 per 1 000 live births in 2020, representing a percentage change of -38.3% and an average annual percentage change of -2.7%. National average annual percentage changes in neonatal mortality rates between 2000-2004 and 2020 ranged from -5.5 to 1.9 and were mostly negative. The estimated excess neonatal mortality in the 20% most socially disadvantaged countries, compared with the 20% least socially disadvantaged countries, was 17.1 and 9.8 deaths per 1 000 live births in 2000-2004 and 2020, respectively. Based on an extrapolation of recent trends, the regional neonatal mortality rate is projected to reach 7.0 and 6.6 neonatal deaths per 1 000 live births by 2025 and 2030, respectively. Conclusions. National and regional health authorities need to strengthen their efforts to reduce persistent social inequalities in neonatal mortality both within and between countries.
RESUMEN Objetivo. Analizar las desigualdades en la mortalidad neonatal y las tendencias en el transcurso del tiempo entre el 2000 y el 2020, y establecer metas en materia de mortalidad neonatal para el 2025 y el 2030 en la Región de las Américas. Métodos. Se realizó un estudio ecológico descriptivo con información de 33 países de la Región de las Américas que se usaron como unidades de análisis. Se calculó tanto la variación porcentual como la variación porcentual anual media de las tasas de mortalidad neonatal. Se utilizaron mediciones de la desigualdad absoluta y relativa basadas en modelos de regresión ajustados, para evaluar las desigualdades sociales en los diversos países en cuanto a la mortalidad neonatal. Se establecieron metas de reducción de la mortalidad neonatal y de las desigualdades en los diversos países para el 2025 y el 2030. Resultados. La tasa de mortalidad neonatal en la Región fue de 12,0 por 1 000 nacidos vivos en el período 2000-2004 y de 7,4 por 1 000 nacidos vivos en el 2020, lo que representa una variación porcentual del -38,3% y una variación porcentual anual media del -2,7%. Las variaciones porcentuales anuales medias de las tasas de mortalidad neonatal a nivel nacional entre el período 2000-2004 y el 2020 oscilaron entre -5,5 y 1,9, y fueron en su mayor parte negativas. El exceso de mortalidad neonatal estimado en el 20% de los países más desfavorecidos socialmente, en comparación con el 20% de los países menos desfavorecidos socialmente, fue de 17,1 muertes por 1 000 nacidos vivos en el período 2000-2004 y de 9,8 muertes por 1 000 nacidos vivos en el 2020. Al extrapolar las tendencias más recientes, se prevé que la tasa de mortalidad neonatal de la Región alcance valores de 7,0 y 6,6 muertes neonatales por 1 000 nacidos vivos en el 2025 y el 2030, respectivamente. Conclusiones. Las autoridades de salud nacionales y regionales deben fortalecer las medidas para reducir las desigualdades sociales que aún persisten en materia de mortalidad neonatal, tanto entre los distintos países como dentro de cada país.
RESUMO Objetivo. Analisar as tendências temporais e desigualdades em mortalidade neonatal entre 2000 e 2020 e estabelecer metas de mortalidade neonatal para 2025 e 2030 na Região das Américas. Métodos. Estudo ecológico descritivo examinando 33 países das Américas como unidades de análise. Foram estimadas a variação percentual e a variação percentual anual média das taxas de mortalidade neonatal. Foram usadas medidas de desigualdade absoluta e relativa baseadas em modelos de regressão ajustados para avaliar desigualdades sociais entre países em termos de mortalidade neonatal. Foram definidas metas de redução da mortalidade neonatal e das desigualdades entre países para 2025 e 2030. Resultados. A taxa regional estimada de mortalidade neonatal foi de 12,0 por mil nascidos vivos em 2000-2004, e de 7,4 por mil nascidos vivos em 2020, representando uma variação percentual de -38,3%, e uma variação percentual anual média de -2,7%. As variações percentuais anuais médias nacionais das taxas de mortalidade neonatal entre 2000-2004 e 2020 variaram entre -5,5 e 1,9 e, em sua maioria, foram negativas. O excesso estimado de mortalidade neonatal nos países que estavam entre os 20% mais desfavorecidos socialmente, em comparação com os países entre os 20% menos desfavorecidos, foi de 17,1 e 9,8 mortes por mil nascidos vivos em 2000-2004 e 2020, respectivamente. Com base em extrapolação das tendências recentes, estima-se que a taxa de mortalidade neonatal regional deve atingir 7,0 e 6,6 mortes neonatais por mil nascidos vivos em 2025 e 2030, respectivamente. Conclusões. As autoridades de saúde nacionais e regionais precisam intensificar seus esforços para reduzir desigualdades sociais persistentes na mortalidade neonatal, tanto dentro dos países quanto entre eles.
RESUMO
A morte perinatal, compreendida como a morte de um feto entre 28 semanas ou mais de gestação e nascido vivo com menos de 28 dias de idade, envolve aspectos multidimensionais do sofrimento familiar. Entre as estratégias existentes de como lidar com esse sofrimento, a espiritualidade, entendida como busca pessoal de compreensão das questões existenciais humanas e suas relações com o sagrado e transcendente, pode ser uma forma de ressignificar esse processo de luto. Investigar a influência da espiritualidade no luto familiar decorrente de mortes perinatais. Foi realizada uma pesquisa no PUBMED utilizando os descritores DeCs/Mesh "Bereavement", "Perinatal death" e "Spirituality" no mês de junho de 2023. Foram incluídos 14 artigos nesta revisão narrativa. Realizar rituais que honrem a memória do bebê, identificando-o como membro da família favorecem o processo de elaboração e aceitação do luto. A autorreflexão acerca do processo da perda torna-se inerente para ressignificar o luto perinatal como uma "experiência humana natural". Além disso, a espiritualidade representa um meio de fortalecimento e ressignificação tanto para a mãe quanto para os familiares diante do sofrimento experienciado. Por fim, há uma carência de profissionais de saúde e religiosos qualificados que consigam abordar de uma maneira sistemática a oferecer melhora no processo e na qualidade assistencial da perda materna. A experiência do luto perinatal pode assumir novos valores e significados ao ser reconhecida, respeitada e auxiliada por profissionais qualificados em abordar sobre o tema, sendo a espiritualidade um aspecto importante para a elaboração do luto materno.
Perinatal death, understood as the death of a fetus between 28 weeks or more of gestation and a live birth less than 28 days old, involves multidimensional aspects of family suffering. Among the existing strategies for dealing with this suffering, spirituality, understood as a personal search for understanding human existential issues and their relationships with the sacred and transcendent, can be a way of giving new meaning to this grieving process. Investigate the influence of spirituality on family bereavement resulting from perinatal deaths. A search was carried out on PUBMED using the DeCs/Mesh descriptors "Bereavement", "Perinatal death" and "Spirituality" in June 2023. 14 articles were included in this narrative review. Performing rituals that honor the baby's memory, identifying them as a member of the family, favors the process of elaboration and acceptance of bereavement. Self-reflection about the process of loss becomes inherent to re-signify perinatal bereavement as a "natural human experience". Furthermore, spirituality represents a means of strengthening and giving new meaning for both the mother and family members in the face of the suffering experienced. Finally, there is a lack of qualified health and religious professionals who can systematically approach and improve the process and quality of care for maternal loss. The experience of perinatal bereavement can take on new values and meanings when recognized, respected and assisted by professionals qualified to address the topic, with spirituality being an important aspect in the elaboration of maternal bereavement.
RESUMO
Resumo Estudo caso-controle com o objetivo de estimar os fatores de risco da mortalidade perinatal em um hospital de referência para gestações de alto risco em Curitiba-PR. Os dados de características sociodemográficas, maternas, da gestação e do concepto foram obtidos dos prontuários hospitalares de 316 casos e 316 controles do período de 2013 a 2017. Foi realizada análise de regressão logística múltipla hierarquizada, permanecendo no modelo final variáveis com p < 0,05. Os resultados mostram aumento do risco de óbito perinatal em mães com tipo sanguíneo B (OR = 2,82; IC95%: 1,07-7,43), que não realizaram pré-natal (OR = 30,78; IC95%: 4,23-224,29), conceptos com malformações congênitas (OR = 63,90; IC95%: 27,32-149,48), nascidos com menos de 28 (OR = 24,21; IC95%: 1,10-531,81) e entre 28-31 semanas de gestação (OR = 6,03; IC95%: 1,34-27,17) e peso ao nascer abaixo de 1.000g (OR = 51,94; IC95%: 4,31-626,46), entre 1.000-1.499g (OR = 11,17; IC95%: 2,29-54,41) e entre 1.500-2.499g (OR = 2,75; IC95%: 1,25-6,06). Conceptos de gestações com desfecho prematuro, baixo peso ao nascer e presença de malformações congênitas são os principais fatores de risco para o óbito perinatal. Em contrapartida, a assistência pré-natal adequada é importante fator de proteção.
Abstract A case-control study was carried out to estimate risk factors for perinatal mortality in a referral hospital for high-risk pregnancies in Curitiba-PR. Sociodemographic, maternal, pregnancy and concept characteristics data were obtained from the hospital records of 316 cases and 316 controls from 2013 to 2017. A hierarchical multiple logistic regression analysis was performed, remaining in the final model variables with p < 0.05. The results show an increased risk of perinatal death in mothers with blood type B (OR = 2.82; 95%CI: 1.07-7.43), who did not undergo prenatal care (OR = 30.78; 95%CI: 4.23-224.29), fetuses with congenital malformations (OR = 63.90; 95%CI: 27.32-149.48), born under 28 (OR = 24.21; 95%CI: 1, 10-531.81) and between 28-31 weeks of gestation (OR = 6.03; 95%CI: 1.34-27.17) and birth weight below 1,000g (OR = 51.94; 95%CI: 4.31-626.46), between 1,000-1,499g (OR = 11.17; 95%CI: 2.29-54.41) and between 1,500-2,499g (OR = 2.75; 25-6.06). Concepts of pregnancies with premature outcome, low birth weight and the presence of congenital malformations are the main risk factors for perinatal death. On the other hand, adequate prenatal care is an important protective factor.
RESUMO
Introdução: O luto perante a morte perinatal é específico e diferente de uma perda real, uma vez que a mãe nunca conheceu o objeto do seu luto e a morte repentina do bebê representa também a perda de uma identidade maternal. É neste momento, após o conhecimento de que algo que não aconteceu, que as expectativas e os desejos de gerarem uma vida ficam proibidos, e o sofrimento e a reação à perda tomam repercussões. Objetivo: Investigar as vivências de mães em luto perinatal. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, realizada com mulheres em luto perinatal acompanhadas pela equipe multiprofissional de uma maternidade pública da Paraíba, com idade maior ou igual a 18 anos. Utilizou-se a saturação dos dados para o fechamento amostral. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados: Participaram das entrevistas 18 mulheres em luto perinatal. A partir dos discursos das mulheres enlutadas foi possível elaborar duas categorias temáticas: categoria temática 1 processo de enlutamento; e categoria temática 2 processo de cuidar à parturiente. Discussão: De forma geral, observou-se que a maioria das mulheres elaborou a perda de seus bebês, atravessou o trabalho de luto, experimentando sentimentos de choque, negação, culpa, ambivalência, e, com isso, ressignificando suas dores, contudo, outras mulheres não conseguiram elaborar a perda do bebê morto. No que se refere ao processo de cuidar, observou-se, de forma geral, uma lacuna na assistência humanizada às mulheres, sobretudo no período intraparto e puerperal. Conclusão: Consideram-se urgente a elaboração e a implantação de uma política pública voltada para o luto perinatal, desde o puerpério imediato até o seu retorno domiciliar, a fim de assistir às mulheres no período puerperal, considerado o mais difícil no processo de enlutamento.
Introduction: Mourning perinatal death is specific and different from a real loss, since the mother never knew the object of her grief and the sudden death of the baby also represents the loss of a maternal identity. It is at this moment, after knowing that something did not happen, that the expectations and desires to generate a life are prohibited, and the suffering and the reaction to the loss take on repercussions. Objective: To investigate the experiences of mothers in perinatal mourning. Method: This is an exploratory research, with a qualitative approach, carried out with women in perinatal mourning accompanied by the multidisciplinary team of a public maternity hospital in Paraíba, aged 18 years or more. Data saturation was used for sample closing. Bardin's Content Analysis technique was used for data analysis. Results: 18 women in perinatal mourning participated in the interviews. From the speeches of the bereaved women, it was possible to elaborate two thematic categories: thematic category 1 process of mourning; and thematic category 2 process of caring for the parturient woman. Discussion: In general, it was observed that most women elaborated the loss of their babies, went through the work of mourning, experiencing feelings of shock, denial, guilt, ambivalence, and, with that, resignifying their pain, however, other women were unable to work through the loss of the dead baby. With regard to the care process, there was, in general, a gap in humanized care for women, especially in the intrapartum and puerperal period. Conclusion: It is considered urgent to elaborate and implement a public policy aimed at perinatal mourning, from the immediate puerperium to your return home, in order to assist women in the puerperal period, considered the most difficult in the grieving process.
RESUMO
RESUMO Objetivo: identificar as experiências e a condutas do profissional de saúde diante do óbito neonatal disponíveis na literatura. Método: estudo bibliográfico descritivo, do tipo revisão integrativa, com delimitação temporal de 2009 a 2020, realizado nas bases de dados LILACS, BDENF, MEDLINE, Scopus, Web of Science, CINAHL e biblioteca virtual SciELO, por duas pesquisadoras de forma independente em junho de 2021. Foram selecionados 511 artigos, mas somente 21 compuseram o corpus final do estudo após a aplicação dos critérios de inclusão/exclusão. Resultados: os estudos evidenciaram que as experiências dos profissionais diante do óbito são permeadas por sentimentos ambivalentes que influenciam na escolha de suas estratégias de enfrentamento. Dentre as condutas adotadas pelos profissionais, a comunicação clara e sensível, o acolhimento ao luto dos familiares, o respeito à decisão dos pais em relação aos cuidados com o recém-nascido e a entrega de lembranças foram consideradas atitudes positivas para a superação do óbito neonatal. Considerações finais: os resultados mostram o despreparo dos profissionais para lidar com o processo de morte do recém-nascido e a necessidade de haver estratégias de educação permanente voltada ao óbito neonatal.
RESUMEN Objetivo: identificar las experiencias y conductas de los profesionales de la salud ante la muerte neonatal disponibles en la bibliografía. Método: estudio bibliográfico descriptivo, tipo revisión integradora, con delimitación temporal de 2009 a 2020, realizado en las bases de datos LILACS, BDENF, MEDLINE, Scopus, Web of Science, CINAHL y la biblioteca virtual SciELO, por dos investigadoras de forma independiente en junio de 2021. Se seleccionaron 511 artículos, pero sólo 21 constituyeron el corpus final del estudio tras aplicar los criterios de inclusión/exclusión. Resultados: los estudios evidencian que las experiencias de los profesionales en el ámbito laboral están impregnadas de sentimientos ambivalentes que influyen en la elección de sus estrategias de enfrentamiento. Entre las conductas adoptadas por los profesionales, se destacan: la comunicación clara y sensible; atención al duelo de los familiares; el respeto a la decisión de los países en relación a los cuidados con el recién nacido; y la entrega de las memorias, fueron consideradas actitudes positivas para la superación del fallecimiento neonatal. Consideraciones finales: los resultados muestran la falta de preparación de los profesionales para afrontar el proceso de muerte del recién nacido y la necesidad de estrategias de formación continua centradas en la muerte neonatal.
ABSTRACT Objective: to identify the experiences and behaviors of healthcare professionals in the face of neonatal death Available from the literature. Method: descriptive bibliographical study, of the integrative review type, with temporal delimitation from 2009 to 2020, carried out in the LILACS, BDENF, MEDLINE, Scopus, Web of Science, CINAHL and SciELO virtual library databases, by two researchers independently in June de 2021. A total of 511 articles were selected, but only 21 made up the final corpus of the study after applying the inclusion/exclusion criteria. Results: the studies showed that the experiences of professionals in the face of death are permeated by ambivalent feelings that influence the choice of their coping strategies. Among the behaviors adopted by the professionals, clear and sensitive communication, welcoming the grieving of family members, respect for the parents' decision regarding the care of the newborn and the delivery of memories were considered positive attitudes for overcoming neonatal death. Final considerations: the results show the unpreparedness of healthcare professionals to deal with the newborn's death process and the need for permanent education strategies focused on neonatal death.
Assuntos
Humanos , Recém-Nascido , Atitude Frente a Morte , Estratégias de Saúde , Mortalidade Neonatal Precoce , Acolhimento , Morte Perinatal , Adaptação Psicológica , Atitude do Pessoal de Saúde , Cuidados Paliativos na Terminalidade da Vida , Preparação em Desastres , Educação ContinuadaRESUMO
Objetivo: verificar a associação entre mulheres com critérios para near miss materno e o desfecho perinatal adverso. Métodos: realizado um estudo caso-controle, de abordagem quantitativo-exploratória por meio do levantamento de prontuários de mulheres internadas no ano de 2017, em um hospital público brasileiro de nível terciário. Resultados: Na análise bivariada, as condições obstétricas graves estiveram associadas aos óbitos perinatais, à prematuridade, ao baixo peso ao nascer, ao Apgar < 7 no primeiro minuto de vida, à necessidade de procedimentos ao nascer e à internação em Unidade de Terapia Intensiva. Após regressão logística, permaneceram associados a prematuridade e o encaminhamento à Unidade de Terapia Intensiva. Conclusões: o manejo adequado, em conformidade com as boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento e as boas condições prévias de saúde reduzem o impacto na morbimortalidade materna e infantil.
Objective: verify the association between women with criteria for maternal near miss and the adverse perinatal outcome. Methods: a case-control study of a quantitative-exploratory approach was performed by surveying medical records of women hospitalized in 2017, in a tertiary-level Brazilian public hospital. Results: in the bivariate analysis, severe obstetric conditions were associated with perinatal deaths, prematurity, low birth weight, Apgar < 7 in the first minute of life, the need for procedures at birth, and admission to the Intensive Care Unit. After logistic regression, prematurity and referral to the Intensive Care Unit remained associated. Conclusions: adequate management in accordance with good practices of labor and birth care and good health preconditions reduce the impact on maternal and child morbidity and mortality
Assuntos
Near Miss , Mulheres , Recém-Nascido de Baixo Peso , Recém-Nascido Prematuro , Mortalidade , PartoRESUMO
Esta dissertação investiga a construção dos fenômenos da morte e do luto gestacional e neonatal como problemática social e experiência de saúde na contemporaneidade. A medicina e os avanços tecnológicos têm promovido transformações relativas aos valores acerca da reprodução e do nascituro/recém-nascido. A redução das taxas de mortalidade alcançadas pela medicina a partir da metade do séc. XX oblitera o tema dos possíveis desenlaces fatais das gestações. Qualificados como "bebês", conceptos encarnam projetos de família e, por conseguinte, podem adquirir para o par parental o estatuto de pessoa, ainda que sua vida não tenha vingado. Diante do óbito prematuro (seja na gestação ou no pós-parto), observa-se o desinvestimento médico e dos serviços de saúde: as mulheres acometidas padecem de invisibilidade e ausência de cuidado. Este trabalho consiste, de um lado, na abordagem etnográfica documental dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/MeSH) com o objetivo de delinear valores e normas de conduta biomédicos relacionados à assistência reprodutiva e à do recém-nascido. O conjunto de classificações biomédicas é permeado por moralidades distintas que concedem ora a condição de resto fetal, ora o estatuto de pessoa, paciente e cidadão. De outro lado, dada a escassez de literatura brasileira, foram analisadas produções feministas/acadêmicas norte-americanas e francesas acerca da crescente visibilização do fenômeno do luto gestacional e neonatal (LGNN). Em resposta ao vácuo social do par parental cujo filho não sobreviveu, profissionais e acadêmicas engajam-se na ressignificação dos projetos de maternidade (e paternidade) interrompidos. São discursos e práticas calcados em críticas à episteme e hierarquia médicas. O entrelaçamento entre afetação e saber especializado oferece visibilidade e inserção coletiva às trajetórias femininas atravessadas pela morte prematura de filhos; o ideário do luto GNN concede novos sentidos à procriação, ao corpo feminino e à pessoa do nascituro/recém-nascido.
This dissertation investigates the construction of the phenomena of gestational and neonatal death and mourning as a contemporary social problem and health experience. Technological advances have promoted changes in the values of reproduction and personhood of the unborn/newborn. The decrease of the mortality rates, achieved by the applied medical science in the middle of the twentieth century, obliterates possible fatalities in the outcomes of pregnancies. Qualified as "babies", unborn children embody family projects and can be given the sense of personhood, regardless of its survival. However, when facing premature death (gestational or after birth), doctors and caregivers reduce the offers of services: affected women suffer from invisibility and absence of care. This research consists, on one hand, in the ethnography of Medical Subject Headings (DeCS/MeSH) to delineate biomedical values and norms of conduct related to reproductive and neonatal care. The set of biomedical classifications is permeated by ambiguous moralities that sometimes grant the condition of fetal waste, or the status of person, patient, and citizen. On the other hand, given the lack of Brazilian literature, North American and French authors ground the analysis of the growing visibility of the phenomenon of gestational and neonatal mourning. In response to the social gap experienced by the couple whose child did not survive, caregivers and academics engage themselves in the production of frames for the interrupted projects of motherhood (and fatherhood). The discourses and practices are based on criticisms of the medical knowledge and hierarchy. The intertwining between affectation and expertise offers visibility and integration to the women who suffered the premature death of their children; the ideology of gestational and neonatal (GNN) mourning assigns new meanings to the process of procreation, the female body, and the personhood of the unborn/newborn.
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , Luto , Morte PerinatalRESUMO
Introducción. La Morbilidad neonatal extrema se refiere a cualquier evento ocurrido en los primeros veintiocho días de vida con riesgo vital inminente. Es multifactorial, son relevantes los retrasos en la atención. En 2010 se describió por primera vez como indicador de salud pública en Brasil. Metodología. Estudio transversal en un hospital de alta complejidad en el año 2013. Se revisaron las características sociodemográficas y asistenciales, los eventos de morbilidad y sus desenlaces, el indicador mismo, la mortalidad neonatal y los retrasos en la atención (tipos I - IV). Resultados. Ingresaron 1,190 neonatos, se presentaron 120 casos y se analizaron los primeros 60 por saturación de datos. La tasa de morbilidad neonatal extrema fue de 59 por cada 1,000 nacidos vivos y la de mortalidad de 13.9, similares a las brasileñas y superiores a las nacionales (33 por cada 1,000). Los eventos más importantes con respecto a mortalidad fueron peso menor de 1,500 gramos, ventilación mecánica, Apgar menor de 7 a los 5 minutos y malformaciones congénitas. Los retrasos en las madres fueron predominantemente de tipo I (45.4%) por pobre control prenatal. El retraso neonatal más frecuente fue el tipo IV (40%), por mala adherencia a protocolos institucionales. Discusión. El indicador local fue mayor que el nacional por la complejidad institucional y los retrasos en la atención, los cuales causaron saturación estadística. Se puede mejorar con mayor adherencia a estrategias existentes como el control prenatal y protocolos institucionales. Conclusión. La Morbilidad neonatal extrema visibiliza las falencias en atención maternoneonatal. Cómo citar. Delgado-Beltrán AM., Beltrán-Avendaño MA., Pérez-Vera LA. Morbilidad neonatal extrema y sus desenlaces en un hospital de alta complejidad en el 2013. MedUNAB. 2021;24(1): 61-71. Doi: https://doi.org/10.29375/01237047.3960
Introduction. Extreme neonatal morbidity refers to any event that occurs in the first twenty-eight days of life with imminent vital risk. It is multifactorial and delays in treatment are relevant. It was described for the first time as a public health indicator in Brazil in 2010. Methodology. This was a cross-sectional study in a high complexity hospital in 2013. Sociodemographic and assistance characteristics, morbidity events and their outcomes, the indicator itself, neonatal mortality, and delays in treatment (types I - IV) were reviewed. Results. 1,190 neonates were entered, 120 cases occurred and the first 60 were analyzed due to data saturation. The extreme neonatal morbidity rate was 59 for every 1,000 children born alive and the mortality rate was 13.9. This was similar to the figures in Brazil and greater than national statistics (33 for every 1,000). The most significant events with respect to mortality were weight lower than 1,500 grams, mechanical ventilation, an Apgar score lower than 7 at 5 minutes and congenital anomalies. Delays from mothers were predominantly type I (45.4%) due to poor prenatal control. The most frequent neonatal delay was type IV (40%) due to bad adherence to institutional protocols. Discussion. The local indicator was greater than the national indicator due to the institutional complexity and delays in treatment, which cause statistical saturation. This can be improved with better adherence to existing strategies, such as prenatal control and institutional protocols. Conclusion. Extreme neonatal morbidity shows the flaws in maternal - neonatal healthcare. Cómo citar. Delgado-Beltrán AM., Beltrán-Avendaño MA., Pérez-Vera LA. Morbilidad neonatal extrema y sus desenlaces en un hospital de alta complejidad en el 2013. MedUNAB. 2021;24(1): 61-71. Doi: https://doi.org/10.29375/01237047.3960
Introdução. A morbidade neonatal extrema refere-se a qualquer evento que ocorra nos primeiros vinte e oito dias de vida com risco de vida iminente. É multifatorial, e os atrasos no atendimento são relevantes. Em 2010 foi descrita pela primeira vez como um indicador de saúde pública no Brasil. Metodologia. Estudo transversal em um hospital de alta complexidade em 2013. Foram revisadas as características sociodemográficas e assistenciais, os eventos de morbidade e seus resultados, o próprio indicador, a mortalidade neonatal e os atrasos no atendimento (tipos I - IV). Resultados. Foram internados 1,190 recém-nascidos, foram identificados 120 casos e os primeiros 60 foram analisados devido à saturação dos dados. A taxa de morbidade neonatal extrema foi de 59 por 1,000 nascidos vivos e a taxa de mortalidade de 13,9, semelhante às taxas brasileiras e superior às taxas nacionais (33 por 1,000). Os eventos mais importantes em relação à mortalidade foram peso inferior a 1,500 gramas, ventilação mecânica, Apgar menor que 7 em 5 minutos e malformações congênitas. Os atrasos nas mães foram predominantemente do tipo I (45.4%) devido ao cuidado pré-natal precário. O atraso neonatal mais frequente foi do tipo IV (40%), devido à falta de aderência aos protocolos institucionais. Discussão. O indicador local foi superior ao nacional devido à complexidade institucional e aos atrasos no atendimento, o que causou saturação estatística. Pode ser melhorado com uma maior adesão às estratégias existentes, como atendimento pré-natal e protocolos institucionais. Conclusão. A morbidade neonatal extrema torna visíveis as deficiências no cuidado materno-neonatal. Cómo citar. Delgado-Beltrán AM., Beltrán-Avendaño MA., Pérez-Vera LA. Morbilidad neonatal extrema y sus desenlaces en un hospital de alta complejidad en el 2013. MedUNAB. 2021;24(1): 61-71. Doi: https://doi.org/10.29375/01237047.3960
Assuntos
Morte Perinatal , Qualidade da Assistência à Saúde , Recém-Nascido , MortalidadeRESUMO
RESUMO Objetivo: Analisar a comunicação da morte do filho e o apoio ao luto de mulheres no período puerperal. Métodos: Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa realizada em uma capital do Nordeste. Foram aplicadas entrevistas semiestruturadas com 15 mulheres cujos recém-nascidos faleceram entre julho de 2012 e julho de 2014. As entrevistas abordaram questões acerca da morte do filho e do processo de luto. Foi realizada Análise de Conteúdo na modalidade temática. Resultados: As mulheres expressaram o sofrimento e a angústia diante da perda do filho, algumas vezes agravados pela forma da comunicação da notícia e pela falta de suporte ofertado para o enfrentamento. Foram encontradas duas categorias empíricas: receber a notícia da morte e voltar para casa de mãos vazias. As equipes não estão preparadas para a comunicação de notícias difíceis nem para o suporte às mulheres que perderam filhos recém-nascidos. Para as mulheres, o apoio recebido pela família e pela religião ajudou no processo de luto. Conclusões: Os resultados indicam a necessidade de capacitação profissional para comunicação de notícias difíceis e suporte ao luto, bem como a formulação de políticas institucionais que apoiem e ofereçam cuidado aos trabalhadores. Além disso, é necessária a articulação com as equipes da atenção básica para a continuidade do cuidado.
ABSTRACT Objective: To analyze the communication of a child's death and the grief support provided to the women during puerperium. Methods: This is a qualitative study performed at a capital of the Northeast region of Brazil. Semi-structured interviews were carried out with 15 women, whose children died from July 2012 to July 2014. The interviews contained questions about the child's death and the grieving process. The content analysis was performed with a thematic approach. Results: The women expressed the suffering and the anguish of the loss of a child, sometimes aggravated by the way in which the news of death was delivered, and by the lack of support offered in the coping process. Two empirical categories were found: receiving the news of death and going back home empty-handed. The health care teams are not prepared to deliver bad news, nor to give support to women who lose a newborn child. According to the women, the support received from the family and religion helped them in the grieving process. Conclusions: The results indicate the need for professional qualification for the delivery of bad news and for grief support. They also showed the need for institutional policies that offer support to the professionals. Besides, the articulation with the primary health care team is imperative for the continuity of care.
Assuntos
Humanos , Feminino , Recém-Nascido , Adulto , Adulto Jovem , Apoio Social , Revelação da Verdade , Pesar , Morte , Mães/psicologiaRESUMO
Abstract Objective To evaluate the effects of pregnancy in systemic lupus erythematosus (SLE) patients. Methods The present article is a retrospective cohort study. Datawere collected from medical records of pregnant women with SLE from January 2002 to December 2012 at Universidade Estadual de Campinas, in the city of Campinas, state of São Paulo, Brazil. Systemic lupus erythematosus and disease activity were defined according to the American College of Rheumatology and the Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index (SLEDAI) criteria respectively. The means, standard deviations (SDs), percentages and correlations were performed using the SAS software, version 9.4 (SAS Institute Inc., Cary, NC, US). Results We obtained data from 69 pregnancies in 58 women. During pregnancy, a new flare was observed in 39.2% (n = 27). The manifestations were most common in patients with prior kidney disease, and mainly occurred during the third quarter and the puerperium. Renal activity occurred in 24.6% (n = 17), and serious activity, in 16% (n = 11). Of all deliveries, 75% (n = 48) were by cesarean section. Twomaternal deaths occurred (3%). Preterm birth was themain complication in the newborns. The abortion rate was 8.7%. Severe SLEDAI during pregnancy was associated with prematurity (100%) and perinatal death (54%). Conclusion Thematernal-fetal outcome is worse in SLE when thewomen experience a flare during pregnancy. The best maternal-fetal outcomes occur when the disease is in remission for at least 6 months before the pregnancy.
Resumo Objetivo Avaliar os efeitos da gravidez em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES). Métodos Estudo de coorte retrospectivo. Os dados foram coletados de prontuários de mulheres com LES que engravidaram de janeiro de 2002 a dezembro de 2012 na Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil. Lúpus eritematoso sistêmico e atividade da doença foram definidos segundo o American College of Rheumatology e os critérios doÍndice deAtividadedaDoença de Lúpus Eritematoso (SLEDAI, nasigla eminglês), respectivamente. As médias, os desvios-padrão (DP), as porcentagens e as correlações foram realizados utilizando o software SAS, versão 9.4 (SAS Institute Inc., Cary, NC, US). Resultados Obtivemos dados de 69 gestações em58mulheres. Durante a gravidez, a reatividade da doença foi observada em 39.2% (n = 27). As manifestações mais comuns foram em pacientes com doença renal prévia, e ocorreram principalmente no terceiro trimestre e no puerpério. Atividade renal ocorreu em 24,6% (n = 17), e atividade grave, em 16% (n = 11). De todos os partos, 75% (n = 48) foram por cesariana. Dois óbitos maternos ocorreram (3%). A prematuridade foi a principal complicação nos recém-nascidos. A taxa de aborto foi de 8,7%. O índice SLEDAI grave durante a gestação foi associado à prematuridade (100%) e à morte perinatal (54%). Conclusão O resultado materno-fetal é pior no LES quando as mulheres sofrem crise de reativação durante a gravidez. Os melhores desfechos materno-fetais ocorrem quando a doença está em remissão por pelo menos 6 meses anteriores à gestação.
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Adulto , Complicações na Gravidez/diagnóstico , Complicações na Gravidez/terapia , Lúpus Eritematoso Sistêmico/diagnóstico , Lúpus Eritematoso Sistêmico/terapia , Estudos Retrospectivos , Estudos de Coortes , Pessoa de Meia-IdadeRESUMO
Abstract Objective: The aim of this study was to identify radiological and clinical risk factors for death in newborns with necrotizing enterocolitis. Materials and Methods: This was a retrospective cohort study, based on radiological examinations and medical charts of 66 infants with necrotizing enterocolitis, as confirmed by a finding of intestinal pneumatosis (stage IIA, according to modified Bell's staging criteria). Radiological and clinical variables were evaluated. Results: Of the 66 infants evaluated, 14 (21.2%) presented pneumatosis in the large and small bowel; 7 (10.6%) presented air in the portal system; and 12 (18.2%) died. Bivariate analysis revealed that the following variables were associated with death: bowel perforation; pneumatosis in the large and small bowel; air in the portal system; earlier gestational age; longer time on mechanical ventilation before the identification of pneumatosis; and longer time on mechanical ventilation before discharge or death. In the multivariate regression, the following variables remained as predictors of death: pneumatosis in the large and small intestines (odds ratio [OR] = 12.4; 95% confidence interval [95% CI] = 1.2-127.4; p = 0.035), perforation (OR = 23.2; 95% CI = 2.2-246.7; p = 0.009), and air in the portal system (OR = 69.7; 95% CI = 4.3-[not calculated]; p = 0.003). Conclusion: The set of factors most strongly associated with death in infants with necrotizing enterocolitis comprised extensive pneumatosis, pneumoperitoneum, and air in the portal system. Our findings confirm the importance of radiological imaging in the diagnosis and monitoring of necrotizing enterocolitis.
Resumo Objetivo: Determinar fatores de risco radiológicos e clínicos para o desfecho de óbito em recém-nascidos com enterocolite necrosante. Materiais e Métodos: Estudo de coorte retrospectivo de exames radiológicos e prontuários de 66 recém-nascidos com enterocolite necrosante confirmada pela presença de pneumatose intestinal (estágio IIA, segundo os critérios modificados de Bell). Foram estudados achados radiológicos e variáveis clínicas. Resultados: Catorze casos (21,2%) apresentaram pneumatose nos intestinos grosso e delgado, 7 (10,6%) apresentaram ar no sistema porta e 12 (18,2%) faleceram. As análises bivariadas indicaram que as variáveis significativas para o óbito foram: perfuração intestinal, pneumatose localizada nos intestinos grosso e delgado, ar no sistema porta, menor idade gestacional, longos períodos de ventilação mecânica até a identificação da pneumatose e longos períodos de ventilação mecânica até a data de alta/óbito. Na regressão multivariada, mantiveram-se como preditores do óbito: pneumatose localizada nos intestinos grosso e delgado (odds ratio [OR] = 12,4; intervalo de confiança de 95% [IC 95%] = 1,2-127,4; p = 0,035), perfuração (OR = 23,2; IC 95% = 2,2-246,7; p = 0,009) e ar no sistema porta (OR = 69,7; IC 95% = 4,3-não calculado; p = 0,003). Conclusão: Pneumatose extensa, pneumoperitônio e ar no sistema porta compuseram o melhor conjunto de fatores associados ao óbito. Esses achados corroboram a importância da radiografia simples de abdome no diagnóstico e acompanhamento da enterocolite necrosante.
RESUMO
RESUMO Objetivo: identificar os aspectos epidemiológicos dos óbitos fetais e neonatais precoces em filhos de pacientes classificadas com near miss e os fatores associados a este desfecho. Método: estudo transversal realizado com 79 mulheres identificadas com near miss e seus recém-nascidos. As variáveis foram analisadas utilizando-se o teste Exato de Fisher. Os fatores de risco foram estimados com base nas razões de chances não ajustadas e ajustadas, e por meio de análise de correspondência múltipla, com significância para p < 0,05. Resultados: as desordens hipertensivas totalizaram 40,5%; destas, 58,3% tiveram desfecho fetal e neonatal adverso. Mostraram-se significantes para o desfecho os recém-nascidos admitidos na Unidade Terapia Intensiva Neonatal (70,8%), idade gestacional < 32 semanas (41,6%), peso ao nascer < 2500 (66,7%), asfixia neonatal (50%) e desconforto respiratório precoce (72,2%). Conclusão: prematuridade, asfixia neonatal e desconforto respiratório precoce constituíram características significantes para o desfecho entre os recém-nascidos.
RESUMEN Objetivo: identificar los aspectos epidemiológicos de los óbitos fetales y neonatales precoces en hijos de pacientes clasificados con near miss y los factores asociados a este desenlace. Método: estudio transversal realizado con 79 mujeres identificadas con near miss y sus recién nacidos. Las variables fueron analizadas utilizando la prueba Exacta de Fisher. Los factores de riesgo fueron estimados con base en las razones de posibilidades no ajustadas y ajustadas, y por intermedio de análisis de correspondencia múltiple, con significación para p < 0,05. Resultados: los desórdenes hipertensivos totalizaron el 40,5%; de los cuales el 58,3% tuvieron desenlace fetal y neonatal adverso. Se han mostrado significativos para el desenlace los recién nacidos admitidos en la Unidad de Terapia Intensiva Neonatal (70,8%), edad gestacional < 32 semanas (41,6%), peso al nacer < 2500 (66,7%), asfixia neonatal (50%) y dificultad respiratoria de inicio precoz (72,2%). Conclusión: prematuridad, asfixia neonatal y dificultad respiratoria de inicio precoz constituyeron características significativas para el desenlace entre los recién nacidos.
ABSTRACT Objective: identify the epidemiological aspects of early fetal and neonatal deaths in children of patients classified with near miss and the factors associated with this outcome. Method: a cross-sectional study of 79 women identified with near miss and their newborns. The variables were analyzed using Fisher’s exact test. Risk factors were estimated based on unadjusted and adjusted odds ratios, and by means of multiple correspondence analysis, with significance for p <0.05. Results: hypertensive disorders totaled 40.5%; Of these, 58.3% had adverse fetal and neonatal outcome. The newborns admitted to the Neonatal Intensive Care Unit proved to be significant for the outcome (70.8%), gestational age <32 weeks (41.6%), birth weight <2500 (66.7%), neonatal asphyxia (50%) and early respiratory discomfort (72.2%). Conclusion: prematurity, neonatal asphyxia, and early respiratory distress were significant characteristics for the outcome among newborns.
Assuntos
Humanos , Lactente , Pré-Escolar , Mortalidade Infantil/tendências , Mortalidade Perinatal/tendências , Near Miss/estatística & dados numéricos , Brasil/epidemiologia , Unidades de Terapia Intensiva Neonatal/organização & administração , Unidades de Terapia Intensiva Neonatal/estatística & dados numéricos , Mortalidade Infantil , Mortalidade Materna/tendências , Estudos Transversais , Fatores de Risco , Near Miss/tendências , Hipertensão/complicações , Hipertensão/epidemiologiaRESUMO
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), assim como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), uma epidemia mundial,pode acarretar graves consequências em termos de morbidade e mortalidade materna e fetal. Objetivos: Descrever o perfil clínico e epidemiológico, e o desfecho reprodutivo em gestantes infectadas pelo HIV. Métodos: Estudo de corte transversal, com 109 gestantes infectadas pelo HIV que tiveram terminação na maternidade de um hospital universitário em Vitória, Espírito Santo, entre novembro de 2001 e maio de 2012. Os dados foram extraídos de prontuários médicos e registros públicos. Resultados: Os achados mais marcantes entre os casos foram idade materna média de 28 anos, pardas e negras (76,1%), até 8anos do Ensino Fundamental (63,3%), ocupação do lar (59,4%) e casada/união estável (70,6%). Eram nulíparas 24,1%, e 15,7% com 3 ou mais partos, 33%tiveram o diagnóstico de infecção pelo HIV durante a gestação atual, sendo 53,7% das gestantes com critérios para Aids. O parto cesáreo ocorreu em 82,6%dos casos, parto pretermo em 17,4%, baixo peso ao nascer em 23,9% e morte perinatal em 4,6% dos recém-nascidos. Conclusão: Observou-se nesta casuística a ocorrência de um perfil de gestantes de baixo nível socioeconômico. O parto pretermo e a morte perinatal foram mais comuns que na população em geral,sinalizando para a necessidade de ações preventivas durante o acompanhamento da gestante infectada pelo HIV para redução desses eventos.
The infection by the human immunodeficiency virus (HIV), as well as the acquired immune deficiency syndrome (Aids), a worldwide epidemic,may lead to serious consequences in terms of maternal and fetal morbidity and mortality. Objective: To describe the clinical and epidemiological profiles and the reproductive outcome in HIV-infected pregnant women. Methods: Cross-sectional study, with 109 pregnant women infected by HIV who had their termination in auniversity hospital maternity in Vitória, Espírito Santo, from November 2001 to May 2012. The data were extracted from medical and public records. Results: Themost prominent findings among the cases were average maternal age of 28 years, non-white (76.1%), up to 8 years of elementary school (63.3%), housewives (59.4%)and marital status married/cohabitation (70.6%). The nulliparous were 24.1%, and 15.7% had 3 or more childbirths, 33% had a diagnosis of HIV infection duringpregnancy, and 53.7% of pregnant women met the criteria for Aids. The cesarean occurred in 82.6% of cases, preterm birth in 17.4%, and low birth weight in 23.9%and perinatal death in 4.6% of the newborns. Conclusion: It has been observed, in this casuistry, a pregnant women profile of low socioeconomic level. Preterm birthand perinatal death were more common than in the general population, indicating the need for preventive actions for monitoring the HIV infected pregnant women inorder to reduce these events
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Adulto , Perfil de Saúde , HIV , Gestantes , Morte Perinatal/prevenção & controle , Estudos Transversais , Hospitais UniversitáriosRESUMO
O objetivo deste trabalho é investigar a experiência emocional materna na gravidez e parto prematuro subsequente à perda perinatal, que é definida como sendo o óbito fetal ocorrido nas últimas semanas de gestação ou o do recém-nascido nas primeiras semanas após o parto. Faz parte do trabalho realizado durante o curso de doutorado em Saúde da Mulher (Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz) que utilizou do método qualitativo de pesquisa em saúde para a construção de histórias de vida através das técnicas de entrevistas abertas, não diretivas, e observação participante. O trabalho de campo consistiu no acompanhamento da dupla mãe-bebê durante a internação e seis meses após a alta hospitalar. A amostra dos sujeitos selecionados foi realizada a partir do critério relativo ao acompanhamento por 24 horas de internações com duração igual ou superior a trinta dias. Este artigo se refere a uma das quatro histórias de vidas construídas. Resultados: produção de conhecimento sobre o estado de humor materno em mães de bebês prematuros após a alta hospitalar, através da identificação de reações emocionais características de um trabalho de luto específico ligado à perda perinatal em sua relação com as síndromes do "bebê de substituição" e da "criança vulnerável".
The objective of this study was to investigate the maternal mood after pregnancy and premature childbirth after perinatal loss which is defined as the fetal death occurred in the last weeks of gestation or the newborn in the first few weeks after delivery. The study is part of the work executed during a phD course in Woman's Health (Fundação Oswaldo Cruz-Instituto Fernandes Figueira) using the qualitative method of research in health for the construction of life histories by means of techniques of opened, non-directive interviews, and participant comment. The field work consisted in accompanying of the double mother-baby during hospitalization and six months after discharge. The sample of the selected subjects was chosen from the relative criterion to the accompaniment by 24 hours of internments with equal or superior duration of 30 days. This article if relates one of four histories of constructed lives. The result was the production of knowledge on the state of maternal mood in mothers of premature babies after hospital discharge through the identification of emotional reactions characteristics of a work of mourning linked to specific perinatal loss in its relationship with the syndromes of the "baby of substitution" and "vulnerable child".