RESUMO
Abstract Infection is one of the most feared complications in the postoperative period of knee arthroplasties. With the progressive aging of the population and the increased incidence of degenerative joint diseases, there is an exponential increase in the number of arthroplasties performed and, consequently, in the number of postoperative infections. The diagnosis of these should follow a hierarchical protocol, with welldefined criteria, which lead to diagnostic conclusion, thus guiding the most appropriate treatment. The aim of the present update article is to present the main risk factors, classifications and, mainly, to guide diagnostic investigation in an organized manner.
Resumo A infecção é uma das complicações mais temidas no pós-operatório de artroplastias do joelho. Com o envelhecimento populacional progressivo e o aumento da incidência de doenças degenerativas articulares, observa-se um aumento exponencial do número de artroplastias realizadas e, consequentemente, do número de infecções pós-operatórias. O diagnóstico destas devem seguir um protocolo hierarquizado, com critérios bem definidos, que conduzam à conclusão diagnóstica, orientando, assim, o tratamento mais adequado. O objetivo do presente artigo de atualização é apresentar os principais fatores de risco, as classificações e, principalmente, guiar de forma organizada a investigação diagnóstica.
Assuntos
Humanos , Período Pós-Operatório , Infecção da Ferida Cirúrgica/classificação , Infecção da Ferida Cirúrgica/diagnóstico , Fatores de Risco , Artroplastia do JoelhoRESUMO
Abstract Several treatment modalities are proposed for periprosthetic infections, with variable success rates. However, efficacy is related to the appropriate selection of cases for each type of treatment. Debridement with implant retention is indicated in acute infections with fixed implant, and its success depends on the type of infection, comorbidities of the host, and virulence of the etiological agent. One- or two-stage revision is required in cases in which biofilm is forming, or of implant loosening. The choice between performing the review in one or two stages depends on factors such as etiological agent identification, pathogen virulence, local and systemic host factors. Rescue procedures such as arthrodesis, amputation, resection arthroplasty or even antibioticsuppressionarereservedforcasesinwhichtheinfectionhasnotbeeneradicated.
Resumo Diversas modalidades de tratamento são propostas para as infecções periprotéticas, com índices de sucesso variáveis. No entanto, a eficácia está relacionada à seleção adequada dos casos para cada tipo de tratamento. O desbridamento com retenção do implante é indicado em infecções agudas com implante fixo, e seu sucesso depende do tipo de infecção, das comorbidades do hospedeiro e da virulência do agente etiológico. A revisão em um ou dois estágios se impõem nos casos em que haja formação de biofilme, ou nos quais se tenha afrouxamento do implante. A escolha entre realizar a revisão em um ou dois estágios depende de fatores como identificação do agente etiológico, virulência do patógeno, fatores locais e sistêmicos do hospedeiro. Os procedimentos de salvamento como artrodese, amputação, artroplastia de ressecção ou, ainda, supressão antibiótica são reservados para os casos em que não se conseguiu erradicação da infecção.
Assuntos
Humanos , Infecção da Ferida Cirúrgica/terapia , Artroplastia do Joelho , Antibacterianos/uso terapêuticoRESUMO
As infecções de ferida operatória são consideradas o maior subgrupo de infecções nosocomiais, contribuindo com mais de 20%. Podem levar ao aumento na morbimortalidade, no custo de internação e no tempo de hospitalização. Os objetivos deste estudo foram traçar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos às cirurgias abdominais e que vieram a desenvolver infecção, podendo identificar, quais fatores atuam direta ou indiretamente no processo. A amostra constituiu-se de 219 pacientes que tiveram seus dados avaliados através de parâmetros selecionados e obtidos em prontuários. Foram levantados dados sobre idade, comorbidades, uso de drenos, procedimento cirúrgico e tempo cirúrgico. Em conclusão, verificou-se que a infecção do sítio cirúrgico é influenciada pelo tipo o procedimento, pela utilização de drenos e pelo tempo cirúrgico.
Surgical wound infections are considered the largest subgroup of nosocomial infections, contributing more than 20%. They can lead to an increase in morbidity and mortality, in the cost of hospitalization and in the length of hospital stay. The objectives of this study were to trace the epidemiological profile of patients submitted to abdominal surgeries and who developed infection, being able to identify which factors act directly or indirectly in the process. The sample consisted of 219 patients who had their data evaluated through selected parameters obtained from medical records. Data on age, comorbidities, use of drains, surgical procedure and surgical time were collected. In conclusion, it was found that surgical site infection is influenced by the type of procedure, the use of drains and the surgical time.
Assuntos
Humanos , Cirurgia Geral , Infecção da Ferida Cirúrgica , Ferimentos e Lesões , Fatores de Risco , Duração da Cirurgia , InfecçõesRESUMO
ABSTRACT Introduction: Infection of the surgical site is the common complication, with significant rates of morbidity and mortality, representing a considerable economic problem for the health system. Objective: To carry out a narrative review of the literature on surgical site infection and the principles of antibiotic prophylaxis to update the knowledge of its use in surgery. Method: Medline, Ovid, Google Scholar, National Library of Medicine (PubMed), Cochrane and SciELO were used for the research. The keywords used were "anti-bacterial agents"; "antibioticoprophylaxis" AND "surgical wound infection". The inclusion criteria were articles of recent publication, with full texts available and performed in humans. Result: A total of 29 articles were evaluated and selected according to the eligibility criteria. Conclusion: Infection of the surgical site is the most common postoperative complication. The key point of its prevention is the combination of several interventions that aim to reduce risk factors, such as: compliance with the new guidelines of the Center for Disease Control and Prevention; the principles of the use of prophylactic antibiotics; factors and risk index of the surgical site; administration time; duration and dosage of antibiotics. These data are available in this article.
RESUMO Introdução: A infecção do sítio cirúrgico é a complicação comum, com taxas significativas de morbimortalidade, representando considerável problema econômico para o sistema de saúde. Objetivo: Realizar revisão narrativa da literatura sobre infecção de sítio cirúrgico e os princípios da antibioticoprofilaxia para atualizar o conhecimento de seu uso em cirurgia. Método: Utilizou-se para a pesquisa a base de dados Medline, Ovid, Google Scholar, National Library of Medicine (PubMed), Cochrane e SciELO. As palavras-chave usadas foram "anti-bacterial agents"; "antibioticoprophylaxis" AND "surgical wound infection". Os critérios de inclusão foram artigos de publicação recente, com textos completos disponíveis e realizados em humanos. Resultado: Um total de 29 artigos foi avaliado e selecionado de acordo com os critérios de elegibilidade. Conclusão: A infecção do sítio cirúrgico é a complicação pós-operatória mais comum. O ponto-chave da sua prevenção consiste na combinação de várias intervenções que visam reduzir os fatores de risco, tais como: a obediência às novas diretrizes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças; aos princípios do uso de antibióticos profiláticos; fatores e índice de risco do local cirúrgico; tempo de administração; duração e dosagem dos antibióticos. Esses dados estão disponíveis neste artigo.
Assuntos
Humanos , Infecção da Ferida Cirúrgica/prevenção & controle , Infecções Bacterianas/prevenção & controle , Antibioticoprofilaxia/métodos , Antibacterianos/administração & dosagem , Complicações Pós-Operatórias , Infecção da Ferida Cirúrgica/microbiologia , Controle de Infecções , Antibacterianos/uso terapêuticoRESUMO
A infecção do sítio cirúrgico (ISC) é complicação frequente que pode acometer o paciente cirúrgico e acarretar incremento de morbimortalidade, readmissão, prolongamento da permanência no serviço de saúde e custos. A presente investigação teve como objetivos estimar as taxas de incidência (bruta e densidade) de infecção de sítio cirúrgico em pacientes submetidos à cirurgia abdominal, identificar os fatores de risco ou proteção e identificar o efeito independente da hiperglicemia perioperatória sobre a incidência de infecção de sítio cirúrgico. Trata-se de estudo de coorte. A amostra foi composta de 484 pacientes submetidos à cirurgia abdominal, os quais foram acompanhados durante o período de 30 dias após a cirurgia. Para a coleta das informações, utilizou-se instrumento padronizado, pré-codificado e submetido à validação aparente e de conteúdo (cinco juízes). A coleta de dados foi realizada na admissão do paciente, no dia da cirurgia, no primeiro dia de pós-operatório até a alta hospitalar, no 30º dia após a cirurgia e nos casos de reinternação. A hiperglicemia perioperatória foi avaliada em três momentos, a saber: na sala de recepção do centro cirúrgico, ao final da cirurgia e 12 horas após o término da cirurgia. A incidência bruta de ISC foi de 20,25%, a maioria dos pacientes era do sexo feminino (54,34%), classificados na categoria ASA II (58,47%), e mais de 15% com diagnóstico prévio de diabetes mellitus e neoplasia. A duração média da cirurgia foi de 117,62 minutos e da anestesia de 144,15 minutos. Com relação ao potencial de contaminação da ferida, 63,64% foram classificadas em potencialmente contaminadas e 62,81% dos pacientes apresentaram hipotermia (<= 5vezes). Ao final da cirurgia, a média da temperatura da sala de operação foi 23,92ºC e a umidade do ar foi de 54,50kg/m3. A hiperglicemia perioperatória esteve presente em 17,77% dos pacientes ao final da cirurgia e 12 horas após o término do procedimento cirúrgico. Com relação à gravidade da hiperglicemia, 24,38% da amostra apresentou tal condição em uma das aferições e 5,79% duas ou mais vezes. As medidas de associação brutas (modelos univariados) indicaram que pacientes expostos à hiperglicemia têm maior risco de desenvolvimento de ISC (RR >2,5), quando comparados aos não expostos. A fração atribuível indicou que a ISC não ocorreria em mais de 60% dos casos se a hiperglicemia pudesse ser evitada. No modelo multivariado, as variáveis, potencial de contaminação da ferida (cirurgia contaminada), hipotermia e gravidade da hiperglicemia, permaneceram independentemente associadas à ISC. A variável hiperglicemia foi fator de risco independente associada ao desfecho em todos os modelos, exceto na sala de recepção do centro cirúrgico. A temperatura da sala de operação foi associada independentemente ao desfecho, exceto 12 horas após o final da cirurgia (fator protetor). As evidências geradas podem contribuir para a prevenção e controle de ISC, uma vez que o conhecimento pelos profissionais de saúde, sobre os fatores de risco, especialmente, a hiperglicemia perioperatória, pode promover o planejamento e implementação de ações direcionadas para a redução deste tipo de infecção
Surgical site infection (SSI) is a frequent complication that may affect the surgical patient, leading to an increase in morbidity and mortality, readmission, prolonged stay in the health service and costs. This study aimed to estimate the incidence rates (gross and density) of surgical site infection in patients submitted to abdominal surgery, to identify the risk or protection factors and to identify the independent effect of perioperative hyperglycemia on the incidence of infection of surgical site. It is a cohort study; the sample was composed of 484 patients submitted to abdominal surgery, who were followed during the period of 30 days after surgery. For the information collection, a standardized, pre-coded instrument was used and it was submitted to the apparent and content validation (five judges). Data collection was performed at the patient's admission, in the day of surgery, from the first postoperative day to the hospital discharge, on the 30th day after surgery, and in cases of rehospitalization. The perioperative hyperglycemia was evaluated in three moments, as following: in the reception room of the surgical center, at the end of the surgery and 12 hours after the end of the surgery. The gross incidence of SSI was 20.25%, the majority of the patients were female (54.34%), classified as ASA II (58.47%), and more than 15% with previous diagnosis of diabetes mellitus and neoplasia. The average duration of surgery was 117.62 minutes and of anesthesia was 144.15 minutes. Regarding the potential for contamination of the wound, 63.64% of them were classified as potentially contaminated, and 62.81% of the patients presented hypothermia (<= 5 times). At the end of the surgery, the average operating room temperature was 23.92ºC and the air humidity was 54.50kg/m3. Perioperative hyperglycemia was present in 17.77% of the patients at the end of the surgery and 12 hours after the end of the surgery. Regarding the severity of hyperglycemia, 24.38% of the sample presented such condition in one of the measurements and 5.79% in two or more times. Measures of gross association (univariate models) indicated that patients exposed to hyperglycemia had a higher risk of developing SSI (RR>2.5) when compared to those not exposed. The attributable fraction indicated that SSI would not occur in more than 60% of cases if hyperglycemia could be avoided. In the multivariate model, the potential variables of wound contamination (contaminated surgery), hypothermia and severity of hyperglycemia remained independently associated to SSI. The variable hyperglycemia was an independent risk factor associated to the outcome in all models, except in the reception room of the surgical center. The operating room temperature was independently associated to the outcome, except 12 hours after the end of surgery (protective factor). The evidence found may contribute to the prevention, control of SSI, since the knowledge of health professionals about the risk factors, especially perioperative hyperglycemia, may promote the planning, and implementation of actions aimed at reducing this type of infection
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Humanos , Masculino , Feminino , Enfermagem Perioperatória , Infecção da Ferida Cirúrgica , Fatores de Risco , Abdome/cirurgia , HiperglicemiaRESUMO
A infecção de sítio cirúrgico (ISC) é uma complicação que pode acometer o paciente, acarretando incremento da mortalidade e morbidade, bem como aumento dos custos em saúde. A videocirurgia surgiu como opção menos invasiva de acesso à cavidade abdominal, reduzindo as taxas de ISC, mas nem mesmo a modernização gerada pela cirurgia minimamente invasiva conseguiu extinguir esse tipo de infecção. O presente estudo teve como objetivo geral analisar a ocorrência e os fatores de risco de infecção de sítio cirúrgico, em pacientes submetidos à colecistectomia videolaparoscópica. Trata-se de estudo descritivo exploratório conduzido em hospital de pequeno porte, localizado no sudoeste de Minas Gerais. A amostra foi composta por 118 pacientes. Para a coleta de dados, elaborou-se instrumento, o qual foi submetido à validação de face e conteúdo por estudiosos da área de conhecimento de enfermagem perioperatória. A coleta dos dados foi realizada no período de março a novembro de 2016 e, em três momentos, a saber: perioperatório, retorno ambulatorial e busca ativa fonada. Os dados foram coletados pelo pesquisador e um auxiliar de pesquisa devidamente treinados. A ocorrência de ISC foi de 5,9% (n=7), sendo todos os casos diagnosticados como infecção incisional superficial. As variáveis investigadas relacionadas ao paciente foram sexo, faixa etária, Índice de Massa Corporal, presença de doença crônica e classificação ASA. As variáveis estudadas relacionadas ao procedimento anestésico-cirúrgico foram tempo total de internação, porte cirúrgico, tempo de anestesia e tempo de cirurgia. Os resultados não apresentaram diferença estatisticamente entre as variáveis de interesse e a presença de ISC. Todos os casos de ISC foram diagnosticados, após a alta hospitalar, desses, seis pacientes (86%) tiveram o diagnóstico no retorno ambulatorial, e um paciente (14%) foi diagnosticado durante a busca ativa fonada. A condução do estudo oferece subsídios para a compreensão da problemática, no âmbito nacional. Além disso, gerou evidências para a reflexão dos profissionais de saúde em relação à subnotificação desse tipo de infecção em cirurgia minimamente invasiva, reforçando a necessidade de implantação de programa de vigilância pós-alta, nos serviços de saúde
Surgical site infection (SSI) is a complication that can affect the patient, leading to an increase in mortality and morbidity, as well as an increase in health costs. Video surgery emerged as a less invasive option for access to the abdominal cavity, reducing SSI rates; however, not even the improvement generated by minimally invasive surgery was enough to eliminate this type of infection. This study aimed to analyze the occurrence and risk factors of surgical site infection in patients submitted to laparoscopic cholecystectomy. It is an exploratory-descriptive study conducted in a small hospital, located in the southwest of Minas Gerais. The sample consisted of 118 patients. An instrument was developed for data collection, which was submitted to face and content validation by experts in perioperative nursing. Data collection was performed from March to November 2016 and, in three stages: perioperative, outpatient return and active phone search. Data were collected by the researcher and a properly trained research assistant. The occurrence of SSI was 5.9% (n=7), being all cases diagnosed as superficial incisional infection. The studied variables related to the patient were gender, age, Body Mass Index, presence of chronic disease and ASA classification. The studied variables related to the anesthetic surgical procedure were total length of hospitalization, surgical procedure size, time of anesthesia and time of surgery. The results did not show statistically difference between the variables of interest and the presence of SSI. All cases of SSI were diagnosed after patient discharge, and among them, six patients (86%) were diagnosed during outpatient return, and one patient (14%) was diagnosed during the active phone search. This study offers subsidies for understanding the problem at national level. In addition, it generated evidence for the reflection of health professionals regarding the underreporting of this type of infection in minimally invasive surgery, reinforcing the need to implement a post-discharge surveillance program in health services
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Humanos , Cuidados Pós-Operatórios , Infecção da Ferida Cirúrgica/prevenção & controle , Fatores de Risco , Colecistectomia LaparoscópicaRESUMO
A infecção de sítio cirúrgico (ISC) é uma complicação frequente que pode acometer o paciente submetido ao procedimento anestésico cirúrgico, acarretando o aumento da morbidade, mortalidade e dos custos hospitalares, bem como do sofrimento emocional e físico do paciente. Este estudo teve como objetivos estimar a incidência de ISC em pacientes submetidos à cirurgia abdominal, identificar as taxas de ISC segundo fatores relacionados ao paciente, ao procedimento anestésico cirúrgico e ao ambiente da sala cirúrgica, identificar os fatores de risco e de proteção, e identificar o efeito independente da hipotermia sobre a incidência de ISC. Para o alcance dos objetivos propostos, conduziu-se estudo de coorte com 484 pacientes submetidos à cirurgia abdominal. Para a coleta de dados elaborou-se instrumento, submetido à validação aparente e de conteúdo por cinco juízes. A coleta de dados foi realizada na unidade de internação ou na sala de recepção do centro cirúrgico, no período intraoperatório, no período de internação e reinternação, e no retorno no 30° dia após a cirurgia. A hipotermia foi avaliada a partir de três mensurações distintas, a saber: 1 - temperatura Delta; 2 - número de vezes em que a temperatura do paciente foi <36,0°C; 3 - tempo de exposição, em minutos, em que o paciente esteve submetido a temperaturas <36,0°C. A incidência bruta de ISC foi de 20,25% (98 casos). A incidência de ISC apresentou maior magnitude nos participantes do sexo feminino (22,43%), nos pacientes na faixa etária de 60 anos e mais (27,22%), e com obesidade classe II (25,71%). As médias de duração da anestesia e da cirurgia foram maiores no grupo com ISC, a incidência de ISC apresentou maior magnitude naqueles pacientes submetidos a cirurgias de porte III (85,71%) e anestesia combinada (41,10%). A incidência de ISC apresentou maior magnitude naquele participante que no final da cirurgia estava exposto à temperatura da sala de operação < 20°C (33,33%), e naqueles expostos à umidade do ar entre 45-55 kg/m3 (22,18%). Na mensuração 1 (modelo final), a hipotermia não apresentou relação causal com a ISC, e as variáveis classificação ASA, porte cirúrgico e tipo de anestesia permaneceram independentemente associadas à ISC. Na mensuração 2 (modelo final), identificou-se o efeito causal independente da hipotermia sobre a ISC, os pacientes que estiveram submetidos mais de cinco vezes a temperaturas <36,0°C apresentaram maior probabilidade (89%; RR=1,89) de desenvolverem ISC, as variáveis classificação ASA e tipo de anestesia mantiveram-se independentemente associadas à ISC. Na mensuração 3 (modelo final), também identificou-se o efeito causal independente da hipotermia sobre a ISC, os pacientes que estiveram submetidos a mais de 75 minutos a temperaturas <36,0°C apresentaram maior probabilidade (89%; RR=1,89) de desenvolverem ISC, as variáveis classificação ASA e tipo de anestesia permaneceram independentemente associadas à ISC. A raquianestesia foi fator de proteção independente para ISC, nos três modelos finais. Os resultados evidenciados poderão subsidiar a tomada de decisão dos profissionais de saúde na implementação de ações direcionadas para a prevenção e controle de ISC, com ênfase em medidas para a prevenção da hipotermia perioperatória
Surgical site infection (SSI) is a frequent complication that can affect the patient undergoing surgical anesthetic procedure, leading to increased morbidity, mortality and hospital costs, as well as emotional and physical suffering of the patient. This study aimed to estimate the incidence of SSI in patients undergoing abdominal surgery; to identify SSI rates according to factors related to the patient, to the surgical anesthetic procedure and to the operating room environment; to identify risk and protective factors; and to identify the independent effect of hypothermia on the incidence of SSI. To reach the proposed objectives, a cohort study was conducted with 484 patients undergoing abdominal surgery. An instrument was developed for data collection, and submitted to face and content validation by five judges. Data collection was performed in the inpatient care unit or in the surgical center reception room, during the intraoperative period, the hospitalization and readmission period, and on the 30th postoperative day. Hypothermia was evaluated from three different measurements: 1) delta temperature; 2) number of times the patient temperature was <36.0°C; 3) exposure time, in minutes, in which the patient was submitted to temperatures <36.0°C. The crude incidence of SSI was 20.25% (98 cases). The incidence of SSI presented higher magnitude in female participants (22.43%), in patients aged 60 years and over (27.22%), and with class II obesity (25.71%). The mean duration of anesthesia and surgery were higher in the SSI group, the SSI incidence was higher in patients undergoing surgery III (85.71%) and combined anesthesia (41.10%). The incidence of SSI presented higher magnitude in participants who were exposed, in the end of surgery, to temperature <20°C (33.33%) at the operating room; and in those exposed to air humidity between 45-55 kg/m3 (22, 18%). In the measurement 1 (final model), hypothermia did not present a causal relationship with SSI, and the variables ASA classification, surgical size and type of anesthesia remained independently associated with SSI. In the measurement 2 (final model), the independent causal effect of hypothermia on SSI was identified; patients who were submitted more than five times to temperatures <36.0°C were more likely (89%; RR=1.89) to develop SSI, the variables ASA classification and type of anesthesia remained independently associated with SSI. In the measurement 3 (final model), the independent causal effect of hypothermia on SSI was also identified; patients who were submitted to more than 75 minutes to temperatures <36.0°C were more likely (89%; RR = 1.89) to develop SSI, the variables ASA classification and type of anesthesia remained independently associated with SSI. Spinal anesthesia was an independent protective factor for SSI in the three final models. The found results may support the decision-making of health professionals in the implementation of actions directed to the prevention and control of SSI, with emphasis on measures for the prevention of perioperative hypothermia
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Humanos , Infecção da Ferida Cirúrgica/enfermagem , Cuidados Pré-Operatórios , Abdome/cirurgia , HipotermiaRESUMO
A infecção de sítio cirúrgico (ISC) é uma complicação que pode acometer o paciente, acarretando incremento da mortalidade e morbidade, bem como aumento dos custos em saúde. A videocirurgia surgiu como opção menos invasiva de acesso à cavidade abdominal, reduzindo as taxas de ISC, mas nem mesmo a modernização gerada pela cirurgia minimamente invasiva conseguiu extinguir esse tipo de infecção. O presente estudo teve como objetivo geral analisar a ocorrência e os fatores de risco de infecção de sítio cirúrgico, em pacientes submetidos à colecistectomia videolaparoscópica. Trata-se de estudo descritivo exploratório conduzido em hospital de pequeno porte, localizado no sudoeste de Minas Gerais. A amostra foi composta por 118 pacientes. Para a coleta de dados, elaborou-se instrumento, o qual foi submetido à validação de face e conteúdo por estudiosos da área de conhecimento de enfermagem perioperatória. A coleta dos dados foi realizada no período de março a novembro de 2016 e, em três momentos, a saber: perioperatório, retorno ambulatorial e busca ativa fonada. Os dados foram coletados pelo pesquisador e um auxiliar de pesquisa devidamente treinados. A ocorrência de ISC foi de 5,9% (n=7), sendo todos os casos diagnosticados como infecção incisional superficial. As variáveis investigadas relacionadas ao paciente foram sexo, faixa etária, Índice de Massa Corporal, presença de doença crônica e classificação ASA. As variáveis estudadas relacionadas ao procedimento anestésico-cirúrgico foram tempo total de internação, porte cirúrgico, tempo de anestesia e tempo de cirurgia. Os resultados não apresentaram diferença estatisticamente entre as variáveis de interesse e a presença de ISC. Todos os casos de ISC foram diagnosticados, após a alta hospitalar, desses, seis pacientes (86%) tiveram o diagnóstico no retorno ambulatorial, e um paciente (14%) foi diagnosticado durante a busca ativa fonada. A condução do estudo oferece subsídios para a compreensão da problemática, no âmbito nacional. Além disso, gerou evidências para a reflexão dos profissionais de saúde em relação à subnotificação desse tipo de infecção em cirurgia minimamente invasiva, reforçando a necessidade de implantação de programa de vigilância pós-alta, nos serviços de saúde
Surgical site infection (SSI) is a complication that can affect the patient, leading to an increase in mortality and morbidity, as well as an increase in health costs. Video surgery emerged as a less invasive option for access to the abdominal cavity, reducing SSI rates; however, not even the improvement generated by minimally invasive surgery was enough to eliminate this type of infection. This study aimed to analyze the occurrence and risk factors of surgical site infection in patients submitted to laparoscopic cholecystectomy. It is an exploratory-descriptive study conducted in a small hospital, located in the southwest of Minas Gerais. The sample consisted of 118 patients. An instrument was developed for data collection, which was submitted to face and content validation by experts in perioperative nursing. Data collection was performed from March to November 2016 and, in three stages: perioperative, outpatient return and active phone search. Data were collected by the researcher and a properly trained research assistant. The occurrence of SSI was 5.9% (n=7), being all cases diagnosed as superficial incisional infection. The studied variables related to the patient were gender, age, Body Mass Index, presence of chronic disease and ASA classification. The studied variables related to the anesthetic surgical procedure were total length of hospitalization, surgical procedure size, time of anesthesia and time of surgery. The results did not show statistically difference between the variables of interest and the presence of SSI. All cases of SSI were diagnosed after patient discharge, and among them, six patients (86%) were diagnosed during outpatient return, and one patient (14%) was diagnosed during the active phone search. This study offers subsidies for understanding the problem at national level. In addition, it generated evidence for the reflection of health professionals regarding the underreporting of this type of infection in minimally invasive surgery, reinforcing the need to implement a post-discharge surveillance program in health services
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Humanos , Infecção da Ferida Cirúrgica , Fatores de Risco , Colecistectomia LaparoscópicaRESUMO
INTRODUÇÃO: As Infecções de Sítio Cirúrgico (ISCs) são as complicações mais freqüentes que ocorrem nos pacientes após as cirurgias e são responsáveis pela elevação da morbidade, mortalidade e dos custos hospitalares. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi estimar o custo direto adicional associado às ISCs ocorridas no período de 2011 a 2013 em um Hospital Universitário de Salvador, Bahia. Para tanto buscou-se caracterizar a população de pacientes acometidos por ISC, segundo os aspectos sócio-demográficas, condições clínicas e cirurgias realizadas, realizar uma revisão integrativa atualizada da literatura mundial sobre o custo dessas infecções e analisar os custos associados aos cuidados à saúde dos pacientes cirúrgicos segundo presença de ISC. METODOLOGIA: Trata-se se um estudo epidemiológico do tipo caso-controle pareado, realizado com informações dos registros hospitalares dos pacientes. Foram incluídos como população do estudo todos os casos de ISCs em cirurgias eletivas e limpas. Os controles foram pareados por idade, sexo e tipo de cirurgia realizada respeitando o princípio da similaridade. As proporções foram comparadas por meio dos testes 2 e exato de Fisher quando adequados com nível de 5% de significância estatística. Para estimar as diferenças das médias de custos utilizou-se o modelo de regressão linear. RESULTADOS: No total foram selecionados 259 pacientes. Os casos de ISC ocorreram predominantemente em mulheres, com idade entre 61 a 75 anos. Os principais fatores atribuídos aos custos com as ISCs foram o uso de antibióticos para o seu tratamento, a internação em Unidade de Terapia Intensiva, a realização de exames e reabordagens cirúrgicas. No geral, o custo médio hospitalar em pacientes com ISC foi aproximadamente o dobro do valor aferido daqueles não infectados. CONCLUSÕES: Foi evidenciado neste estudo a necessidade de reforçar o desenvolvimento constante de ações preventivas e de controle das ISCs a fim de garantir a segurança na assistência prestada aos pacientes cirúrgicos e conseqüentemente a redução dos custos atribuídos a essa complicação para o hospitais e sistema de saúde.
INTRODUCTION: The Surgical Site Infections (SSI) are the most frequent complications occurring in patients after surgery and are responsible for high morbidity, mortality and hospital costs. OBJECTIVE: The aim of this study was to estimate the additional direct costs associated with SSIs occurred in the 2011-2013 period at a University Hospital in Salvador, Bahia. For that sought to characterize the population of patients affected by ISC, according to the socio-demographic aspects, clinics and surgeries conditions, carry out a integrative and updated review of the literature on the cost of these infections and analyze the costs associated with health care to patients surgical according to the presence of ISC. METHODOLOGY: This is an epidemiological study of the case-control matched, conducted with information from the hospital records of patients. They were included in the study population all cases of ISCs in elective surgery and clean. The controls were matched for age, gender and type of surgery performed respecting the principle of similarity. Proportions were compared using the Fisher's exact test and χ2 when appropriate and at 5% statistical significance. To estimate the differences of the average costs used the linear regression model. RESULTS: In total 259 patients were selected. The cases of ISC occurred primarily in women between 61-75 years. The main factors attributed to the costs of the ISCs were the use of antibiotics for their treatment, to stay in the Intensive Care Unit, conducting exams and news surgical interventions. Overall, the average hospital cost in patients with SSI was approximately twice with those not infected. CONCLUSIONS: It was shown in this study the need of to reinforce the constant development of preventive and control of SSIs in order to secure the assistance provided to surgical patients and therefore reducing costs attributed to this complication for hospitals and health care system.
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Humanos , Infecções/cirurgia , Infecções/complicações , Infecções/imunologia , Infecções/mortalidadeRESUMO
Introdução: Infecções cirúrgicas são o segundo tipo mais frequente de infecção relacionada à assistência de saúde e tem sua incidência reduzida com a administração de antibioticoprofilaxia cirúrgica. Materiais e métodos: Foi realizado estudo transversal, de 01 de março a 30 de abril de 2010, observando-se a adequação do uso da cefazolina na profilaxia cirúrgica. A adequação foi avaliada conforme: 1. O tempo da primeira dose, 2. A dose utilizada, 3. Doses adicionais durante a cirurgia e 4. O tempo de manutenção do antimicrobiano após o procedimento. Resultados: Foram avaliadas 264 cirurgias com uso de cefazolina como antibioticoprofilaxia cirúrgica. Cirurgias limpas foram 85,6% da amostra, dessas 43,4% tinham implante de prótese. Todas as quatro etapas avaliadas estavam adequadas em 33,7% das cirurgias, e todas as etapas foram inadequadas em 2,3% das cirurgias. O tempo para a primeira dose estava correto em 66,3% dos procedimentos. Apenas um paciente teve administrada dose inadequada do antibiótico. Das cirurgias com mais de 3h de duração, em 46,5% foram realizadas doses adicionais da cefazolina. Quarenta e oito por cento dos pacientes receberam o antimicrobiano por mais de 24h. Em 6,1% destes pacientes foi feito o diagnóstico de infecção associada ao procedimento cirúrgico. Conclusão: Há uma baixa taxa de adequação da profilaxia cirúrgica com cefazolina no hospital. É necessária uma padronização desta profilaxia, com a instituição de um protocolo assistencial visando uniformizar as condutas para a prevenção da infecção de sítio cirúrgico no HCPA.
Aims: Surgical site infections are the second most frequent cause of healthcare associated infections, and their incidence is reduced with the administration of antimicrobial prophylaxis. Methods: This cross-sectional study, conducted from March 1 to April 30, 2010, evaluated adequacy and timeliness of cefazolin administration as surgical prophylaxis. Adequacy parameters were: (1) time to first dose; (2) cefazolin dose infused; (3) additional dose during surgery; and (4) duration of antimicrobial therapy after surgery. Results: Of a total of 264 surgeries evaluated, 85.6% were classified as clean, and prostheses were implanted in 43.4%. All steps of antimicrobial prophylaxis were adequate in 33.7% of the surgeries, and all steps were inadequate in 2.3%. Time to first dose was correct in 66.3% of the cases. Only one patient received an inadequate dose of the antimicrobial. Additional doses of cefazolin were administered in 46.5% of the surgeries that lasted more than 3 hours, and 48% of the patients received antimicrobial therapy for more than 24 hours. Surgical site infection was diagnosed in 6.1% of the patients. Conclusion: The rate of adequacy of surgical prophylaxis in the hospital was low. Standardized protocols and practices should be established to ensure adequate prevention of surgical site Infection in hospitals.