RESUMO
Abstract Hysteria, previously also known as the disease of the womb, has moved from being a woman's illness through the medieval times' stigma of demonic possession, to the modern concept of a functional neurological disorder. Interestingly to the present assay, Charcot (1825-1893) and Richer (1849-1933) described, in their 1887 work Les Démoniaques dans l'art, by means of iconography, semiological aspects of the so-called Grande Attaque Hystérique, which resembles features of psychogenic nonepileptic seizures emulating grand mal epileptic seizures. The aim of the present assay is to describe how those charcoal iconographic representations evolved through history and are nowadays portrayed in videos recorded at epilepsy monitoring units and patients' cell phones.
Resumo Histeria, previamente também conhecida como a doença do útero, passou de uma doença feminina, pelo estigma de possessão demoníaca ao longo dos tempos medievais, até o conceito moderno de um distúrbio neurológico funcional. Curiosamente para o presente ensaio, Charcot (1825-1893) e Richer (1849-1933) descreveram, em sua obra Les Démoniaques dans l'art, de 1887, por meio da iconografia, aspectos semiológicos do chamado Grande Attaque Hystérique, que se assemelha às características de crises não epilépticas psicogênicas que emulam crises epilépticas do tipo grande mal. O objetivo deste ensaio é descrever como essas representações iconográficas evoluíram ao longo da história e são retratadas nos dias de hoje em vídeos gravados em unidades de monitoramento de epilepsia e nos celulares de pacientes.
RESUMO
Abstract Professor Jean-Martin Charcot was the founder of clinical neurology and one of the prominent researchers in the field of hysteria in the 19th century. His bookLes démoniaques dans l'art is a representation of hysterical symptoms in religion and religious art. This paper aims to discuss Charcot's descriptions of hysteria in religion and his "hysterical saints".
Resumo Professor Jean-Martin Charcot foi o fundador da neurologia clínica e um dos pesquisadores mais proeminentes no campo da histeria durante o século XIX. Seu livroLes démoniaques dans l'art é uma representação dos sintomas histéricos na religião e arte religiosa. Esse artigo objetiva discutir as descrições de Charcot de histeria na religião e seus "santos histéricos".
RESUMO
Este trabalho discute a relação entre ciência moderna, literatura fantástica e psicanálise, tomando a primeira como pré-condição para a existência das duas últimas. Questionam-se quais elementos históricos e epistêmicos herdados da ciência se fazem presentes tanto na literatura fantástica como na psicanálise para, em seguida, situar a especificidade de cada uma delas. Adotam-se como categorias de análise as concepções lacanianas de sujeito e de discurso, estabelecendo uma conexão entre o procedimento científico e o discurso da histeria. Destacam-se as idiossincrasias da literatura fantástica, que é situada em relação a outros gêneros ou modalidades literárias, conforme a definição de Todorov, a saber: o estranho e o mágico. Para melhor mapear os limites desse território, buscam-se comparar a psicanálise e a literatura fantástica com a religião e a magia. Debate-se daí a tese de Todorov, que vaticina o desaparecimento do fantástico na segunda metade do século XX em decorrência da influência da psicanálise, que o teria tornado supérfluo. Diferentemente desse autor, defende-se que um dos principais obstáculos para o desenvolvimento da literatura fantástica na atualidade não é a concorrência da psicanálise, mas a presença de uma visão de mundo cientificista atrelada ao discurso capitalista. Nesse sentido, propõe-se que tanto a psicanálise como a literatura fantástica constituem formas de propiciar a expressão do sujeito, que se encontra elidida no cientificismo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, bibliográfica, conceitual, de caráter ensaístico, que se fundamenta na contribuição de psicanalistas e críticos literários, além de epistemólogos e historiadores da ciência, cujo intuito é interrogar o lugar, a pertinência e os desafios da psicanálise na atualidade, tomando como foco a sua relação com a ciência e a literatura fantástica.
This work discusses the relationship between modern science, fantastic literature, and psychoanalysis, taking the former as a precondition for the existence of the latter two. It is questioned which historical and epistemic elements inherited from science are present both in fantastic literature and in psychoanalysis, to then situate the specificity of each of these. The Lacanian conceptions of subject and discourse are adopted as a category of analysis, thus establishing a connection between the scientific procedure and the discourse of hysteria. The idiosyncrasies of fantastic literature, which is situated in relation to other genres or literary modalities, as defined by Todorov, namely, the strange and the magical, are highlighted. One discusses the Todorov's thesis that predicts the disappearance of the fantastic literature in the second half of the 20th century due to the influence of psychoanalysis, which would have made it superfluous. Unlike this author, it is argued that one of the main obstacles to the development of fantastic literature today is not the competition of psychoanalysis, but the influence of a scientificist worldview linked to the capitalist's discourse. In this sense, it is proposed that both psychoanalysis and fantastic literature are ways of providing the expression of the subject, which is elidited in scientificism. It is, therefore, a qualitative, bibliographical, conceptual, essayistic research, which is based on the contribution of psychoanalysts and literary critics, in addition to epistemologists and historians of science in order to question the place, the relevance and the challenges of psychoanalysis today, focusing on its relationship with science and fantastic literature.
Este trabajo discute la relación entre la ciencia moderna, la Literatura Fantástica y el Psicoanálisis, tomando la primera como una condición previa para la existencia de las últimas. Se cuestiona qué elementos históricos y epistémicos heredados de la ciencia están presentes en la Literatura Fantástica y en el psicoanálisis, para luego ubicar la especificidad de cada uno de ellos. Se adoptan las concepciones lacanianas de sujeto y discurso como categorías de análisis, estableciendo una conexión entre el procedimiento científico y el discurso de la histeria. Luego, se destacan las idiosincrasias de la literatura fantástica, colocándola en relación con otros géneros o modalidades literarias, como lo define Todorov, a saber: lo extraño y lo mágico. Para mapear mejor los límites de este territorio, se busca situar el psicoanálisis y la Literatura Fantástica en relación con la religión y la magia. Luego se comenta la tesis de Todorov que predice la desaparición de lo fantástico en la segunda mitad del siglo XX debido a la influencia del psicoanálisis, que lo habría hecho superfluo. A diferencia de este autor, se argumenta que uno de los principales obstáculos para el desarrollo de Literatura Fantástica hoy en día no es la presencia concomitante del psicoanálisis, sino la influencia de una cosmovisión cientificista vinculada al discurso del capitalista. En este sentido, se propone que tanto el psicoanálisis como la literatura fantástica sean formas de proporcionar la expresión del sujeto, que se elude en el cientificismo. Esta es, por lo tanto, una investigación cualitativa, bibliográfica, conceptual, de estilo ensayo, que se basa en la contribución de psicoanalistas y críticos literarios, además de epistemólogos e historiadores de la Ciencia, para cuestionar cuál es el lugar, la relevancia y los desafíos del psicoanálisis em la actualidad, centrándose en su relación con la ciencia y la literatura fantástica.
RESUMO
The 1965 book Hysteria: The History of a Disease, by the German American historian Ilza Veith, certainly represented a milestone in the historiography of hysteria. Praised at first as an innovative work, unprecedented in its comprehensiveness and scholarship, it became, over time, object of multiple criticisms regarding its omissions, its psychoanalytic bias, and the teleological character of its approach. This article aims at pondering these contrasting assessments and discussing the historical significance of Veith's work from a contemporary perspective. To this end, a brief overview of historical studies on hysteria before Veith is outlined. This overview is followed by a descriptive and critical presentation of her work, a discussion of certain aspects of its reception and, as conclusion, an evaluation of her contribution and legacy to this research field.
Resumos O livro Hysteria: The History of a Disease, da historiadora germano-americana Ilza Veith, publicado em 1965, representou certamente um marco na historiografia da histeria. Elogiado inicialmente como uma obra inovadora e sem precedentes em sua abrangência e erudição, tornou-se com o tempo objeto de múltiplas críticas com relação a suas omissões, ao viés psicanalítico e ao caráter teleológico de sua abordagem. O objetivo deste artigo é ponderar essas avaliações contrastantes e discutir a significação histórica do livro de Veith com base em uma perspectiva contemporânea. Para tanto, traça-se um breve panorama da situação dos estudos históricos sobre a histeria antes de Veith. A seguir, é feita uma apresentação descritiva e crítica de seu trabalho, discutem-se certos aspectos de sua recepção e, a título de conclusão, ensaia-se uma avaliação de sua contribuição e de seu legado para esse campo de pesquisas.
Le livre Hysteria: The History of a Disease, de l'historienne germano-américaine Ilza Veith, publié en 1965, a certainement représenté un tournant dans l'historiographie de l'hystérie. D'abord acclamée comme une œuvre innovante et sans précédent par son exhaustivité et son érudition, elle est devenue au cours du temps l'objet de multiples critiques concernant ses omissions, son parti pris psychanalytique et le caractère téléologique de sa démarche. L'objectif de cet article est de réfléchir sur ces évaluations contrastées et de discuter de l'importance historique du livre de Veith dans une perspective contemporaine. À cette fin, on fournit d'abord un bref aperçu de l'état des études historiques sur l'hystérie avant Veith et ensuite une présentation descriptive et critique de son travail. On discute d'ailleurs certains aspects de sa réception et, en guise de conclusion, on présente une évaluation de sa contribution et de son héritage dans ce domaine de recherche.
El libro Hysteria: The History of a Disease, de la historiadora germano-estadounidense Ilza Veith, publicado en 1965, representó, sin duda alguna, un marco en la historiografía de la histeria. Elogiada inicialmente como una obra innovadora y sin precedentes por su amplitud y erudición, con el tiempo se convirtió en objeto de múltiples críticas por sus omisiones, por el sesgo psicoanalítico y por el carácter teleológico de su enfoque. El objetivo de este artículo es ponderar estas evaluaciones contrastantes y discutir la importancia histórica del libro de Veith desde una perspectiva contemporánea. Para ello, se traza un breve recorrido por el estado de los estudios históricos sobre la histeria anteriores a Veith. A continuación, se realiza una presentación descriptiva y crítica de su obra, se discuten algunos aspectos de su recepción y, a modo de conclusión, se ensaya una evaluación de su contribución y legado a este campo de investigación.
RESUMO
RESUMEN Se señala la importancia de reconsiderar el trabajo de Pierre Janet en trauma y amnesia disociativa, como elementos importantes en el estudio actual del trastorno de estrés postraumático (TEPT). Los objetivos de esta revisión histórica no sistemática y comparativa son: a) explicar, desde la perspectiva de Janet: el concepto de Idea Fija, que hoy denominamos trauma b) describir los diferentes tipos de amnesia en las cuales se basa el DSM para su clasificación actual y c) a través de un caso clínico descrito por Janet, mostrar su concordancia con lo que actualmente diagnosticamos como TEPT complejo, que denominó en su época: "una de las formas que puede tomar la histeria después de un accidente emocional". Esta revisión se basa principalmente en algunos capítulos originales de Janet publicados en Francés.
The present article gives emphasis in reconsidering the work of Pierre Janet in trauma and dissociative amnesia, as important aspects for the contemporary study of posttraumatic stress disorder (PTSD). The purpose of this non systematic historical review is to explain the following ideas under Janet´s perspective: a) the concept of fixed idea, denominated in our contemporary nomenclature as trauma, b) to describe the different types of amnesia described by Janet and its relation with DSM clasiffication for this penomenon, and c) to show through the analysis of a clinical case described by Janet, how a concordance exists between the current denomination of complex PTSD and what Janet nominated "one of the forms in which hysteria can presents after an emotional accident". This article is mainly based in some original chapters from Janet´s work published in French.
Assuntos
Humanos , Transtornos de Estresse Pós-Traumáticos , Transtornos Dissociativos , Amnésia/históriaRESUMO
Resumen El artículo explora la apropiación de la terminología psiquiátrica por parte de teólogos y párrocos franceses, en el contexto de la patologización de la religión del siglo XIX. Esta apropiación le sirvió al clero para demarcar la experiencia mística "auténtica" de la simulada o "desviada". En primer lugar, analizamos manuales médico-teológicos pensados para crear una oposición entre la histeria y la santidad, útil desde el punto de vista eclesiástico. En segundo lugar, presentamos los informes de tres párrocos sobre presuntas místicas y estigmatizadas. Concluimos que la apropiación de la retórica médica por parte del clero podía servir para definir los límites de la experiencia religiosa aprobada por la Iglesia católica.
Abstract This article explores the appropriation of psychiatric terminology by French theologians and priests, within the context of the pathologizations of religion in the nineteenth century. This appropriation allowed the clergy to differentiate "authentic" mystical experience from feigned or "deviant" ones. Firstly, it analyzes medical and theological manuals that sought to create an opposition between hysteria and saintliness, which was useful from the ecclesiastical point of view. Secondly, it presents the reports of three priests on supposed female mystics with stigmata. It concludes that the appropriation of medical rhetoric by the clergy could be used to define the limits of religious experience approved by the Catholic church.
Assuntos
Humanos , Feminino , Catolicismo , Clero , Dissidências e Disputas , FrançaRESUMO
ABSTRACT Jean-Martin Charcot's (1825-1893) concepts of hysteria evolved significantly over the last 20 years of his career. In the "Leçons du Mardi à la Salpêtrière" (Tuesday lessons), his original conception of a "dynamic lesion" coexists alongside a new psychological conception, sometimes in a rather contradictory way. According to the hand-written transcript of his Tuesday lesson on February 21st, 1888, Charcot stated: "Hysteria must be taken for what it is: psychic disease par excellence". However, in the printed edition of the Tuesday lessons, this emphasis on psychological factors was very much softened. The different wording and corresponding shift in meaning implicitly retrieved Charcot's former conception of a "dynamic lesion". Charcot himself had probably been made aware of the different wording by the editors, and had agreed upon it. After several years of studying this condition, Charcot was probably not confident enough in making too assertive conclusions on the psychological mechanisms underlying hysteria.
RESUMEN Los conceptos de Jean-Martin Charcot (1825-1893) sobre la histeria evolucionaron significativamente durante los últimos 20 años de su carrera. En las "Leçons du Mardi à la Salpêtrière", su concepción original de una "lesión dinámica" coexiste junto con una nueva concepción psicológica, a veces de una manera bastante contradictoria. Según la transcripción manual de su lección del martes del 21 de febrero de 1888, Charcot declaró: "La histeria debe tomarse por lo que es: enfermedad psíquica por excelencia". Sin embargo, en la edición impresa de las lecciones del martes, este énfasis en los factores psicológicos se suavizó mucho. La diferente redacción y el cambio correspondiente en el significado recuperaron implícitamente la antigua concepción de Charcot de una "lesión dinámica". El proprio Charcot probablemente se había enterado de la diferente redacción por parte de los editores y lo había aceptado. Después de varios años estudiando esta afección, Charcot probablemente no estaba lo suficientemente seguro para sacar conclusiones demasiado asertivas sobre los mecanismos psicológicos subyacentes a la histeria.
Assuntos
Humanos , História do Século XIX , Histeria , Neurologia , FrançaRESUMO
As reações corporais e emocionais sentidas pelos pacientes com manifestações histéricas podem atingir tamanha intensidade, a ponto de prejudicar sua vida social, familiar e laboral. O trabalho parte dos seguintes questionamentos: como são as manifestações histéricas na atualidade? Qual a compreensão sobre a histeria na literatura da área ao longo do tempo? O objetivo é descrever aspectos teóricos sobre a histeria e o trauma infantil, articulando-os com a clínica atual. Foi desenvolvida uma revisão da literatura por meio do método narrativo. Os resultados encontrados foram 106 estudos nos últimos 6 anos (Bireme e Dialnet), sendo que, de 2017 em diante, houve um decréscimo nas publicações científicas sobre o tema. Apesar de a categoria psicopatológica da histeria ter desaparecido dos manuais de transtornos mentais, na clínica atual as manifestações histéricas são facilmente confundidas com outros transtornos (depressivos, dissociativos e distúrbio borderline). As manifestações somáticas aparecem no corpo para comunicar eventos traumáticos não contidos pelo aparelho psíquico. Conclui-se que as manifestações histéricas seguem presentes nos dias de hoje, e o corpo tende a ser uma via de expressão somática. No contexto da relação entre sintomas histéricos e traumas vivenciados na infância, a psicoterapia ocupa lugar de destaque, promovendo ressignificações para tais eventos traumáticos.(AU)
The bodily and emotional reactions felt by patients with hysterical manifestations can reach such intensity as to harm their social, family and work life, causing several losses for the individual. The study starts from the following questions: how are the hysterical manifestations today? What about understanding hysteria in the literature of the area over time? The objective is to describe theoretical aspects of hysteria and childhood trauma, in conjunction with the current clinic. A literature review using the narrative method was developed. The results found were 106 studies in the last 6 years (Bireme and Dialnet), and as of 2017 there is a decrease in scientific publications on the topic. Although the psychopathological category of hysteria has disappeared from the manuals of mental disorders, nowadays in the clinic the hysterical manifestations are easily confused with other disorders (depressive, dissociative and borderline). Somatic manifestations appear in the body to communicate traumatic events not contained by the psychic apparatus. It is concluded that the hysterical manifestations are still present today, and the body tends to be an important way of expressing symptoms through the somatic path. In the context of the relationship between hysterical symptoms and childhood trauma, psychotherapy occupies a prominent place, promoting reframing for such traumatic events.(AU)
Las reacciones corporales y emocionales que sienten los pacientes con manifestaciones histéricas pueden alcanzar tal intensidad como para dañar su vida social, familiar y laboral, causando varias pérdidas para el individuo. El estudio parte de las siguientes preguntas: ¿Cómo son hoy las manifestaciones histéricas? ¿Cuál es la comprensión de la histeria en la literatura de la zona a lo largo del tiempo? El objetivo es describir aspectos teóricos de la histeria y el trauma infantil, en conjunto con la clínica actual. Se ha elaborado una revisión de la literatura utilizando el método narrativo. Los resultados encontrados fueron 106 estudios en los últimos 6 años (Bireme y Dialnet), y a partir de 2017 hubo una disminución en las publicaciones científicas sobre el tema. Aunque la categoría psicopatológica de histeria ha desaparecido de los manuales de trastornos mentales, hoy en día en la clínica las manifestaciones histéricas se confunden fácilmente con otros trastornos (depresivo, disociativo y borderline). Las manifestaciones somáticas aparecen en el cuerpo para comunicar eventos traumáticos no contenidos por el aparato psíquico. Se concluye que las manifestaciones histéricas todavía están presentes hoy en día, y el cuerpo tiende a ser una forma importante de expresar los síntomas a través de las vías somáticas. En el contexto de la relación entre los síntomas histéricos y el trauma vivido en la infancia, la psicoterapia ocupa un lugar destacado, promoviendo replanteamiento para tales eventos traumáticos.(AU)
Assuntos
Psicoterapia , Trauma Psicológico , Histeria , Criança , Transtornos MentaisRESUMO
A histeria, primeira temática freudiana e força motriz do desenvolvimento da psicanálise, atualmente é vista como um "fenômeno de massa", que acompanha a crescente relevância da imagem pessoal. Pelo poder camaleônico da histeria, a renovação de suas construções é constante e, nos dias atuais, liga-se ao enorme papel das redes sociais na vida dos sujeitos. A virtualidade dessa nova forma de laço social nos convoca a pensar nos perfis on-line como verdadeiras construções identitárias, acompanhadas da aplicação de filtros para adequação aos padrões de beleza plena, e do aumento significativo das buscas por intervenções cirúrgicas no Brasil. A vida nas redes mostra aquilo que se deseja ser ao permitir a escolha dos conteúdos a serem publicados, tornando possível a tentativa de mascarar aquilo que falta e sustentar a ilusão de possuir um corpo completo, característica marcante da histeria. Dessa forma, no presente trabalho, nos propomos a discutir as apresentações histéricas não como uma patologia, mas como marcas da cultura atual.
Hysteria, the first Freudian theme and driving force in the development of psychoanalysis, is currently seen as a "mass phenomenon", which accompanies the growing relevance of personal image. Due to the chameleonic power of hysteria, the renovation of its constructions is constant and, nowadays, it is linked to the enormous role of social networks in the lives of subjects. The virtuality of this new form of social bond invites us to think of online profiles as true identity constructions, accompanied by the application of filters to adapt to the standards of full beauty, and the significant increase in searches for surgical interventions in Brazil. Life on the networks shows what you want to be by allowing the choice of content to be published, making it possible to attempt to mask what is missing and sustain the illusion of having a complete body, a hallmark of hysteria. Thus, in the present work, we propose to discuss hysterical presentations not as a pathology, but as marks of the current culture.
La histeria, primer tema freudiano y motor del desarrollo del psicoanálisis, actualmente se ve como un "fenómeno de masas", que acompaña la creciente relevancia de la imagen personal. Debido al poder camaleónico de la histeria, la renovación de sus construcciones es constante y, hoy en día, está ligada al enorme papel de las redes sociales en la vida de los sujetos. La virtualidad de esta nueva forma de vínculo social invita a pensar en los perfiles online como verdaderas construcciones de identidad, acompañados de la aplicación de filtros para adaptarse a los estándares de la belleza plena, y el aumento significativo de las búsquedas de intervenciones quirúrgicas en Brasil. La vida en las redes muestra lo que quieres ser al permitir la elección de los contenidos a publicar, lo que posibilita intentar enmascarar lo que falta y mantener la ilusión de tener un cuerpo completo, sello de la histeria. Así, en el presente trabajo nos proponemos discutir las presentaciones histéricas no como patología, sino como marcas de la cultura actual.
L'hystérie, premier thème freudien et moteur du développement de la psychanalyse, est actuellement perçue comme un « phénomène de masse ¼, qui accompagne la pertinence croissante de l'image personnelle. En raison de la capacité caméléonique de l'hystérie, la rénovation de ses constructions est constante et a été liée au grand rôle des réseaux sociaux dans la vie des gens. La virtualité de cette nouvelle façon de mettre en relation nous appelle à réfléchir sur les profils en ligne comme un type de construction identitaire, accompagnée de l'application de filtres pour s'adapter aux standards de beauté, mais aussi de l'augmentation significative des interventions chirurgicales au Brésil. La vie sur les réseaux montre ce que vous voulez être lors de la sélection du contenu publié. De cette manière, il permet de masquer ce qui manque au sujet, et d'entretenir l'illusion d'avoir un corps complet, marque d'hystérie. Dans cet article, nous proposons de discuter des présentations hystériques non pas comme une pathologie, mais comme une caractéristique de la culture actuelle.
Assuntos
Psicanálise , Cultura , Histeria , Rede SocialRESUMO
RESUMO: Este artigo aborda as manifestações da histeria na contemporaneidade, retomando os conceitos de corpo e sintoma como construções subjetivas do sujeito psíquico, nos constructos de Freud e Lacan. Do corpo, nas neuroses clássicas, ao corpo nas neuroses hoje, surge a questão da diferença na apresentação dos sintomas neuróticos. Propomos o conceito de histeria rígida de Lacan para compreender os sintomas histéricos apresentados hoje, como formações do agenciamento de gozo do corpo pelo registro real, afastando-se das histerias clássicas freudianas de ordenamento simbólico. Esta modalidade histérica requer um tratamento clínico orientado pelo real, exigindo outras posições de escuta.
Abstract: This article addresses the manifestations of hysteria in the contemporary world retaking the concepts of body and symptom, as subjective constructions of the psychic subject, in the constructs of Freud and Lacan's theories. From the body, in the classic neuroses, to the body in the neuroses today, the question arises of the difference in the presentation of the neurotic symptoms. We propose the concept of Lacan's rigid hysteria to understand the hysterical symptoms presented today as formations of agency of enjoyment of the body by the real record, moving away from the classic Freudian hysteria of symbolic ordering. This hysterical modality requires a clinical treatment guided by the real registry, requiring other listening positions.
Assuntos
Psicanálise , Sociedades , Histeria , Sinais e Sintomas , Corpo HumanoRESUMO
Dada a associação histórica da histeria com a mulher e sua relação com o feminino, muitos trabalhos buscam compreender os atravessamentos dessa posição subjetiva para a sexualidade da mulher. O presente artigo promove a urgência em discutir as implicações de sua incidência sobre os homens, anatomicamente falando. Sendo assim, visa discutir os efeitos da dinâmica da histeria para o homem, no que concerne à assunção da posição sexual. Para tanto, se tratando de uma pesquisa teórica, partiremos de um rastreamento dos textos de Freud e do primeiro ensino de Lacan, buscando referências sobre a histeria masculina e, sobretudo, considerações sobre casos de homens histéricos. Posteriormente, articularemos os aspectos destacados pelos autores com o que, na teoria psicanalítica, se apresenta como particular à posição masculina, tal como a relação com o significante falo, com a castração e a identificação simbólica, bem como os efeitos disso na dinâmica do desejo e da fantasia.(AU)
Given the historical association of hysteria with women and their relation to the feminine, many papers seek to understand the difficulty of this subjective position for women's sexuality. The present article promotes the urgency to discuss the implications of its incidence on men, anatomically speaking. Thus, this work aims to discuss the effects of the dynamics of hysteria for men, in its concerns to the sexual position assumption. For this, as it is a theoretical research, we will start with a screening of Freud's and Lacan's first period of teaching texts, looking for references of masculine hysteria and, mainly, considerations on cases of hysterical men. Subsequently, we will articulate the aspects highlighted by the authors, with which, in psychoanalytic theory, is presented as particular to the masculine position, such as the relation with the signifier phallus, with castration and symbolic identification, as well as its effects in the dynamics of the desire and fantasy.(AU)
Dada la asociación histórica de la histeria con la mujer y su relación con lo femenino, muchos trabajos buscan comprender los atravesamientos de esa posición subjetiva para la sexualidad de la mujer. El presente artículo, promueve la urgencia en discutir las implicaciones de su incidencia sobre los hombres, anatómicamente hablando. Por lo tanto, este trabajo trata de discutir los efectos de la dinámica de la histeria para el hombre, en lo que concierne a la asunción de la posición sexual. Para ello, si se trata de una investigación teórica, partiremos de un rastreo de los textos de Freud y de la primera enseñanza de Lacan, buscando referencias sobre la histeria masculina y, sobre todo, consideraciones sobre casos de hombres histéricos. En la teoría psicoanalítica, se presenta como particular a la posición masculina, tal como la relación con el significante falo, con la castración y la identificación simbólica, así como los efectos de ello en la dinámica del hombre, el deseo y la fantasía.(AU)
Assuntos
Humanos , Masculino , Histeria/psicologia , Homens , Sexo , Teoria Freudiana , Complexo de ÉdipoRESUMO
A partir de sua experiência anterior com os temas trans e assédio sexual, a autora argumenta que o diálogo com a psicanálise sobre essas questões controversas e complexas de nosso tempo é tão desafiador quanto urgente. O que acontece quando tentamos introduzir o conceito de inconsciente na realidade de nossa vida política? Ou então quando reconhecemos o lugar do inconsciente nas identidades públicas que encorajamos, habitamos e defendemos? Ambas as questões, trans e assédio, nos confrontam com a questão da justiça social. O papel da psicanálise é sempre o de alertar sobre nossos sonhos de um mundo melhor ou talvez ela esteja bem no centro de nossa luta para alcançá-los?
Drawing on her previous engagement with the topics of trans and sexual harassment, Jacqueline Rose will argue in this lecture that the dialogue with psychoanalysis on both of these vexed, complex issues of our time, is as challenging as it continues to be urgent. What happens when we try to insert the concept of the unconscious into the reality of our political lives? Or rather, when we recognise the place of the unconscious in the public identities we foster, inhabit, and fight. Both trans and harassment confront us with the question of social justice. Is it always the role of psychoanalysis to issue a caution in relation to our dreams of a better world, or might it belong right at the heart of our struggle to attain it?
A partir de su anterior experiencia con los temas trans y acoso sexual, Jacqueline Rose argumentará en esta conferencia que el diálogo con el psicoanálisis sobre ambos asuntos controvertidos y complejos de nuestro tiempo, es tan desafiador como urgente. ¿Qué sucede cuando intentamos introducir el concepto de inconsciente en la realidad de nuestra vida política? O, cuando reconocemos el lugar del inconsciente en las identidades públicas nosotros alentamos, habitamos y luchamos. Ambos temas, trans y acoso, nos enfrentan a la cuestión de la justicia social. ¿El papel del psicoanálisis es siempre alertar sobre nuestros sueños de un mundo mejor o, tal vez, esté en el centro de nuestra lucha por alcanzarlos?
À partir de son expérience préalable avec les thèmes trans et d'harcelement sexuel, Jacquelinhe Rose argumentera, dans cette conférence, que le dialogue avec la psychanalyse, concernant ces deux questions controverses et complèxes de notre temps, c'est autant un défi d'importance qu'il est encore urgente. Ce que se passe-t-il lorsque nous essayons d'introduire le concepte de l'inconscient dans la réalité de notre vie politique? Ou encore, lorsque nous reconnaissons la place de l'inconscient dans les idéntités publiques nous encourageons, nous habitons et nous battons. Les deux questions, trans et harcelèment, nous confrontent avec la question de la justice social. Le rôle de la psychanalyse est toujours celui d'avertir à propos de nos rêves d'un monde meilleur ou, peut-être, elle se situe au bon milieu de notre lutte pour les atteindre.
RESUMO
O feminino chama representações plurais entre o ideal maternal e a sexualidade que enfrentam destinos pulsionais singulares. Estes últimos põem em evidência as ligações entre identificações e perda, através dos fantasmas de sedução e das características das escolhas de objeto. Dois estudos clínicos demonstram, na dinâmica da transferência, as relações existentes entre histeria, masoquismo e melancolia.
Feminism calls for plural representations between the maternal ideal and sexuality. It encounters singular drive destinations, which, in turn, evidence what are the associations between identifications and loss, through the traces of seduction and the characteristics of the object choices that are made. Two clinical case studies demonstrate, through the transference dynamics, the relationship between hysteria, masochism, and melancholy.
Lo femenino llama representaciones plurales entre el ideal maternal y la sexualidad que enfrentan destinos pulsionales singulares. Estos últimos ponen de manifiesto las conexiones entre identificación y pérdida, a través de los fantasmas de la seducción y de las características de las elecciones de objeto. Dos estudios clínicos demuestran, en la dinámica de la transferencia, las relaciones existentes entre histeria, masoquismo y melancolía.
Le féminin appelle des représentations plurielles entre l'idéal maternel et la sexualité aux prises avec des destins pulsionnels singuliers. Ceux-ci mettent en évidence les liaisons entre identifications et perte, à travers les fantasmes de séduction et les particularités des choix d'objet. Deux études cliniques montrent dans la dynamique du transfert les croisements entre hystérie, masochisme et mélancolie.
RESUMO
Uma observação das narrativas sobre a história da histeria revela que nem sempre aqueles que as elaboraram levaram em consideração o aspecto fundamentalmente historiográfico da proposta, tomando inferências como se fossem fatos históricos. Esse deslize originou narrativas que não deveriam ser classificadas como história, mas, mais apropriadamente, como mitologias. Com frequência, a trajetória da histeria começa na medicina egípcia, segue em um continuum por Hipócrates, pelas bruxas da Idade Média, pelos vapores do Iluminismo, até chegar à Salpêtrière, a Charcot e, em seguida, a Freud. Porém, do ponto de vista historio-gráfico (e evitando o anacronismo), esse curso pode não ser tão seguro. O artigo revê essa trajetória e propõe que a história da histeria implicaria dois estágios, separando-se a histeria doença do útero da histeria neurose. Uma ponte entre as duas concepções teria sido estabelecida por Thomas Sydenham, em 1682, no Epistolary discourse to the learned Dr. William Cole.
Analysis of the narratives on the history of hysteria reveals that those who elaborated them did not always take into account the fundamentally historiographical aspect of that proposal, and some inferences were considered as historical facts. This error gave rise to narratives that should not be classified as histories, but rather as mythologies. All too often, the historical trail of hysteria is taken to begin in Egyptian medicine, and then follow a continuum: to Hippocrates, the witches of the Middle Ages, the Enlightenment, the Salpêtrière, Charcot, and then Freud. However, from a historiographical point of view (and avoiding anachronism), this appears not to be the reliable sequence. This paper reviews that trajectory and proposes that a history of hysteria would unfold in two stages, distinguishing hysteria, as a disease of the uterus, from hysteria, as a neurosis. In such a proposal, a bridge between the two conceptions would have been established by Thomas Sydenham in 1682, with the Epistolary Discourse to the Learned Dr. William Cole.
La observación de los relatos sobre la historia de la histeria revela que quienes los elaboraron, no siempre han tenido en cuenta el aspecto fundamentalmente historiográfico de la propuesta, tomando inferencias como hechos históricos. Este desliz dio lugar a narraciones que no deberían clasificarse como historia, sino como mitologías. El trayecto histórico de la histeria comienza a menudo en la medicina egipcia, sigue en un continuum por Hipócrates, las brujas de la Edad Media, los vapores del Iluminismo, hasta llegar a Salpêtrière, Charcot y luego Freud. Sin embargo, desde un punto de vista historiográfico, y evitando el anacronismo, este camino puede no ser tan seguro. En este artículo se revisa esta trayectoria y se propone que la historia de la histeria involucraría dos etapas, separando la histeria, enfermedad del útero, de la histeria, una neurosis. Un puente entre las dos concepciones habría sido establecido por Thomas Sydenham, en 1682, en el Epistolary Discourse to the Learned Dr. William Cole.
L'observation des récits sur l'histoire de l'hystérie révèle que ceux qui les ont élaborés n'ont pas toujours pris en compte l'aspect fondamentalement historiographique de la proposition, en prenant certaines inférences comme s'elles étaient des faits historiques. Cette omission a donné lieu à des récits qui ne devraient pas être considérés comme de l'histoire, mais plutôt comme des mythologies. Le chemin historique de l'hystérie commence souvent dans la médecine égyptienne, suit un continuum à travers Hippocrate, les sorcières du Moyen Age, les vapeurs de l'Illuminisme, la Salpêtrière, Charcot et, ensuite, Freud. Cependant, d'un point de vue historiographique (et en évitant l'anachronisme), cette voie pourrait ne pas être si sûre. L'article reformule cette trajectoire et propose que l'histoire de l'hystérie se déroule en deux étapes, en séparant l'hystérie, la maladie de l'utérus, de l'hystérie que l'on appelle la névrose. Un pont entre les deux conceptions aurait été établi par Thomas Sydenham, en 1682, dans le Epistolary Discourse to the Learned Dr. William Cole.
RESUMO
RESUMO: O corpo é o ponto de partida do presente artigo por considerar que este possui um lugar privilegiado na psicanálise desde os estudos sobre a histeria em Freud até o conceito de gozo em Lacan. Investigando sobre o corpo, encontramos o sujeito, tanto histérico quanto neurótico obsessivo. A partir da relação entre a neurose e o corpo, foi possível constatar que o corpo se encontra tanto na origem do desenvolvimento psicossexual e, portanto, das estruturas clínicas, quanto é, simultaneamente, o local onde os sintomas neuróticos se se manifestam.
Abstract: The body is the starting point of this article because it has a privileged place in psychoanalysis from studies on hysteria in Freud to the concept of jouissance in Lacan. Investigating the body, we find the subject, both hysterical and obsessive neurotic. From the relation between the neurosis and the body, it was possible to verify that the body is at the origin of the psychosexual development and, therefore, of the clinical structures, but at the same time the place where the neurotic symptoms are manifested.
Assuntos
Humanos , Corpo Humano , Histeria , Transtornos NeuróticosRESUMO
O presente artigo se propõe a investigar o fenômeno psicossomático na clínica psicanalítica a partir das proposições freudo-lacanianas. Primeiramente, diferenciaremos o sintoma conversivo na histeria do acometimento corporal na psicossomática, apresentando a distância entre um sintoma e um fenômeno clínico. Entendemos que a psicossomática diferentemente do sintoma não porta uma mensagem passível de interpretação, é, antes, efeito de uma escrita que não pode ser lida. Uma escrita que sem a devida ascensão ao simbólico, mantém-se cristalizada no campo do gozo, portanto, sem representação psíquica. Para empreendermos essa discussão traremos a noção de letra em Lacan e, por fim, problematizaremos as possibilidades de atuação da psicanálise nos casos de psicossomática
The present article proposes to investigate the psychosomatic phenomenon in the psychoanalytic clinic from the Freudo-Lacanian propositions. First, we will differentiate the converting symptom in the hysteria of the bodily affection in psychosomatic, presenting the distance between a symptom and a clinical phenomenon. We understand that psychosomatics differently from the symptom does not carry a message that can be interpreted, it is rather an effect of a writing that cannot be read. A writing that, without the proper ascent to the symbolic, remains crystallized in the field of jouissance, therefore, without psychic representation. In order to undertake this discussion, we will bring the notion of letter in Lacan and, finally, we will problematize the possibilities of psychoanalysis in the cases of psychosomatics
El presente artículo se propone investigar el fenómeno psicosomático en la clínica psicoanalítica a partir de las proposiciones freudo-lacanianas. Primero diferenciaremos el síntoma conversivo en la histeria del acometimiento corporal en la psicosomática, presentando la distancia entre un síntoma y un fenómeno clínico. Entendemos que la psicosomática diferentemente del síntoma no porta un mensaje pasible de interpretación, es, antes, efecto de una escritura que no puede ser leída. Una escritura que sin la debida ascensión a lo simbólico, se mantiene cristalizada en el campo del goce, por lo tanto, sin representación psíquica. Para emprender esa discusión traemos la noción de letra en Lacan y, por fin, problematizaremos las posibilidades de actuación del psicoanálisis en los casos de psicosomática
Assuntos
Humanos , Teoria Psicanalítica , Psicologia Clínica , Transtornos Psicofisiológicos , Histeria/psicologiaRESUMO
O trabalho visa, inicialmente, delinear algumas referências históricas sobre o tema da histeria, especialmente em sua perspectiva demológica e as "teorias" que articulam a ideia do demônio às "doenças da alma". A seguir resgata-se o artigo freudiano "Uma neurose demoníaca do século XVII", de 1923, quando Freud, a partir de seu interesse pela feitiçaria, possessões e fenômenos afins, dedica-se ao estudo do caso do pintor Christoph Haizmann que, acossado por convulsões e alucinações assustadoras, faz um pacto com o diabo. No referido trabalho, Freud estabelece as relações entre a figura do demônio e a figura paterna destacando uma questão fundamental para o estudo da histeria que servirá para as posteriores elaborações de Lacan sobre o tema.
Initially, this paper aims to outline some historical references about hysteria, especially from its demonological perspective and regarding the "theories" which associate the idea of 'demon' to 'illnesses of the soul'. We take into account Freud's paper 'A seventeenth-century demonological neurosis' (1923), written in a time when Freud examined witchcraft, possessions and other phenomena and analyzed Christoph Haizmann's case who, harassed by convulsions and frightening hallucinations, makes a deal with the devil. In that paper, Freud associates the figure of the demon to the figure of the father, outlining a fundamental question for the studies on hysteria, which will serve for Lacan's developments about that subject.
Cet article vise initialement à délimiter certaines références historiques concernant le thème de l'hystérie, notamment en ce qui concerne sa perspective démonologique et les 'théories' qui lient l'idée du démon aux 'maladies de l'âme'. Ensuite on reprend l'article de Freud « Une névrose démoniaque au XVIIe siècle ¼ rédigé en 1923, lorsque Freud, étant donné son intérêt pour la sorcellerie, les possessions et les phénomènes apparentés, se consacre à l'étude du cas du peintre Christoph Haizmann qui, souffrant de convulsions et d'hallucinations effrayantes, fait un pacte avec le diable. Dans cet article, Freud établit les rapports entre la figure du démon et la figure paternelle en soulignant un enjeu fondamental pour l'étude de l'hystérie qui servira aux élaborations postérieures de Lacan sur ce thème.
Inicialmente, el trabajo tiene como objetivo delinear algunas referencias históricas sobre el tema de la histeria, especialmente en su perspectiva demonológica y las "teorías" que articulan la idea del demonio a las "enfermedades del alma". A continuación, se rescata el artículo freudiano "Una neurosis demoníaca del siglo XVII", de 1923, cuando Freud, a partir de su interés por la hechicería, posesiones y fenómenos similares, se dedica a estudiar el caso del pintor Christoph Haizmann que, atormentado por convulsiones y alucinaciones atemorizadoras, hace un pacto con el diablo. En el referido trabajo, Freud establece las relaciones entre la figura del demonio y la figura paterna destacando una cuestión fundamental para el estudio de la histeria, cuestión que servirá para las posteriores elaboraciones de Lacan sobre el tema.
Der vorliegende Artikel beschreibt zunächst einige historische Aspekte zum Thema der Hysterie, insbesondere die dämonologische Dimension und die "Theorien", welche die Idee des Teufels mit den "Seelenkrankheiten" verknüpfen. Freuds Artikel „Eine Teufelsneurose im siebzehnten Jahrhundert" (1923), verfasst in einer Zeit als Freud sich für Hexerei, Besessenheit und verwandte Phänomene interessierte, untersucht den Fall des Malers Christoph Haizmann. Da dieser an Krämpfen und furchterregenden Halluzinationen litt, schloss er einen Pakt mit dem Teufel. In seinem Artikel erörtert Freud die Beziehungen zwischen der Figur des Teufels und der väterlichen Figur, wobei er eine grundlegende Frage für das Studium der Hysterie hervorhebt, die den späteren Ausführungen von Lacan zu diesem Thema dienen wird.
RESUMO
O artigo busca desenvolver uma conceituação de Antropologia Simbólica que possa perceber e estudar o Self Cultural a partir de quatro estruturas arquetípicas básicas: matriarcal, patriarcal, alteridade e cósmica, na sua transformação histórico-evolutiva da Consciência Individual e Coletiva por intermédio de símbolos estruturantes. Esta metodologia nos permite estudar a interação dos símbolos estruturantes de culturas diferentes nas sociedades pluriculturais em contexto dinâmico e igualitário. Esta perspectiva simbólica aplicada à História da Cultura Ocidental se destina a estudar a transição da dominância patriarcal para a alteridade por intermédio dos símbolos estruturantes do Mito Cristão. Simbolicamente, os 14 séculos de Inquisição são vistos reintensificando o dinamismo patriarcal a ponto de patriarcalizar o Mito Cristão, estabelecer a dicotomia Cristo-Diabo e levar à dissociação do Self Cultural no século XVIII, produzindo uma grave fixação cultural no desenvolvimento da alteridade no Ocidente daí em diante. São discutidos alguns aspectos dessa dissociação cultural e enfatizada a importância do conceito de Patologia Cultural e de resgate do dinamismo matriarcal ferido. ■
The article develops a concept of Symbolic Anthropology to study the Cultural Self based on four archetypal structures, matriarchal, patriarchal, alterity and cosmic as they historically contribute side by side to develop Individual and Collective Consciousness through structuring symbols. This method allows us to study the interaction of structuring symbols in multicultural societies in a dynamic and equalitarian context even though one culture is highly advanced technologically and the other has no written language. This symbolic perspective is also used to study the transition of our patriarchal Roman-Judaic tradition towards the alterity democratic pattern through the structuring symbols of the Christian Myth. Symbolically, the fourteen centuries of the Inquisition are seen as a reintensification of the patriarchal pattern to the point of patriarchalizing the Christian Myth, establishing the Christ-Devil dichotomy splitting the image of the Christian Godhead and culminating in a severe dissociation of the Cultural Self in the 18th century with an intense injury to the implantation of the alterity pattern which affects us greatly today in all cultural dimensions. The importance of the concept of Symbolic Anthropology and History is stressed to study phenomena such as Cultural Pathology, fixation and dissociation of the Cultural Self. The author stresses the importance of matriarchal dynamism functioning side by side with patriarchal dynamism for society to attain and exercise the alterity democratic pattern of Consciousness. The symbolic richness of Indian and Negro Cultures and the absence in them of a dissociation similar to the Christ-Devil dichotomy is also emphasized as their possibility to contribute to a healthier Cultural Self in our multi-cultural society. ■
El artículo busca desarrollar una conceptualización de Antropología Simbólica que pueda percibir y estudiar el Self Cultural a partir de cuatro estructuras arquetípicas básicas: matriarcal, patriarcal, alteridad y cósmica, en su transformación histórico-evolutiva de la Conciencia Individual y Colectiva por intermedio de símbolos estructurantes. Esta metodología nos permite estudiar la interacción de los símbolos estructurantes de culturas diferentes en las sociedades pluriculturales en contexto dinámico e igualitario. Esta perspectiva simbólica aplicada a la Historia de la Cultura Occidental está destinada a estudiar la transición de la dominancia patriarcal a la alteridad a través de los símbolos estructurantes del Mito Cristiano. Simbólicamente, los catorce siglos de Inquisición se ven nuevamente intensificando el dinamismo patriarcal a punto de patriarcalizar el Mito Cristiano, establecer la dicotomía Cristo-Diablo y llevar a la disociación del Self Cultural en el siglo XVIII, produciendo una grave fijación cultural en el desarrollo de la alteridad en Occidente de ahí en adelante. Se discuten algunos aspectos de esa disociación cultural y se enfatiza la importancia del concepto de Patología Cultural y de rescate del dinamismo matriarcal herido. ■
RESUMO
Freud passou 19 semanas em Paris, concluiu suas pesquisas sobre neurologia e aprendeu muito com Charcot. Elaborou um instrumento que usaria para descobrir fatos novos e, munido de uma nova articulação para a teoria desse aprendizado, atirou-se a fazer especulações para além do conhecido.
As a young doctor, Freud spent nineteen weeks in Paris, concluded his research in neurology and learned a lot from Charcot. He developed a technique with which he would discover new facts, and along with these concepts he set himself beyond the unknown.
Freud pasó diecinueve semanas en París, concluyó sus investigaciones sobre la neurología, y aprendió mucho con Charcot. Elaboró un instrumento que usara para descubrir hechos nuevos y, provisto de una nueva articulación para la teoría de este aprendizaje, se arrojó a hacer especulaciones más allá de lo conocido.
Quand jeune, Freud a passé dix-neuf semaines à Paris, où il a terminé ses recherches en neurologie et beaucoup appris avec Charcot. Il adéveloppé une technique qui lui amènerait à des nouvelles découvertes et, avec un regard frais en face de la théorie, il s'est mis à faire des spéculation au-delà de ce qui était connu.
Assuntos
Paris , Teoria Freudiana , Psicanálise , AprendizagemRESUMO
As afinidades da psicanálise com a literatura são inequívocas e estão presentes desde as primeiras formulações freudianas. Édipo Rei, de Sófocles, e as tragédias de Shakespeare são manifestações dessa relação. Neste trabalho, elegemos como objeto de análise da tragédia rodrigueana "A falecida", que estreou em maio de 1953. A hipótese proposta sobre os percalços de Zulmira, a protagonista, postula que seu contexto de pobreza cultural e material, a falta de afeto demonstrada pelo marido e o sentimento de culpa por tê-lo traído desencadeiam sua busca de elevação moral. Para ela o sexo, e todas as suas manifestações libidinais, passa a ser abominável e sua grande obsessão torna-se a cerimônia do seu enterro. As acusações do Supereu a atormentam a ponto de ela acreditar que apenas a morte, seguida por um enterro luxuoso, poderá redimi-la. Isso parece indicar que essa personagem intenciona buscar na morte e no ritual de purificação que a envolve, uma redenção para sua vida medíocre e neurótica. Zulmira torna-se uma vítima inerte do Supereu que, como veículo da pulsão de morte, acabará por levá-la ao padecimento. A ciência, representada pelo médico Dr. Borborena, não consegue escutar a queixa de desamor de Zulmira e sua estruturação histérica. Procede-se também a uma análise da narrativa por meio do modelo actancial proposto por Greimas.
The affinities of psychoanalysis with the literature are unmistakable and have been present since the earliest Freudian formulations. Oedipus the King, by Sophocles, and the tragedies of Shakespeare are manifestations of this relationship. In this work, we chose as an object of analysis of the Rodriguean tragedy "The deceased" that premiered in May 1953. The proposed hypothesis about Zulmira's mishaps, the protagonist, postulates that its context of cultural and material poverty, lack of affection demonstrated by husband and the sense of guilt for having betrayed him, unleash his quest for moral elevation. For her, sex and all her libidinal manifestations become abominable and her great obsession becomes the ceremony of her burial. The accusations of the Superego torment her to the point where she believes that only death, followed by a luxurious burial, you can redeem it. This seems to indicate that this character intends to seek in death and the purification ritual that surrounds her, a redemption for her mediocre and neurotic life. Zulmira becomes an inert victim of the Superego, who, as a vehicle for the death drive, will eventually lead her to suffering. Science, represented by Dr. Borborena, cannot hear Zulmira's complaint of dismay and her hysterical structure. An analysis of the narrative is also done through the actantial model proposed by Greimas.
Las afinidades del psicoanálisis con la literatura son inequívocas y están presentes desde las primeras formulaciones freudianas. Edipo Rey, de Sófocles, y las tragedias de Shakespeare son manifestaciones de esa relación. En este trabajo, elegimos como objeto de análisis de la tragedia rodrigueana "La fallecida" que se estrenó en mayo de 1953. La hipótesis propuesta sobre los percances de Zulmira, la protagonista, postula que su contexto de pobreza cultural y material, la falta de afecto demostrada por el marido y el sentimiento de culpa por haberlo traicionado, desencadenan su búsqueda de elevación moral. Para ella, el sexo y todas sus manifestaciones libidinales, pasa a ser abominable y su gran obsesión se convierte en la ceremonia de su entierro. Las acusaciones de Superyó la atormentan hasta el punto de que cree que sólo la muerte, seguida por un entierro lujoso, puede redimirla. Esto parece indicar que ese personaje intenta buscar en la muerte y en el ritual de purificación que la envuelve, una redención para su vida mediocre y neurótica. Zulmira se convierte en una víctima inerte del Superyó, que, como vehículo de la pulsión de muerte, acabará por llevarla al padecimiento. La ciencia, representada por el médico Dr.Borborena, no consigue escuchar la queja de desamor de Zulmira y su estructuración histérica. Se procede también a un análisis de la narrativa a través del modelo actancial propuesto por Greimas.