RESUMO
Objetivo: Analisar aspectos relacionados com a positividade para esquistossomose em área de baixa prevalência, no Brasil. Métodos: Estudo transversal, realizado no primeiro semestre de 2020, quando foram analisadas a proporção de positividade, em função do número de lâminas de Kato-Katz, o desempenho diagnóstico do teste e a estimação da positividade a partir dos dados do Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (SISPCE). Resultados: Foram analisadas 2.088 lâminas de 348 indivíduos, sendo a proporção de positividade de 11,8%, 26,7% e 31,0% para 1, 4 e 6 lâminas analisadas, respectivamente. Houve concordância excelente (índice Kappa = 0,91) na comparação entre as leituras de 4 e 6 lâminas. Foi estimada subnotificação de 2,1 vezes nos dados do SISPCE. Conclusão: Ampliar o número de lâminas aumentou a positividade do Kato-Katz, o que pode contribuir para maximizar o controle da doença enquanto problema de Saúde Pública.
Objetivo: Analizar aspectos relacionados con la positividad para esquistosomiasis en área de baja prevalencia en Brasil. Métodos: Estudio transversal, realizado en el primer semestre de 2020, donde se analizó la proporción de positividad según el número de portaobjetos de Kato-Katz, el rendimiento diagnóstico de la prueba y la creación de un factor de estimación de positividad a partir de los datos del Sistema de Información del Programa de Vigilancia y Control de la Esquistosomiasis (SISPCE). Resultados: Se analizaron 2.088 láminas de 348 individuos, con proporción de positividad del 11,8%, 26,7% y 31,0% para 1, 4 y 6 láminas analizadas, respectivamente. Hubo una excelente concordancia (Kappa = 0,91) en la comparación entre la lectura de 4 y 6 láminas. Se estimó un subregistro de 2,1 veces en los datos del SISPCE. Conclusión: Aumentar el número de muestras aumentó la positividad de Kato-Katz, lo que puede contribuir a maximizar el control de la enfermedad como problema de Salud Pública.
Objective: To analyze aspects related to schistosomiasis positivity in an area of low prevalence in Brazil. Methods: This was a cross-sectional study, carried out in the first half of 2020, where we analyzed the proportion of positivity, according to the number of Kato-Katz slides, the diagnostic performance of the test and positivity estimates based on data from the Schistosomiasis Surveillance and Control Program Information System (SISPCE). Results: 2,088 slides from 348 individuals were analyzed, with proportion of positivity of 11.8%, 26.7% and 31.0% for 1, 4 and 6 slides analyzed, respectively. There was excellent agreement (Kappa = 0.91) between the readings of 4 and 6 slides. The SISPCE data was estimated to be underreported by up to 2.1 times. Conclusion: Increasing the number of slides increased Kato-Katz positivity, which can contribute to maximizing the control of the disease as a Public Health problem.
Assuntos
Humanos , Animais , Pré-Escolar , Schistosoma mansoni/isolamento & purificação , Esquistossomose mansoni/diagnóstico , Esquistossomose mansoni/epidemiologia , Brasil/epidemiologia , Prevalência , Estudos Transversais , Sensibilidade e Especificidade , Testes de Sensibilidade Parasitária/métodos , Doenças Negligenciadas , Monitoramento EpidemiológicoRESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar a distribuição espacial e as características epidemiológicas da esquistossomose mansônica no município de Simão Dias, Sergipe, Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e transversal. Para o inquérito coproscópico, examinou-se o material fecal de 3.472 amostras no ano de 2011. Os casos positivos de Schistosoma mansoni foram georreferenciados utilizando-se o método absoluto com posicionamento instantâneo de um ponto e com auxílio de um receptor GPS para a localização espacial dos domicílios onde existiam casos de esquistossomose. Para a análise espacial dos dados e identificação visual de padrões de distribuição e densidade dos casos, foi adotado o estimador de Kernel, sendo as análises realizadas pelo software TerraView, versão 4.2.0. O município de Simão Dias é uma área de baixa endemicidade da esquistossomose, visto que apresentou prevalência de 4,3%. Os indivíduos mais acometidos pela infecção foram os do sexo masculino, na faixa etária de 10 a 39 anos, de etnia parda, solteiros e com renda familiar de 1 a 2 salários mínimos. A análise espacial, com base no estimador de densidade de Kernel, permitiu a construção de mapas que apontaram a existência de três regiões de risco para transmissão da esquistossomose: Pau de Leite, Açude e Curral dos Bois. Apesar dos inquéritos evidenciarem a ocorrência de esquistossomose, ainda se desconhecem medidas preventivas eficientes para a redução desse agravo implementadas na região. As técnicas de análise espacial empregadas configuram-se como um importante método para o monitoramento e controle desta doença parasitária
Assuntos
Esquistossomose mansoni , Epidemiologia , Análise EspacialRESUMO
Purpose: To evaluate the retinal nerve fiber layer thickness in patients with the hepatosplenic schistosomiasis mansoni using optical coherence tomography. Methods: It was performed a observational, analytic, cross-sectional study. The group of patients enrolled 24 individuals (13 females and 11 males), aged from 27 to 73 years (55.7±11.6 years). In the control group were included 22 subjects (12 females and 10 males) aged from 31 to 77 years (55.4±16.5 years). Of the 92 eyes evaluated, three were excluded because they have opaque media, which made impossible to perform the test. All participants underwent a complete ophthalmologic examination and measurement of the retinal nerve fiber layer using optical coherence tomography. Results: The mean thickness of retinal nerve fiber layer was 98.1±15.2µm in the studied group and 114.2±10.0 µm in the control group (p<0.001). Conclusions: There was a significant decrease in the retinal nerve fiber layer thickness in all quadrants in patients with hepatosplenic schistosomiasis.
Objetivo: Avaliar a espessura da camada de fibras nervosas da retina em portadores de esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica utilizando a tomografia de coerência óptica. Métodos: Realizou-se estudo observacional, analítico, de corte transversal. O grupo de doentes foi composto por 24 indivíduos (13 femininos e 11 masculinos), com idades variando entre 27 e 73 anos (55,7±11,6 anos). No grupo controle foram incluídos 22 indivíduos (12 femininos e 10 masculinos) com idades entre 31 e 77 anos (55,4±16,5 anos). Dos 92 olhos avaliados, três foram excluídos por apresentarem opacidade de meios que impossibilitaram o exame. Todos os participantes foram submetidos ao exame oftalmológico completo e medida da camada de fibras nervosas da retina pela tomografia de coerência óptica. Resultados: A média das espessuras da camada de fibras nervosas da retina foi de 98,1±15,2μm no grupo de estudo e 114,2±10,0 μm no grupo controle (p<0,001). Conclusão: Observou-se diminuição significante da espessura da camada de fibras nervosas da retina, em todos os quadrantes, nos pacientes com esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Esquistossomose mansoni/diagnóstico , Fibras Nervosas , Retina/anatomia & histologia , Tomografia de Coerência Óptica , Estudos Transversais , Estudo ObservacionalRESUMO
A Hipertensão Portal (HP) na Esquistossomose Mansônica (EM) tem, como repercussão, varizes esofagogástricas, gastropatia, colopatia, sendo pouco estudadas as repercussões duodenais já evidenciadas em cirróticos. As lesões duodenais observadas na esquistossomose podem ser secundárias à HP (Duodenopatia da Hipertensão Portal - DHP) ou à agressão parasitária, duodenite, sendo importante saber a causa das lesões duodenais em pacientes esquistossomóticos a fim de realizar uma abordagem terapêutica com maior segurança e especificidade nos pacientes. Objetivos: avaliar a ocorrência e as características de alterações duodenais em pacientes com esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica; a frequência da DHP endoscópica e histológica; verificar a associação da DHP endoscópica com DHP histológica; presença de GHP; presença e grau das VE; presença de HDA; presença de circulação colateral; diâmetro longitudinal do baço e padrão ultrassonográfico da Fibrose Periportal (FPP). Métodos: avaliados 65 pacientes portadores de EM, estudo tipo série de casos. Preencheram critérios de inclusão 50 pacientes, com a forma hepatoesplênica, com ou sem história de HDA, exames realizados (parasitológico de fezes, marcadores virais para VHB e VHC, bioquímica, função e testes hepáticos, hemograma, ultrassonografia e endoscopia digestiva alta - EDA com biopsia de estômago e duodeno). Resultados: a média de idade de 50, 58 anos, sendo 29 (58%) do sexo feminino: apenas 8/50 (16%) tinham história de HDA. Lesões duodenais foram observadas à EDA em 47/50 (94%) dos pacientes, sendo, as mais frequentes, o eritema em 16/50 (32%), a congestão em 9/50 (18%) e associados (eritema e congestão) em 16/50 (32%). DHP à EDA foi observada em 56% (28/50) dos pacientes, 53,6% (15/28) com intensidade acentuada. DHP à histologia foi evidenciada em 62% (31) dos pacientes. Houve associação do diagnóstico endoscópico e histológico da DHP em 23/28 (82,1%) pacientes (p=0,001). Houve associação entre DHP endoscópica com diâmetro longitudinal do baço (P=0,045) e com padrão da FPP (p=0,038). Não houve associação entre DHP endoscópica com a GHP (p=0,569), com presença e grau das VE (p=0,444; p=0,350), nem com história de HDA (p=0,116). Conclusão: na EM forma hepatoesplênica, as lesões duodenais são bastante frequentes, sendo as mais encontradas o eritema, eritema e congestão, a erosão e a congestão. A DHP foi evidenciada à EDA em 56%, histologia em 62% dos casos. Houve concordância do diagnóstico endoscópico com histológico em 82,1%. Não houve significância estatística entre DHP endoscópica com GHP, VE e HDA. Houve significância entre o padrão da FPP com a presença de DHP à endoscopia e relação inversa entre o diâmetro longitudinal do baço e a presença de DHP à endoscopia.
Despite of the fact that Portal Hypertension (PH) in Mansoni Schistosomiasis can cause esophagogastric varices, gastropathy and colopathy, its duodenal repercussions, already evidenced in cirrhotic patients, have been little studied. The duodenal lesions seen in schistomiasis may be secondary to PH (Portal Hypertensive Duodenopathy -PHD) or parasitic aggression, duodenitis. It is particularly important to understand the cause of duodenal lesions in schistosomotic patients in order to approach their treatment with greater security and specificity. Aims: The present study has the following aims: to evaluate the occurrence of alterations and the type of duodenal lesions in patients suffering from the hepatosplenic form of mansoni schistosomiasis; to determine the frequency of PHD by histological and endoscopic means; and to associate the presence of PHD on endoscopy with the following: PHD on histology; the presence of portal hypertensive gastropathy (PHG); the presence and degree of esophageal varices, the presence of upper gastrointestinal bleeding; the longitudinal diameter of the spleen, and the pattern of periportal fibrosis. Patients and methods: Sixty- -five patients with mansoni schistomiasis were studied in a case series study. Fifty patients met the inclusion criteria; all of them had the hepatosplenic form, with or without a history of upper gastrointestinal bleeding, and underwent a series of investigations, namely parasitological feces examination, viral markers for HVB and HCV, ultrasound and endoscopy of the upper gastrointestinal tract with biopsy of the stomach and duodenum. Results: The mean age was 50.58 yr (range, 26-70 yr), 29 (58%) being females, and only eight of the 50 (16%) had a history of bleeding of the digestive tract. Duodenal lesions were observed on endoscopy of the upper gastrointestinal tract in 47 (94%) patients, the most frequent ones being erythema in 16 (32%), congestion in 9 (18%) and both erythema and congestion in 16 (32%). Portal hypertensive duodenopathy on endoscopy was observed in 28 (56%), and in 15 of these (53.6%) it was particularly intense. Portal hypertensive duodenopathy was evidenced on histology in 31 (62%) patients. In 23 of 28 (82.1%) patients the histological diagnosis of PHD was associated with the endoscopic diagnosis (p=0.001). Portal hypertensive duodenopathy was associated with the longitudinal diameter of the spleen (p=0.045) and with the pattern of the periportal fibrosis (p=0.038). There was no association between PHD on endoscopy with PHG (p=0.569), the presence and degree of esophageal varices (p=0.444; p=0.350) or a history of upper gastrointestinal bleeding (p=0.116). Conclusion: on the basis of the results of the present study, it is concluded that in the hepatosplenic form of mansoni schistosomiasis duodenal lesions are extremely frequent, the most common ones being erythema, erythema and congestion, erosion and congestion. Portal hypertensive duodenopathy was evidenced endoscopically in 56% and histologically in 62% of the cases, with an 82.1% agreement between the endoscopic and histological diagnoses. There was no statistically significant association between PHD on endoscopy and PHG, esophageal varices or upper gastrointestinal bleeding. There was a significant association between the pattern of periportal fibrosis in the presence of PHD on endoscopy and the inverse relationship between the longitudinal diameter of the spleen and the presence of PHD on endoscopy.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Esquistossomose mansoni , Hipertensão Portal , DuodenopatiasRESUMO
INTRODUÇÃO/OBJETIVO: A esquistossomose mansonica é causa importante de fibrose hepática e hipertensão porta em regiões tropicais, e a patogênese da fibrose não está bem esclarecida. Como a via do hedgehog e um dos seus genes alvos,a osteopontina, estão envolvidos em fibroses hepáticas de outras etiologias o objetivo foi investigar a ativação destas vias na esquIsitossomose humana e murina experimental, no intuito de verificar o seu envolvimento no desenvolvimento da forma hepatoesplênica da esquistossomose mansonica (FHE). MATERIAL E MÉTODOS: 87 biópsias em cunha de fígados de pacientes com FHE submetidos a cirurgia e fragmentos de fígado de camundongos suiços infectados com Schistosoma mansoni foram submetidos a métodos imunohistoquímicos e de biologia molecular para avaliar a expressão de ligantes hedgehog (Ihh, Shh), receptor Patched, fatores de transcrição Gli 1 e 2 e osteopontina. Osteopontina sérica e ligante Shh do hedgehog foram avaliados em camundongos suíços infectados e os de osteopontina em camundongos CBA/J infectados e em pacientes com FHE e forma hepatointestinal da esquistossomose. In vitro foi avaliado o efeito de antígeno solúvel do ovo (SEA) em células de Kuppfer, células estreladas, macrófagos, colangiócitos e células endoteliais sinusoidais hepáticas. A relação com a via da IL-13 foi avaliada em camundongos geneticamente deficientes ou hiperexpressando a citocina. Foi avaliado in vitro se a IL-13 induz ligantes hedghog ou ativação da via em células de Kuppfer. RESULTADOS: Os resultados mostraram: (a) aumento expressão de ligantes Ihh, de fatores de transcrição Gli2 e de osteopontina no fígado de camundongos suíços infectados com Schistosoma mansoni, aumento de shh e osteopontina no plasma de camundongos suíços e de osteopontina no plasma de camundongos CBA/J infectados com S. mansoni; (b) aumento na expressão de Ihh, Shh, Gli1 e 2, receptor Patched e de osteopontina no fígado de pacientes com esquistossomose e aumento da osteopontina sérica em pacientes com a FHE; (c) A expressão de ligantes hedgehog e de Gli2 foi observada em macrófagos, células estreladas, ductos biliares e células endoteliais, e a de osteoponina em ductos biliares,macrófagos e células estreladas/miofibroblastos; (d) correlação positiva entre ativação do hedgehog (Gli2 e osteopontina) e fibrose, no modelo murino experimental e nos pacientes; nestes a correlação também foi observada com o grau de fibrose classificada pelo ultrassom e com a hipertensão porta; (e) Inibição in vitro do hedgehog com ciclopamina e vismodegib ou por nocauteamento condicional de receptor Smoothened bloqueou a ativação alternativa de macrófagos e inibiu a angiogênese a partir de células endoteliais sinusoidais hepáticas; (f) que o bloqueio da via da IL-13 reduziu e a hiperexpressão aumentou a ativação da via do hedgehog e IL-13 diretamente induziu, in vitro,produção de ihh em células de Kupffer de camundongos e de humanos, demonstrando a inter-relação das duas vias...
BACKGROUND AND AIMS: Schistosomiasis is a major cause of liver fibrosis and portal hypertension in tropical regions, and the pathogenesis of fibrosis is not well established. As hedgehog pathway and one of its target genes, osteopontin, are involved in liver fibrosis of other etiologies our aims were to investigate the activation of these pathways in human and experimental murine schistosomiasis, in an attempt to verify their involvement in the development of hepatosplenic schistosomiasis mansoni (HS). METHODS: 87 wedge liver biopsies of patients with HS submitted to surgery and liver fragments Swiss mice infected with Schistosoma mansoni were submitted to immunohistochemistry and molecular biology methods to evaluate the expression of hedgehog ligands (Ihh, Shh), patched receptor , Gli transcription factors and osteopontin. Serum osteopontin and Shh were evaluated in infected Swiss mice and osteopontin was evaluated in serum of infected CBA/J mice and plasma from patients with hepatointestinal and HS forms of schistosomiasis. The effect of soluble egg antigen (SEA) on Kuppfer cells, stellate cells, macrophages, cholangiocytes and liver sinusoidal endothelial cells was evaluated in vitro. Relationship with IL-13 pathway was evaluated in mice genetically deficient or with hyperexpression of this cytokine. Whether IL-13 induces production of ligands and/or activation of the hedgehog pathway in Kuppfer cells was evaluated in vitro. RESULTS: Results demonstrated: (a) increased expression of Ihh, transcription factor Gli2 and osteopontin in the livers of Swiss mice infected with S. mansoni, increased plasma levels of shh and osteopontin in infected Swiss mice and increased osteopontin in plasma of S. mansoni infected CBA/J mice; (b) increased expression of ihh, shh, Gli1 and 2, patched and osteopontin receptor in the liver of patients with schistosomiasis and increased serum osteopontin in patients with HS; (c) expression of hedgehog ligands and Gli2 was observed in macrophages, stellate cells, endothelial cells and bile duct and expression of osteopontin was detected in macrophages and stellate/myofibroblast cells; (d) positive correlation between activation of the hedgehog (Gli2 and osteopontin) and fibrosis in experimental murine model and in patients; these correlation was also observed with the degree of fibrosis classified by ultrasound and with portal hypertension; (e) in vitro inhibition of hedgehog pathway with cyclopamine or vismogedib or by conditional knockout of Smoothened co-receptor blocked the alternative activation of macrophage and inhibited angiogenesis in liver sinusoidal endothelial cells; (f) reduction of IL-13 pathway or IL-13 over-expression respectively reduced or increased the activation of the hedgehog pathway and IL-13 directly induced in vitro ihh production in Kupffer cells from mice and human, demonstrating a cross-talk between the two pathways...
Assuntos
Animais , Cirrose Hepática/complicações , Cirrose Hepática/diagnóstico , Cirrose Hepática/parasitologia , Cirrose Hepática/patologia , Cirrose Hepática/prevenção & controle , Esquistossomose/diagnóstico , Esquistossomose/parasitologia , Esquistossomose/patologia , Esquistossomose/prevenção & controle , Esquistossomose/transmissãoRESUMO
INTRODUÇÃO/OBJETIVO: A esquistossomose mansonica é causa importante de fibrose hepática e hipertensão porta em regiões tropicais, e a patogênese da fibrose não está bem esclarecida. Como a via do hedgehog e um dos seus genes alvos, a osteopontina, estão envolvidos em fibroses hepáticas de outras etiologias o objetivo foi investigar a ativação destas vias na esquIsitossomose humana e murina experimental, no intuito de verificar o seu envolvimento no desenvolvimento da forma hepatoesplênica da esquistossomose mansonica (FHE). MATERIAL E MÉTODOS: 87 biópsias em cunha de fígados de pacientes com FHE submetidos a cirurgia e fragmentos de fígado de camundongos suiços infectados com Schistosoma mansoni foram submetidos a métodos imunohistoquímicos e de biologia molecular para avaliar a expressão de ligantes hedgehog (Ihh, Shh), receptor Patched, fatores de transcrição Gli 1 e 2...
inglês: BACKGROUND AND AIMS: Schistosomiasis is a major cause of liver fibrosis and portal hypertension in tropical regions, and the pathogenesis of fibrosis is not well established. As hedgehog pathway and one of its target genes, osteopontin, are involved in liver fibrosis of other etiologies our aims were to investigate the activation of these pathways in human and experimental murine schistosomiasis, in an attempt to verify their involvement in the development of hepatosplenic schistosomiasis mansoni (HS). METHODS: 87 wedge liver biopsies of patients with HS submitted to surgery and liver fragments Swiss mice infected with Schistosoma mansoni were submitted to immunohistochemistry and molecular biology methods to evaluate the expression of hedgehog ligands (Ihh, Shh), patched receptor , Gli transcription factors and osteopontin...
Assuntos
Animais , Cirrose Hepática/complicações , Cirrose Hepática/diagnóstico , Cirrose Hepática/parasitologia , Cirrose Hepática/patologia , Cirrose Hepática/prevenção & controle , Esquistossomose/diagnóstico , Esquistossomose/parasitologia , Esquistossomose/patologia , Esquistossomose/prevenção & controle , Esquistossomose/transmissãoRESUMO
INTRODUCTION: The treatment of portal hypertension is complex and the the best strategy depends on the underlying disease (cirrhosis vs. schistosomiasis), patient's clinical condition and time on it is performed (during an acute episode of variceal bleeding or electively, as pre-primary, primary or secondary prophylaxis). With the advent of new pharmacological options and technical development of endoscopy and interventional radiology treatment of portal hypertension has changed in recent decades. AIM: To review the strategies employed in elective and emergency treatment of variceal bleeding in cirrhotic and schistosomotic patients. METHODS: Survey of publications in PubMed, Embase, Lilacs, SciELO and Cochrane databases through June 2013, using the headings: portal hypertension, esophageal and gastric varices, variceal bleeding, liver cirrhosis, schistosomiasis mansoni, surgical treatment, pharmacological treatment, secondary prophylaxis, primary prophylaxis, pre-primary prophylaxis. CONCLUSION: Pre-primary prophylaxis doesn't have specific treatment strategies; the best recommendation is treatment of the underlying disease. Primary prophylaxis should be performed in cirrhotic patients with beta-blockers or endoscopic variceal ligation. There is controversy regarding the effectiveness of primary prophylaxis in patients with schistosomiasis; when indicated, it is done with beta-blockers or endoscopic therapy in high-risk varices. Treatment of acute variceal bleeding is systematized in the literature, combination of vasoconstrictor drugs and endoscopic therapy, provided significant decline in mortality over the last decades. TIPS and surgical treatment are options as rescue therapy. Secondary prophylaxis plays a fundamental role in the reduction of recurrent bleeding, the best option in cirrhotic patients is the combination of pharmacological therapy with beta-blockers and endoscopic band ligation. TIPS or surgical treatment, ...
INTRODUÇÃO: O tratamento da hipertensão portal é complexo e a definição da melhor estratégia depende da causa subjacente (cirrose vs. Esquistossomose), da condição clínica e do momento em que é realizado (episódio agudo de hemorragia ou como profilaxia pré-primária, primária ou secundária). Com o advento de novas opções medicamentosas e o desenvolvimento da endoscopia e radiologia intervencionista, o tratamento da hipertensão portal tem sofrido grande transformação nas últimas décadas. OBJETIVO: Avaliar os avanços e as estratégias empregadas no tratamento emergencial e eletivo da hemorragia varicosa em pacientes cirróticos e esquistossomóticos. MÉTODO: Revisão bibliográfica nas bases de dados PubMed, Embase, Lilacs, SciELO e Cochrane até junho de 2013, com os descritores: portal hypertension, esophageal and gastric varices, variceal bleeding, liver cirrhosis, schistosomiasis mansoni, surgical treatment, pharmacological treatment, secondary prophylaxis, primary prophylaxis, pré-primary prophylaxis. CONCLUSÃO: Com relação à profilaxia pré-primária não existem estratégias específicas; a melhor recomendação é tratamento da doença de base. A proflaxia primária em pacientes cirróticos deve ser feita com betabloqueadores ou terapêutica endoscópica com ligadura elástica. Existe controvérsia quanto à efetividade da profilaxia primária em pacientes esquistossomóticos; quando indicada, faz-se com betabloqueadores ou terapêutica endoscópica nas varizes de maior risco. O tratamento do sangramento agudo é o com melhor sistematização e mais alto nível de evidência; a associação de drogas vasoconstritoras e terapia endoscópica ...
Assuntos
Humanos , Hemorragia Gastrointestinal/terapia , Tratamento de Emergência , Varizes Esofágicas e Gástricas/complicações , Hemorragia Gastrointestinal/etiologia , Cirrose Hepática/complicações , Esquistossomose/complicaçõesRESUMO
The purpose of our study in the municipality of Bananal, state of São Paulo, Brazil, was to stop the transmission of schistosomiasis mansoni. Particular emphasis was given to such items as the active surveillance and eventual treatment of hosts, mapping parasite foci, and increasing the extent of basic sanitation in the municipality. Now, our records indicate that the eradication of schistosomiasis in the municipality of Bananal is attainable. However, as the vector Biomphalaria tenagophila can still be found in some water bodies within this municipality, it remains included in the area where schistosomiasis is endemic, which calls for very strict measures to avoid the human cases of schistososomiasis. The expansion of the coverage of the basic sanitation network and treatment of Schistosoma mansoni cases diagnosed during periodic surveys are part of the plans to eradicate schistosomiasis in Bananal.
O propósito do nosso trabalho no município de Bananal, estado de São Paulo, Brasil, foi o de interromper a transmissão da esquistossomose mansônica. Foi dada particular atenção a itens como: busca ativa e tratamento dos infectados, mapeamento dos focos de parasitas e aumento da abrangência do saneamento básico do município. Atualmente, nossos dados indicam que a provável erradicação da esquistossomose em Bananal é possível. Entretanto, como o vetor Biomphalaria tenagophila ainda pode ser encontrado em algumas coleções de água deste município, esta permanece incluída em área onde a esquistossomose é endêmica. Isto implica a adoção de medidas muito restritas para evitar novas ocorrências de casos humanos da doença. Fazem parte do plano de erradicação da esquistossomose a expansão da cobertura da rede de saneamento básico e o tratamento dos casos diagnosticados durante as investigações periódicas. .
Assuntos
Humanos , Esquistossomose mansoni/epidemiologia , Esquistossomose mansoni/prevenção & controle , Brasil/epidemiologiaRESUMO
Background and objectives: Schistosomiasis has a wide geographical distribution, and is found in many countries including Brazil, where it is endemic in some states. This study aimed to describe the main pathogenic aspects of the Homo sapiens sapiens / Shistosoma mansoni interaction, focusing on the acute phase of illness. Accordingly, we reviewed the literature using a with a defined search strategy, using PubMed. The selected papers were read and the information organized into two sections, focusing on (1) the pathophysiological human-helminth interaction "cycle" and (2) the role of granuloma in the disease. Content: The pathologic process begins with the penetration of the cercariae into the skin, from which point the response mechanisms to infection are triggered - linked to the biological cycle of the helminth in the human body - and justifying the development of acute and chronic forms of the disease. The acute phase is characterized by the formation of necrotic-exudative granulomas around the eggs. Continuous oviposition allows for modulation of the immune response, the histopathological significance of which is the disappearance of the necrotic areas and size reduction of the granulomas surrounding the eggs. Conclusion: An understanding of the Homo sapiens sapiens/Schistosoma mansoni interaction is essential in order to think of ways to intervene with the natural history of the disease, avoiding the emergence of severe forms - especially in the context of evolution to chronic disease -, and, perhaps, corroborating for a better coexistence between man and helminth, in the best spirit of cohabitology...
Assuntos
Humanos , Esquistossomose mansoni , PatologiaRESUMO
RACIONAL: Na esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica ocorre fibrose hepática difusa que associada à congestão venosa do sistema porta resulta em hepatoesplenomegalia. Pode produzir hemorragia digestiva alta por rotura das varizes de esôfago e do estômago ou lesões pépticas da mucosa gastroduodenal. OBJETIVO: Estudar os efeitos da esplenectomia e ligadura da veia gástrica esquerda sobre a hemodinâmica portohepática. MÉTODO: Vinte e três portadores de esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica foram estudados prospectivamente, antes e cerca de duas semanas após a operação, através de estudos angiográficos dos diâmetros da artéria hepática comum e própria, artéria esplênica, artéria mesentérica superior, veia porta, veia mesentérica superior e veia gástrica esquerda. Foram aferidas as pressões da veia cava inferior, venosa central, da veia hepática livre, da veia hepática ocluída e sinusoidal. RESULTADOS: A ligadura da veia gástrica esquerda determinou acréscimo significante nas seguintes variáveis: diâmetros da artéria hepática comum e própria; diâmetro da veia mesentérica superior; o acréscimo não foi significante nas seguintes medidas: pressão venosa central e diâmetro da artéria mesentérica superior. Ela promoveu decréscimo não significante nas variáveis: pressão da veia cava inferior; pressão da veia hepática livre; pressão da veia hepática ocluída; pressão sinusoidal; diâmetro da veia porta. CONCLUSÃO: A ligadura da veia gástrica esquerda, na maioria dos casos, não determina alterações hemodinâmicas significantes do sistema porta capazes de quebrar o equilíbrio hemodinâmico funcional, que caracteriza a esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica.
BACKGROUND: In hepatosplenic schistosomiasis occurs diffuse hepatic fibrosis associated with venous congestion of the portal system resulting in hepatosplenomegaly. It can produce digestive hemorrhage caused by rupture of esophageal and stomach varices or peptic gastroduodenal mucosal lesions. AIM: To study the effects of splenectomy and ligature of the left gastric vein on portohepatic hemodynamics. METHOD: Twenty-three patients with hepatosplenic schistosomiasis mansoni were studied before and about two weeks after operation through angiographic diameter of the common and proper hepatic artery, splenic artery, superior mesenteric artery, portal vein, superior mesenteric vein and left gastric vein. The pressures of the inferior vena cava and central venous pressure, free hepatic vein, the hepatic sinusoidal and occluded vein were measured. RESULTS: The splenectomy and ligature of the left gastric vein determined low morbidity and null mortality. It determined significant addition to the following variables: diameters of the common and proper hepatic artery; diameter of the superior mesenteric vein. It determined non significant increase on the following measurements: right atrial pressure and diameter of the superior mesenteric artery. It determined non significant decrease to the following variables: inferior vena cava pressure; free hepatic vein pressure; occluded hepatic vein pressure; sinusoidal pressure, diameter of the portal vein. CONCLUSION: Splenectomy and ligature of the left gastric vein do not determine portal hemodynamic changes capable of breaking the functional hemodinamic balance that characterizes the hepatosplenic mansoni schistosomiasis.
Assuntos
Adulto , Idoso , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Hepatopatias/fisiopatologia , Hepatopatias/cirurgia , Esquistossomose mansoni/fisiopatologia , Esquistossomose mansoni/cirurgia , Esplenectomia , Esplenopatias/parasitologia , Esplenopatias/fisiopatologia , Angiografia , Pressão Sanguínea , Hemodinâmica , Ligadura , Hepatopatias/parasitologia , Período Pós-Operatório , Período Pré-Operatório , Esplenopatias/cirurgia , Veias/cirurgiaRESUMO
A hemorragia digestiva alta varicosa (HDAV) é a mais grave complicação da hipertensão portal, com alta taxa de ressangramento e mortalidade. Em Pernambuco, devido à endemicidade da esquistossomose mansônica, há uma elevada frequência deste tipo de sangramento. Objetivos: avaliar a doença hepática de base de pacientes portadores de varizes esofagogástricas (VVEEGG) com HDA, além do seguimento quanto à orientação após alta hospitalar da emergência, taxa de ressangramento e óbito em hospital de emergência. Pacientes e métodos: trata-se de um estudo descritivo, tipo série de casos, em pacientes com VVEEGG atendidos no setor de endoscopia digestiva do Hospital da Restauração em Recife, referência no estado em hemorragia digestiva, de outubro de 2008 a outubro de 2009. Foram coletados dados sobre antecedentes pessoais, aspectos demográficos e clínicos e realizado exame endoscópico para avaliação do sítio de sangramento e propedêutica para controle da hemorragia se necessário. Resultados: foram analisados 178 pacientes portadores de VVEEGG com HDA. A média de idade foi 53,9 anos, sendo 115 (64,6%) do sexo masculino. A faixa etária mais frequente foi de 50 a 59 anos (31,5%) e 67 (37,7%) eram naturais de Zona da Mata. Ao exame físico, 58 (32,6%) pacientes apresentavam ascite. Foi evidenciado que 177 pacientes tinham varizes esofágicas (VVEE) e 78 tinham varizes gástricas. Quanto aos exames solicitados para caracterizar a doença de base, evidenciou-se um valor médio de albumina de 2,8 g/dl, de bilirrubina total 2,2 mg/dl e de INR 1,4. A doença hepática crônica (DHC) foi definida pelo ultrassom (USG) em cirrose (38), esquistossomose (60) e doença mista (22). Após a alta hospitalar, 45/174 pacientes (25,9%) ficaram em uso de propranolol e 57/174 (32,8%) conseguiram acompanhamento em ambulatório especializado. Após 3 meses do episódio de HDA, foi constatado relato de ressangramento em 92/161 (57,1%) pacientes e óbito em 44/161 (27,3%). Houve relação de ressangramento com óbito (p<0,001), com presença de manchas vermelhas nas VVEE (p<0,001), diagnóstico de cirrose hepática e DHC mista pelo USG (p=0,023), presença de ascite (p=0,004) e a não utilização de propranolol (p=0,002). Observou-se a associação de óbito e faixa etária de 50 a 59 anos (p=0,016) e com aspecto hepático pelo USG (p=0,001), assim como da presença de fibrose periportal no USG com a naturalidade (p=0,031). Conclusão: neste estudo, observou-se predomínio de pacientes do sexo masculino e naturais da Zona da Mata. A maioria dos pacientes apresentava fibrose periportal ao USG, mostrando a endemicidade da esquistossomose no estado e houve uma elevada frequência de ressangramento e óbito.
Background: variceal upper gastrointestinal bleeding (VUGB) is the most serious complication of portal hypertension, with high rebleeding and mortality rates. In Pernambuco, where schistosomiasis mansoni is endemic, this type of bleeding occurs frequently. Aim: to evaluate the etiology of esophageal variceal bleeding, as well as the rebleeding and death rates. The study also followed up the patients after hospital discharge, rebleeding and death rates of the patients admitted in an Emergency Hospital. Patients and methods: this is a descriptive study about patients with gastric-esophageal varices and UGB assisted at the digestive endoscopy unit of Restauração hospital in Recife from October 2008 to October 2009. An application form was filled out with demographic data, personal history, clinical aspects and an endoscopy was performed to identify the area of the bleeding, as well as a propaedeutical endoscopy to control the bleeding, when necessary. Results: 178 patients with gastric esophageal varices and UGB were observed. The specific-age rate was 53.9 years old, with 115 (64.6%) males. The most frequent age group was from 50 to 59 years old (31.5%) and 67 (37.7%) were born from the Zona da Mata region. Physical examination revealed ascites in 58 (32.6%) patients. It was seen that 177 patients had esophageal and 78 gastric varices. The blood tests done after the endoscopy to identify the underlying disease showed approximately 2,8g/dl of albumin, total bilirrubin of 2.2mg/dl and INR 1.4. Hepatic chronic disease (HCD) was defined with an ultrasound in cirrhosis (38), schistosomiasis (60) and mixed disease (22). After hospital discharge, 45/174 patients (25.9%) were prescribed propranolol and 57/174 (32.8%) were granted ambulatory care. Three months after the UGB episode, 92/161 (57.1%) patients had rebleeding and 44/161 (27.3%) died. There was a connection between the rebleeding and the deaths (p<0.001), there was presence of red spots on the esophageal varices (p<0.001), diagnose of cirrhosis and mixed hepatic chronic disease by ultrasound (p=0.023), ascitis (p=0.004) and the absence of propranolol use (p=0.002). There was also a relation between death and age 50 to 59 years (p=0.016) and the hepatic aspect detected by ultrasound (p=0.001), as well the presence of periportal fibrosis in the USG with the birthplace (p=0.031). Conclusion: in this study, it was possible to observe that there were predominance of male and patients from the Zona da Mata region. Most of the patients presented periportal fibrosis in the ultrasound, reflecting the high endemicity of schistosomiasis in the state and elevated rebleeding and death rates were observed.
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Humanos , Masculino , Feminino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Esquistossomose mansoni , Hemorragia Gastrointestinal , Esquistossomose , Varizes Esofágicas e Gástricas , Epidemiologia , Serviço Hospitalar de Emergência , Hipertensão PortalRESUMO
A hemorragia digestiva alta (HDA) é uma importante emergência médica, com grande índice de morbidade e letalidade. A literatura sobre o tema evidencia as úlceras pépticas como as principais causas de sangramento, porém, em Pernambuco, devido à endemicidade da esquistossomose mansônica, há uma elevada frequência de hemorragia por ruptura de varizes esofágicas (VVEE). Há poucos relatos no estado sobre as características dos pacientes com HDA. Objetivos: descrever e analisar aspectos demográficos, antecedentes pessoais, dados clínicos e endoscópicos de pacientes com HDA para caracterizar as etiologias mais frequentes do sangramento digestivo. Pacientes e métodos: foi realizado estudo descritivo, tipo série de casos, de pacientes com HDA atendidos no Setor de Endoscopia Digestiva do Hospital da Restauração em Recife, referência no estado em hemorragia digestiva, no período de outubro de 2008 a outubro de 2009. Foram coletados dados sobre antecedentes pessoais, aspectos demográficos e clínicos, e realizado exame endoscópico para avaliação do sítio de sangramento e propedêutica para controle da hemorragia, se necessário. Resultados: foram analisados 385 pacientes com média de idade de 55,9 anos (11-96 anos), sendo 60,8% do sexo masculino. A maioria dos pacientes era natural (43,1%) e procedente (59,7%) da Região Metropolitana do Recife (RMR). O uso abusivo de álcool foi relatado por 38,7% dos pacientes, consumo de anti-inflamatórios (AINES) por 43,4%, história prévia de hemotransfusão por 47,3%, doença hepática crônica por 29,1%. A principal queixa clínica foi hematêmese em 50,4% dos casos, seguida pela associação de hematêmese e melena em 35,8%. A HDA foi classificada em não varicosa (41,3%) e varicosa (39,7%) e quanto à etiologia, secundária à VVEE em 38,1% dos casos, a úlcera péptica em 19,5% e não determinada em 19%. Observou-se relação entre o uso de AINES e o sangramento não varicoso (p<0,001). Conclusão: no presente estudo, observa-se que a maioria dos pacientes era do sexo masculino e procedente da RMR. Houve elevado consumo de AINES, principalmente nos pacientes com sangramento do tipo não varicoso. As causas de HDA não varicosa e varicosa apresentam uma frequência semelhante, mas quando se considera a etiologia isolada, nota-se o predomínio de sangramento por VVEE devido à endemicidade de esquistossomose mansônica em Pernambuco.
Background: upper gastrointestinal bleeding (UGB) is an important medical emergency, with a high rate of morbidity and mortality. In other localities, peptic ulcers are the main causes of UGB, but in Pernambuco, where schistosomiasis mansoni is endemic, bleedings due to the rupture of esophageal varices are very frequent. However, there is little data on the characteristics of the patients with this disease in the state. Aim: to describe and analyze demographical aspects, personal history, endoscopic and clinical data of patients with UGB to characterize the most common etiologies of digestive bleeding. Patients and methods: it is a descritive study about patients with UGB assisted at the endoscopic unit of Restauração Hospital in Recife, which is reference in gastrointestinal bleeding in the state. The patients involved in the study filled out an application form regarding demographic features, personal history, clinical aspects and an endoscopy was performed to identify the area of the bleeding, as well as a propaedeutical endoscopy to control the bleeding, when necessary. Results: 385 patients were analyzed with specific-age rate of 55.9 years old (from 11 to 96 years old) and 60.8% of them were male. Most patients were born (43.1%) and lived (59.7%) in the metropolitan region of Recife. Alcohol abuse was detected in 38.7% of the patients, intake of NSAIDs (Non-steroidal anti-inflammatory drugs) in 43.4%, previous history of blood transfusion by 47.3% and hepatic chronic disease by 29.1%. The main clinical complaint was hematemesis in 50.4% of the cases followed by the association of hematemesis and melena in 35.8%. UGB was classified in nonvariceal (41.3%) and variceal (39.7%) bleeding, considering etiology causes, 38.1% of patients had esophageal varices, 19.5% peptic ulcer and 19% undetermined causes. A relation between use of NSAIDs and non-variceal bleeding was observed (p<0.001). Conclusion: at the current study, most of the patients were male and from the metropolitan region of Recife. There were high intake of anti-inflammatory drugs, specially in patients with nonvariceal bleeding. The causes of variceal and non-variceal UGB comprise a similar frequency, but when the single etiology is considered, there is a superiority bleedings due to esophageal varices, due triggered by the presence of schistosomiasis mansonin in an endemic level in Pernambuco.
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Humanos , Masculino , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Hemorragia Gastrointestinal/etiologia , Úlcera Péptica , Esquistossomose mansoni , Anti-Inflamatórios não Esteroides , Hemorragia GastrointestinalRESUMO
Introdução: A prevalência de cirrose criptogênica varia de 5% a 30% dos pacientes cirróticos nas séries históricas. O transplante hepático representa a única opção em reverter a insuficiência hepatica e suas complicações em pacientes cirróticos em estágio avançado. A esquistossomose mansônica no Brasil é um problema endêmico de saúde pública, particularmente na região nordeste do país. Apresenta-se relato de caso de paciente do sexo masculino admitido ao Hospital Geral de Fortaleza, Ceará , Brasil, com cirrose criptogênica classificada como Child Turcotte-Pugh C, com MELD 25, submetido a transplante hepático com fígado de doador portador de esquistossomose como achado ocasional da biópsia padrão. Foi revisada a história clínica e exame físico na admissão, resultados de exames laboratoriais e dados do seguimento clínico. Como conclusão, as infecções parasitárias em órgãos sólidos transplantados tem aumentado nos últimos anos. É muito importante realizar o controle da qualidade dos órgãos e tecidos utilizados em transplantes, assim como desenvolver técnicas de diagnóstico, tratamento e profilaxia, especialmente em transplante hepático, em vista da alta prevalência de infecções parasitárias em nosso país, com intuito de prevenir outras co-morbidades e aumentar a sobrevida dos pacientes transplantados. Em regiões endêmicas, os potenciais doadores de receptores que têm esquistossomose ativa devem ser preventivamente tratados.
Introduction: The prevalence of cryptogenic cirrhosis ranges from 5% to 30% of cirrhotic patients in past series (CADWELL et al, 1999). Liver transplantation represents the only option to revert the hepatic insufficiency and its complications in cirrhotic patients in advanced stage. In Brazil, Mansonic Schistosomiasisis a public health problem and endemic disease, particularly in the Northeast of the country. Methods: Case report of a male patient, admitted to Hospital Geral de Fortaleza, Ceará, Brazil, with cryptogenic hepatic cirrhosis, classified as Child-Turcotte-Pugh C, with a MELD of 25, submitted to a liver transplantation, and found to have schistosomal hepatic disease on biopsy report. We reviewed the patient's medical history and physical examination on admission, prescription, results of laboratory tests and follow up data. Survey of the literature in national and international scientific journals helped incollecting information on this disease. Conclusions: Parasitic infections in solid organ transplant has increased in the recent years. It is very important to keep a strict control of the quality of the organs and tissues used in transplantations, as well as an improvement in diagnosis, treatment and prophylaxis techniques, especially in liver transplantation, in view of a high prevalence of parasitic infections in our country, in order to prevent the developmentof other comorbidities, and to increase the survival of transplanted patients. In endemic countries, potential donors or recipients who have active schistosomal infection should be preventively treated.
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Humanos , Masculino , Cirrose Hepática/terapia , Esquistossomose mansoni , Transplante de FígadoRESUMO
OBJECTIVE: To evaluate sonographic features associated with morbidity in patients with chronic clinical presentations of schistosomiasis mansoni, according to the protocol proposed by the World Health Organization (WHO). MATERIALS AND METHODS: Two distinctive populations were evaluated: a) patients from an endemic area, and b) patients from a tertiary institution, with histopathologically confirmed periportal fibrosis. Inclusion criteria: diagnosis confirmed by parasitological stool examination for Schistosoma mansoni (Kato-Katz method). Exclusion criteria: positive serology for HIV, HTLV-1, HBV or HCV. The Niamey protocol on ultrasonography proposed by the WHO was utilized. RESULTS: As the measures of periportal spaces were isolatedly evaluated, no alteration was observed in 21% of the tertiary institution patients with advanced disease. As all parameters of the Niamey protocol were considered, 100% of patients from the tertiary institution, with severe disease, presented advanced periportal fibrosis. In hepatosplenic patients from endemic areas, fibrosis was not identified at ultrasonography. CONCLUSION: The sonographic protocol proposed by the WHO can detect advanced periportal fibrosis in patients with severe form of disease with higher sensitivity than the isolated measurement of periportal space. The complexity involved in the sonographic identification of early stages of periportal fibrosis in endemic areas may give rise to the field of diagnostic supplementation and to a continued improvement of sonographic protocols in these areas.
OBJETIVO: Avaliar aspectos ultrassonográficos associados à morbidade em pacientes com formas clínicas crônicas de esquistossomose mansônica, utilizando-se protocolo proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS). MATERIAIS E MÉTODOS: Foram avaliadas duas populações distintas: a) área endêmica e b) institucional terciária, com histopatológico confirmando fibrose. Critérios de inclusão: diagnóstico confirmado por parasitológico de fezes para Schistosoma mansoni (método Kato-Katz). Critérios de exclusão: sorologia positiva para HIV, HTLV-1, VHB ou VHC. Foi utilizado protocolo ultrassonográfico de Niamey, proposto pela OMS. RESULTADOS: Avaliando-se isoladamente as medidas dos espaços periportais, estas se mostraram sem alterações em 21% dos indivíduos com doença avançada da instituição terciária. Utilizando-se todos os parâmetros do protocolo, 100% dos indivíduos da instituição terciária, com forma grave da doença, apresentaram fibrose periportal avançada. Em pacientes hepatoesplênicos da área endêmica não se identificou fibrose à ultrassonografia. CONCLUSÃO: O protocolo ultrassonográfico proposto pela OMS detecta fibrose periportal avançada nos pacientes com forma grave da doença, com maior sensibilidade do que a medida do espaço periportal isoladamente. A complexidade de identificação das fases iniciais da fibrose periportal, em áreas endêmicas, pela ultrassonografia, pode suscitar o campo da complementação diagnóstica e a continuidade do aprimoramento dos protocolos ultrassonográficos nestas áreas.
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Humanos , Masculino , Adolescente , Adulto Jovem , Pessoa de Meia-Idade , Abdome , Esquistossomose mansoni/mortalidade , Fibrose Peritoneal , Guias como Assunto , Ultrassonografia , Ultrassonografia Doppler em Cores , Organização Mundial da SaúdeRESUMO
INTRODUCTION: The correlation between the immunological assay and the antibody titer can offer a tool for the experimental analysis of different phases of the disease. METHODS: Two simple immunological assays for Schistosoma mansoni in mice sera samples based on specific IgG detection for worms soluble antigens and eggs soluble antigens were standardized and evaluated in our laboratory. Fifty mice were used in negative and positive groups and the results obtained by enzyme-linked immunosorbent assays (ELISA) assays were compared with the number of worms counted and the IgG titers at different times of infection. RESULTS: Data showed that ELISA using adult worm antigens (ELISA-SWAP) presented a satisfactory correlation between the absorbance value of IgG titers and the individual number of worms counted after perfusion technique (R²=0.62). In addition, ELISA-SWAP differentially detected positive samples with 30 and 60 days post infection (p=0.011 and 0.003, respectively), whereas ELISA using egg antigens (ELISA-SEA) detected samples after 140 days (p=0.03). CONCLUSIONS: These data show that the use of different antigens in immunological methods can be used as potential tools for the analysis of the chronological evolution of S. mansoni infection in murine schistosomiasis. Correlations with human schistosomiasis are discussed.
INTRODUÇÃO: A correlação entre o ensaio imunológico e o título de anticorpos serve como ferramenta para a determinação das diferentes fases da doença. MÉTODOS: Dois ensaios imunológicos simples para detecção de IgG específico para antígenos de vermes adultos e ovos do Schistosoma mansoni com amostras de soro murino foram padronizados e avaliados em nosso laboratório. Cinquenta camundongos negativos e positivos foram avaliados e os resultados obtidos por enzyme-linked immunosorbent assays (ELISA) foram comparados com o número de vermes adultos contados em tempos diferentes de infecção. RESULTADOS: Os dados mostraram que a ELISA com antígenos de vermes adultos (ELISA-SWAP) apresentou uma correlação satisfatória entre a absorbância obtida para os títulos de IgG e o número individual de vermes contados por perfusão do sistema porta hepático (R2=0,62). Adicionalmente, a ELISA-SWAP foi capaz de detectar diferencialmente amostras positivas com 30 e 60 dias de infecção (p=0,011 e 0,003, respectivamente), enquanto a ELISA com antígenos de ovos (ELISA-SEA) detectou amostras positivas com 140 dias de infecção (p=0,03). CONCLUSÕES: Estes dados mostram que o uso de antígenos diferentes em métodos imunológicos pode ser usado como ferramentas potenciais para a análise da evolução cronológica da infecção por S. mansoni na esquistossomose murina. Correlações com a esquistossomose humana devem ser discutidas.
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Animais , Feminino , Camundongos , Anticorpos Anti-Helmínticos/imunologia , Antígenos de Helmintos/imunologia , Imunoglobulina G/imunologia , Óvulo/imunologia , Schistosoma mansoni/imunologia , Esquistossomose mansoni/imunologia , Ensaio de Imunoadsorção Enzimática , Contagem de Ovos de Parasitas , Fatores de TempoRESUMO
RACIONAL: Expressivo contingente de pacientes esquistossomóticos com a forma hepatoesplênica e hipertensão portal apresentam hemorragia causada pela ruptura de varizes esofagogástricas, principal causa de alta morbidade e mortalidade da doença. OBJETIVO: Investigar os efeitos da esplenectomia e ligadura da veia gástrica esquerda sobre fatores de risco de sangramento por varizes esofagogástricas em portadores de esquistossomose mansônica, forma hepatoesplênica, com antecedente de hemorragia digestiva alta. MÉTODO: Estudaram-se, de forma prospectiva, 34 pacientes, com idade entre 1 e 74 anos (média 44,14), sendo 18 (53%) mulheres. Analisaram-se: 1) pressão das varizes do esôfago, aferida pela técnica endoscópica do balão pneumático; 2) tamanho, local, cor e sinais de cor vermelha nas varizes do esôfago; 3) varizes gástricas e gastropatia da hipertensão portal. Realizaram-se avaliações no pré-operatório, no pós-operatório imediato e no sexto mês após a ligadura da veia gástrica esquerda. RESULTADOS: A pressão das varizes do esôfago diminuiu de 22,3+/-2,6 mmHg, antes da operação, para 16,0+/-3,0 mmHg no pós-operatório imediato (p<0,001), caindo para 13,3+/-2,6 mmHg no pós-operatório do sexto mês (p<0,001). A proporção de varizes de grosso calibre, varizes no esôfago superior, varizes de cor azul, varizes com sinais de cor vermelha e de gastropatia da hipertensão portal decresceu de forma significante apenas no sexto mês de pós-operatório. CONCLUSÃO: A ligadura da veia gástrica esquerda, em esquistossomóticos hepatoesplênicos, com antecedente de hemorragia digestiva alta, revelou-se eficaz em diminuir alguns dos principais fatores de risco de hemorragia por varizes esofagogástricas, indicando boa perspectiva no controle definitivo do sangramento.
BACKGROUND: A significant number of patients with schistosomiasis develop the hepatosplenic form, with portal hypertension, in which bleeding caused by rupture of esophagogastric varices emerged as the leading cause of morbidity and mortality. AIM: To investigate the effects of splenectomy and ligature of the left gastric vein on risk factors for bleeding of esophagogastric varices in patients with schistosomiasis mansoni, hepatosplenic form, with a history of upper gastrointestinal bleeding. METHODS: The main risk factors of bleeding from esophagogastric varices were studied in 34 patients. The following parameters were investigated: 1) esophageal variceal pressure, measured by the endoscopic pneumatic balloon technique; 2) size, fundamental color, extension and red signs of esophageal varices, gastric varices and gastropathy of portal hypertension. The evaluations were performed in the preoperative period, immediate postoperative period (between the sixth and eighth postoperative days) and the sixth month of follow-up. RESULTS: The variceal pressure has fallen from 22.3+/-2.6 mmHg before surgery to 16.0+/-3.0 mmHg in the immediate postoperative period (p<0.001), reaching 13.3+/- 2.6 mmHg in the sixth month of follow-up. A significant reduction of the frequency of the parameters associated with a greater risk of hemorrhage was observed between the preoperative period and six-month follow-up, when the proportion of large esophageal varices (p<0.05), varices extending to the upper esophagus (p<0.05), bluish varices (p<0.01), varices with red signs (p<0.01) and gastropathy (p<0.05) decreased. CONCLUSION: In patients with hepatosplenic schistosomiasis with a previous history of variceal hemorrhage, splenectomy and gastric vein ligation was effective in reducing the main hemorrhagic risk factors until the sixth month of follow-up, indicating a good way to control the bleeding episodes.
Assuntos
Adulto , Idoso , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Varizes Esofágicas e Gástricas/complicações , Hemorragia Gastrointestinal/etiologia , Hepatopatias Parasitárias/cirurgia , Esquistossomose mansoni/cirurgia , Esplenectomia/efeitos adversos , Esplenopatias/parasitologia , Esplenopatias/cirurgia , Seguimentos , Ligadura/efeitos adversos , Hepatopatias Parasitárias/complicações , Estudos Prospectivos , Esplenopatias/complicações , Estômago/irrigação sanguínea , VeiasRESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A esquistossomose mansônica ainda hoje é um grave problema de saúde pública no país. Sua patogênese é dependente da interação do parasita e do hospedeiro podendo acometer diferentes órgãos e sistemas. O objetivo deste estudo foi trazer ao leitor uma visão geral da etiologia e da patogênese da esquistossomose, seus aspectos patológicos, determinantes de maior importância para seu desenvolvimento e manifestações clínicas. Foram utilizadas as palavras esquistossomose mansônica, etiologia, imunologia, patogênese e história natural como descritores na pesquisa de dados nas bases Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e Pubmed (U. S. National Library of Medicine), assim como livros-texto relacionados ao tema. CONTEÚDO: O S. mansoni, apresenta alguns mecanismos de "escape" contra o sistema imunológico do hospedeiro dentre os quais alterações morfológicas e bioquímicas. Um dos eventos patogênicos mais importantes na esquistossomose é a formação do granuloma hepático e a fibrose hepática peri-portal. A formação dos granulomas em diferentes órgãos explica as manifestações da doença, como a hipertensão porta, a forma pseudotumoral, aneurológica e vásculo-pulmonar. CONCLUSÃO: A esquistossomose aguda é representada por manifestações pruriginosas na pele, de duração geralmente transitória e cedendo quase sempre espontaneamente. Em relação à sua fase crônica, pode se apresentar de maneira polimórfica, sendo a forma hepatointestinal a mais frequentemente observada,representando a fase intermediária na evolução da doença para aforma hepatoesplênica.
BAC KGROUND AND OBJECTIVES: The schistosomiasis mansoni is still regarded today as a grave public health problem for this country. Its pathogenesis is dependable on the host parasite interaction making it possible to affect different organs and systems. The aim of this article is to bring to the reader a general view of the etiology and pathogenesis of schistosomiasis,its pathological aspects, determinant and of major importance for its development and clinical manifestations. There have beenused the words schistosomiasis mansoni, etiology, immunology, pathogenesis and natural history as descriptions for the data researchon these databases: Scielo (Scientific Electronic Library Online) and Pubmed (U. S. National Library of Medicine), as much as textbooks related to the theme. CONTENTS : The Schistosoma mansoni presents some evasion mechanisms against the host's immunological system including morphological and biochemical modifications. One of the most important pathogenical events on the schistosomiasis is the formation of hepatic granuloma and periportal hepatic fibrosis.The formations of granulomas on different organs explain the manifestations of the disease, such as the portal hypertension,the pseudotumoral form, and the neurological and vascular lung forms. CONCLUSION: The acute schistosomiasis is represented by prickly skin manifestations, of generally transitory duration. They almost always give away spontaneously. In relation with its chronic phase this can present itself on a polymorphic manner.The hepatointestinal is the most frequently observed, representing the intermediate phase on the disease evolution towards the hepatosplenic form.
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Esquistossomose mansoni/diagnóstico , Esquistossomose mansoni/etiologia , Esquistossomose mansoni/imunologia , Esquistossomose mansoni/patologiaRESUMO
CONTEXT: Blood transfusion is one of the major risk factors for the transmission of the hepatitis B (HBV) and C (HCV) viruses. However, there are no reports describing the endoscopic transmission of these viruses in patients with the hepatosplenic form of schistosomiasis. OBJECTIVE: To estimate the prevalence of serological markers of HBV and HCV in patients with the hepatosplenic form of schistosomiasis and evaluate the possible risk factors associated with these infections. METHODS: A cross-sectional study was conducted on 230 patients with hepatosplenic form of schistosomiasis who attended a university hospital in Recife, Northeastern Brazil, from February to August 2008. The patients answered a standardized questionnaire about risk factors. Serum samples were analyzed for anti-HBc total, anti-HBs, HBsAg, and anti-HCV using enzyme-linked immunosorbent assays. Univariate analysis and multiple logistic regression were performed. RESULTS: The prevalence was 30 percent for anti-HBc total and/or HBsAg and 7.4 percent for anti-HCV. There was a higher frequency of the serological markers in females and in patients aged .50 years. A significant association was detected between the presence of anti-HCV and the receipt of six or more blood transfusions. There was no association of history and number of digestive endoscopies with the serological markers analyzed. CONCLUSIONS: We observed a higher prevalence of serological markers for HBV and a lower prevalence of anti-HCV. Our results indicate that females and patients of an advanced age are the most affected categories and that patients that received multiple transfusions are at a higher probability of HCV infection.
CONTEXTO: A transfusão sanguínea destaca-se entre os fatores de risco implicados na transmissão dos vírus das hepatites B (VHB) e C (VHC); entretanto não há relatos da transmissão endoscópica destes vírus em pacientes com esquistossomose na forma hepatoesplênica. OBJETIVO: Estimar a prevalência dos marcadores sorológicos do VHB e VHC em pacientes com esquistossomose hepatoesplênica e avaliar os possíveis fatores de risco associados a essas infecções. MÉTODOS: Estudo do tipo transversal, com 230 pacientes com esquistossomose hepatoesplênica atendidos em um Hospital Universitário de Recife, PE, Brasil, no período de fevereiro a agosto de 2008. Os pacientes responderam a um questionário padronizado sobre os fatores de risco. Nas amostras de soro foram pesquisados o anti-HBc total, o anti-HBs, o HBsAg e o anti-VHC por ensaio imunoenzimático. As análises estatísticas utilizadas foram a univariada e a regressão logística múltipla. RESULTADOS: Encontrou-se prevalencia de 30 por cento para anti-HBc total e/ou HBsAg e 7,4 por cento para o anti-VHC. Houve maior frequencia de pacientes positivos do sexo feminino e idade .50 anos para os marcadores analisados. Verificou-se associação significativa entre a presenca do anti-HCV e a categoria de seis ou mais transfusões. Nao foi constatada associação do antecedente e numero de endoscopias digestivas com os marcadores sorologicos analisados. CONCLUSÕES: Constatou-se maior prevalência de marcadores sorológicos do VHB e menor prevalência para o anti-VHC. Evidenciou-se o sexo feminino e paciente de idade avançada como as categorias mais atingidas e maior probabilidade da infecção pelo VHC em pacientes politransfundidos.
Assuntos
Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Biomarcadores/sangue , Hepatite B/diagnóstico , Hepatite C/diagnóstico , Hepatopatias Parasitárias/sangue , Hepatopatias Parasitárias/imunologia , Esquistossomose mansoni/complicações , Esplenopatias/imunologia , Transfusão de Sangue/efeitos adversos , Estudos Transversais , Anticorpos Anti-Hepatite B/sangue , Antígenos de Superfície da Hepatite B/sangue , Hepatite B/imunologia , Anticorpos Anti-Hepatite C/sangue , Hepatite C/imunologia , Fatores de Risco , Esplenopatias/parasitologiaRESUMO
OBJETIVO: Este estudo de campo objetivou identificar as alterações ultrassonográficas e hemodinâmicas indicativas da morbidade da esquistossomose mansônica em áreas endêmicas. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram examinados pela ultrassonografia Doppler 554 pacientes esquistossomóticos em três áreas com níveis distintos de endemicidade: baixa endemicidade (n = 109); média endemicidade (n = 255) e alta endemicidade (n = 190). Para o estudo ultrassonográfico foi utilizado o protocolo da Organização Mundial da Saúde (Niamey Working Group, 2000). Pelo Doppler foram avaliados: vasos portais, artérias hepática e esplênica, veias hepáticas e vasos colaterais. RESULTADOS: Houve correlação significativa entre a frequência das alterações ultrassonográficas e o nível de endemicidade das áreas, exceto a hipertrofia do lobo esquerdo. As veias hepáticas apresentaram padrão de fluxo alterado em 23,7 por cento dos casos, alteração esta relacionada à presença e à intensidade de espessamento periportal. A artéria hepática não apresentou alterações nos parâmetros avaliados. Os vasos colaterais foram identificados apenas na área de alta endemicidade. A artéria esplênica apresentou alterações (aumento do calibre, da velocidade e do índice de resistência) mais frequentes na área de alta endemicidade, com diferença significativa entre os grupos. CONCLUSÃO: A ultrassonografia Doppler mostrou-se ferramenta auxiliar importante no estudo da morbidade relacionada à esquistossomose mansônica, contribuindo para definição mais precisa do perfil da doença nas áreas endêmicas.
OBJECTIVE: The present field research was aimed at identifying sonographic and hemodynamic findings indicative of the presence of schistosomiasis mansoni in endemic areas. MATERIALS AND METHODS: Doppler sonography was performed in 554 patients with schistosomiasis in three areas with different endemicity levels: low (n = 109), medium (n = 255) and high endemicity (n = 190). The World Health Organization (Niamey Working Group, 2000) protocol was adopted for sonographic evaluation. Doppler study included portal vessels, hepatic and splenic arteries, hepatic veins and collateral vessels. RESULTS: A significant correlation was observed between the frequency of sonographic findings, except for left lobe hypertrophy, and the areas endemicity levels. Altered hepatic veins flow pattern was observed in 23.7 percent of cases, such abnormality being related to the presence and intensity of periportal thickening. Hepatic arteries did not present any alteration as related to the evaluated parameters. Collateral vessels were identified only in the patients from the high-endemicity area. The splenic artery presented alterations (increase in caliber, flow velocity and resistive index), most frequently in the high-endemicity area, with significant difference between groups. CONCLUSION: Doppler sonography has shown to be a relevant auxiliary tool in the study of the morbidity related to schistosomiasis mansoni, contributing for a more accurate description of the disease profile in endemic areas.
Assuntos
Humanos , Doenças Endêmicas , Esquistossomose mansoni/epidemiologia , Fígado/patologia , Fígado , Esquistossomose mansoni , Baço , Fígado , Ultrassonografia DopplerRESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a ativação plaquetária através da P-selectina e o conteúdo de PDGF-AB e TGFbeta1, nos pacientes com esquistossomose que desenvolveram fibrose (F3), naqueles que não tiveram esta manifestação (F0) e nos controles (C). Os resultados mostraram que a percentagem de P-selectina nas plaquetas sem estímulo de agonistas foi de 10,6 por cento nos F3; 11,1 por cento nos FO, e 6,3 por cento nos C e após a adição de ADP/adrenalina, foi de 44 por cento; 25,3 por cento e 42 por cento, respectivamente. A dosagem do PDGF-AB e TGFbeta1 por plaquetas foi de 11,016ng/dL (F3); 3,172 ng/dL (F0) e 5,01ng/dL (C) e, (0,012ng/dL (F3); 5,27ng/dL (F0) e 4,66ng/dL (C), respectivamente. Em relação à P-selectina, concluímos que as plaquetas dos pacientes com esquistossomoses, apesar de estarem pré ativadas, mantiveram-se responsivas aos agonistas. O TFGbeta1 não apresentou diferença entre os três grupos, enquanto o PDGF-AB foi significantemente maior no grupo F3, sugerindo a participação deste no desenvolvimento da fibrose.
The aim of this study was to evaluate platelet activation through P-selectin, and PDGF-AB and TGFbeta1 content, in schistosomiasis patients who developed fibrosis (F3) and who did not present this (F0), and in a control group (C). The results showed that the percentage of P-selectin in platelets without agonist stimulation was 10.6 percent in F3, 11.1 percent in F0 and 6.3 percent in C. After the addition of ADP/adrenaline, the percentages were 44 percent, 25.3 percent and 42 percent, respectively. The PDGF-AB and TGFbeta1 contents per platelet were 11,016ng/dl (F3), 3,172ng/dl (F0) and 5.01ng/dl (C) and 0,012ng/dl (F3), 5.27ng/dl (F0) and 4.66ng/dl (C), respectively. Concerning the P-selectin, we can conclude that platelets from patients with schistosomiasis continued to be responsive to agonists, despite being pre-activated. There were no differences in TGFbeta1 between the groups, but the PDGF-AB content was significantly higher in F3. This suggests that PDGF-AB may have some participation in the development of fibrosis.