RESUMO
ABSTRACT OBJECTIVE To analyze the access of women to the public health system network to childbirth care, highlighting the barriers related to the "availability and accommodation" dimension in a health macroregion of Pernambuco. METHODS Ecological study, conducted based on hospital birth records from the Hospital Information System of the Brazilian Unified Health System (SUS), and information from the state's Hospital Beds Regulation Center, about women residing in health macroregion II, in 2018. Displacements were reviewed considering the geographic distance between the municipality of residence and that of the childbirth; estimated time of displacement of pregnant women; ratio of shifts blocked for admission of pregnant women for delivery; and the reason for unavailability. RESULTS In 2018, health macroregion II performed 84% of usual risk childbirths, and 46.9% of high-risk childbirths. The remaining high-risk childbirths (51.1%) occurred in macroregion I, especially in Recife. The reference maternity for high-risk childbirths in that macroregion had 30.4% of the days of day shifts and 38.9% of the night shifts blocked for admission of childbirths; the main reason was the difficulty in maintaining the full team in service. CONCLUSIONS Women residing in the health macroregion II of Pernambuco face great barriers of access in search of hospital care for childbirth, traveling great distances even when pregnant women of usual risk, leading to pilgrimage in search of this care. There is difficulty regarding availability and accommodation in high-risk services and obstetric emergencies, with shortage of physical and human resources. The obstetric care network in macroregion II of Pernambuco is not structured to ensure equitable access to care for pregnant women at the time of childbirth. This highlights the need for restructuring this healthcare services pursuant to what is recommended by the Cegonha Network.
RESUMO OBJETIVO Analisar o acesso de mulheres atendidas na rede pública aos serviços de atenção ao parto, destacando-se as barreiras relacionadas à dimensão "disponibilidade e acomodação" em uma macrorregião de saúde de Pernambuco. MÉTODOS Estudo ecológico, realizado a partir dos registros de partos hospitalares do Sistema de Informação Hospitalar e de informações da Central de Regulação de Leitos do estado sobre mulheres residentes na macrorregião de saúde II, em 2018. Analisou-se os deslocamentos, considerando a distância geográfica entre o município de residência e o de ocorrência do parto, o tempo estimado do deslocamento das gestantes, a proporção de plantões bloqueados para admissão das gestantes para o parto e o motivo da indisponibilidade. RESULTADOS Em 2018, a macrorregião de saúde II realizou 84% dos partos de risco habitual e 46,9% de alto risco. Os demais partos de alto risco (51,1%) ocorreram na macrorregião I, sobretudo no Recife. A maternidade de referência para partos de alto risco dessa macrorregião teve 30,4% dos dias de plantões diurnos bloqueados para admissão de partos e 38,9% dos noturnos; o principal motivo foi a dificuldade em manter a equipe completa no serviço. CONCLUSÕES Mulheres residentes na macrorregião de saúde II de Pernambuco enfrentam grandes barreiras de acesso em busca de atendimento hospitalar para o parto, percorrendo grandes distâncias, mesmo quando gestantes de risco habitual, levando à peregrinação em busca dessa assistência. Há dificuldade de disponibilidade e acomodação nos serviços de alto risco e de emergências obstétricas, com insuficiente capacidade física e de recursos humanos. A rede de atenção obstétrica na macrorregião II de Pernambuco não está estruturada para garantir um acesso equânime à assistência das gestantes no momento do parto, o que evidencia a necessidade de sua reestruturação em aproximação ao preconizado pela Rede Cegonha.
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Qualidade, Acesso e Avaliação da Assistência à Saúde , Serviços de Saúde Materno-Infantil/provisão & distribuição , Estudos Ecológicos , Barreiras ao Acesso aos Cuidados de SaúdeRESUMO
Abstract Objective To describe the evolution of maternal mortality right after the establishment of maternal death committees in the region of the city of Ribeirão Preto, state of São Paulo, Brazil. Methods The present study describes the spatial and temporal distribution of maternal mortality frequencies and rates, using data from the state of São Paulo, the municipality of Ribeirão Preto, and its Regional Health Department (DRS-XIII) from 1998 to 2017. The present ecological study considered the maternal mortality and live birth frequencies made available by the Computer Science Department of the Brazilian Unified Health System (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, DATASUS, in the Portuguese acronym)/Ministry of Health, which were grouped by year and political-administrative division (the state of São Paulo, the DRS-XIII, and the city of Ribeirão Preto). The maternal mortality rate (MMR) was calculated and presented through descriptive measures, graphs, and cartograms. Results The overall MMR observed for the city of Ribeirão Preto was of 39.1; for the DRS-XIII, it was of of 40.4; and for the state of São Paulo, it was of 43.8 for every 100 thousand live birhts. During this period, the MMR for the city of Ribeirão Preto ranged from 0% to 80% of the total maternal mortalities, and from 40.7% to 47.2% of live births in the DRS-XIII. The city of Ribeirao Preto had an MMR of 76.5 in 1998and 1999, which decreased progressively to 12.1 until the years of 2012 and 2013, and increased to 54.3 for every 100 thousand live births over the past 4 years. The state of São Paulo State had an MMR of 54.0 in 1998-1999, which varied throughout the study period, with values pregnancy of 48.0 in 2008-2009, and 54.1 for every 100 thousand live births in 2016-2017. Several times before 2015, the city of Ribeirão Preto and the DRS-XIII reached the Millennium Goals. Recently, however, the MMR increased, which can be explained by the improvement in the surveillance of maternal mortality. Conclusion The present study describes a sharp decline in maternal death in the region of Ribeirão Preto by the end of 2012-2013, and a subsequent and distressing increase in recent years that needs to be fully faced.
Resumo Objetivo Descrever a evolução da mortalidade materna após a instituição dos comitês de morte materna na região de Ribeirão Preto. Métodos Este estudo descreveu a distribuição espacial e temporal das frequências e da razão demortalidadematerna, utilizando dados do estado de São Paulo, do Departamento Regional de Saúde de Ribeirão Preto (DRS-XIII), e domunicípio de Ribeirão Preto, no período de 1998 a 2017. O estudo ecológico considerou frequências de mortes maternas e de nascidos vivos disponibilizadas pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)/Ministério da Saúde, que foramagrupadas por ano e pela referida divisão político-administrativa. A taxa de mortalidade materna (TMM) foi calculada e apresentada por medidas descritivas, gráficos e cartogramas. Resultados O total observado para o município de Ribeirão Preto foi uma TMM de 39,1; para o DRS-XIII, TMM de 40,4; e, para o estado de São Paulo, uma TMM de 43,8 por 100 mil habitantes. No período do estudo, a RMM do município de Ribeirão Preto variou de 0% até 80,0% do total de mortes maternas, e de 40,7% a 47,2% dos nascidos vivos no DRS-XIII. O município de Ribeirão Preto apresentou TMM de 76,5 no biênio 1998-1999, que progressivamente diminuiu para 12,1 em 2012-2013, e aumentou para 54,3 por 100mil habitantes nos últimos 4 anos. O estado de São Paulo apresentou TMM de 54,0 em 1998-1999, tendo variado ao longo do período com valores de 48,0 no período 2008-2009, e 54,1 no período 2016-2017. Várias vezes antes de 2015, o município de Ribeirão Preto e o DRS-XIII atingiramas Metas domilênio. Recentemente, porém, a TMM aumentou, o que pode ser explicado pela melhoria da vigilância da mortalidade materna. Conclusão O estudo descreveu um acentuado declínio da morte materna na região de Ribeirão Preto até o final do biênio 2012-2013, e um subsequente e aflitivo aumento em anos recentes, que precisa ser enfrentado.
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Complicações na Gravidez/mortalidade , Mortalidade Materna/tendências , Brasil , Cidades , Programas Governamentais , Serviços de Saúde MaternaRESUMO
Resumo O Ministério da Saúde instituiu, em 2011, a Rede Cegonha através da Portaria no 1.459, visando assegurar um atendimento integral e integrado, da gestação até os 24 meses de vida do bebê. A partir desse importante avanço, este artigo tem como objetivo promover uma análise crítica da Portaria da Rede Cegonha a partir de um diálogo com a teoria do amadurecimento pessoal de Winnicott. Os resultados são apresentados a partir de quatro eixos norteadores: Características integradoras do cuidado, em que discutimos características da Rede Cegonha favorecedoras de um cuidado integrador; Cuidar do cuidador, em que salientamos a possibilidade de essa rede colaborar com a sustentação da dupla mãe-bebê; Especificidades do cuidado à saúde materno-infantil, em que atentamos às especificidades do processo de desenvolvimento emocional inicial; e Ética do cuidado, em que destacamos a necessidade de uma postura ética implicada no cuidado. Este artigo indicou as potencialidades e fragilidades da Rede Cegonha, trazendo novas proposições, que visem aprimorar a atenção à saúde materno-infantil, sobretudo nos dois primeiros anos de vida. Por fim, salientamos que apesar de a portaria não garantir como o cuidado é operacionalizado, reiteramos o importante potencial que a Rede Cegonha possui para um cuidado integrador na atenção à saúde materno-infantil.
Abstract In 2011, the Ministry of Health established the Rede Cegonha ("Stork Network"), to ensure full and integrated care, from pregnancy to 24 months of life. On this important advance, this article aims to promote a critical analysis of the Stork Network Ordinance from a dialogue with Winnicott's theory of personal maturity. The results of our analysis are presented from four guiding axes: Integrative characteristics of care, in which we discuss characteristics of the Rede Cegonha that favor an integrative care; Caring for the caregiver, in which we emphasize the possibilities of this network to support of the double mother-baby; Specificities of maternal and child health care, in which we discuss the attention to the specifics of the initial emotional development process; and Ethics of care, in which we highlight the need for an ethical posture implied in the care. This article indicated the potentialities and weaknesses of the Rede Cegonha, bringing new perspectives to improve maternal and child health care especially in the first two years of life. Finally, we emphasize that although policy does not guarantee the way how care is operationalized, we reiterate the Rede Cegonhas's potential for an integrator maternal and child health care.
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , Lactente , Psicanálise , Desenvolvimento Infantil , Portarias , Serviços de Saúde Materno-Infantil , Política de Saúde/legislação & jurisprudência , Sistema Único de Saúde , Brasil , Publicações Governamentais como AssuntoRESUMO
Estonia has a population of 1.3 million, which makes it one of the least populous member states of the European Union. The fertility rate was 1.65 in 2011, and the average age of women at first child birth was 4 years higher than in the early 1990s. Medical care is free for all children in Estonia. For the last 20 years, family doctors have been responsible for the primary care of children. Pediatric subspecialists work mainly in 2 children's hospitals: the Children's Clinic of Tartu University Hospital and Tallinn Children's Hospital. The average duration of hospital stay has decreased year by year. Pediatric subspecialists take care of children with long-term conditions and chronic diseases. In recent years, electronic case reports and digital receipts have been in use in Estonia. New diagnostic tests and expensive medications, which are available, make the cost of medical care very high.
Assuntos
Serviços de Saúde da Criança , Saúde da Criança , Adolescente , Criança , Pré-Escolar , Estônia , HumanosRESUMO
OBJECTIVE: To assess separate and joint effects of low socioeconomic status (SES) and moderate prematurity on preschool developmental delay. STUDY DESIGN: Prospective cohort study with a community-based sample of preterm- and term-born children (Longitudinal Preterm Outcome Project). We assessed SES on the basis of education, occupation, and family income. The Ages and Stages Questionnaire was used to assess developmental delay at age 4 years. We determined scores for overall development, and domains fine motor, gross motor, communication, problem-solving, and personal-social of 926 moderately preterm-born (MP) (32-36 weeks gestation) and 544 term-born children. In multivariable logistic regression analyses, we used standardized values for SES and gestational age (GA). RESULTS: Prevalence rates for overall developmental delay were 12.5%, 7.8%, and 5.6% in MP children with low, intermediate, and high SES, respectively, and 7.2%, 4.0%, and 2.8% in term-born children, respectively. The risk for overall developmental delay increased more with decreasing SES than with decreasing GA, but the difference was not statistically significant: OR (95% CI) for a 1 standard deviation decrease were: 1.62 (1.30-2.03) and 1.34 (1.05-1.69), respectively, after adjustment for sex, number of siblings, and maternal age. No interaction was found except for communication, showing that effects of SES and GA are mostly multiplicative. CONCLUSIONS: Low SES and moderate prematurity are separate risk factors with multiplicative effects on developmental delay. The double jeopardy of MP children with low SES needs special attention in pediatric care.
Assuntos
Deficiências do Desenvolvimento/diagnóstico , Deficiências do Desenvolvimento/epidemiologia , Doenças do Prematuro/epidemiologia , Recém-Nascido Prematuro , Pré-Escolar , Feminino , Idade Gestacional , Humanos , Estudos Longitudinais , Masculino , Análise Multivariada , Pobreza , Resolução de Problemas , Estudos Prospectivos , Fatores de Risco , Fatores Socioeconômicos , Inquéritos e Questionários , Nascimento a TermoRESUMO
Esta é uma pesquisa qualitativa com os seguintes objetivos: a) levantar o perfil das mães; b) identificar a percepção das mães sobre os cuidados realizados no domicílio para manter a saúde das crianças até 6 anos; c) identificar as fontes de aprendizagem. Foram entrevistadas mães com mais de um filho, em dois bairros do município de Florianópolis. Após agrupar as respostas das perguntas qualitativas, a análise de conteúdo revelou categorias e subcategorias. Os resultados evidenciam que a autoatenção das famílias está presente com forte influência da biomedicina, sendo o médico e o agente comunitário de saúde os profissionais da atenção básica mais lembrados como orientadores do cuidado. Conclui-se que, para promover a saúde e fomentar a autonomia das famílias, há necessidade de conhecer e considerar a autoatenção a eles.
This qualitative research aimed at the following objectives: a) assess the mothers profile, b) ascertain the mothers perceptions about healthcare provided at home in order to keep in good health children between 0-6 years old, c) identify the mothers learning resources. Mothers with more than one child from two neighborhoods in the municipality of Florianopolis were interviewed. The answers to the qualitative questions were collected and the analysis of their content revealed categories and subcategories. The results show that the child is cared basically by the family which is highly influenced by biomedicine. The doctor and the community healthcare worker are the most recalled healthcare providers. The study concludes that in order to promote health and foster the families autonomy in this area, it is necessary to understand and recognize their ability to cope with a health problem or to improve his/her health.
Se trata de una investigación cualitativa con los siguientes objetivos: a) obtener el perfil de las madres; b) identificar la percepción de las madres sobre los cuidados realizados en el hogar para preservar la salud de los niños de 0 a 6 años;c) identificar sus fuentes de aprendizaje. Se realizaron entrevistas a las madres con más de un hijo en dos barrios de la ciudad de Florianópolis. Después de agrupar las respuestas de las preguntas cualitativas el análisis del contenido reveló categorías y subcategorías. Los resultados muestran que la biomedicina influye mucho en el autocuidado de las familias y que el médico y el agente comunitario de salud son los profesionales de atención básica más mencionados como orientadores para el cuidado. Se concluye que para promover la salud y fomentar la autonomía de las familias habría que conocer y considerar la autoatención de las mismas.