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Mundo Saúde (Online) ; 45: e0902020, 2021-00-00.
Artigo em Inglês, Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1526567

RESUMO

Os conflitos morais são inerentes à prática da fisioterapia, tanto mais que manifestações da evolução científica estão cada vez mais presentes na práxis profissional do fisioterapeuta, o que exige um contato próximo entre o profissional e o paciente. O objetivo deste estudo foi analisar a percepção de fisioterapeutas e alunos de um curso de fisioterapia sobre os conflitos morais na prática clínica. Foi realizado um estudo transversal por meio de questionário aplicado aos alunos das etapas inicial (Grupo 1) e final (Grupo 2) de um curso de fisioterapia e também a fisioterapeutas (Grupo 3) que atuam em cidades do Meio-Oeste de Santa Catarina, Brasil. A amostra foi composta por 110 alunos, sendo 59 do Grupo 1 e 51 do Grupo 2, com média de idade de 22,7 anos e predominantemente do sexo feminino. Além disso, havia 36 fisioterapeutas incluídos no Grupo 3, a maioria do sexo feminino, com idades variando de 31 a 40 anos e com 11 a 20 anos de formação. Quase todos os alunos e profissionais relataram que a abordagem da ética profissional e da bioética na formação profissional são particularmente importantes. Os alunos de estágios mais avançados, que realizaram o curso de bioética, apresentaram maior conhecimento geral quando comparados aos demais grupos, indicando a importância do ensino dessa temática na graduação. A maioria dos profissionais (75%) relatou pouco conhecimento sobre os temas abordados no Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia; 72% afirmaram ter lido parcialmente o documento, mas apenas 47% recebem atualizações anuais sobre o código de ética. Os conflitos mais citados pelos profissionais foram sigilo e confidencialidade (61,1%), relacionamento intra e interprofissional (33,3%), honorários (30,5%), autonomia profissional (25%), veracidade das informações (19,4%), relacionamento terapeuta / paciente (16,7%) e autonomia, decência e intimidade do paciente (5,5%). Os conflitos morais fazem parte da prática da fisioterapia, mesmo que não tenham sido suficientemente reconhecidos pelos participantes em alguns casos. Com base neste estudo, algumas medidas são necessárias quanto ao ensino, à atualização profissional e à inclusão de temas no código profissional da fisioterapia, visto que algumas questões constituem um desafio para a formação ética. Infelizmente, eles não são abordados no código de ética profissional do fisioterapeuta e os profissionais que concluíram o treinamento antes não tiveram um aprendizado adequado sobre os temas discutidos.


Moral conflicts are inherent to the practice of physiotherapy, more so as manifestations of the scientific evolution are increasingly more present in the professional praxis of the physiotherapist, which demands a close contact between the professional and the patient. The objective of this study was to analyze the perception of physiotherapists and students in a physiotherapy program towards moral conflicts in clinical practice. A cross-sectional study was performed by means of a questionnaire applied to students in initial (Group 1) and final (Group 2) stages of a physiotherapy course as well as to physiotherapists (Group 3) working in cities in the Midwest of Santa Catarina, Brazil. The sample consisted of 110 students, 59 in Group 1 and 51 in Group 2, with a mean age of 22.7 years old and were predominantly females. Moreover, there were 36 physiotherapists included in Group 3, most of whom were female, with ages ranging from 31 to 40 years old and with 11 to 20 years of training. Almost all students and professionals reported that approaching professional ethics and bioethics in professional training is particularly important. The students in the more advanced stages, who had taken the bioethics course, showed greater general knowledge when compared to the other groups, indicating the importance of teaching this theme at the undergraduate level. Most professionals (75%) self-reported little knowledge on the topics discussed in the Ethics and Deontology Code of Physiotherapy; 72% affirmed having partially read the document, but only 47% get annual updates on the ethics code. The conflicts most frequently mentioned by the professionals were secrecy and confidentiality (61.1%), intra- and interprofessional relationship (33.3%), fees (30.5%), professional autonomy (25%), truthfulness of information (19.4%), therapist/patient relationship (16.7%), and patient autonomy, decency, and intimacy (5.5%). Moral conflicts are part of the practice of physiotherapy, even if it was not sufficiently acknowledged by the participants in some cases. Based on this study, some measures are needed regarding teaching, professional recycling, and the inclusion of themes in the professional code of physiotherapy, considering that some issues constitute a challenge for ethical training. Unfortunately, but they are not addressed in the physiotherapist's professional code of ethics and professionals who finished training before did not have adequate learning on the topics discussed.

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