RESUMO
INTRODUÇÃO: O CFM INstituiu o Código de Ética Médica (CEM), cuja violação implica sanções, impondo aos profissionais a ele submetidos seu conhecimento e aplicação, por meio de conduta permeada pelos prima facie ducties. Conhecer o assunto torna-se condição básica para sua observação. Daí a importância deste ensino desde os primeiros anos do curso médico, fornecendo ao estudante capacidade de análise ética na prática profissional futura. OBJETIVOS: Avaliar o grau de conhecimento sobre as disposições do CEM relativas a "responsabilidade profissional" e "segredo médico" entre estudantes de Medicina da Famema e verificar se há evolução desse conhecimento durante a graduação. MÉTODO: Estudo realizado em dez meses, com 479 estudantes do primeiro ao sexto ano, regularmente matriculados. Aplicado questionário anônimo, com duas partes: uma com dados sociodemográficos e outra composta por 11 cenários clínicos, envolvendo questões eticamente conflituosas. RESULTADOS: 395 estudantes responderam o questionário (82,46 por cento da amostra inicial). Ao se comparar a média total de acertos entre as turmas nos cenários, encontrou-se o valor de p = 0,7148, sem significância estatística. CONCLUSÕES: Não há diferença estatisticamente significativa no grau de conhecimento sobre ética entre as séries. Sugere-se a introdução efetiva do assunto na graduação do curso médico, com metodologia de ensino adequada.
INTRODUCTION: The Brazilian National Board of Medicine (CFM) established the Medical Code of Ethics, the infringement of which involves sanctions and requires that physicians be familiar with and comply with it, by means of conduct governed by prima facie duties. Familiarity with the code is essential for adhering to it. Hence the importance of teaching the subject in the early years of undergraduate medical training, furnishing students with the skills for ethical analysis in their future professional practice. OBJECTIVES: Evaluate the degree of knowledge on the provisions of the Medical Code of Ethics concerning "physician responsibility" and "patient confidentiality" among students at the Marília School of Medicine in São Paulo State, Brazil, and verify possible trends and changes in this knowledge during their undergraduate training. METHOD: The study covered a ten-month period, with an initial sample of 479 medical students (first to sixth years) that were presented with an anonymous questionnaire in two parts: one with socio-demographic data and the other with 11 clinical scenarios involving ethically conflictive issues. RESULTS: 395 students answered the questionnaire (82.46 percent of the initial sample). Comparison of the overall average number of correct answers among the various undergraduate years showed a p-value of 0.7148, without statistical significance. CONCLUSIONS: We found no statistically significant difference in the degree of knowledge on medical ethics, when comparing the various years over the course of undergraduate medical training. The results thus suggest the need to introduce the subject of medical ethics into undergraduate medical education, with an appropriate didactic methodology.