RESUMO
Introdução: A utilização crescente do implante transcateter de prótese valvar aórtica (TAVI) em pacientes de alto risco, em especial naqueles com disfunção ventricular, justifica uma avaliação mais profunda da seleção e dos resultados do procedimento. Utilizamos nosso banco de dados para caracterizar o perfil dos pacientes e avaliar os resultados do TAVI de acordo com o grau de disfunção ventricular.Métodos: Estudo observacional longitudinal no qual foram incluídos todos os pacientes com estenose aórtica (EAo) grave, submetidos ao TAVI entre 2009 e 2014, e comparados àqueles com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≤ 40% vs. > 40%. Foram avaliados os desfechos de segurança e eficácia em 30dias e 1 ano. Resultados: Dentre os 172 pacientes, 20 (11,6%) apresentavam FEVE ≤ 40%. Esses pacientes eram mais jovens, com maior prevalência de tabagismo, infarto agudo do miocárdio prévio, cirurgia de revascularizaçãomiocárdica, marca-passo definitivo e hipertensão arterial pulmonar. Também se observou, nesse grupo, maior frequência de classes funcionais mais elevadas. O grupo com FEVE ≤ 40% apresentou menor gradiente valvar aórtico médio para área valvar equivalente. As taxas de sucesso do procedimento não diferiram entre os grupos. Não foram observadas diferenças na mortalidade, nos eventos coronarianos, cerebrovasculares, sangramentos, complicações vasculares e disfunção renal aguda no acompanhamento de 30 dias e 1 ano. No grupo FEVE ≤ 40%, a média da FEVE elevou-se de 31,5 para 45,1% 1 ano após o procedimento (p = 0,002).Conclusões: O TAVI em pacientes com EAo grave e FEVE ≤ 40% não aumenta o risco de complicações e estáassociado à melhora da FEVE.
Background: The increasing use of transcatheter aortic valve implantation (TAVI) in high-risk patients, especially those with ventricular dysfunction, justifies further evaluation of the selection and the results of the procedure. A database was used to characterize the profile of patients and evaluate TAVI results according to the degree of ventricular dysfunction.Methods: This was a longitudinal observational study that included all patients with severe aortic stenosis(AoS) submitted to TAVI between 2009 and 2014, comparing those with left ventricular ejection fraction (LVEF) ≤ 40% vs. > 40%. The safety and efficacy outcomes were evaluated at 30 days and 1 year. Results: Of the 172 patients, 20 (11.6%) had LVEF ≤ 40%. These patients were younger, with a higherprevalence of smoking, previous acute myocardial infarction, coronary artery bypass graft surgery, permanent pacemaker, and pulmonary artery hypertension. Higher functional classes were also more often observed in this group. The group with LVEF ≤ 40% had lower mean aortic valve gradient for anequivalent valve area. The procedure success did not differ between groups. There were no differences in mortality in coronary and cerebrovascular events, bleeding, vascular complications, and acute renal failure in the 30 day and 1 year follow-up. In the LVEF ≤ 40% group, the mean LVEF increased from 31.5 to 45.1% 1 year after the procedure (p = 0.002). Conclusions: TAVI in patients with severe AoS and LVEF ≤ 40% does not increase the risk of complications and is associated with LVEF improvement.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Disfunção Ventricular Esquerda/fisiopatologia , Estenose da Valva Aórtica/fisiopatologia , Resultado do Tratamento , Substituição da Valva Aórtica Transcateter/métodos , Interpretação Estatística de Dados , Aspirina/administração & dosagem , Ecocardiografia Transesofagiana/métodos , Ecocardiografia/métodos , Estudo Observacional , Próteses e Implantes , Prognóstico , Volume SistólicoRESUMO
A estenose aórtica é a valvopatia mais frequente nos países desenvolvidos e uma doença valvar com importância crescente nos países em desenvolvimento. Na história natural da doença, o surgimento dos sintomas se correlaciona com piora significativa no prognóstico e a substituição valvar aórtica é o único procedimento capaz de alterar a sobrevida desses pacientes sintomáticos. No entanto, o tratamento de pacientes com estenose aórtica importante assintomática ainda permanece controverso, pois classicamente os riscos inerentes à cirurgia pareciam suplantar o benefício oferecido pela troca valvar nesses indivíduos. A importância da ecocardiografia na detecção precoce da estenose aórtica, na classificação da sua gravidade e no seu acompanhamento evolutivo já está estabelecida. O objetivo deste trabalho é discutir de que forma os dados ecocardiográficos permitem avaliar o risco na estenose aórtica importante assintomática e, dessa forma,facilitar o seu manejo clínico.
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Doenças das Valvas Cardíacas/complicações , Ecocardiografia , Estenose da Valva Aórtica/mortalidade , Prognóstico , SobrevidaRESUMO
A estenose aórtica é a valvopatia mais frequente nos países desenvolvidos e uma das principais doenças valvares nos países em desenvolvimento. trata-se de um problema clínico de importância socioeconômica crescente, uma vez que a população mundial tem se tornado proporcinalmente mais idosa, dada a maior expectativa de vida. Na história natural da doença, o surgimento dos sintomas se correlaciona com piora significativa no prognóstico e a substituição valvar aórtica é o único procedimento capaz de alterar a sobrevida desses pacientes...
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Ecocardiografia , Estenose da Valva Aórtica , PrognósticoRESUMO
PURPOSE: The aim of the study was to evaluate risk factors for infection and sepsis in surgical patients admitted to the intensive care unit (ICU). MATERIALS AND METHODS: Data were prospectively collected from a cohort of surgical patients from January 2005 to December 2007. We analyzed the incidence of infection and sepsis and certain other variables from the pre-, intra-, and postoperative periods as risk factors for infection and sepsis. RESULTS: We studied 625 surgical patients. The mortality rate was 18.2%, and the mean age of the subjects was 53.1 ± 18.8 years. The incidences of severe sepsis and septic shock were 5% and 11.5%, respectively. A multivariate analysis showed that the following variables were associated with sepsis in the postoperative period: urgent surgery (odds ratio, 2.63; 95% confidence interval [CI], 1.50-4.63), fluid resuscitation (odds ratio, 1.90; 95% CI, 1.18-3.05), vasoactive drugs (odds ratio, 2.58; 95% CI, 1.61-4.14), and mechanical ventilation (odds ratio, 5.51; 95% CI, 3.07-9.89). A Sequential Organ Failure Assessment was associated with infection or sepsis upon ICU admission (area under the curve, 0.737 ± 0.019; 95% CI, 0.748-0.825). CONCLUSIONS: This study showed that sepsis has high incidence and mortality in surgical patients admitted to the ICU. Urgent surgeries, mechanical ventilation, fluid resuscitation, and vasoactive drugs in the postoperative period and Sequential Organ Failure Assessment at ICU admission were risk factors for sepsis.
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Complicações Pós-Operatórias/epidemiologia , Sepse/epidemiologia , Adulto , Idoso , Brasil/epidemiologia , Feminino , Mortalidade Hospitalar , Humanos , Incidência , Unidades de Terapia Intensiva/estatística & dados numéricos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Complicações Pós-Operatórias/mortalidade , Complicações Pós-Operatórias/terapia , Estudos Prospectivos , Fatores de Risco , Sepse/mortalidade , Sepse/terapia , Choque Séptico/epidemiologia , Resultado do TratamentoRESUMO
This study evaluated the use of the POSSUM (Physiological and Operative Severity Score for Enumeration of Mortality and Morbidity) score for predicting mortality in surgical practice. In this study, 416 surgical patients admitted into ICUs for post-surgical care were analyzed. Both predicted and actual mortality rates were compared, according to four risk groups: 0-4%, 5-14%, 15-49%, 50% and over, and the area under the ROC curve of the POSSUM and APACHE II for mortality. The POSSUM and APACHE II scores overestimated the risk of death. The area under the ROC curve of the POSSUM was 0.762, and under APACHE II was 0.737, suggesting the use of POSSUM as an auxiliary tool to predict the risk of death in surgical patients.
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Indicadores Básicos de Saúde , Procedimentos Cirúrgicos Operatórios/mortalidade , APACHE , Adolescente , Adulto , Feminino , Humanos , Masculino , Prognóstico , Medição de Risco , Adulto JovemRESUMO
O estudo avaliou a utilização do escore POSSUM (Physiological and Operative Severity Score for Enumeration of Mortality and Morbidity) para predizer a mortalidade na prática cirúrgica.Foram analisados 416 pacientes cirúrgicos com internação na UTI para cuidados de pós-operatório. Foram realizadas comparações entre as taxas de mortalidade predita e observada de acordo com 4 grupos de risco: 0-4%, 5-14%, 15-49%, 50% ou mais, e calculada a área sob a curva ROC do escore POSSUM e APACHE II para a mortalidade. A taxa de mortalidade foi de 22,4%. O escores POSSUM e APACHE II superestimaram o risco de morte, e a área sob a curva ROC do POSSUM foi de 0,762 e a do APACHE II de 0,737, sugerindo a utilização do POSSUM como ferramenta auxiliar na predição de risco de morte em pacientes cirúrgicos.
This study evaluated the use of the POSSUM (Physiological and Operative Severity Score for Enumeration of Mortality and Morbidity) score for predicting mortality in surgical practice. In this study, 416 surgical patients admitted into ICUs for post-surgical care were analyzed. Both predicted and actual mortality rates were compared, according to four risk groups: 0-4%, 5-14%, 15-49%, 50% and over, and the area under the ROC curve of the POSSUM and APACHE II for mortality. The POSSUM and APACHE II scores overestimated the risk of death. The area under the ROC curve of the POSSUM was 0.762, and under APACHE II was 0.737, suggesting the use of POSSUM as an auxiliary tool to predict the risk of death in surgical patients.
El estudio evaluó la utilización del puntaje POSSUM (Physiological and Operative Severity Score for Enumeration of Mortality and Morbity) para predecir la mortalidad en la práctica quirúrgica. Fueron analizados 416 pacientes quirúrgicos internados en la UTI para cuidados postoperatorios. Fueron realizadas comparaciones entre las tasas de mortalidad estimada y observada, de acuerdo con 4 grupos de riesgo: 0-4%, 5-14%, 15-49%, 50% o más, y calculada el área debajo de la curva ROC del puntaje POSSUM y APACHE II para la mortalidad. La tasa de mortalidad fue de 2,4%. Los puntajes POSSUM y APACHE II superestimaron el riesgo de muerte, y el área debajo de la curva ROC del POSSUM fue de 0,762 y la del APACHE II de 0,737, lo que sugiere la utilización del POSSUM como herramienta auxiliar en la predicción de riesgo de muerte en pacientes quirúrgicos.