RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Anestesias condutivas peridurais säo realizadas amplamente no nosso meio. A anestesia subdural acidental após punçäo peridural é uma complicaçäo rara. O objetivo deste relato é descrever dois casos de injeçäo subdural que coincidentemente ocorreram de forma consecutiva realizadas pelo mesmo anestesiologista. RELATO DOS CASOS: Caso 1: Paciente do sexo masculino, 41 anos, estado físico ASA I, a realizar procedimento cirúrgico de retirada de cálculo renal. Optou-se por anestesia peridural. Após 30 minutos do início da anestesia, o paciente mantinha-se comunicativo mas sonolento com SpO2 de 100 por cento, quando lentamente começou a apresentar diminuiçäo da SpO2 chegando a 80 por cento. Apresentava-se inconsciente com apnéia e anisocoria. A partir deste momento foi levantada hipótese diagnóstica de anestesia subdural acidental. O paciente foi entäo intubado e mantido em ventilaçäo controlada mecânica. Terminada a cirurgia, foi encaminhado para a sala de recuperaçäo, recebendo alta após 6 horas, sem nenhuma alteraçäo clínico-neurológica. Caso 2: Paciente do sexo feminino, 82 anos, estado físico ASA II, programado para procedimento cirúrgico de fixaçäo de fratura transtrocanteriana. Optou-se por anestesia peridural contínua. Assim como no caso anterior, após 30 minutos, a paciente começou a apresentar diminuiçäo da SpO2 para 90 por cento. Mostrava-se inconsciente e com anisocoria; entretanto, sem apnéia. Optou-se por manter a paciente sob vigilância constante, näo sendo necessária intubaçäo. A hipótese diagnóstica aventada também neste caso foi de anestesia subdural acidental. Terminada a cirurgia, a paciente foi encaminhada à sala de recuperaçäo pós-anestésica, tendo alta após 4 horas, sem nenhuma alteraçäo clínico-neurológica. CONCLUSÖES: Anestesia subdural acidental é uma complicaçäo extremamente rara. A hipótese diagnóstica de anestesia subdural acidental, nestes casos, limitou-se aos dados clínicos. As complicaçöes do bloqueio subdural podem ser das mais variadas, mas na sua grande maioria säo de fácil resoluçäo, desde que sejam diagnosticadas e tratadas rapidamente
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Idoso de 80 Anos ou mais , Injeções Epidurais/instrumentação , Cálculos Renais/cirurgia , Fixação de Fratura/instrumentação , Anestesia Epidural/instrumentaçãoRESUMO
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Epidural anesthesia is a widely used procedure nowadays. Accidental subdural anesthesia after epidural puncture is an uncommon complication. This report aimed at describing two cases of subdural injection which coincidentally have happened in consecutive anesthesias induced by the same anesthesiologist. CASE REPORTS: Case 1: Male patient, 41 years old, physical status ASA I, submitted to surgical ureteral calculi removal. Our choice was epidural anesthesia. Thirty minutes after beginning of induction, patient was communicative but sleepy with 100% SpO2, when he slowly began to show oxygen saturation decrease reaching 80% SpO2. Patient was unconscious with apnea and anisocoria. At this moment the diagnostic hypothesis was accidental subdural anesthesia. Patient was then intubated and maintained under mechanically controlled ventilation. After surgery, patient was referred to the recovery room and was discharged 6 hours after without any neurological complications. Case 2: Female patient, 82 years old, physical status ASA II, submitted to surgical proximal femur fracture fixation. Our choice in this case was continuous epidural anesthesia. Similar to the previous case, 30 minutes after she began to show SpO2 decrease, reaching 90%. Patient was uncons- cious with anisocoria, however without apnea. We decided to maintain the patient under constant surveillance and intubation was considered unnecessary. Our diagnostic hypothesis in this case was also accidental subdural anesthesia. At surgery completion patient was referred to the recovery room and was discharged 4 hours after without any neurological complication. CONCLUSIONS: Accidental subdural anesthesia is a very uncommon complication. The diagnostic hypothesis, in our cases, was limited to clinical data. There are several subdural blockade complications, but most of the times they are easily managed, provided they are promptly diagnosed and treated.
RESUMO
Justificativa e objetivos ð Meningite é uma complicaçäo grave em anestesia regional, embora rara de ocorrer. O objetivo deste retalo é mostrar um caso de uma paciente que evoluiu com meningite após realizaçäo de analgesia de parto pela técnica combinada (raquiðperidural) com dupla punçäo. Relato de caso - Paciente com 25 anos, segunda gestaçäo e cesariana anterior, em trabalho de parto. Foi realizada analgesia de parto pela técnica combinada (raquiðperidural) com dupla punçäo. Após 24 horas apresentou cefaléia em repouso, picos de hipertermia, calafrios discretos, que regrediram com medicaçäo sintomática. No 5º dia a cefaléia piorou. No 10º dia surgiram vômitos e dor na nuca. No 13º dia os sintomas tornaramðse mais intensos. Foi realizada punçäo lombar. A história clínica e o exame do líquor foram compatíveis com meningite bacteriana. Conclusões - A técnica combinada (raquiðperidural) para analgesia do parto está próxima do ideal. Cuidados com a técnica de antiðsepsia säo necessários para realizaçäo de bloqueios espinhais. A complicaçäo apresentada ocorreu sem a aparente falha na realizaçäo da técnica, sendo uma questäo que é inerente ao risco ð benefício que a técnica proporciona
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Analgesia Obstétrica , Anestésicos Combinados/administração & dosagem , Anestesia Epidural , Raquianestesia , Cefaleia/etiologia , Meningites Bacterianas , Gravidez , Complicações Infecciosas na Gravidez , Punção Espinal/efeitos adversosRESUMO
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Meningitis is a serious complication, although rare in regional anesthesia. This report aimed at presenting a case which evolved to meningitis after combined labor spinal-epidural analgesia. CASE REPORT: Laboring patient, 25 years old, second gestation and previous c-section. Combined labor spinal-epidural analgesia was induced with double-puncture. Twenty-four hours later she presented with headache at rest, fever and mild chills, which regressed with symptomatic medication. Headache worsened in the 5th day. There were vomiting and neck pain in the 10th day. Symptoms became more severe in the 13th day. Lumbar puncture was performed. Clinical history and CSF analysis were compatible with bacterial meningitis. CONCLUSIONS: Combined labor spinal-epidural analgesia is very close to being the ideal technique. Care must be taken with the sterile technique to induce spinal blockade. The reported complication has occurred without an apparent technique failure and is inherent to techniques risk-benefit ratio.