RESUMO
No presente estudo, avaliou-se o conhecimento técnico e legislativo, atitudes e perfis dos farmacêuticos responsáveis por farmácias e drogarias no bairro do Butantã, na cidade de São Paulo. Para tal fim aplicou-se um questionário aos proprietários/gerentes e farmacêuticos dos estabelecimentos, além disso, outros dados foram colhidos por inspeção visual. Para análise empregou-se estatística descritiva. Do total de 49 estabelecimentos, 40 foram visitados. Apenas 35% dos farmacêuticos consentiram participação e 30% não foram encontrados. Apenas um estabelecimento possuía placas obrigatórias em conformidade e em 43,5% constatou-se venda de produtos alheios à saúde. Práticas ilegais como aferição de pressão por balconistas, recebimento de comissões sobre vendas de medicamentos e venda de antibióticos sem receita foram reportadas. Metade dos farmacêuticos citou antibióticos como medicamentos de venda livre. Frequentemente afirmaram descontentamento salarial e ausentavam-se do estabelecimento. Pode-se inferir que os entrevistados possuem formação em áreas diferentes da Atenção Farmacêutica; pouco conhecimento de inglês e baixa cultura científica. Em geral, possuíam conceitos distorcidos sobre medicamentos genéricos e utilizavam para consulta fontes bibliográficas de baixa qualidade. Os estabelecimentos visitados pareciam mais comerciais do que de saúde. A Atenção Farmacêutica inexistia e encontrava-se inapta à implantação. Muitos estabelecimentos e profissionais não cumpriam com a legislação vigente. Os farmacêuticos apresentavam-se despreparados e possuíam percepções ambíguas: profissional de saúde e comerciante.
To assess the technical and legislative knowledge, attitudes and profiles of pharmacists responsible for pharmacies and drugstores in the Butantã district of São Paulo. A questionnaire was applied to owners/managers and pharmacists at the establishments. Other data were collected by visual inspection. Analyses were carried out by descriptive statistics. Out of a total of 49 establishments in the district, 40 were inspected. Only 35% of the pharmacists agreed to participate; 30% could not be found. Only one establishment exhibited the mandatory pharmacy signs in accordance with the law and 43.5% were selling products unrelated to health care. Illegal practices, such as pressure measurements by shop assistants, receiving commissions on drug sales and antibiotic sales without prescription were reported. Half of the pharmacists cited antibiotics as over-the-counter medicines. Frequently they claimed to be unhappy with their salary and were absent from their post. It can be inferred that the pharmacists interviewed had specialized in areas other than Pharmaceutical Care, most of them having a poor knowledge of English and little scientific culture. In general, they had incorrect ideas about generic drugs and consulted low quality bibliographic sources. The pharmacies visited seemed more like commercial than health establishments. Pharmaceutical Care was non-existent and could not be implemented. Many establishments and professionals did not comply with current legislation. The pharmacists were unprepared and had ambiguous perceptions of their role: health professional or shopkeeper.