RESUMO
O câncer colorretal é a terceira neoplasia maligna mais comum, sendo o fígado um órgão comumente acometido por metástases. Portanto, uma avaliação acurada do envolvimento hepático é vital para o planejamento do tratamento. O prognóstico dos. pacientes com câncer colorretal metastático mudou drasticamente nos últimos anos,. principalmente devido aos novos agentes citotóxicos e biológicos. À medida que se. caminha para melhor compreensão do uso destes medicamentos na prática clínica, observa-se a necessidade de identificar biomarcadores relacionados ao prognóstico.. A ressonância magnética (RM) com difusão é uma ferramenta promissora para o. diagnóstico e avaliação da resposta. Objetivos: Avaliar a efetividade do monitoramento da resposta terapêutica ao tratamento quimioterápico em pacientes. portadores de adenocarcinoma colorretal metastático, em tratamento de 1ª (primeira). linha ou 2ª (segunda) linha com Folfox ou Folfiri e anticorpos monoclonais. (Bevacizumabe ou Cetuximabe), utilizando-se a ressonância magnética com a técnica de difusão através da análise quantitativa do coeficiente de difusão aparente (ADC) e verificar a correlação com o método RECIST. Materiais e Métodos: Estudo prospectivo, onde foram recrutados pacientes adultos portadores de câncer colorretal metastático ao diagnóstico ou recidivado, atendidos no Departamento de Oncologia Clínica do A.C. Camargo Cancer Center no período de um ano, os quais foram submetidos ao tratamento quimioterápico de 1ª e 2ª linhas para doença metastática com Folfox ou Folfiri associado a anticorpo monoclonal (Cetuximabe ou Bevacizumabe). Foi realizado um exame de ressonância magnética do abdome superior com difusão pré-tratamento e exames adicionais ao final do 4º, 8º e 12º ciclos de quimioterapia, para avaliação de resposta das lesões hepáticas metastáticas ao tratamento proposto. Foi realizada conjuntamente a avaliação das metástases hepáticas pelo método RECIST para comparação com a avaliação quantitativa obtida pela Ressonância Magnética com difusão através do ADC. Resultados: Nove pacientes foram avaliados neste estudo. A média de idade dos pacientes foi 57,2 anos (dp=13,8), sendo a idade mínima de 34 e a máxima de 80 anos, com 5 pacientes do sexo feminino e 4 do sexo masculino. O Folfox foi utilizado em 6 pacientes e o Folfiri em 3 pacientes, sendo 6 pacientes de 1ª linha e 3 de 2ª linha de tratamento. Quanto ao Anticorpo monoclonal, 5 pacientes fizeram uso do Cetuximabe e 4 usaram o Bevacizumabe. O número de metástases hepáticas observadas em um mesmo. paciente variou de 1 até 8 lesões, com um total de 24 lesões analisadas. O tamanho. médio das lesões foi de 36,6 mm (± 21,1 mm). Seis (66,7%) dos 9 pacientes tiveram. resposta parcial (RP), 2 (22,2%) foram classificados como doença estável (DE) e 1. paciente (11,1%) apresentou progressão de doença (PD). Nenhum caso de resposta completa (RC) foi observado no follow-up. Correlação RECIST e ADC: Baseado na avaliação das lesões pelo método RECIST, as lesões foram agrupadas como respondedoras quando houve resposta completa (RC) e resposta parcial (RP) e como não respondedoras quando houve progressão de doença (PD) e doença estável (DE), para comparação com a avaliação pelo ADC. Seis pacientes responderam à quimioterapia e 3 pacientes não responderam. Em relação às lesões, 14 lesões responderam ao tratamento e 10 lesões não responderam. Na análise entre as lesões que responderam e as que não responderam ao tratamento quimioterápico de acordo com o padrão de resposta pelo RECIST não foi observada significância estatística em relação ao ADC basal (p=0,940 (após o 4º ciclo) e p=0,909 (após o 8º ciclo)). Não foi observada diferença estatística na análise das variações após o 4º ciclo de quimioterapia (p=0,245 e percentual com p=0,144), como também não observamos correlação entre a redução final do tamanho tumoral e o valor do ADC basal(p=0,869). Identificamos o melhor ponto de corte (cutoff) de ADC entre as lesões que responderam à quimioterapia e as que não responderam ao tratamento. O cutoff de ADC absoluto foi de 0,05 x 10-3 mm²/sec (AUC=0,66), e o cutoff de ADC percentual foi de 3,8% (AUC=0,70). Considerando-se o Cutoff de ADC percentual de 3,8%, não observamos significância estatística entre as lesões que responderam e as que não responderam à quimioterapia (p=0,057. Conclusões: A RM com difusão, por meio da análise quantitativa do ADC, demonstrou ser um método útil para monitorizar as lesões hepáticas de câncer colorretal metastático em tratamento com quimioterapia. A variação de ADC correlacionou-se com o RECIST, sendo que o aumento do ADC esteve associado com a redução do tamanho das lesões (resposta parcial/respondedores). No entanto, não houve significância estatística, muito provavelmente devido à amostragem limitada. Conseguimos identificar um ponto de. corte através da curva ROC que poderá ser validado em estudos posteriores com uma. maior casuística
Colorectal cancer is the third most common malignancy, and the liver is an organ commonly affected by metastases. Therefore, an accurate assessment of liver involvement is vital for treatment planning. The prognosis of patients with metastatic colorectal cancer has changed dramatically in recent years, mainly due to new cytotoxic and biological agents. In order to better understand the use of these drugs in clinical practice, there is a need to identify biomarkers related to prognosis. Magnetic resonance imaging (MRI) with diffusion is a promising tool for the diagnosis and assessment of response. Objectives: To evaluate the effectiveness of the monitoring of the therapeutic response to chemotherapy treatment in patients with metastatic colorectal adenocarcinoma, in treatment of 1st (first) line or 2nd (second) line with Folfox or Folfiri and monoclonal antibodies (Bevacizumab or Cetuximab) using magnetic resonance imaging using the technique of diffusion through of the quantitative analysis of the apparent diffusion coefficient (ADC) and verify the correlation with the RECIST method. Materials and Methods: Prospective study conducted adult patients with metastatic colorectal cancer diagnosis or relapsed, assisted in the Department of Clinical Oncology of AC Camargo Cancer Center during one year, which underwent chemotherapy 1st and 2nd lines for metastatic disease with Folfox or Folfiri associated with monoclonal antibody (Cetuximab or Bevacizumab). We performed a magnetic resonance examination of the upper abdomen pretreatment and additional exams at the end of the 4th, 8th and 12th cycles of chemotherapy, to evaluate the response of metastatic liver lesions to the proposed treatment. It was performed jointly evaluating the liver metastases by RECIST method for quantitative comparison with the evaluation obtained by MRI with diffusion through ADC. Results: Nine patients were evaluated in this study. The mean age of the patients was 57.2 years (sd = 13.8), with a minimum age of 34 and a maximum of 80 years, with 5 female patients and 4 male. The Folfox was used in 6 patients and Folfiri in 3 patients, being 6 patients of 1st line and 3 of 2nd line of treatment. Regarding the use of the monoclonal antibody, 5 patients were using Cetuximab and 4 used Bevacizumab. The number of liver metastases in the same patient observed varied from one (1) to 8 lesions with a total of 24 lesions analyzed. The average size of the lesions was 36.6 mm (± 21.1 mm). Six (66.7%) of the 9 patients had partial response (PR), 2 (22.2%) were classified as stable disease (SD) and 1 patient (11.1%) presented disease progression (PD). No case of complete response (CR) was observed at follow-up. Correlation RECIST and ADC: Based on the evaluation of the lesions by the RECIST method, the lesions were grouped as responders when there was complete response (CR) and partial response (PR) and as no responders when there was disease progression (PD) and stable disease (SD), for comparison with the evaluation by the ADC. Six patients responded to chemotherapy and 3 patients did not respond. Regarding the lesions, 14 lesions responded to the treatment and 10 lesions did not respond. In the analysis between the lesions that responded and those that did not respond to the chemotherapy treatment according to the response pattern by the RECIST, no statistical significance was observed in relation to baseline ADC (p = 0.940 (after the 4th cycle) and p = 0.909 (after the 8th cycle)). No statistical difference was observed in the analysis of the variations after the 4th cycle of chemotherapy (p = 0.245 and percentage with p = 0.144), nor did we observe a correlation between final reduction of tumor size and baseline ADC (p = 0.869). We identified the best ADC cut-off between the lesions that responded to chemotherapy and those that did not respond to treatment. The absolute ADC cut-off was 0.05 x 10-3 mm²/sec (AUC = 0.66), and the percentage ADC cut-off was 3.8% (AUC = 0.70). Considering the Cut-off of ADC percentage of 3.8%, we did not observe statistical significance between the lesions that responded and those that did not respond to chemotherapy (p = 0.057). Conclusions: MRI, with its quantitative analysis of ADC, has been shown to be a useful method to monitor hepatic changes of the metastatic in treatment with chemotherapy. The variation in ADC correlated with RECIST, and the increase in ADC was associated with the reduction of lesion size (partial response / responders). However, there was no statistical significance, most likely due to limited sampling. We were able to identify a cutoff point through the ROC curve that could be validated in later studies with a larger casuistry
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Neoplasias Colorretais/complicações , Avaliação de Resultado de Intervenções Terapêuticas , Bevacizumab , Cetuximab , Neoplasias Hepáticas/complicações , Metástase Neoplásica , Tratamento FarmacológicoRESUMO
OBJECTIVE: Apparent diffusion coefficient (ADC) values calculated through magnetic resonance imaging have been proposed as a useful tool to distinguish benign from malignant liver lesions. Most studies however included simple cysts in their analysis. Liver cysts are easy to diagnose, have very high ADC values and their inclusion facilitates differentiation in the ADC values between benign and malignant liver lesions groups. We prospectively evaluated the ability of ADC values to differentiate metastatic liver lesions from all benign or only solid benign liver lesions. MATERIAL AND METHODS: Sixty-seven adult cancer patients with 188 liver lesions were evaluated. Lesions were categorized as metastatic or benign throughout imaging and clinical evaluation. One hundred and five (105) metastatic lesions and 83 benign lesions including hemangiomas (37), cysts (42), adenomas (2) and focal nodular hyperplasias (2) were evaluated. ADC values were calculated for each lesion utilizing two b values (0 and 600 sec/mm2). RESULTS: The average ADC value for cysts was 2.4×10(-3) mm2/sec (CI: 2.1-2.6), for solid benign lesions was 1.4×10(-3) mm2/sec (CI: 1.1-1.7) and for metastases was 1.0×10(-3) mm2/sec (CI: 0.8-1.3). There was a difference between the ADC values of metastases and benign solid lesions (p<0.0001). With the ADC value of 1.5×10(-3) mm2/sec as a cut off it is possible to distinguish metastatic from benign liver lesions, including cysts, with an accuracy of 78%. But to distinguish metastatic from benign solid liver lesions the best ADC cut off value was 1.2×10(-3) mm2/sec and the accuracy drops to 71%. CONCLUSIONS: ADC values proved to be helpful in the distinction between metastasis and benign solid hepatic lesions. But the exclusion of cysts in the analysis point out to a lower cut off value and lower accuracy than previously reported.
Assuntos
Imagem de Difusão por Ressonância Magnética/métodos , Hepatopatias/diagnóstico , Hepatopatias/patologia , Neoplasias Hepáticas/diagnóstico , Neoplasias Hepáticas/secundário , Adulto , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Diagnóstico Diferencial , Imagem Ecoplanar/métodos , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Estudos Prospectivos , Curva ROC , Adulto JovemRESUMO
The authors report a case where a quantitative assessment of the apparent diffusion coefficient (ADC) of liver metastasis in a patient undergoing chemotherapy has shown to be an effective early marker for predicting therapeutic response, anticipating changes in tumor size. A lesion with lower initial ADC value and early increase in such value in the course of the treatment tends to present a better therapeutic response.
Relatamos um caso no qual a avaliação quantitativa do coeficiente de difusão aparente (ADC) de metástases hepáticas submetidas a quimioterapia se mostrou um bom preditor e marcador precoce de resposta terapêutica, antecipando alterações de tamanho. Lesão com valor inicial do ADC mais baixo e com aumento precoce deste valor no curso do tratamento tende a apresentar melhor resposta terapêutica tardia.
RESUMO
Enucleation is typically performed for the treatment of advanced retinoblastoma in children. After enucleation, the orbit undergoes abnormal development. In this study, orbital asymmetry was calculated using computed tomography measurements obtained from patients who experienced enucleation for unilateral retinoblastoma. Influence factors analyzed included: type of treatment, use of orbital implants, and patient's age at diagnosis. A total of 42 children underwent enucleation with a mean follow-up period of 4.8 years. For 28 patients, treatment included enucleation alone, 14 patients received enucleation plus radiation therapy. Thirty patients kept orbital implants long term. The mean orbital volume asymmetry for treated versus contralateral orbits was 16.8%. Mean asymmetry in orbital volume was greater for patients who underwent enucleation combined to radiation therapy (23.7% vs. 13.3%, P=0.05) and for patients without long-term maintenance of the prosthetic implants (29.3% vs. 11.8%, P<0.01). In conclusion, orbital volume is abnormally affected in children after enucleation of 1 eye for the treatment of retinoblastoma, and computed tomography can precisely quantify the asymmetry that develops. Orbital implants improve volumetric growth after enucleation, with 2-fold greater orbital asymmetry achieved without an implant.
Assuntos
Enucleação Ocular/efeitos adversos , Órbita/patologia , Neoplasias da Retina/cirurgia , Retinoblastoma/cirurgia , Criança , Pré-Escolar , Feminino , Seguimentos , Humanos , Lactente , Masculino , Órbita/crescimento & desenvolvimento , Prognóstico , Neoplasias da Retina/patologia , Neoplasias da Retina/radioterapia , Retinoblastoma/patologia , Retinoblastoma/radioterapia , Estudos Retrospectivos , Tomografia Computadorizada por Raios XRESUMO
O fígado é um órgão comumente acometido por metástases provenientes de tumores primários em outros órgãos. Os exames de imagem são importantes ferramentas para o diagnóstico, planejamento do tratamento e avaliação da resposta. Novas tecnologias de imagem estão sendo desenvolvidas. A ressonância magnética com difusão é uma técnica que mede a mobilidade da água nos tecidos. É um método não invasivo, de realização rápida e com resposta precoce, já bem documentado nas lesões e tumores cerebrais, porém ainda com poucos estudos em outros órgãos. Objetivos: Determinar os valores de difusão pela ressonância magnética através da medida do coeficiente de difusão aparente (ADC) nas metástases hepáticas e correlacionar com variáveis demográficas, clínicas e radiológicas. Material e Métodos: Foram analisadas 262 lesões metastáticas hepáticas em 59 pacientes adultos que realizaram ressonância magnética do abdome superior com a técnica de difusão. Foi realizada a avaliação quantitativa através da medida do valor do ADC de cada lesão e correlacionado com as dimensões, aspecto das lesões observado na sequência de difusão, padrão de realce após a administração do contraste paramagnético, sítio do tumor primário, tipo histológico e status terapêutico em relação à utilização de quimioterapia, além da variação intra-individual. Resultados: O valor médio de ADC das lesões metastáticas hepáticas foi de 1.1 x 10³mm²/sec (dp=0.06). Observou-se correlação entre os valores de ADC das múltiplas lesões de um mesmo paciente (variação intra-individual). Lesões com dimensões menores apresentaram um valor de ADC mais baixo (p<0.0001). A maioria das metástases hepáticas apresentou-se com aspecto heterogêneo quando observadas na sequência de difusão e estas lesões apresentaram valores de ADC mais altos (p<0.0001). Os padrões predominantes da distribuição do realce nas metástases hepáticas após a administração do contraste foram o periférico e heterogêneo, sendo que as lesões que apresentaram esses padrões demonstraram valores mais altos de ADC em relação às lesões com padrão de realce nodular homogêneo (p=0.012). Não identificamos diferença significativa do ADC para diferentes histologias, sítios primários ou status terapêutico das lesões estudadas. Conclusões: Metástases hepáticas apresentam valores de ADC baixos. Lesões metastáticas de menores dimensões, aspecto homogêneo quando observadas tanto na sequência de difusão como após a administração de contraste apresentaram valores de ADC mais baixos.
The liver is an organ frequently affected by metastases from primary tumors in other organs. Imaging studies are important for diagnosis, treatment planning and evaluation of response. New imaging technologies are being developed. Diffusion weighted magnetic resonance imaging is a technique that measures the mobility of the water in the tissues. It is a rapid noninvasive method achieving early response, already well documented in brain lesions and tumors, yet with few studies in other organs. Objectives: To determine the apparent diffusion coefficient (ADC) measured by magnetic resonance in liver metastases and to correlate the values with demographic, clinical and radiological data. Material and Methods: We analyzed 262 hepatic metastatic lesions identified in 59 adult patients who underwent upper abdominal MRI with diffusion technique. Quantitative evaluation was performed by measuring the ADC value of each lesion. ADC values were correlated with the size of the lesions, homogeneity appearance of the lesions observed on diffusion images and on contrast enhanced images, site of the primary tumor, histological type and prior chemotherapy status. Intra-individual variation was determined for patients with multiple metastasis. Results: The mean ADC of metastatic liver lesions was 1.1 x 10Ö¿³ mm²/sec (SD=0.06). Good correlation was observed between the ADC values of multiple lesions from the same patient (intra-individual variation). Smaller lesions presented lower ADC values (p<0.0001). Most liver metastases presented with heterogeneous aspect when observed on diffusion images and these lesions showed higher ADC values (p<0.0001). The predominant patterns of distribution of intravenous contrast enhancement were peripheral and heterogeneous and these patterns correlated with higher ADC values compared to lesions with homogeneous nodular enhancement pattern (p=0.012). We have not identified significant differences in ADC for different histology, primary sites or therapeutic status of the metastatic lesions. Conclusions: Liver metastases present low ADC values. Metastatic lesions with smaller size, homogeneous appearance on diffusion and contrast enhanced images present lower ADC values.