RESUMO
Objetivos: Descrever as características demográficas, clínicas e laboratoriais de pacientes com LES em acompanhamento em serviço de referência no Estado da Bahia. Desenho do estudo: Descritivo, tipo corte transversal. Análise dos dados: Foram utilizados os testes do qui-quadrado e t de student para testar diferenças entre variáveis categóricas e contínuas, respectivamente. A comparação entre mais de duas médias foi feita através do teste F (ANOVA). Resultados: Cem pacientes, sendo 97 por cento mulheres, participaram do estudo. Entre esses, 62 eram mulatos, 22 brancos e 16 negros. A média de idade de ínicio da doença foi de 28,1 anos (7-55 anos). Comprometimentos das articulações e da pele foram as manifestações clínicas mais frequentes (97 e 87 por cento, respectivamente), seguidas pelas alterações hematológicas (57 por cento), renais (39 por cento), de serosas (27 por cento) e neurológicas (26 por cento). Houve maior frequência de nefropatia na raça branca. O FAN foi positivo em 100 por cento dos pacientes, anti-RNP em 34 por cento, anti-SSA em 20 por cento, anti-dsDNA em 17 pr cento, anti-Sm em 13 por cento e anti-SSB em 2 por cento. Anti-RNP foi mais frequente na raça negra. O anti-dsDNA apresentou associação com nefropatia, vasculites e eritema malar: e o anti RNP, associação com úlcera de mucosas e o anti-SSA com comprometimento mucocutâneo. Conclusão: O LES foi três vezes mais frequente entre as mulheres que na maioria dos relatos de literatura; as frequências dos comprometimentos clínicos foram semelhantes às das encontradas por outros autores; não houve predomínio da doença na raça negra; houve maior prevalência de nefropatia entre os pacientes brancos; o anti-RNP foi mais frequente entre os doentes negros e mulatos