RESUMO
Com muita propriedade, Freud lança mão do herói grego Édipo como figura emblemática do sujeito do seu tempo, ser ressentido e recalcado ao ter se confrontado com as interdições que a moral cultural lhe impôs. Só mais tarde Narciso chega à cena psicanalítica, majestoso filho dos ideais de seus pais, lutando obstinado para perpetuar-se nesse lugar de privilégios e exclusividade que originalmente lhe foi designado. Desenham-se, assim, as instâncias psíquicas que, em permanente interjogo, subjetiva, num balanço que oscila nas mais diversas variações, de acordo com a dinâmica de cada sujeito. Interessa-nos pensar como as mudanças derivadas dos progressos científico-tecnológicos, assim como o declínio das figuras de referência, afetaram o estar no mundo, deslocando o investimento original em ideais (plano simbólico) para um terreno onde domina uma adição voraz a objetos sucessivamente permutáveis (plano imaginário). Um narcisismo defensivo se instala causando a negação da alteridade, da finitude, e dos aspectos mais sutis concernentes à nossa precária humanidade. O Super-homem grandioso e mágico faz muito mais do que sequer sonhou, mas quem é ele? E qual o preço deste superpoder?(AU)
Freud approaches Oedipus, the mythical hero as an emblem of the subject of his time, resentful and repressed, having struggled with the interjections that cultural mores impose on him. Its not until later that Narcissus makes its entrance into the psychoanalytical scene. Majestic outcome of his parents ideals, he fights relentlessly to remain in this place of privilege and exclusivity to which he was born. Thus are designed psychological stances, in permanent interplay, they constitute the pillars of subjectivity balancing themselves in the variation of each subjects dynamics. This paper reflects on how the scientific and technological advances, coupled with the decline of the referential figures have affected existence, displacing the original investments in ideas, on the symbolic level, to a terrain where a voracious adding of successively replaceable objects reigns remitting us to the imaginary level. A defensive narcissism is installed denying alterity, finitude and the more subtle aspects concerning our precarious humanity. Superman is magical, grand and surpasses our wildest dreams, but who is he? What is the price to be paid for his superpower?(AU)
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Humanos , Psicanálise , SimbolismoRESUMO
Com muita propriedade, Freud lança mão do herói grego Édipo como figura emblemática do sujeito do seu tempo, ser ressentido e recalcado ao ter se confrontado com as interdições que a moral cultural lhe impôs. Só mais tarde Narciso chega à cena psicanalítica, majestoso filho dos ideais de seus pais, lutando obstinado para perpetuar-se nesse lugar de privilégios e exclusividade que originalmente lhe foi designado. Desenham-se, assim, as instâncias psíquicas que, em permanente interjogo, se constituem em pilares da constituição subjetiva, num balanço que oscila nas mais diversas variações, de acordo com a dinâmica de cada sujeito. Interessa-nos pensar como as mudanças derivadas dos progressos científico- tecnológicos, assim como o declínio das figuras de referência, afetaram o estar no mundo, deslocando o investimento original em ideais (plano simbólico) para um terreno onde domina uma adição voraz a objetos sucessivamente permutáveis (plano imaginário). Um narcisismo defensivo se instala causando a negação da alteridade, da finitude, e dos aspectos mais sutis concernentes à nossa precária humanidade. O Super-homem grandioso e mágico faz muito mais do que sequer sonhou, mas quem é ele? E qual o preço deste superpoder?(AU)
Freud approaches Oedipus, the mythical hero as an emblem of the subject of his time, resentful and repressed, having struggled with the interjections that cultural mores impose on him. Its not until later that Narcissus makes its entrance into the psychoanalytical scene. Majestic outcome of his parents ideals, he fights relentlessly to remain in this place of privilege and exclusivity to which he was born. Thus are designed psychological stances, in permanent interplay, they constitute the pillars of subjectivity balancing themselves inthe variation of each subjects dynamics.This paper reflects on how the scientific and technological advances, coupled with the decline of the referential figures have affected existence, displacing the original investments in ideas, on the symbolic level, to a terrain where a voracious adding of successively replaceable objects reigns remitting us to the imaginary level.A defensive narcissism is installed denying alterity, finitude and the more subtle aspects concerning our precarious humanity. Superman is magical, grand and surpasses our wildest dreams, but who is he? What is the price to be paid for his superpower?(AU)
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Humanos , Psicanálise , Complexo de ÉdipoRESUMO
O artigo examina o paradoxo da liberdade humana sustentada no ponto de interseção entre a submissão e a transgressão aos valores normativos da cultura. O que fica delicadamente em jogo nessa articulação é o entrelaçamento dos impulsos, opostos e igualmente poderosos, de construção (Eros) e destruição (Tanatos). Analisa o momento atual, os riscos e a gravidade da fratura ética na comunidade humana.
This article examines the paradox of human freedom sustained by the intersection of submission and transgression to the normative values of culture. What is in consideration here is the delicate articulation and entwining of the opposed and equally powerful impulses of construction (Eros) and destruction (Tanatos). This is an analysis of the present moment, the risks and the gravity of the ethical fracture in the human community.
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Humanos , Liberdade , PsicanáliseRESUMO
O artigo examina o paradoxo da liberdade humana sustentada no ponto de interseção entre a submissão e a transgressão aos valores normativos da cultura. O que fica delicadamente em jogo nessa articulação é o entrelaçamento dos impulsos, opostos e igualmente poderosos, de construção (Eros) e destruição (Tanatos). Analisa o momento atual, os riscos e a gravidade da fratura ética na comunidade humana.(AU)
This article examines the paradox of human freedom sustained by the intersection of submission and transgression to the normative values of culture. What is in consideration here is the delicate articulation and entwining of the opposed and equally powerful impulses of construction (Eros) and destruction (Tanatos). This is an analysis of the present moment, the risks and the gravity of the ethical fracture in the human community.(AU)
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Humanos , Liberdade , PsicanáliseRESUMO
O artigo se apoia nos conceitos de Winnicott para repensar a ética na subjetividade contemporânea. Num espaço cultural que se transforma em progressão geométrica, se as noções de tempo foram forçosamente re-configuradas, urge acompanhar o quanto ficaram afetadas as filiações humanas, as redes de convivência e o estar no mundo de cada sujeito. A função ética do analista implica seu compromisso de propiciar experiências que restituam aos seus demandantes uma sensação real de existir, verdadeira e espontaneamente.
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Ética , PsicanáliseRESUMO
O artigo se apoia nos conceitos de Winnicott para repensar a ética na subjetividade contemporânea. Num espaço cultural que se transforma em progressão geométrica, se as noções de tempo foram forçosamente re-configuradas, urge acompanhar o quanto ficaram afetadas as filiações humanas, as redes de convivência e o estar no mundo de cada sujeito. A função ética do analista implica seu compromisso de propiciar experiências que restituam aos seus demandantes uma sensação real de existir, verdadeira e espontaneamente(AU)
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Ética , PsicanáliseRESUMO
A suspensão das fronteiras que o recalque impõe à constituição subjetiva substituiu o mal-estar, derivado da inserção no campo de interditos, por um vazio, gerado pela destituição dos ideais e o esfacelamento da ordem simbólica que regiam até então as relações sociais humanas. Outros imperativos, sustentados por compensações ilusórias e satisfações imediatistas, tamponam precariamente a ausência das construções criativas de um estilo pessoal de ser. A singularidade ficou sacrificada quando o plural e o global adquiriram uma posição de destaque e impuseram ao sujeito contemporâneo uma adesão incondicional a protótipos prêt-à-porter incessantemente repostos. Migrar, incansavelmente, de uma demanda a outra exaure esse ser hodierno flexível e insuficiente para corresponder a tudo que é esperado dele. Seu corpo é colonizado, mais um instrumento utilitário; sua fala é chapada, sem sutilezas, sem um segredo, sem o sagrado. Não representa, apresenta; não identifica, incorpora; não transfere, desloca. Carece de um sentimento de autoria e responsabilidade, daí sua apatia. Ou seu excesso. Culpa pouca, impotência e desesperança, muita. O que pode fazer a Psicanálise hoje por esse sujeito?
The suspension of barriers that repression imposes on the subjective constituition substituted the malaise set off by the insertion into the field of prohibition, for a void generated by the destitution of ideals and the decay of the symbolic order that thus far ruled social relations. Other imperatives, sustained by illusory compensations and immediate gratification, temporarily cover up the absence of creative endeavor in stylizing a personal way of being. Singularity was sacrificed when plurality and globalization acquired a vantage position which is imposed on the contemporary subject. Unconditional adhesion to prêt-à-porter prototypes are incessantly enforced. Ever migrating from one demand to the next exhausts this nowadays being, pliable and insufficient to all that is expected of him. His colonized body turned into another utilitarian instrument: his speech is flat, poor in subtlety, secrets or sacredness. He doesn´t represent, but presents, does not identify, incorporates, also doesn´t transfer, but displaces. He lacks authorship and responsibility, thus he is apathetic. Or excessive. Little guilt, plenty of impotence and hopelessness. What can Psychoanalysis do for such a subject today?
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Humanos , Psicanálise , Violência DomésticaRESUMO
O artigo aborda a relação entre sujeito e corpo, compreendendo-a como a primeira alteridade que o Eu tem que dar conta, tomando-a como fundadora do estabelecimento das filiações subseqüentes. A exigência de trabalho imposta pela castração corporificada ganha novos desenhos a partir dos padrões éticos e estéticos que regulam a libido e suas negociações com Eros e Tanatos. Uma vinheta clinica ilustra essas vicissitudes.
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Corpo Humano , Psicanálise , SexualidadeRESUMO
O artigo aborda a relação entre sujeito e corpo, compreendendo-a como a primeira alteridade que o Eu tem que dar conta, tomando-a como fundadora do estabelecimento das filiações subseqüentes. A exigência de trabalho imposta pela castração corporificada ganha novos desenhos a partir dos padrões éticos e estéticos que regulam a libido e suas negociações com Eros e Tanatos. Uma vinheta clinica ilustra essas vicissitudes (AU)
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Corpo Humano , Sexualidade , PsicanáliseRESUMO
A autora trata das vicissitudes no caminho da subjetivação, quando vivências invasivas prematuras atropelam a experiência inaugural de uma certa ilusão necessária à criação da realidade-paradoxo proposto por Winnicott. Através de um caso clínico explora-se os surpreendentes caminhos pelos quais, diante do fracasso ambiental, outros elementos disponíveis podem se prestar para dar conta dessa falta
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Análise TransacionalRESUMO
A autora trata das vicissitudes no caminho da subjetivação, quando vivências invasivas prematuras atropelam a experiência inaugural de uma certa ilusão necessária à criação da realidade-paradoxo proposto por Winnicott. Através de um caso clínico explora-se os surpreendentes caminhos pelos quais, diante do fracasso ambiental, outros elementos disponíveis podem se prestar para dar conta dessa falta(AU)
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Relatos de Casos , Análise TransacionalRESUMO
O sublime, cujo valor maior se sustenta na exigencia de trabalho imposto pela mobilidade pulsional, tambem carreia conteudos virulentos pouco compativeis com a nobreza de sua nomeacao. A cultura istala um sistema de compromissos para libera-lo.
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Sublimação Psicológica , Luto , Sublimação Psicológica , InstintoAssuntos
Isolamento Social , Apego ao Objeto , Literatura , Isolamento Social , Apego ao Objeto , LiteraturaAssuntos
Organização e Administração , Psicanálise , Ensino , Organização e Administração , Psicanálise , EnsinoRESUMO
Diante da necessidade de mudança, o homem se vê confuso entre emoções que irrompem em sua nova relação com a mulher. Esta situação lhe exige uma elaboração diferente da que ele sempre esteve habituado, do alto de sua posição fálica. Rachel não indica a essência desses conflitos, mas aponta, de certa forma, sem explicar, para o fantasma do homossexualismo (AU)
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Homens , Comportamento Sexual , Indústria de Papel e Celulose , Comportamento Sexual , Papel (figurativo)RESUMO
Freud se pergunta o que quer a mulher. Rachel se pergunta o que será a mulher, desvinculada da maternidade como condição identificatória (AU)
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Mulheres , Mães , Teoria Psicanalítica , Mães , Teoria PsicanalíticaRESUMO
A autora apresenta uma síndrome depressiva com raízes em conflitos referentes a fase pré-edípica. Descreve a problemática narcísica. Para superá-la sugere a posição do analista, numa função egóica, ajustando o paciente a 'transicionar' para uma relação de objeto (AU)
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Narcisismo , Transtorno Depressivo , Apego ao Objeto , Processos Psicoterapêuticos , Narcisismo , Transtorno Depressivo , Apego ao Objeto , Processos PsicoterapêuticosRESUMO
Esta seleção tem duas intenções: uma é a de simplesmente reunir algum material para reflexão, e a outra, a principal, é a de poupar ao leitor o tedioso trabalho de pinçar nos textos ditos científicos as idéias dos autores citados que, comumente, termina sendo a única coisa que presta na grande maioria destes textos(AU)
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Amor , Teoria Psicanalítica , Amor , Teoria PsicanalíticaRESUMO
A partir de um material clínico, a autora se propõe examinar a dificuldade encontrada no trabalho terapêutico em termos da relutância do paciente em abrir mão de um 'sistema' com o qual se habituou a conviver, resistindo a uma mudança que o substitua por outro, que mesmo mais cômodo, lhe resulta ameaçador. Formula essa questão ao nível de uma situação triângular um tanto atípica, mas configurada hierarquicamente de sorte que um poder previamente estabelecido instrumenta a culpa para impedir que uma nova articulação se estruture(AU)