RESUMO
A literatura médica, no Brasil, registra rasos casos de paracoccidioidomicose em pacientes aidéticos (Bernard et al., em publicaçäo; Carnaúba et al.; Pedro et al; Goldani et al. e Bakos et al. totalizando 7 (sete) observaçöes, publicadas ou comunicadas em congressos. Esta ocorrência contrasta com a grande freqüência de candidíase (incluindo formas profundas), criptococose e histoplasmose, associadas a infecçäo pelo vírus HIV. Tal fato talves possa ser explicado por ser a AIDS síndrome infecciosa predominante urbana e a paracoccidioidomicose doença essencialmente de zonas rurais. Em soros de 50 pacientes com paracoccidioidomicose, 40 do sexo masculino (80%) e 10 do sexo feminino (20%) foram pesquisados anticorpos HIV-1 pela técnica ELISA e, em 19 casos limítrofes (38%) foi realizado teste confirmatório, pela técnica de Western-blot. Somente em um caso de paracoccidioidomicose foram detectados anticorpos específicos HIV-1 em 5 pacientes (10%) foram revelados anticorpos, provavelmente inespecíficos, anti-p24; gp160 em 3 casos (6%); gpl120 em dois casos (4%); e gp3 em um caso (2%). Dos sete soros de pacientes com bandas consideradas inespecíficas, repetidas as provas sorológicas para AIDS, com amostras colhidas alguns meses após (ver dados anexos), apenas em 1 foram registrados resultados positivos, com faixas de baixa intensidade. Tais pacientes, examinados na época, näo apresentaram nenhuma manifestaçäo clínica de AIDS ou de pré-AIDS