RESUMO
Pela velocidade com que o crack tem ganhado lugar na sociedade, e por hoje ser considerado um grande problema social, este trabalho buscou analisar as representações sociais da expectativa de futuro do usuário de crack e ao seu uso, na perspectiva de usuários, familiares e profissionais de saúde. O estudo foi desenvolvido de acordo com o referencial da Teoria do Núcleo Central. A pesquisa foi realizada em quatro CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), onde foram entrevistados trinta usuários de crack, vinte familiares e trinta profissionais de saúde. Na coleta de dados foram utilizadas associações livres com base na técnica de evocações, organizadas e processadas através do software EVOC. Nos resultados constatou-se a ausência de perspectivas de mudança entre os grupos, no que se refere ao futuro do usuário de crack, sendo notória a descrença em relação a sua recuperação, principalmente para usuários e familiares. Estes resultados sinalizam importantes preocupações, tais como os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde em sua atuação frente à dependência do crack e às dificuldades de tratamento e medidas de prevenção. Portanto, espera-se que este trabalho proporcione subsídios para a elaboração de estudos futuros na área da psicologia social e da saúde mental, embasando ações que ampliem a atenção a esses usuários, bem como a sua aderência ao tratamento. (AU)
Due to the speed at which the crack has earned place in society and because it has been considered, nowadays, a major social problem, this work aimed to analyze the social representations of the expected to the future of crack users and its use in the perspective of users, their families and health professionals. The study was conducted according to the referential of the Theory of Central Core. The survey was conducted in four Psychosocial Care Centers, where thirty crack users, twenty relatives and thirty health professionals were interviewed. In data collection, free associations were used based on the technique of evocations, which were organized and processed through software EVOC. The results showed the absence of changes prospect with regard to the future of the crack users among the groups and a noticeable disbelief toward his recovery, especially for users and family members. These results indicate important concerns, such as the challenges faced by health professionals in its operations against the crack addiction and the difficulties of treatment and prevention measures. Therefore, it is expected that this study will provide subsidies for the development of future studies in the area of social psychology and mental health, supporting actions that bring attention to these users, as well as their adherence to treatment. (AU)