RESUMO
Os autores apresentam uma reação de fixação de complemento com 100% de hemólise para o sistema Chagas, empregando, como antígeno, o antígeno metílico preparado segundo Baracchini et alii, 1966. O principal objetivo dos autores dêste trabalho é possibilitar a qualquer laboratório de sorologia trabalhar em doença de Chagas com uma técnica sorológica simples e segura. A referida técnica é a que vem sendo empregada nos laboratórios do Instituto Adolfo Lutz, onde vários estudos comparativos já foram realizados, tanto com outras técnicas, como a de Freitas e Almeida, 1949, como com reações de imunofluorescência (AU).
Assuntos
Antígenos , Doença de Chagas/diagnóstico , Trypanosoma cruziRESUMO
Com a finalidade de obter culturas do meningococo de um modo mais constante e precoce, partindo do líquido cefalorraquidiano de doentes de meningite cérebro-espinhal epidêmica incubaram-se os meios de cultura semeados, - ágar-ovo - em atmosfera de mais ou menos 10% de dióxido de carbono a 37°C. Todos os casos experimentados foram testemunhados por tubos contendo o mesmo meio de cultura, semeados de modo idêntico e colocados a 37°C. Dos 248 casos estudados, 131 resultaram culturas positivas e 117 negativas. Entre os 131 positivos, houve vantagem para os incubados em atmosfera de CO2 de 62,87%. Tendo-se em vista o resultado acima, preconiza-se a incubação em atmosfera de dióxido de carbono no isolamento inicial do meningococo (AU).
Assuntos
Dióxido de Carbono , Neisseria meningitidisRESUMO
Os autores com a finalidade de obter cultura de meningococo nos líquidos cefalorraquidianos de doentes suspeitos de meningite cerebrospinal epidêmica, sob tratamento pelas sulfonamidas, experimentaram o emprego do ácido paraminobenzóico num dos meios de cultura habitualmente empregados usando como testemunha mesmo meio sem o referido ácido. Dos 185 casos estudados, 100 resultaram culturas negativas. Entre os 85 positivos encontraram vantagem de 35,29% do meio adicionado de ácido paraminobenzóico sobre o meio testemunho. Em vista desses resultados, preconizam o emprego dessa substância - tida por muitos como um "fator de crescimento." nos meios de cultura de rotina para os casos sob tratamento pelas sulfonamidas (AU).
Assuntos
Neisseria meningitidisRESUMO
Depois de fazerem uma síntese dos trabalhos publicados desde1911 sobre anticorpos heterofilos, referem-se os autores à aplicação prática desses trabalhos na diagnose da Mononucleose infecciosa (Reação de Paul - Bunnell - Davidsohn). Em nota à margem do assunto, relembram provas por eles realizadas no Instituto Adolfo Lutz, no sentido de esclarecer a epidemia que grassou em São Paulo, este ano, nos meses de Março e Abril, e transcrevem o comunicado oficial sobre essa epidemia, fornecido na ocasião pelo Departamento de Saúde do Estado. Relatam, a seguir, pesquisas de aglutininas heterofilas para eritrócitos de carneiro, por eles realizadas nos soros de numerosos doentes de Linfogranulomatose de Nicolas-Favre. Justificando suas pesquisas, dizem os autores que, entre 76 condições clínicas diferentes, examinadas por vários autores, e nas quais os títulos aglutinantes eram baixos, não constavam casos de moléstia de Nicolas-Favre. E, no entanto, esta moléstia é produzida por um vírus eminentemente linfotropo, cuja ação se reflete sobre todo o sistema retículo-endotelial, como acontece na Mononucleose infecciosa. Examinando soros de 75 linfogranulomatosos (adenite inguinal, retite estenosante, etc.), diagnosticados todos sob o ponto de vista clínico e alérgico (Reação de Frei), encontraram os autores, com frequência, nesses soros, aglutininas anti-carneiro em altos títulos. Tomando como título positivo mínimo, a diluição de 1:112, obtiveram 64 % de aglutinações positivas. Tomando como título positivo mínimo, a diluição de 1:224, obtiveram, ainda assim, a expressiva porcentagem de 41,33 % de aglutinações positivas. O título máximo encontrado foi de 1:7168. O título médio de aglutinação dos soros de linfogranulomatosos foi igual a 1:296. Contraprovaram sua técnica com 75 soros normais, dos quais apenas 2,66% atingiram o título de 1:112. Nenhum atingiu o título de 1:224. O título médio de aglutinação dos soros normais foi igual a 1:30. Demoram-se os autores em considerações sobre a parte técnica e sobre os resultados obtidos, focalizando depois um aspecto interessante das suas observações: os altos títulos aglutinantes encontrados nos soros de alguns doentes crônicos. Em 8 destes casos crônicos, cujo tempo de moléstia variava de 1 a 15 anos, acharam títulos entre 1:224 e 1:1792. Estas observações parecem indicar uma possível ação, lenta e contínua, do vírus poradênico. Os autores dizem que estão longe de pensar que o seu achado possa invalidar a Reação de Paul e Bunnell, à qual, posteriormente, ajuntou Davidsohn provas de absorção que lhe deram ainda maior segurança diagnóstica. Mas, por outro lado, acham que, paralelamente à moléstia do soro, a hipótese da Linfogranulomatose de Nicolas-Favre deverá ser também considerada sempre que; praticando-se a 1.a fase da reação para o diagnóstico da Mononucleose infecciosa, depararmos com altos títulos de aglutinação. Aliás, uma breve indagação anamnésica do doente, por si só, orientaria perfeitamente o clínico na interpretação da prova de laboratório. Salientam ainda que, no caso especial da Linfogranulomatose de Nicolas-Favre, as crianças ficariam praticamente afastadas, incidindo a maior frequência da moléstia, nos adultos entre 18 e 45 anos de idade. Dizem finalmente os autores que, prosseguem suas investigações no sentido de identificar o tipo dessas aglutininas heterofilas. Para isso já iniciaram as provas de absorção com rim de cobaio, glóbulos de boi e com o próprio vírus poradênico. Os resultados dessas provas serão oportunamente comunicados (AU).