RESUMO
RESUMO O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à saúde da população. O hospital, sendo uma instituição de elevada complexidade, surge como um dos mais importantes componentes desse sistema, principalmente por nele estar empregado grande investimento, assim, o SUS precisa enfatizar o seu controle de custos. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência de hospitais regionais das principais regiões do estado do Rio Grande do Norte, à luz de indicadores hospitalares. Trata-se de um estudo avaliativo de metodologia quantitativa, no qual foram selecionadas seis unidades hospitalares integrantes da rede estadual do estado brasileiro, sendo duas de cada porte, no ano de 2014. Todos os dados são secundários provenientes dos sistemas oficiais de informação e das secretarias de saúde. Os melhores desempenhos, diagnosticados a partir dos indicadores, foram encontrados nas unidades de grande porte, enquanto os de pequeno apresentaram baixa resolubilidade e eficiência. Considerando-se o papel das unidades de referência regionais, o qual é ofertar assistência médica de maior complexidade à população, observa-se que o excesso de hospitais regionais de pequeno porte, com baixa resolubilidade e eficiência, mais onera o estado do que propicia melhoria da qualidade de vida da população.
ABSTRACT The Unified Health System (SUS) was created with the purpose of changing the situation of inequality in the health care of the population. The hospital, being a highly complex institution, emerges as one of the most important components of such system, mainly because there is a large investment employed in it, thus, it needs to emphasize its control of costs. The objective of this study is to evaluate the efficiency of regional hospitals in the main regions of the state of Rio Grande do Norte, in the light of hospital indicators. This is an evaluative study of quantitative methodology, in which six hospital units were selected from the state network of the referred Brazilian state, two of each in the year 2014. All data are secondary from the official information systems and the health secretariats. The best performances, diagnosed from the indicators, were found in the large units, while the small ones presented low solubility and efficiency. Considering the role of regional reference units, which is to offer more complex medical care to the population, it is observed that the excess of small regional hospitals, with low resoluteness and efficiency, generate more expenses to the state than improvement on the quality of life of the population.
RESUMO
OBJECTIVE: To study the temporality of hospital admissions due to arterial hypertension and its associated factors. METHODS: An ecological study with secondary data on hospital admissions due to essential arterial hypertension - ICD 10, from the Hospital Information System, the Mortality Information System and and the Primary Care Information System, between 2010 and 2015. Descriptive analysis using means, proportions and linear regression. RESULTS: We recorded 493,299 hospitalizations due to arterial hypertension from 2010 to 2015, with an average annual progressive cost decrease of -7.76% and -24.21%. Of the patients admitted, 59.2% were women, 60.2% were non-white and 54.7% were older than 60 years. The mean length of stay was 4.2 days, and the hospitalization cost was R$307.60. The multiple linear regression variables that remained significant were the percentage of admissions due to primary care-sensitive conditions, the per capita income and the City Human Development Index. CONCLUSION: Hospital admissions due to arterial hypertension have an impact on the percentage of admissions due to primary care- sensitive conditions. Intensifying primary care activities, raising-awareness among professionals to the importance of integrated care, and investing in social development are crucial to change the reality of hypertension in terms of its control and complications.
Assuntos
Hipertensão Essencial/epidemiologia , Custos Hospitalares/estatística & dados numéricos , Hospitalização/estatística & dados numéricos , Atenção Primária à Saúde/estatística & dados numéricos , Brasil/epidemiologia , Feminino , Hospitalização/economia , Humanos , Tempo de Internação/economia , Tempo de Internação/estatística & dados numéricos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Atenção Primária à Saúde/economia , Fatores SocioeconômicosRESUMO
As regiões de saúde brasileiras correspondem a 437 aglomerados de municípios brasileiros e 1 que corresponde o distrito federal, totalizando 438 agrupamentos. A distribuição e composição dessas regiões é de responsabilidade dos estados em parceria com as comissões intergestoras regionais, sendo natural a grande diversidade nessa distribuição em razão das dimensões e multiculturalidade peculiar do território brasileiro. Este estudo objetiva avaliar a regionalização da saúde no Brasil, o desempenho das regiões e fatores associados, à luz das informações disponibilizadas pelos indicadores de saúde, com foco na rede hospitalar. Trata-se de um estudo ecológico de múltiplos grupos, de abordagem quantitativa, que incorpora uma análise estatística descritiva e analítica, por meio do SPSS v. 24. Foram realizadas análises de associação de Pearson e regressão linear, tendo como variável dependente a proporção de internações dentro da região de saúde e variáveis independentes de caráter socioeconômico, estrutural e de assistência à saúde. O período de análise é de 2012 a 2016 e inclui dados do Ministério da Saúde (DATASUS) atrelados a dados da Relação Anual de Informações Sociais e do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. O perfil socioeconômico das regiões de saúde apresenta melhores índices nas regiões geográficas Sul e Sudeste do País, com melhores indicadores de IDH, maior expectativa de vida, maior renda per capita, menor porcentagem de vulneráveis à pobreza e em condições sanitárias inadequadas. Já a estrutura de saúde das regiões revela que a cobertura e os recursos investidos em atenção básica são melhores na região Nordeste, enquanto o percentual de recursos próprios dos municípios é maior no Sudeste. O número de beneficiários de planos de saúde é maior na região Sudeste. Enquanto a região Centro-Oeste tem o maior número de hospitais para cada 100.000 habitantes, a região Sudeste é a que possui o maior número de leitos e a região Nordeste é a que mais tem unidades de atenção básica. A região Sudeste é a que mais investe em leitos em detrimento das unidades de atenção básica. A participação de leitos SUS é maior nas regiões Nordeste e Norte. Já as regiões Sul e Sudeste apresentam mais médicos, enfermeiros e leitos de terapia intensiva. As regiões de saúde presentes no Sul e Sudeste do país ainda se destacam por internar pacientes dentro de suas regiões em que residem, mantendo os melhores indicadores para as internações de urgência, média e alta complexidade nas suas próprias regiões de saúde. Entretanto, a região Norte é destaque para a quantidade de internações na rede própria, enquanto a região Sul é a que mais recorre ao setor privado. Já a região Centro-Oeste é a que apresentou os melhores indicadores para consulta médica e produção ambulatorial por habitante. A análise de associação com a variável de internação na mesma região apresentou uma correlação significativa com a média de leitos no SUS, esperança de vida ao nascer e produção ambulatorial (AU).
The Brazilian health regions correspond to 437 clusters of Brazilian municipalities and 1 that corresponds to the federal district, totaling 438 clusters. The distribution and composition of these regions is the responsibility of the states in partnership with the regional inter-agency commissions, with a great diversity in this distribution due to the peculiar dimensions and multiculturality of the Brazilian territory. This study aims to evaluate the regionalization of health in Brazil, the performance of the regions and associated factors, in light of the information provided by the health indicators, focusing on the hospital network. This is an ecological, multi-group, quantitative approach that incorporates descriptive and analytical statistical analysis using SPSS v. 24. Pearson's association and linear regression analyzes were performed, with the dependent variable being the proportion of hospitalizations within the health region and independent socioeconomic, structural, and health care variables. The period of analysis is from 2012 to 2016 and includes data from the Ministry of Health (DATASUS) linked to data from the Annual Report on Social Information and Atlas of Human Development in Brazil. The socioeconomic profile of the health regions presents better indexes in the South and Southeast regions of the country, with better HDI indicators, higher life expectancy, higher per capita income, lower percentage of those vulnerable to poverty and inadequate sanitary conditions. The health structure of the regions reveals that coverage and resources invested in primary health care are better in the Northeast, while the percentage of municipalities' own resources is higher in the Southeast. The number of beneficiaries of health insurance is higher in the Southeast. While the Central-West region has the highest number of hospitals per 100,000 inhabitants, the Southeast region has the largest number of beds and the Northeast region has the most basic care units. The Southeast region is the one that most invests in beds in detriment of the primary care units. The participation of SUS beds is greater in the Northeast and North regions. The South and Southeast regions have more doctors, nurses and intensive care beds. The health regions present in the South and Southeast of the country still stand out by interning patients within their regions of residence, maintaining the best indicators for the hospitalizations of urgency, medium and high complexity in their own health regions. However, the North region is the highlight for the number of hospitalizations in the own network, while the South region is the one that resorts the most to the private sector. The Central-West region is the one that presented the best indicators for medical consultation and outpatient production per inhabitant. The analysis of association with the hospitalization variable in the same region showed a significant correlation with the mean number of beds in SUS, life expectancy at birth and ambulatory procedures (AU).
Assuntos
Regionalização da Saúde , Avaliação em Saúde , Atenção à Saúde , Hospitalização , Brasil/epidemiologia , Modelos Lineares , Estudos EcológicosRESUMO
Introdução: O uso de protocolos, na assistência a hipertensão arterial sistêmica (HAS), permite um melhor direcionamento nas condutas profissionais. Objetivos: Identificar na literatura nacional e internacional, a existência de protocolos para otimizar a gestão do cuidar ao cliente com HAS assistido na Atenção Primária à Saúde. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa (dezembro/2016 a janeiro/2017) cuja busca foi realizada nas Bases: Scopus, Lilacs, Medline, Scielo, PubMed e Biblioteca Cochrane. A análise da pertinência dos estudos deu-se com a escala de Likert e índice de concordância, a textual com agregação dos objetivos e resultados em categorias. Likert > 4 classificou os estudos em muito pertinente. O índice de concordância foi > 88%. Resultados: Foram incluídos 10 estudos e todos mostraram a importância do uso de protocolos como estratégia para o acompanhamento e controle da HAS. As categorias encontradas foram: avaliação, adesão e satisfação. Conclusão: Apesar da baixa adesão aos protocolos, a sua utilização é uma ferramenta importante no controle da HAS, e para um cuidar integral, é necessário um protocolo voltado para a equipe multiprofissional, que conte com a adesão de gestores, profissionais e clientes, reforçando a integralidade do cuidar (AU).
Introduction: The use of protocols, in the assistance to systemic arterial hypertension (SAH), allows a better orientation in the professional conducts. Aims: The objective of this study was to identify, in the national and international literature, the existence of protocols to optimize the management of care for clients with systemic arterial hypertension assisted in Primary Health Care. Methods: It consists of an integrative review from December/2016 to January/2017. Bases: Scopus, Lilacs, Medline, Scielo, PubMed and Cochrane Library. The pertinence analysis of the studies was in pairs using Likert scale and concordance index, and the textual one with aggregation of the objectives and results in categories. The Likert scale > 4 classified the studies as very relevant. The concordance index was > 88%. Results: 10 studies were included in the research and they all showed the importance of the use of protocols as a strategy for the follow-up and control of SAH, although targeted at specific professionals. The categories found were: evaluation, adherence and satisfaction. Conclusions: Despite the low adherence to the protocols, its use is an important tool for the control of SAH, and for a full care, a protocol is needed for the multiprofessional team, that has the adhesion of managers, professionals and clients, Reinforcing the integrality of caring (AU).
Assuntos
Protocolos Clínicos , Hipertensão , Atenção Primária à Saúde , Brasil , Empatia , ConhecimentoRESUMO
ABSTRACT Objective: To study the temporality of hospital admissions due to arterial hypertension and its associated factors. Methods: An ecological study with secondary data on hospital admissions due to essential arterial hypertension - ICD 10, from the Hospital Information System, the Mortality Information System and and the Primary Care Information System, between 2010 and 2015. Descriptive analysis using means, proportions and linear regression. Results: We recorded 493,299 hospitalizations due to arterial hypertension from 2010 to 2015, with an average annual progressive cost decrease of −7.76% and −24.21%. Of the patients admitted, 59.2% were women, 60.2% were non-white and 54.7% were older than 60 years. The mean length of stay was 4.2 days, and the hospitalization cost was R$307.60. The multiple linear regression variables that remained significant were the percentage of admissions due to primary care-sensitive conditions, the per capita income and the City Human Development Index. Conclusion: Hospital admissions due to arterial hypertension have an impact on the percentage of admissions due to primary care- sensitive conditions. Intensifying primary care activities, raising-awareness among professionals to the importance of integrated care, and investing in social development are crucial to change the reality of hypertension in terms of its control and complications.
RESUMO Objetivo: Estudar a temporalidade das internações por hipertensão arterial e seus fatores associados. Métodos: Estudo ecológico com dados secundários referentes às internações hospitalares por hipertensão arterial essencial - CID 10, do Sistema de Informação Hospitalares, do Sistema de Informação de Mortalidade e do Sistema de Informação da Atenção Básica, no período de 2010 a 2015. Análise descritiva com média, proporção e regressão linear. Resultados: Foram registradas 493.299 internações por hipertensão arterial sistêmica de 2010 a 2015, com queda progressiva anual média de −7,76% e de −24,21% nos custos. Dentre as internações, 59,2% ocorreram em mulheres, 60,2% na raça não branca e 54,7% em maiores de 60 anos. A média de permanência foi de 4,2 dias e a do custo por internação, de R$307,60. As variáveis significativas da regressão linear múltipla foram o percentual de internações por condições sensíveis à atenção primária, a renda per capita e o Indice de Desenvolvimento Humano Municipal. Conclusão: As internações por hipertensão arterial sistémica impactam nos percentuais de internações por condições sensíveis à atenção primária. Intensificar as ações da Atenção Primária, sensibilizar profissionais para um cuidado integral e investir no desenvolvimento social são imprescindíveis para transformar a realidade da hipertensão no tocante ao seu controle e a suas complicações.