RESUMO
INTRODUÇÃO: A reabilitação neurológica e a contribuição da fisioterapia mudaram consideravelmente nas últimas décadas, uma vez que o desenvolvimento científico e tecnológico permitiu uma maior compreensão dos mecanismos de reorganização cerebral e dos mecanismos envolvidos no controle e desempenho motores, em suas dificuldades e adaptações. OBJETIVO: Este artigo apresenta uma perspectiva histórica da segunda metade do século passado. DISCUSSÃO: Pesquisas científicas atuais e a subseqüente reavaliação do efeito funcional dos problemas que aparecem pela lesão do neurônio motor superior estão levando à mudança de foco das intervenções clínicas, com ênfase na otimização motora através de exercícios de tarefas orientadas, de ganho de força e de treino de desempenho físico. Achados em modelos animais e humanos sugerem que, para que a reabilitação seja eficiente em otimizar a reorganização neural e a recuperação funcional, uma ênfase maior deve ser colocada em tarefas úteis que sejam desafios interessantes com um treino que promove o aprendizado. As questões da intensidade do treino de tarefas e da extensão do estresse cardiovascular durante a atividade física também são discutidos. Embora exista muito que se aprender em achados de pesquisa clínica, a prática clínica da reabilitação continua ser altamente variada, dependendo largamente do método preferido pelo terapeuta individual, e com predomínio dos métodos terapêuticos desenvolvidos meio século atrás. Fisioterapeutas necessitam assumir a responsabilidade do uso de técnicas baseadas em evidências, ou pelo menos usar métodos de intervenção e medidas objetivas de resultados que sejam cientificamente aceitáveis.