RESUMO
O livro faz parte do projeto Programa Nacional de Cooperação Acadêmica na Amazônia (PROCAD Amazônia/CAPES) que envolve três instituições: Programa de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA) do Instituto Leônidas e Maria Deane/Fiocruz; Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB); Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP USP). A coletânea traz contribuições de docentes e discentes que atuam na Amazônia, mostrando a potencialidade dos territórios e as estratégias de tecnologias de cuidado dos povos originários. A obra também traz resultados de pesquisa dos principais agravos da região, trazendo reflexões para o aprimoramento das políticas públicas. Por fim, a obra contribui para a ampliação da produção do conhecimento na saúde coletiva na Amazônia, mostrando que as parcerias institucionais e de grupos de pesquisa potencializam a ciência e as redes de atenção na região.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Adulto Jovem , Medicina Social , Educação ContinuadaRESUMO
O livro "Nova Cartografia Social: Dinâmicas e Desafios na Amazônia" inaugura a subsérie Cadernos de Cartografia e Histórias da Amazônia, na Série Saúde & Amazônia, coordenada pelo Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (LAHPSA) do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ AMAZÔNIA. O trabalho que apresentamos faz parte do projeto de Educação Permanente em Saúde nos Municípios da Amazônia. O livro traz uma reflexão sobre a Nova Cartografia Social e apresenta oficinas práticas desenvolvidas no município de Iranduba-AM. A abordagem é inovadora porque vai para além dos mapas tradicionais que descrevem os territórios. A cartografia social tem tido destaque na saúde para identificar e intervir nos territórios de modo participativo, com o envolvimento da comunidade e dos trabalhadores da saúde. A obra oferece um olhar sobre os modos de produção de cuidado pelas populações ribeirinhas e a interação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) com seus territórios. As narrativas dos trabalhadores revelam a relação com o lugar e o sentido de pertencimento e compreensão das necessidades locais. Assim, esta é uma contribuição significativa para o campo da saúde coletiva, apresentando uma ferramenta para subsidiar as ações de participação social nas políticas públicas. Assim, convidamos para um mergulho nos caminhos do trabalho em saúde na Amazônia por meio das lentes da Nova Cartografia Social.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Adulto Jovem , Política Pública , População Rural , Mapeamento Geográfico , Saúde , Saúde Pública , Pessoal de Saúde , Agentes Comunitários de Saúde , Ecossistema Amazônico , Participação da Comunidade , Compreensão , Educação Continuada , Participação Social , Necessidades e Demandas de Serviços de Saúde , Categorias de TrabalhadoresRESUMO
O livro que temos em mãos nasce de um momento de participação social que foi a Primeira Mostra de experiências dos trabalhadores e trabalhadoras de saúde do município de Manicoré. O título do livro foi inspirado na 17ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 2023, que teve como tema "Garantir direitos, defender o SUS, a vida e a democracia Amanhã vai ser outro dia!". Portanto, o livro inicia na perspectiva de uma escrita coletiva e participativa, que também podemos denominar de Educação Permanente em Saúde porque houve uma reflexão e uma sistematização sobre o fazer e o saber no contexto do trabalho, percorrendo diferentes caminhos da gestão até as comunidades mais distantes. A caminhada foi coletiva, com muitas mãos, vozes, corpos, rostos, imagens e relatos, ou seja, foi um grande mutirão de produção do conhecimento a partir do lugar do trabalho e da gestão nos mais distintos territórios de Manicoré.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Atenção Primária à Saúde , Serviços Básicos de SaúdeRESUMO
O presente relatório apresenta a análise qualitativa dos dados do projeto multicêntrico intitulado "Prevenção e controle da covid-19: estudo multicêntrico sobre a percepção e práticas no cotidiano das orientações médico-científicas pela população dos territórios de abrangência da Atenção Primária à Saúde". Este projeto foi desenvolvido pela Rede de Pesquisa e Formação do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família PROFSAÚDE sobre covid-19. A equipe do projeto de pesquisa foi composta por uma coordenação nacional e por coordenações institucionais, representadas pelas figuras dos(as) coordenadores(as) e docentes do PROFSAÚDE nas Instituições de Ensino e Pesquisa, além de mestrandos e mestrandas do programa. Os dados da pesquisa foram coletados nas Unidades Básicas de Saúde pelos discentes do PROFSAÚDE, sob supervisão dos coordenadores institucionais, através de entrevistas individuais, semiestruturadas por um roteiro. Os participantes do estudo foram selecionados em todo território brasileiro sob responsabilidade dos pesquisadores responsáveis pelo estudo multicêntrico. A análise de dados de natureza qualitativa seguiu a técnica de análise de conteúdo do tipo temática, segundo referencial de Bardin (2016), utilizando o software MaxQDA ® 1 de forma indutiva (categorias que emergem dos dados) sob responsabilidade de especialistas. Os resultados da análise estão reunidos através de relatório com segmentos codificados, mapa de hierarquia de códigos e nuvem de palavras. Ademais, esses dados foram organizados em resultados nacionais, regionais e temáticos. Em nome do grupo de pesquisa Territórios, Modelagens e Práticas em Saúde da Família, cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agradecemos a participação dos(as) alunos(as) do curso, dos docentes e coordenadores(as) institucionais da rede PROFSAÚDE, gestores municipais e trabalhadores e trabalhadoras da saúde que apoiaram a pesquisa nas Unidades Básicas de Saúde. Por fim, agradecemos aos usuários que aceitaram participar do estudo, ressaltando a importância da colaboração de todos para o desenvolvimento da pesquisa.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Adulto JovemRESUMO
O livro "Amazônia solidária: educação popular e comunicação em saúde para o fortalecimento da vacinação nos territórios quilombolas, migrantes e ribeirinhos" é produto do projeto Amazônia Solidário que teve como objetivo reforçar as estratégias de comunicação sobre a vacina de Covid-19 e outras. O caminho utilizado foi da Educação Permanente nos territórios do Amazonas e do Acre, construindo COM as comunidades e grupos os modos e as linguagens da comunicação de uma política tão maltratada na última gestão governamental. Vimos a potência criativa das comunidades que simplesmente precisou ser ouvida e apoiada na construção dos seus materiais. O projeto nos permitiu amazonizar o pensamento e as estratégias da saúde, significando um estar nos territórios ribeirinhos, quilombolas e dos migrantes na cidade como um modo de refletir sobre uma dimensão diferente da vida. O encontro com outros, com modos diferentes de ser e estar no mundo, numa outra relação entre os humanos e não humanos, na relação com o território das águas e da cidade, nos traz outras formas de viver na Amazônia. Os encontros nos territórios das pessoas, que vivem as relações com as águas, com as memórias, com os encantados, com a ancestralidade, nos fazem perceber que o ser e estar ultrapassa a lógica da subsistência do "viver melhor" e não do "viver bem". Desse modo, desejamos que esse caminho, das águas, das estradas, das trilhas, possa ser fonte inspiradora da gestão das políticas públicas.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Adulto JovemRESUMO
O presente artigo teve como objetivo analisar a participação da população LGBTQIAPN+ nas Conferências Livres (CL) da 17ª Conferência Nacional de Saúde. Neste artigo adotamos a técnica de análise de conteúdo em pesquisa qualitativa, com análise de duas entrevistas conduzidas com três organizadores de duas CL. Destaca-seque a participação expressiva garantida pelas CL reflete o debate e a deliberação de propostas feitas por e para pessoas com diversas identidades de gênero e orientações sexuais, marcando um retorno e fortalecimento da democracia no país. A participação e o debate se efetivam em forma de proposta na 17ª CNS, possibilitando aos gestores a visibilidade de pautas ao realizar o planejamento das ações de saúde para o próximo quadriênio, considerando que a população LGBTQIAPN+ não acessa plenamente os serviços de saúde no SUS. A ausência de discussão e de espaços sendo ocupados pelo grupo foram dispositivos para reivindicação por equidade, universalidade e integralidade. Esta análise amplia as possibilidades de visibilidades e dizibilidades, diálogo e luta na produção e execução dos direitos da população LGBTQIAPN+, trazendo à cena a importância dos movimentos populares na desburocratização ao acesso à saúde e ao controle social.
RESUMO
O acesso à saúde e às políticas públicas em áreas remotas é um desafio relevante aos sistemas públicos no Brasil, dada sua dimensão e diversidade territorial. Este artigo tem como proposta apresentar o modelo teórico-lógico elaborado para avaliar o acesso da população ribeirinha à rede de urgência e emergência (RUE) em cenário amazônico, com vistas a fortalecer o planejamento, o monitoramento e a avaliação em saúde voltados para populações específicas. O ponto de partida metodológico foi a revisão temática sobre o acesso à saúde e o contexto amazônico na sua inter-relação com a proposta da pesquisa, que foi problematizada em encontros com colaboradores. Em seguida, buscou-se compreender e analisar os componentes teórico e lógico do modelo e adaptá-los à tríade donabediana estrutura, processo e resultado. O resultado configurou a construção do modelo propriamente dito, com centralidade nas características que representam a oferta dos serviços (sócio-organizacional) e que retratam principalmente o espaço (geográfico). Esses pontos de construção do modelo demonstram sua contribuição para subsidiar outros processos avaliativos e o impacto final na tomada de decisão para qualificar o acesso da população ribeirinha à saúde em momento de sofrimento agudo, auxiliando na superação das condições que segregam essas populações.
Access to health and public policies in remote areas is a major challenge for public systems in Brazil, given its dimension and territorial diversity. This article presents a theoretical-logical model designed to assess the ribeirinho population's access to the urgency and emergency network in the Amazon as to strengthen health planning, monitoring, and evaluation aimed at specific populations. Starting from a thematic review on access to health and the Amazon in its interrelation with the research proposal, which were problematized in meetings with collaborators, the research sought to understand and analyze the model's theoretical and logical components and adapt them to the Donabedian triad (structure, process and result). This resulted in the model itself, centered on service provision (socio-organizational) and the space (geographic). These points demonstrate its contribution to support other evaluation processes and the final impact on decision-making to qualify this population's access to health under acute suffering, helping to overcome current restrictive conditions.
El acceso a la salud y a las políticas públicas en áreas remotas es un desafío relevante para el sistema público en Brasil dada su dimensión y diversidad territorial. El objetivo de este artículo es presentar un modelo teórico-lógico desarrollado para validar el acceso de la población ribereña a la red de urgencia y emergencia en el escenario amazónico, para fortalecer la planificación, la vigilancia y la evaluación de los resultados de salud de poblaciones específicas. El punto de partida metodológico fue la revisión temática sobre el acceso a la salud en el contexto amazónico, en especial su interrelación con la propuesta de investigación, que fue problematizada en reuniones con colaboradores. Después, se buscó comprender y analizar los componentes teórico y lógico del modelo y adaptarlos a la tríada donabediana estructura, proceso y resultado. El resultado configuró la construcción del modelo propiamente dicho, con foco en las características que representan la prestación de los servicios (social-organizacional) y que retratan principalmente el espacio (geográfico). Estos puntos de construcción del modelo destacan su contribución para subsidiar otros procesos evaluativos y el impacto final en la toma de decisiones para calificar el acceso de la población ribereña a la salud en un momento de sufrimiento agudo, ayudando a superar las condiciones que segregan a estas poblaciones.
RESUMO
Este estudo examinou a produção do cuidado nos serviços de saúde, adotando a metodologia participativa "rio da vida". Realizado em uma comunidade ribeirinha no interior do Amazonas, a pesquisa utilizou essa abordagem reflexiva, envolvendo a criação de um rio com materiais artísticos, como lápis coloridos e cartolina. A técnica promoveu a proximidade com as histórias, trajetórias e empoderamento de agentes comunitários, usuários e cuidadores. Essa experiência profunda proporcionou insights sobre os desafios territoriais no acesso à saúde em situações urgentes. A gravação das narrativas durante os trabalhos coletivos serviu como método de coleta de dados, facilitando o diálogo entre a equipe de saúde e cuidadores; e enriquecendo a compreensão das dinâmicas regionais envolvidas no cuidado emergencial.(AU)
Este estudio examinó la producción del cuidado en los servicios de salud, adoptando la metodología participativa "río de la vida". Realizado en una comunidad que vive a la orilla de un río en el interior de estado de Amazonas, la investigación utilizó ese abordaje reflexivo, envolviendo la creación de un río con materiales artísticos, tales como lápices de colores, cartulina y otros. La técnica promovió la proximidad con las historias, trayectorias y el empoderamiento de agentes comunitarios, usuarios y cuidadores. Esa experiencia profunda proporcionó insights sobre los desafíos territoriales en el acceso a la salud en situaciones urgentes. La grabación de las narrativas durante trabajos colectivos sirvió como método de colecta de datos, facilitando el diálogo entre el equipo de salud y cuidadores, enriqueciendo la comprensión de las dinámicas regionales envueltas en el cuidado de emergencia.(AU)
This study examined the production of care in healthcare services, adopting the participatory methodology "river of life". Conducted in a riverside community in the interior of the Amazonas region, the research employed this reflective approach, involving the creation of a river using artistic materials such as colored pencils and cardboard. The technique fostered closeness with the stories, trajectories, and empowerment of community agents, users, and caregivers. This profound experience provided insights into the territorial challenges in accessing healthcare during urgent situations. Recording narratives during collective work sessions served as a data collection method, facilitating dialogue between the healthcare team and caregivers, enriching the understanding of regional dynamics involved in emergency care.(AU)
RESUMO
Este livro faz parte das comemorações dos 10 anos do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia LAHPSA, Instituto Leônidas e Maria Deane ILMD/Fiocruz Amazônia. Fruto de uma escrita coletiva, feita a muitas mãos, vozes, palavras, rostos, sonhos, desejos, lágrimas e sorrisos que se fizeram presentes nesses 10 anos, mas que já vinham de antes e irão para depois. O nosso método, mais do que científico, é também do encontro. O que significa isso? Tem o sentido da amorosidade, da afetividade, dos diálogos, dos compartilhamentos com tantas pessoas e grupos que passaram e continuam passando-ficando nos grupos de debates, de pesquisa e de escritas. O encontro se faz em ato, é uma produção do momento, desde que a roda se forma e se faz prática. A conversa circula, a escuta faz parte dos dizeres e fazeres, quando colocamos em prática a dialogia que se encontra na diferença. LAHPSA poderia ser um adjetivo para se referir às atividades colaborativas, coletivas e compartilhadas. Isso é um desejo, muitas vezes alcançado, conquistado como parte constituinte do fazer científico, da pesquisa de campo, das escritas, das intervenções, invenções e articulações. Como fazer que o nosso "eu" não seja simplesmente um desejo que facilmente pode se transformar num egocentrismo, mas possa ser um eu polifônico e coletivo, sem perder a marca de cada pessoa. Afirmar o "eu" no coletivo é um exercício permanente, quiçá de uma vigilância epistêmica. Por isso, o desejo de afirmarmos adjetivamente o coletivo é porque faz parte de uma postura ético-política, de uma posição no mundo, uma postura diante do outrem.
Assuntos
Saúde PúblicaRESUMO
Os cuidados em saúde na Amazônia possuem singularidades, não só pela diversidade de seu território, mas pela pluralidade de suas gentes. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi analisar o perfil dos usuários que acessam a atenção básica de saúde no município de Manicoré, Amazonas, descrevendo os seus fatores socioeconômicos e demográficos. Trata-se, assim, de um estudo transversal, do tipo descritivo com abordagem quantitativa sobre o perfil de saúde e condições de vida dessa população. Entre os resultados mais relevantes destacam-se: alto índice de gravidez na adolescência; elevado quantitativo de gestantes com as consultas pré-natais consideradas inadequadas; elevada taxa de partos cesáreos; elevado número de notificações de doenças infecciosas e parasitárias e a diminuição da cobertura da Estratégia de Saúde da Família. A análise levantada neste estudo teve como base os dados registrados nos sistemas de informações considerando-se os dados epidemiológicos da cobertura da Estratégia de Saúde da Família, bem como dos demais registros produzidos nas diversas portas de entrada da rede de saúde do município de Manicoré, os quais devem ser entendidos de forma ampla alinhados com as diretrizes dos programas e metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. O papel do controle social na discussão das prioridades deve estar, portanto, alinhado com as principais dificuldades enfrentadas no município, as quais devem ser materializadas nos planos de saúde.
RESUMO
O nome do livro "Trançar, Destrançar e Tecer na Dança e no Canto Práticas da Medicina Indígena na Amazônia" foi inspirado na oficina que realizamos com as lideranças femininas do Território Guajajara, Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, que muitos dançam e cantam, mas também trançam, destrançam e tecem suas vidas numa grande quantidade de práticas. Esta publicação é um resultado de uma ampla rede de organizações que se dedicaram a mobilizar, engajar e qualificar diferentes atores e comunidades envolvidas. Nesta caminhada aprendemos que a medicina indígena traz consigo os conhecimentos, as histórias e visões de mundo de diferentes povos. As casas, aldeias, montes, rios, cavernas são lugares de morada dos "espíritos", que são acionados pelos especialistas, através dos cantos, danças e rituais para a cura, cuidado e proteção. Os povos indígenas acionaram suas medicinas para enfrentar o vírus da covid-19, especialmente num período de negação da ciência e da necropolítica, realizaram ações de proteção das pessoas e da comunidade, promovendo uma luta coletiva com barreiras metafísicas e físicas para mitigar a morte dos indígenas. O contato com os diferentes especialistas indígenas nos territórios da Amazônia mostrou que não operam apenas com noção de corpo biológico e ataque de vírus nas pessoas. Antes, entendem que as doenças são provocações por seres que habitam nos outros domínios, as doenças viajam pelas correntes de ar e hospedam nos corpos das pessoas. Portanto, para entender as práticas indígenas de cuidado com a saúde e cura, é necessário descolonizar o pensamento e os conceitos que foram forjados ao longo da história para traduzir os conhecimentos das várias medicinas indígenas. No livro temos encontros, conversas depoimentos, relatos sobre direitos, plantas, banhos, defumação, comidas, cantos e danças que se fazem práticas nos territórios indígenas da Amazônia.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Adulto Jovem , Cultura IndígenaRESUMO
A ideia de produzir um Guia para e com as parteiras tradicionais da Amazônia, surgiu da necessidade de produzir um material didático para uso das parteiras nos seus territórios. Esse material foi produzido com elas (por elas), no território. Estamos falando de um conteúdo que também considere o fazer local de cada parteira e, especialmente, as especificidades geográficas regionais da Amazônia, como as comunidades mais distantes e indígenas, cujo acesso se dá somente pelos rios, por meio de embarcações, e onde não há cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS). [ ] O Guia foi construído com a participação das parteiras, por meio de encontros presenciais, durante a execução do Projeto Redes Vivas e Práticas Populares de Saúde: Conhecimento Tradicional das Parteiras e a Educação Permanente em Saúde para o fortalecimento da Rede de Atenção à Saúde da Mulher no Amazonas. [ ] É importante ressaltar que todo o conteúdo do Guia, inclusive no aspecto da linguagem utilizada nos textos, foi submetido e validado pelas parteiras. Entendemos que por ser um Guia para elas, é essencial que se reconheçam nele. Importa também ressaltar que o saber acadêmico científico comparece para fortalecer o saber tradicional, ancestral, que passa de geração em geração. Distribuído em quatro partes, o Guia aborda temas que vão desde o movimento das parteiras, o que e como fazem seu trabalho, até os sistemas reprodutivos, o trabalho de parto, os cuidados com mãe e bebê, o funcionamento da Rede de Atenção, as orientações à gestante, as recomendações às parteiras tradicionais e a inserção do trabalho delas nas equipes de saúde. Esperamos por fim que o material alcance seu objetivo de auxiliar e atualizar as parteiras tradicionais quanto à prevenção, aos cuidados e até mesmo em relação à legislação, seja de amparo à parturiente ou de reconhecimento à própria profissão de parteira. Boa leitura!
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Adulto Jovem , Política de Saúde , Medicina Tradicional , TocologiaRESUMO
OBJECTIVE: To investigate the perinatal outcomes in Brazilian, Peruvian, and Colombian women in a Brazilian reference maternity hospital based at Amazon triple border region. METHOD: A cross-sectional case study of data from 3242 live birth certificates issued at the Tabatinga public maternity hospital, in the countryside of Amazonas, in the period between January 2015 and December 2017. Maternal and perinatal independent variables were analysed based on central tendency and variability, and frequency distribution for categorical variables. The Pearson's Chi-Square test and univariate analyses were performed to estimate probability ratios (Odds Ratio-OR). RESULTS: Significant differences were found in the education level in the three population groups, as well as in the number of previous pregnancies, antenatal consultations, month of initial prenatal care, and type of delivery. Brazilian pregnant women had more prenatal consultations, caesarean sections, and premature births. Peruvian and Colombian women started antenatal care later, and those with high-risk pregnancies tended to deliver in their home country. CONCLUSION FOR PRACTICE: Our findings show some singularities in the care of women and infants in the Amazonian triple border region. The Brazilian Unified Health Care System performs an important role in the guarantee of free access to health services, and ensures comprehensive care for women and infants, promoting human rights in border regions regardless of nationality.
Assuntos
Cesárea , Cuidado Pré-Natal , Gravidez , Lactente , Humanos , Feminino , Peru/epidemiologia , Brasil/epidemiologia , Colômbia/epidemiologia , Estudos TransversaisRESUMO
A pandemia deixou marcas profundas na vida das pessoas, dos trabalhadores e gestores da saúde, dando um outro sentido para as suas vidas. O presente livro conta algumas dessas histórias e apresenta alguns resultados de pesquisa, mas o mais importante a dizer é que vimos esperanças nas falas dos usuários e trabalhadores, sem esquecer das palavras de dor e sofrimento. O aprendizado dessa produção coletiva e participativa é saber das nossas limitações para ver o mundo, mas não nos faltou afeto e cuidado solidário. Por fim, nos sentimos acolhidos pela Mãe D'Água, retratada na capa, uma obra do artista Rai Campo, para nos amparar e cuidar para uma vida plena de todas as pessoas. A arte mostra as mãos de uma indígena do município de São Gabriel da Cachoeira para nos ensinar que os saberes ancestrais que ajudarão a segurar os céus e produzir uma boa relação com as várias gentes e entes que habitam o mundo. Por fim, esperançamos por novos mundos e novas formas de vida para uma outra humanidade.
Assuntos
Comportamento Social , Adaptação Psicológica , Pesquisa Participativa Baseada na Comunidade , COVID-19 , Ecossistema Amazônico , Pandemias , AprendizagemRESUMO
A pandemia deixou marcas profundas na vida das pessoas, dos trabalhadores e gestores da saúde, dando um outro sentido para as suas vidas. O presente livro conta algumas dessas histórias e apresenta alguns resultados de pesquisa, mas o mais importante a dizer é que vimos esperanças nas falas dos usuários e trabalhadores, sem esquecer das palavras de dor e sofrimento. O aprendizado dessa produção coletiva e participativa é saber das nossas limitações para ver o mundo, mas não nos faltou afeto e cuidado solidário. Por fim, nos sentimos acolhidos pela Mãe D'Água, retratada na capa, uma obra do artista Rai Campo, para nos amparar e cuidar para uma vida plena de todas as pessoas. A arte mostra as mãos de uma indígena do município de São Gabriel da Cachoeira para nos ensinar que os saberes ancestrais que ajudarão a segurar os céus e produzir uma boa relação com as várias gentes e entes que habitam o mundo. Por fim, esperançamos por novos mundos e novas formas de vida para uma outra humanidade.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Adulto Jovem , Pesquisa Participativa Baseada na ComunidadeRESUMO
O artigo apresenta reflexões acerca do cenário de saúde da população quilombola do Rio Andirá, região do Baixo Rio Amazonas, cuja abordagem metodológica teve como intercessor a cartografia dos sentidos, bem como a narrativa e a observação participante como principais ferramentas para a produção de dados. Compreendendo o referido grupo social como um perfeito representativo da singularidade dos territórios amazônicos, verificamos que a garantia da atenção integral à saúde, bem como de outras ações para o bem-estar de populações quilombolas, revela uma busca constante permeada de presenças e ausências, o que nos convoca à realização de pesquisas que contribuam para o desocultamento de sua existência, bem como de suas demandas, almejando contribuir com o Sistema Único de Saúde para o acesso a todo cidadão, de forma equânime e resolutiva.
RESUMO
Quando pensamos no Estudo Multicêntrico, pensamos no científico e no popular (de povo, de tradição, de memória e experiência), em diálogo nos territórios da Atenção Básica em Saúde do país. Como prevenir e promover saúde em meio a uma doença que ocupou quase todos os espaços da vida social? A covid-19 estava nas conversas sérias da ciência, no jornal das televisões, nas mensagens de Whatsapp™, nas orientações dos profissionais da saúde, nas trocas de receitas caseiras, no debate político. Assim, iniciamos com a pergunta: como a população está "traduzindo" as orientações médico-científicas, como estão se prevenindo e, ao mesmo tempo, estão se informando sobre a pandemia? Foram convidados a fazer parte do estudo os alunos, docentes e coordenadores do Mestrado Profissional em Saúde da Família PROFSAÚDE, sendo um projeto estruturante do Programa, que deu origem ao grupo de pesquisa do CNPq "Territórios, Modelagens e Práticas em Saúde da Família". O estudo envolveu 21 instituições da Rede, de todas as regiões do país, com a aplicação em 128 Unidades Básicas de Saúde, nos 88 municípios de atuação dos mestrandos no país. Assim, participaram mais de 200 alunos e, pelo menos, 100 docentes e orientadores, tendo sido entrevistadas 7.085 famílias. Foi um verdadeiro mutirão nacional, enriquecido com as nuances locais e regionais. Os resultados da pesquisa mostram que a dinâmica territorial que aproxima as ações de saúde à vida das pessoas foi fundamental no enfrentamento e na mitigação de impactos de emergências sanitárias como a pandemia da covid-19. O estudo multicêntrico desenvolvido pelo Programa reitera a grande capilaridade da Rede PROFSÁUDE no território nacional, na produção de conhecimento técnico e científico para o aprimoramento da Estratégia de Saúde da Família e confirma seu compromisso com a formação de profissionais de saúde e com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Adulto Jovem , Estudos Multicêntricos como AssuntoRESUMO
Resumo Este artigo analisa o perfil das parteiras tradicionais no estado do Amazonas, Brasil, destacando a identificação das características socioeconômicas, seus locais de atuação e a análise da relação entre o trabalho das parteiras e os serviços de saúde. Trata-se de um estudo descritivo e analítico. As informações coletadas são oriundas de um instrumento aplicado às parteiras nos municípios do estado do Amazonas que compõe a base de dados. Constatou-se que a maioria das parteiras entrevistadas possuem ensino fundamental incompleto; residem em área rural ou ribeirinha; iniciaram a atividade de partejar na adolescência, sobretudo por meio da transmissão de saberes no contexto familiar ou comunitário e pela ausência ou indisponibilidade dos serviços de saúde. Verificou-se que a maioria das entrevistadas relataram não realizar seu trabalho de assistência às gestantes por ocasião dos partos nos estabelecimentos de saúde e não recebem ajuda financeira ou material das secretarias de Saúde para assistir às parturientes. Os resultados mostram a importância da presença e do apoio das parteiras tradicionais nos territórios amazônicos. É necessário fortalecer suas práticas, envolvendo o diálogo entre os diversos saberes existentes na produção do cuidado.
Abstract This article analyzes the profile of traditional midwives in the state of Amazonas, Brazil, highlighting the identification of socioeconomic characteristics, their places of work and the analysis of the relationship between the work of midwives and health services. This is a descriptive and analytical study. The information collected comes from an instrument applied with midwives in the municipalities of the state of Amazonas that makes up the database. It was found that most midwives interviewed have incomplete elementary education; reside in rural or riverside areas; started the activity of midwifery community context and the absence or unavailability of health services. It was found that most of the interviewees reported not attending births in health facilities and do not receive help from the health departments so that they can assist the parturients. The results show the importance of the presence and support of traditional midwives in Amazonian territories. It is necessary to strengthen their practices, involving dialogue between the various existing knowledge in the production of care.
RESUMO
A tese da Fabiana coloca mais uma tábua na embarcação da produção científica na Amazônia, nesse barco em movimento que se constitui como uma produção em rede. O barco ou os barcos formam múltiplos modos de pensar, de existir, de fazer a pesquisa e elaborar escritas. A dinâmica da vida nos traz de diferentes lugares, mas pelos encontros nos fazemos outros que se encontram com o outrem, como total diferente de si e do outro, como uma forma de potencializar as existências num território cheio de existências. Assim, a tese "AS SAÚDES NA AMAZÔNIA RIBEIRINHA: análise do trabalho em saúde no Território Líquido" foi construída nesses vários encontros de projetos de vida e de trabalho, misturados com os sonhos e com a crença no direito à saúde para todos os povos, grupos e pessoas. Por isso, esse trabalho ganha um lugar importante na discussão sobre o fazer política pública de saúde na Amazônia. As categorias, como de território líquido, postas em discussão fazem parte da própria dinâmica do lugar e dos movimentos que produzem no interior dos nossos corpos e corações, criando um verdadeiro banzeiro.