RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar a distribuição espacial e as características epidemiológicas da esquistossomose mansônica no município de Simão Dias, Sergipe, Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e transversal. Para o inquérito coproscópico, examinou-se o material fecal de 3.472 amostras no ano de 2011. Os casos positivos de Schistosoma mansoni foram georreferenciados utilizando-se o método absoluto com posicionamento instantâneo de um ponto e com auxílio de um receptor GPS para a localização espacial dos domicílios onde existiam casos de esquistossomose. Para a análise espacial dos dados e identificação visual de padrões de distribuição e densidade dos casos, foi adotado o estimador de Kernel, sendo as análises realizadas pelo software TerraView, versão 4.2.0. O município de Simão Dias é uma área de baixa endemicidade da esquistossomose, visto que apresentou prevalência de 4,3%. Os indivíduos mais acometidos pela infecção foram os do sexo masculino, na faixa etária de 10 a 39 anos, de etnia parda, solteiros e com renda familiar de 1 a 2 salários mínimos. A análise espacial, com base no estimador de densidade de Kernel, permitiu a construção de mapas que apontaram a existência de três regiões de risco para transmissão da esquistossomose: Pau de Leite, Açude e Curral dos Bois. Apesar dos inquéritos evidenciarem a ocorrência de esquistossomose, ainda se desconhecem medidas preventivas eficientes para a redução desse agravo implementadas na região. As técnicas de análise espacial empregadas configuram-se como um importante método para o monitoramento e controle desta doença parasitária