RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A circulação extracorpórea (CEC) pode alterar a farmacocinética dos fármacos, assim como a função cerebral. Os objetivos deste estudo foram comparar o tempo de despertar e a intensidade da sedação pós-operatória avaliada pelo índice bispectral (BIS) e pela escala de sedação de Ramsay, em pacientes submetidos à revascularização miocárdica (RM) com ou sem CEC. MÉTODO: Dez pacientes submetidos à RM com CEC (Grupo CEC) e 10 sem CEC (Grupo sem CEC) foram anestesiados com sufentanil, infusão alvo-controlada de propofol 2,0 µg.mL-1 e pancuronio. Após a cirurgia diminuiu-se a infusão de propofol para 1 µg.mL-1 que foi suspensa quando da indicação da extubação. Foram avaliados o BIS, a escala de Ramsay e o tempo de despertar dos pacientes. RESULTADOS: O grupo CEC apresentou valores menores de BIS desde 60 minutos após a cirurgia (sem CEC = 66 ± 13 e CEC = 53 ± 14, p = 0,01) até 120 minutos após a infusão (sem CEC = 85 ± 8 e CEC = 73 ± 12, p = 0,02). O nível de sedação pela escala de Ramsay foi maior no grupo CEC nos momentos 30 minutos após o final da cirurgia (sem CEC = 5 ± 1 e CEC = 6 ± 0, p = 0,021), no final da infusão (sem CEC = 5 ± 1 e CEC = 6 ± 1, p = 0,012) e 5 minutos após o final da infusão (sem CEC = 4 ± 1 e CEC = 5 ± 0,42, p = 0,039). O tempo de despertar foi maior no grupo CEC (sem CEC = 217 ± 81 e CEC = 319 ± 118, p = 0,038). CONCLUSÕES: Houve maior intensidade da sedação após o final da cirurgia e o maior tempo de despertar no grupo com CEC, sugerindo alteração na farmacocinética do propofol ou efeitos da CEC sobre o sistema nervoso central.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Extracorporeal circulation (ECC) may change drug pharmacokinetics as well as brain function. The objectives of this study are to compare emergence time and postoperative sedation intensity assessed by the bispectral index (BIS) and the Ramsay sedation scale in patients undergoing myocardial revascularization (MR) with or without ECC. METHOD: Ten patients undergoing MR with ECC (ECC group) and 10 with no ECC (no-ECC group) were administered with sufentanyl, propofol 2.0 µg.mL-1 and pancuronium target controlled infusion. After surgery, propofol infusion was reduced to 1 µg.mL-1 and suspended when extubation was indicated. Patients BIS, Ramsay scale and time to wake up were assessed. RESULTS: The ECC group showed lower BIS values beginning at 60 minutes after surgery (no-ECC = 66 ± 13 and ECC = 53 ± 14, p = 0.01) until 120 minutes after infusion (no-ECC = 85 ± 8 and ECC = 73 ± 12, p = 0.02). Sedation level measured by the Ramsay scale was higher in the ECC group at 30 minutes after the end of the surgery (no-ECC = 5 ± 1 and ECC = 6 ± 0, p = 0.021), at the end of infusion (no-ECC = 5 ± 1 and ECC = 6 ± 1, p = 0.012) and 5 minutes after the end of infusion (no-ECC = 4 ± 1 and ECC = 5 ± 0.42, p = 0.039). Emergence from anesthesia time was higher in the ECC group (no-ECC = 217 ± 81 and ECC = 319 ± 118, p = 0.038). CONCLUSIONS: There was a higher intensity of sedation after the end of surgery and a longer wake up time in ECC group, suggesting changes in the pharmacokinetics of propofol or effects of ECC on central nervous system.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La circulación extracorpórea (CEC), puede alterar la farmacocinética de los fármacos, como también la función cerebral. Los objetivos de este estudio, fueron comparar el tiempo de despertar y la intensidad de la sedación postoperatoria evaluada por el índice bispectral (BIS) y por la escala de sedación de Ramsay, en pacientes sometidos a la revascularización miocárdica (RM) con o sin CEC. MÉTODO: Diez pacientes sometidos a la RM con CEC (Grupo CEC) y 10 sin CEC (Grupo sin CEC), fueron anestesiados con sufentanil, infusión objeto-controlada de propofol 2,0 µg.mL y pancuronio. Después de la operación se redujo la infusión de propofol para 1 µg.mL que se suspendió cuando se indicó la desentubación. Se evaluaron el BIS, la escala de Ramsay y el tiempo de despertar de los pacientes. RESULTADOS: El grupo CEC presentó valores menores de BIS desde 60 minutos después de la cirugía (sin CEC = 66 ± 13 y CEC = 53 ± 14, p = 0,01) hasta 120 minutos después de la infusión (sin CEC = 85 ± 8 y CEC = 73 ± 12, p = 0,02). El nivel de sedación por la escala de Ramsay fue mayor en el grupo CEC en los momentos 30 minutos después del final de la cirugía (sin CEC = 5 ± 1 y CEC = 6 ± 0, p = 0,021), al final de la infusión (sin CEC = 5 ± 1 y CEC = 6 ± 1, p = 0,012) y 5 minutos después del final de la infusión (sin CEC = 4 ± 1 y CEC = 5 ± 0,42, p = 0,039). El tiempo de despertar fue mayor en el grupo CEC (sin CEC = 217 ± 81 y CEC = 319 ± 118, p = 0,038). CONCLUSIONES: Houve maior intensidade da sedação após o final da cirurgia e o maior tempo de despertar no grupo com CEC, sugerindo alteração na farmacocinética do propofol ou efeitos da CEC sobre o sistema nervoso central.
Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Período de Recuperação da Anestesia , Circulação Extracorpórea , Revascularização Miocárdica , Monitores de ConsciênciaRESUMO
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Myocardial revascularization (MR) in patients with ventricular hypertrophy and/or dysfunction is frequently performed without cardiopulmonary bypass (CB), since it can be difficult to wean those patients off CB. Intraoperative control demands strict hemodynamic adjustment, as well as partial clamping of the aorta to minimize hemodynamic changes. The objective of this study was to report two cases of hemodynamic instability during MR without CB after partial clamping of the aorta. CASE REPORT: The first case is a female patient, whose aortic diameter was slightly reduced (2.8 cm); the second case refers to a patient with left ventricular ejection fraction (LVEF) of 24% on the echocardiogram. In both cases, significant hypotension and increase in pulmonary blood pressure were observed immediately after clamping of the aorta. The surgical teams were informed of the problem, and in both cases the hemodynamic instability was reverted after unclamping of the aorta. Afterwards, smaller areas of the aorta were clamped and proximal anastomoses were performed without intercurrence. CONCLUSIONS: Although cardiac manipulation and changes in ventricular preload represent the most common causes of hemodynamic instability during MR without CB, in the cases presented here, hypotension and pulmonary hypertension were most likely secondary to a reduction in cardiac output due to the increase in afterload in patients with a relatively small aortic diameter or ventricular dysfunction even with partial clamping. Adequate intraoperative monitoring and immediate correction of the hemodynamic changes can minimize surgical morbidity and mortality.
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Baixo Débito Cardíaco/etiologia , Hemodinâmica , Complicações Intraoperatórias/etiologia , Revascularização Miocárdica , Disfunção Ventricular Esquerda/etiologia , Aorta Torácica , Constrição , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-IdadeRESUMO
Justificativa e objetivos: A revascularização miocárdica (RM) em pacientes com hipertrofia e/ou disfunção ventricular é frequentemente realizada sem utilização de circulação extracorpórea (CEC) porque o desmame da CEC pode ser difícil nesses casos. O controle intraoperatório exige ajuste hemodinâmico estrito, bem como uso de pinçamento aórtico parcial para minimizar alterações hemodinâmicas é efetivo. O objetivo foi relatar dois casos de instabilidade hemodinâmica durante RM sem CEC, após pinçamento parcial da aorta. Relato dos casos: No primeiro caso, a paciente do sexo feminino apresentava diâmetro aórtico ligeiramente reduzido (2,8 cm) e o segundo paciente apresentava fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) de 24 por cento à ecocardiografia. Em ambos os casos, observou-se importante hipotensão arterial e elevação da pressão arterial pulmonar imediatamente após pinçamento aórtico. As equipes cirúrgicas foram avisadas e a instabilidade hemodinâmica de cada caso resolvida após a liberação do pinçamento parcial da aorta. Os pinçamentos posteriores foram realizados em menor área aórtica e as anastomoses proximais realizadas sem intercorrências. Conclusões: Embora as causas mais comuns de instabilidade hemodinâmica durante a RM sem CEC refiram-se à manipulação da posição cardíaca e a alterações da pré-carga ventricular, nesses casos, hipotensão arterial e hipertensão pulmonar deveram-se, provavelmente, à diminuição do débito cardíaco secundário ao aumento da pós-carga em pacientes com pequeno diâmetro relativo da aorta ou disfunção ventricular ocorridos mesmo com pinçamento parcial. A adequada monitoração intraoperatória e a correção imediata de alterações hemodinâmicas podem minimizar a morbimortalidade cirúrgica.
Background and objectives: Myocardial revascularization (MR) in patients with ventricular hypertrophy and/or dysfunction is frequently performed without cardiopulmonary bypass (CB), since it can be difficult to wean those patients off CB. Intraoperative control demands strict hemodynamic adjustment, as well as partial clamping of the aorta to minimize hemodynamic changes. The objective of this study was to report two cases of hemodynamic instability during MR without CB after partial clamping of the aorta. Case report: The first case is a female patient, whose aortic diameter was slightly reduced (2.8 cm); the second case refers to a patient with left ventricular ejection fraction (LVEF) of 24 percent on the echocardiogram. In both cases, significant hypotension and increase in pulmonary blood pressure were observed immediately after clamping of the aorta. The surgical teams were informed of the problem, and in both cases the hemodynamic instability was reverted after unclamping of the aorta. Afterwards, smaller areas of the aorta were clamped and proximal anastomoses were performed without intercurrence. Conclusions: Although cardiac manipulation and changes in ventricular preload represent the most common causes of hemodynamic instability during MR without CB, in the cases presented here, hypotension and pulmonary hypertension were most likely secondary to a reduction in cardiac output due to the increase in afterload in patients with a relatively small aortic diameter or ventricular dysfunction even with partial clamping. Adequate intraoperative monitoring and immediate correction of the hemodynamic changes can minimize surgical morbidity and mortality.
Justificativa y objetivos: La revascularización miocárdica (RM) en pacientes con hipertrofia y/o disfunción ventricular, es a menudo realizada sin la utilización de la circulación extracorpórea (CEC), porque el destete de la CEC puede ser difícil en esos casos. El control intraoperatorio exige un ajuste hemodinámico estricto, y también puede ser eficaz, el uso del pinzamiento aórtico parcial para minimizar las alteraciones hemodinámicas. El objetivo fue relatar dos casos de inestabilidad hemodinámica durante la RM sin CEC, después del pinzamiento parcial de la aorta. Relato de los casos: En el primer caso, la paciente del sexo femenino presentaba un diámetro aórtico ligeramente reducido (2,8 cm), y el segundo paciente presentaba una fracción de eyección ventricular izquierda (FEVI) de un 24 por ciento a la ecocardiografía. En los dos casos, observamos una importante hipotensión arterial y una elevación de la presión arterial pulmonar inmediatamente después del pinzamiento aórtico. Los equipos de cirugía recibieron el aviso y la inestabilidad hemodinámica de cada caso se resolvió después de la liberación del pinzamiento parcial de la aorta. Los pinzamientos posteriores se realizaron en una menor área aórtica y las anastomosis proximales se hicieron sin intercurrencias. Conclusiones: Aunque las causas más frecuentes de la inestabilidad hemodinámica durante la RM sin CEC se refieran a la manipulación de la posición cardiaca y a las alteraciones de la precarga ventricular, en esos casos, la hipotensión arterial y la hipertensión pulmonar se debieron probablemente, a la reducción del débito cardíaco secundario, al aumento de la poscarga en pacientes con un diámetro reducido relativo de la aorta, o a la disfunción ventricular todos inclusive con pinzamiento parcial. El adecuado monitoreo intraoperatorio y la inmediata corrección de las alteraciones hemodinámicas, pueden minimizar la morbimortalidad quirúrgica.
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Humanos , Masculino , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Baixo Débito Cardíaco/complicações , Cateterismo de Swan-Ganz , Ponte de Artéria Coronária sem Circulação Extracorpórea , Disfunção Ventricular Esquerda/complicaçõesRESUMO
OBJECTIVES: To evaluate the effects of intrathecal morphine on pulmonary function, analgesia, and morphine plasma concentrations after cardiac surgery. INTRODUCTION: Lung dysfunction increases morbidity and mortality after cardiac surgery. Regional analgesia may improve pulmonary outcomes by reducing pain, but the occurrence of this benefit remains controversial. METHODS: Forty-two patients were randomized for general anesthesia (control group n=22) or 400 µg of intrathecal morphine followed by general anesthesia (morphine group n=20). Postoperative analgesia was accomplished with an intravenous, patient-controlled morphine pump. Blood gas measurements, forced vital capacity (FVC), forced expiratory volume (FEV), and FVC/FEV ratio were obtained preoperatively, as well as on the first and second postoperative days. Pain at rest, profound inspiration, amount of coughing, morphine solicitation, consumption, and plasma morphine concentration were evaluated for 36 hours postoperatively. Statistical analyses were performed using the repeated measures ANOVA or Mann-Whiney tests (*p<0.05). RESULTS: Both groups experienced reduced FVC postoperatively (3.24 L to 1.38 L in control group; 2.72 L to 1.18 L in morphine group), with no significant decreases observed between groups. The two groups also exhibited similar results for FEV1 (p=0.085), FEV1/FVC (p=0.68) and PaO2/FiO2 ratio (p=0.08). The morphine group reported less pain intensity (evaluated using a visual numeric scale), especially when coughing (18 hours postoperatively: control group= 4.73 and morphine group= 1.80, p=0.001). Cumulative morphine consumption was reduced after 18 hours in the morphine group (control group= 20.14 and morphine group= 14.20 mg, p=0.037). The plasma morphine concentration was also reduced in the morphine group 24 hours after surgery (control group= 15.87 ng.mL-1 and morphine group= 4.08 ng.mL-1, p=0.029). CONCLUSIONS: Intrathecal morphine administration did not ...
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Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Analgésicos Opioides/farmacologia , Pulmão/efeitos dos fármacos , Morfina/farmacologia , Análise de Variância , Anestesia Geral , Analgésicos Opioides/sangue , Gasometria , Ponte de Artéria Coronária , Volume Expiratório Forçado/efeitos dos fármacos , Injeções Espinhais , Morfina/sangue , Medição da Dor/efeitos dos fármacos , Dor Pós-Operatória/tratamento farmacológico , Espirometria , Estatísticas não Paramétricas , Capacidade Vital/efeitos dos fármacosRESUMO
INTRODUÇÃO: Existem poucas evidências de benefícios da analgesia regional na disfunção respiratória observada no pós-operatório (PO) de cirurgia cardíaca. Os objetivos deste estudo foram avaliar os efeitos da morfina intratecal sobre a função respiratória, a analgesia, o consumo de morfina e seus níveis plasmáticos no PO de pacientes submetidos à anestesia geral para revascularização do miocárdio (RM). MÉTODOS: Foram estudados 42 pacientes submetidos à RM com circulação extracorpórea e randomizados para receberem anestesia geral associada ou não a morfina intratecal na dose de 400 g (grupo controle, n=22 e grupo morfina, n=20). A anestesia geral foi padronizada com sufentanil e isoflurano e no PO imediato, instalou-se dispositivo de analgesia controlada pelo paciente, com bolus de 1 mg, em livre demanda e dipirona se necessário. Com espirômetro digital, avaliou-se a capacidade vital forçada (CVF), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), a relação VEF1/CVF e, pela análise da gasometria artérial, calculou-se a relação PaO2/FIO2 no pré-operatório, primeiro e segundo dias de PO. A intensidade da dor, avaliada com escala visual numérica (0-10), o número de solicitações e o consumo de morfina venosa, assim como seus níveis plasmáticos, foram avaliados até 36 horas de PO. A análise estatística consistiu de análise de variância para medidas repetidas e teste de Mann-Whitney, considerando-se significativo p<0,05. RESULTADOS: Em ambos os grupos houve redução da CVF (grupo controle=1,45 L e 1,38 L, grupo morfina= 1,18 L e 1,26 L no primeiro e segundo dias de PO, respectivamente), sem diferença entre os mesmos (p=0,06). Não foram observadas diferenças entre os grupos no VEF1 (p=0,085), nas relações VEF1/CVF (p=0,68) e PaO2/FiO2 (p=0,08) nos tempos avaliados. O grupo morfina apresentou valores significativamente menores de dor no repouso e inspiração profunda e, principalmente, durante a tosse após 18 horas (grupo controle=4,73 e grupo morfina=1,80...
BACKGROUNDS: Few evidence exists on beneficial effects of intrathecal analgesia in lung dysfunction observed in postoperative (PO) of cardiac surgery. The objective of this study was to evaluate the effects of intrathecal morphine on pulmonary function, analgesia, morphine consumption and plasma morphine levels in PO of patients undergoing coronary artery bypass graft surgery (CABG). METHODS: Were studied 42 patients undergoing on-pump CABG randomized (control group, n=22 and morphine group, n=20) to receive general anesthesia with or not 400 g of intrathecal morphine. Anesthesia was standardized and in immediate PO, patients received a patient controlled-analgesia pump, 1 mg bolus of morphine, free demand and dipirone if necessary. Forced vital capacity (CVF), expiratory forced volume in first second (EFV1) and EFV1/FVC ratio were measured using spirometry and arterial blood samples obtained preoperatively, in first and second PO days. Intensity of pain, evaluated using visual numeric scale (0-10), morphine solicitation and consumption and plasma morphine levels were evaluated until 36 hours of PO. Statistical analysis was done with repeated measures analysis of variance and Mann-Whiney test (*p<0.05). RESULTS: Both groups had reduction of FVC in PO (control group=1.45 L and 1.38 L, and morphine group=1.18 L and 1.26 L, respectively in first and second PO (p= 0.06) without differences between them. There were no differences in EFV1 (p=0.085), VEF1/CVF (p=0.68) and PaO2/FiO2 ratio between groups (p=0.08). In morphine group was observed reduction in intensity of pain at rest and profound inspiration but most significatively at cough after 18 hours PO (control group=4.73 and morphine group=1.80, p=0.001), 24 hours (control group=4.41 and morphine group=1.40, p=0.022) and 36 hours (control group=3.09 and morphine group=1.55, p=0.015)...
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Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Analgesia , Anestesia Geral , Morfina , Revascularização Miocárdica , Dor Pós-Operatória , Espirometria , Cirurgia TorácicaRESUMO
FUNDAMENTO: Os betabloqueadores são usados no tratamento da angina pectoris e outras doenças coronarianas isquêmicas, reduzindo mortalidade e eventos cardiovasculares. O atenolol é um betabloqueador hidrofílico, de absorção gastrointestinal, extensão de distribuição pequena e eliminação função renal-dependente. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é o de determinar a variabilidade inter-individual do atenolol em pacientes coronarianos. MÉTODOS: Quantificou-se o atenolol plasmático em 6 amostras sangüíneas coletadas no pré-operatório de sete indivíduos portadores de insuficiência coronariana e indicação cirúrgica de revascularização do miocárdio, tratados cronicamente com atenolol, com doses diárias variando entre 25 a 100 mg PO. Todos os pacientes apresentavam função renal dentro da normalidade ou levemente reduzida. RESULTADOS: As concentrações plasmáticas obtidas evidenciaram decaimento monoexponencial, confirmando que o atenolol apresenta farmacocinética de primeira ordem nas doses empregadas para o controle da insuficiência coronariana grave (médias ± DP): 123 ± 56, 329 ± 96, 288 ± 898, 258 ± 85, 228 ± 79 e 182 ± 73 ng/mL, nos tempos zero, 2, 4, 6, 8 e 12 horas após a administração da dose. Registrou-se pequena variabilidade inter-pacientes nas concentrações plasmáticas de atenolol no grupo investigado tratado em regime de doses múltiplas, devido à característica hidrofílica do fármaco. Registrou-se ainda, maior persistência do atenolol nos pacientes coronarianos investigados, comparado a indivíduos saudáveis. CONCLUSÃO: Em virtude da sua cardioseletividade e baixa variabilidade, sugere-se que o atenolol deve ser empregado como fármaco de primeira escolha para o tratamento da síndrome coronariana aguda e outras doenças cardiovasculares.
BACKGROUND: Betablockers are used in the treatment of angina pectoris and others ischemic coronary diseases, reducing mortality and cardiovascular events. Atenolol is a hydrophilic betablocker which is characterized by gastrointestinal absorption, small extent of distribution and renal function-dependent elimination. OBJECTIVE: The study objective was to determine the inter-individual variability of atenolol in coronary patients. METHODS: Plasma atenolol was quantified in six blood samples collected during the preoperative period from seven patients with coronary insufficiency and surgical indication, chronically treated with atenolol PO 25 to 100 mg/day. All patients presented a normal or slightly reduced renal function. RESULTS: All enrolled patients presented normal or slightly reduced renal function as a result of age and underlying disease. Atenolol plasma concentrations showed a monoexponential decline, confirming the first-order pharmacokinetics at the doses employed for the control of coronary insufficiency (mean ± SD): 123 ± 56, 329 ± 96, 288 ± 898, 258 ± 85, 228 ± 79 and 182 ± 73 ng/ml at times zero, 2, 4, 6, 8 and 12h after dose administration. The investigated group showed a small inter-patient variability of atenolol administrated at multiple regimens due to the hydrophilic characteristic of the drug. Furthermore, accumulation of atenolol administered chronically was greater in coronary patients, compared to healthy subjects. CONCLUSION: In view of its cardio-selectivity and low-variability, atenolol should be used as the first-choice drug for the treatment of acute coronary syndrome and other cardiovascular diseases.
Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Antagonistas Adrenérgicos beta/sangue , Atenolol/sangue , Ponte Cardiopulmonar/métodos , Administração Oral , Antagonistas Adrenérgicos beta/administração & dosagem , Antagonistas Adrenérgicos beta/farmacocinética , Atenolol/administração & dosagem , Atenolol/farmacocinética , Doença Crônica , Rim/fisiopatologia , Revascularização Miocárdica , Cuidados Pré-Operatórios , Estatísticas não Paramétricas , Fatores de TempoRESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A disfunção renal peri-operatória é importante causa de aumento de morbimortalidade. Com o aumento da expectativa de vida, pacientes mais idosos e com maior números de co-morbidades estão sendo submetidos à procedimentos cirúrgicos de alto risco, o que torna as práticas da proteção orgânica possíveis modificadoras de prognóstico a curto e longo prazo. Nesse contexto, esta revisão sobre a proteção renal na unidade de terapia intensiva cirúrgica objetivou destacar os fatores de riscos peri-operatórios e discutir as atuais evidências científicas direcionadas para a diminuição da disfunção renal peri-operatória. CONTEÚDO: Apesar da baixa extração e adequada reserva renal de oxigênio, o rim é extremamente sensível à hipoperfusão sendo a insuficiência renal aguda uma complicação freqüente de instabilidade hemodinâmica. Este aparente paradoxo, comalto suprimento de oxigênio e reduzida extração, com alta incidência de lesão renal à hipotensão, é explicado pelo gradiente fisiológico intra-renal de oxigênio que torna a medula particularmente susceptível à isquemia. Identificou-se fatores de lesão renal em todas as fases do período peri-operatório: jejum e uso de contraste pré-operatório, hipovolemia, hipotensão, liberação de catecolaminas e citocinas, utilização e circulação extracorpórea, politrauma, presença de rabdomiólise e pinçamentoaórtico. É necessário que práticas capazes de diminuir a lesão renal peri-operatória sejam discutidas. CONCLUSÕES: O controle da lesão renal baseia-se nos princípios da fisiologia renal peri-operatória e na otimização da hemodinâmica glomerular. Medidas direcionadas para proteção orgânica devem ser implementadas devido ao impacto da insuficiência renal na evolução clínica neste grupo de pacientes.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Perioperative renal dysfunction is an important cause of morbidity and mortality. With increase of life expectancy, older patients with more co-morbidity are being submitted to high risk surgical procedures, what make clinical practice related to organ protection possible modifier of short and long term survival. This review about renal protection in surgical intensive care unit points risk factors and discusses scientific evidence related to reduction of renal dysfunction in perioperative. CONTENTS: Although low extraction and adequate renal reserve of oxygen, the kidney is extremely sensible to hypoperfusion being renal acute insufficiency a frequent complication of hemodynamic instability. This apparent paradox, high oxygen content and reduced extraction with high incidence of renal damage to hypotension reflects the intra-renal gradient of oxygen, what makes renal medulla highly susceptible to ischemia. Factors associated with renal lesion are observed in all fases of perioperative period: fasting, contrast use, hypovolemia, hypotension, catecholamine and cytokine release, extracorporeal circulation, trauma, rabdomiolisys and aortic clamp. CONCLUSIONS: Management of renal damage is based in principals of perioperative renal physiology and glomerular hemodynamic. Clinical practice directed to organic protection should be implemented to minimize the impact this dysfunction.
Assuntos
Insuficiência Renal , Rim/lesõesRESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A circulação extracorpórea (CEC) é um dos principais determinantes da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) em cirurgia cardíaca. Demonstrou-se em modelo experimental que a CEC pode levar a aumento na produção das citocinas. No intuito de avaliar a ativação celular no pulmão após CEC, foi estudada a celularidade no lavado bronco-alveolar (LBA) em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) com CEC. RELATO DOS CASOS: Foram estudados, prospectivamente, três pacientes adultos submetidos à RM com CEC. Após indução de anestesia geral e intubação traqueal, a ventilação mecânica foi realizada com sistema circular valvular; exceto durante a CEC, o volume corrente foi mantido entre 8 e 10 mL.kg-1 com O2 e ar, numa proporção de 50 por cento. Antes do despinçamento da aorta, foram realizadas insuflações pulmonares com pressão de 40 cmH2O e coletadas duas amostras de LBA de cada paciente, no início da intervenção cirúrgica e ao final do procedimento, após a reversão da anticoagulação. Após a infusão de 60 mL de solução fisiológica a 0,9 por cento pelo canal do broncofibroscópio, foi aspirado o LBA, sendo o material encaminhado para processamento laboratorial. A análise evidenciou aumento do número total de células, em média, de 0,6.10(6) cél.dL-1 para 6,8.10(6) cél.dL-1 com aumento de neutrófilos de 0,8 por cento para 4,7 por cento; 0,6 por cento para 6,2 por cento e 0,5 por cento para 5,3 por cento em cada paciente, respectivamente. Observou-se na lâmina o aumento de celularidade no fluido pulmonar após a CEC. CONCLUSÕES: O influxo leucocitário é descrito em diversas condições clínicas pulmonares inflamatórias, como na síndrome da angústia respiratória do adulto. Sabe-se que a CEC está relacionada com a inflamação sistêmica e pulmonar, demonstrando aumento do número de células após a CEC com o predomínio de macrófagos.
Assuntos
Adulto , Humanos , Lavagem Broncoalveolar , Ponte Cardiopulmonar , Contagem de Células , Circulação Extracorpórea , Líquido da Lavagem Broncoalveolar/citologiaRESUMO
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Perioperative renal dysfunction is an important cause of morbidity and mortality. With increase of life expectancy, older patients with more co-morbidity are being submitted to high risk surgical procedures, what make clinical practice related to organ protection possible modifier of short and long term survival. This review about renal protection in surgical intensive care unit points risk factors and discusses scientific evidence related to reduction of renal dysfunction in perioperative. CONTENTS: Although low extraction and adequate renal reserve of oxygen, the kidney is extremely sensible to hypoperfusion being renal acute insufficiency a frequent complication of hemodynamic instability. This apparent paradox, high oxygen content and reduced extraction with high incidence of renal damage to hypotension reflects the intra-renal gradient of oxygen, what makes renal medulla highly susceptible to ischemia. Factors associated with renal lesion are observed in all fases of perioperative period: fasting, contrast use, hypovolemia, hypotension, catecholamine and cytokine release, extracorporeal circulation, trauma, rabdomiolisys and aortic clamp. CONCLUSIONS: Management of renal damage is based in principals of perioperative renal physiology and glomerular hemodynamic. Clinical practice directed to organic protection should be implemented to minimize the impact this dysfunction.
RESUMO
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Cardiopulmonary bypass (CPB) is a primary determinant of systemic inflammatory response (SIRS) during cardiac procedures. It has been shown in an experimental model that CPB may increase cytokine production. This study aimed at evaluating post-CPB lung cell activation by investigating broncho-alveolar lavage (BAL) cellularity in patients submitted to myocardial revascularization (MR) with CPB. CASE REPORTS: Participated in this prospective study 3 adult patients submitted to MR with CPB. After general anesthesia induction and tracheal intubation, mechanical ventilation was installed with valve circle system; except during CPB, tidal volume was maintained between 8 and 10 mL.kg-1 with 50% O2 and air. Before aortic unclamping, 40 cmH2O pulmonary inflations were performed. Two BAL samples were collected from all patients at beginning and end of procedure, after anticoagulation reversion. BAL was aspired after 60 mL infusion of 0.9% saline through the bronchofibroscope tube. Material was then referred to laboratorial processing. Analysis has evidenced mean increase in total number of cells from 0.6 x 10(6)cel.dL-1 to 6.8 x 10(6) cel.dL-1 with increased neutrophils from 0.8% to 4.7%; 0.6% to 6.2% and 0.5% to 5.3% for each patient, respectively. There has been increased pulmonary fluid cellularity after CPB. CONCLUSIONS: Leukocyte inflow is described in different clinical pulmonary inflammatory conditions, such as adult respiratory distress syndrome. It is known that CPB is related to systemic and pulmonary inflammation with increased number of cells after CPB and predominance of macrophages.
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A proteção miocárdica define o conjunto de estratégias que objetivam atenuar a intensidade da lesão de isquemia-reperfusão miocárdica durante a cirurgia cardíaca e suas conseqüências sobre a função miocárdica. Um melhor entendimento dos fenômenos fisiopatológicos relacionados à isquemia-reperfusão miocárdica e da cardioproteção promovida por determinados fármacos e técnicas anestésicas tem dado ao anestesiologista papel importante na proteção miocárdica durante o procedimento cirúrgico. O objetivo desta revisão foi abordar os mecanismos de lesão miocárdica e as modalidades de proteção miocárdica com enfoque para a técnica anestésica. CONTEUDO: São abordados os mecanismos de lesão miocárdica durante os eventos de isquemia-reperfusão e suas conseqüências clínicas assim como às técnicas de proteção realizadas durante a cirurgia cardíaca. Enfase especial é dada aos fármacos e técnicas anestésicas, como anestésicos halogenados, opióides e fármacos adjuvantes, pois estes têm mostrado efeitos cardioprotetores em cirurgia cardíaca. CONCLUSÕES: A associação de técnica anestésica adequada com agentes anestésicos cardioprotetores às técnicas habituais de proteção miocárdica realizadas pelo cirurgião pode contribuir para prevenção de disfunção miocárdica e promover melhor recuperação no período pós-operatório.
Assuntos
Humanos , Precondicionamento Isquêmico Miocárdico/métodos , Procedimentos Cirúrgicos Cardíacos/métodos , Traumatismo por Reperfusão Miocárdica/prevenção & controleRESUMO
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Myocardial protection defines the set of strategies aiming at attenuating the intensity of myocardial ischemia-reperfusion injury during heart surgery and its harmful consequences on myocardial function. A better understanding of pathophysiological phenomena related to ischemia-reperfusion events and of the anesthetic-induced heart protection has given to the anesthesiologist a major role in intraoperative myocardial protection. The objective of this update was to review the mechanisms of ischemia-reperfusion-induced myocardial injury and myocardial protection modalities focusing on anesthetic techniques. CONTENTS: Ischemia-reperfusion-induced myocardial injury mechanisms and their clinical consequences on heart as well as myocardial protection techniques used during heart surgery are addressed in this review. Special emphasis is given to the role of anesthetic drugs and techniques such as inhaled halogenate anesthetics, opioids and adjuvant anesthetic drugs, since they have been shown to have heart protecting effects during cardiac surgery. CONCLUSIONS: The association of adequate anesthetic technique using heart protecting agents to usual myocardial protection modalities performed by the surgeon may contribute to the prevention of cardiac surgery-induced myocardial dysfunction and improve postoperative outcome.