RESUMO
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. Para fins terapêuticos a Organização Mundial da Saúde traz uma classificação mais simples que é baseada no número de lesões cutâneas. Os casos com até cinco lesões são considerados paucibacilares e aqueles com mais de cinco lesões são multibacilares. Apesar da eficácia da poliquimioterapia a hanseníase ainda é considerada um desafio para a saúde pública dos países em desenvolvimento. Em 2016 foram registrados 214.783 novos casos da doença em todo o mundo. Quanto ao diagnóstico da hanseníase, é essencialmente clínico e epidemiológico e é realizado por meio da análise do histórico do paciente, das condições de vida do mesmo e do exame dermatoneurológico. No Instituto Lauro de Souza Lima /Bauru, além do exame dermatoneurológico, são realizados exames laboratoriais complementares para o auxílio diagnóstico, tais como baciloscopia de raspado intradérmico, histopatológico, inoculação experimental de camundongos para diagnóstico fenotípicos de resistência e avaliação de viabilidade bacilar, além de análise molecular de susceptibilidade/resistência do Mycobacterium leprae as drogas utilizadas no esquema poliquimioterápico. Deste modo, o presente estudo teve como finalidade correlacionar os resultados da inoculação do Mycobacterium leprae provenientes de biópsias de paciente tratados e com suspeita de reativação da doença com seu respectivo perfil clínico. Todos os pacientes fizeram pelo menos 12 doses de poliquimioterapia antes da coleta da biópsia e ainda assim houve multiplicação em 52% das amostras inoculadas. A resistência medicamentosa foi observada em apenas dois casos, sugerindo que outros fatores podem estar envolvidos na reativação da doença