RESUMO
Os autores revisam a literatura psiquiatrica recente (ultimos cinco anos) a respeito da hospitalizacao parcial, e especialmente, do hospital-dia. Uma discussao critica da mesma e realizada enfantizando diversos aspectos: definicao em termos conceituais, possiveis modelos organizacionais, populacao alvo, e principios do atendimento. Consideracoes de ordem metodologica sao formuladas com o intuito de explicar a impossibilidade de generalizacao dos resultados obtidos pela maioria dos estudos mencionados. Alem disso, sao examinadas as incidencias desses dados sobre a atual situacao brasileira de atencao a saude mental, particularmente em questoes de planejamento. Finalmente, os autores, tendo em conta ainda a experiencia relatada em outro texto, apontam: 1 - o risco de subutilizacao de um hospital-dia em nosso meio face a arraigada cultura de internacao presente; 2 - a necessidade do hospital-dia estar integrado a um sistema organizado de atencao; e 3 - alguns requisitos para um funcionamento eficaz do hospital-dia, sendo estes distintos conforme a populacao-alvo predominante seja constituida de pacientes agudos ou cronicos.