RESUMO
Nas últimas duas décadas a racionalidade médica ayurvédica tornou-se popular no ocidente e está se expandindo rapidamente. Esta expansão é conseqüência do renascimento do Ayurveda na Índia no século XX. Apesar do crescente interesse neste sistema antigo de medicina pouco se tem explorado, no nosso meio, da sua gênese histórico e das pesquisas dos textos clássicos, riquíssimos em informações sobre esta antiga medicina e suas ferramentas de diagnóstico e terapêutica prevalentes no subcontinente indiano há milhares de anos. O renascimento do Ayurveda se intensificou após a libertação da India da dominação britânica em 1947. Na década de 50 vários esforços foram realizados para promover o ensino e desenvolvimento desta racionalidade médica pelo governo indiano. A Medicina Ayurvédica se expandiu rapidamente pelo subcontinente e posteriormente pelo ocidente, Europa e Estados Unidos. No Brasil o Ayurveda chegou a meados dos anos 80 e se desenvolveu principalmente em Goiânia com o Hospital de Medicina Alternativa. Nesta instituição as plantas medicinais brasileiras receberam uma leitura da racionalidade ayurvédica dos vários médicos indianos que lá estiveram. Esta tese de natureza teórico-conceitual, mas com um enfoque histórico-antropológico tem como objeto de estudo a gênese do Ayurveda e a análise crítica comparada dos textos clássicos nas suas fontes primárias e secundárias. O período de formação desta racionalidade médica na Índia antiga ainda é objeto de muitas discussões dos autores modernos, isto ocorre por que a transformação de uma medicina mágico-religiosa dos textos védicos em um sistema empírico-racional do clássico Ayurveda não foi totalmente esclarecida pelos historiadores e pesquisadores ayurvedistas...