RESUMO
Resumo: A transfobia, enquanto prática de violência e exclusão, é infligida de diversas formas contra indivíduos travestis e transexuais, sendo as trans significativamente mais atingidas. Neste artigo, estabelecemos um diálogo com o conceito de corpos abjetos de Judith Butler e as formulações da psicanálise acerca da constituição do sujeito e teoria da sexuação com o objetivo de pensar a transfobia enquanto um fenômeno de segregação. Nossa hipótese é que a trans pode funcionar como uma lente de aumento sobre o gozo não codificado pela linguagem, essa espécie de aberração que espreita todo ser falante, mas da qual nada queremos saber.
Abstract: Transphobia, as a practice of violence and exclusion, is inflicted in several ways against transvestites and transsexuals, but the "trans" women are significantly more affected. In this article we make a dialogue between Judith Butler's concept of abject bodies and Psychoanalysis formulations about the constitution of the subject and the theory of sexuation, aiming to think transphobia as a phenomenon of segregation. Our hypothesis is that the "trans" women figures may work as a magnifying glass over the jouissance not encoded by language, this type of aberration that peeks every speaking being, which we don't want to know about.