RESUMO
Estudos de tendência apontam a maior vulnerabilidade masculina frente a distintos agravos, expressa pela maior mortalidade por câncer, doenças cardiovasculares e causas externas. Esse artigo objetiva avaliar a tendência da mortalidade de homens no estado da Bahia, região Nordeste e Sudeste do Brasil, no período de 2000 a 2009. É um estudo ecológico, exploratório, do tipo Série Temporal, no qual se avaliou a tendência das taxas de mortalidade de homens com quinze anos de idade ou mais, segundo raça/cor da pele. As causas de morte foram agrupadas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão (CID-10). Foram utilizados dados secundários do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). No estado da Bahia os homens negros morrem mais por causas externas enquanto os homens brancos morrem mais por doenças do aparelho circulatório. Os estados do Nordeste tenderam a apresentar crescimento linear das taxas de mortalidade por homicídio, para todos os segmentos de raça/ cor, enquanto os estados do Sudeste apresentaram decréscimo para todos os segmentos. Observou-se que no Espírito Santo a taxa média de mortalidade por homicídio cresceu 27 vezes mais para a população negra em relação à população branca. Os resultados observados poderão subsidiar a Política de Saúde do Homem e também a formulação e implementação de políticas públicas que visem a redução da mortalidade por homicídio nas áreas estudadas.