RESUMO
Wood rotting Basidiomycetes collected in the "Estação Ecológica do Noroeste Paulista", São José do Rio Preto, São Paulo State, Brazil, concerning Aphyllophorales order and identified as Coriolopsis byrsina SXS16, Lentinus strigellus SXS355, Lentinus sp SXS48, Picnoporus sanguineus SXS 43 and Phellinus rimosus SXS47 were tested for ligninases production by solid state fermentation (SSF) using wheat bran or rice straw as culture media. C. byrsina produced the highest laccase (200 U mL-1) and Lentinus sp produced the highest activities of manganese peroxidase (MnP) and lignin peroxidase (LiP) (7 and 8 U mL-1, respectively), when cultivated on wheat bran. The effect of N addition on enzyme production was studied in medium containing rice straw and the data showed an increase of 3 up to 4-fold in the laccase production compared to that obtained in SSF on wheat bran. The laccases presented optimum pH at 3.0-3.5 and were stable at neutral pH values. Optimum pH for MnP and LiP activities was at 3.5 and between 4.5 and 6.0, respectively. All the strains produced laccase with optimum activities between 55-60°C while the peroxidases presented maximum activity at temperatures of 30 to 55°C. The crude enzymes promoted decolorization of chemically different dyes with around 70% of decolorization of RBBR and cybacron blue 3GA in 6h of treatment. The data indicated that enzymes from these basidiomycetes strains are able to decolorize synthetic dyes.
Fungos decompositores de madeira, do grupo Basidiomicetes, coletados na "Estação Ecológica do Noroeste Paulista", São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil, pertencentes a ordem Aphyllophorales e identificados como Coriolopsis byrsina SXS16, Lentinus strigellus SXS355, Lentinus sp. SXS48, Picnoporus sanguineus SXS 43 e Phellinus rimosus SXS47 foram estudados para a produção de ligninases por FES (fermentação em estado sólido) usando farelo de trigo ou palha de arroz como meio de cultura. A espécie C. byrsina produziu a maior quantidade de lacase (200 U mL-1) enquanto que Lentinus sp. foi o melhor produtor de manganês peroxidase (MnP) e lignina peroxidase (LiP) (7 e 8 U mL-1, respectivamente), quando cultivados em meio composto por farelo de trigo. A avaliação do efeito da suplementação de nitrogênio do substrato sólido lignocelulósico (palha de arroz) indicou um aumento de 3 a 4 vezes na produção de lacase. A caracterização das enzimas mostrou que as lacases apresentaram atividade ótima em pH 3,0-3,5 e foram estáveis em pH de neutro a alcalino. O pH ótimo para atividade de MnP e LiP foi de 3,5 e entre 4,5 e 6,0, respectivamente. Todas as linhagens produziram lacase com atividade ótima a 55-60°C, enquanto as peroxidases apresentaram atividades máximas entre temperaturas de 30 e 55°C. A aplicação das soluções enzimáticas brutas, obtidas pelo cultivo das linhagens em meio de farelo de trigo, em testes de descoloração de corantes sintéticos de diferentes grupos químicos levou a mais 70% de perda de cor dos corantes RBBR e de cybacron blue 3GA, em 6h de tratamento. Os dados obtidos indicaram que as soluções enzimáticas contendo ligninases produzidas pelas linhagens de basidiomicetos estudadas promoveram a descoloração de corantes sintéticos.
RESUMO
The knowledge of consumer perception of meat tenderness and taste is essential to forecast a Brazilian quality value-based beef market. This study aimed to verify perception of tender (WBSF 4.1 kg) from tough (> 4.8 kg) strip loin steak or uncharacteristic (calcium-treated/Ca-IM) and normal (non-calcium/NO-Ca) meat taste by consumers according to gender, age, education and income levels. Steaks were previously classified by shear force measurements as tender or tough. Each consumer was served a paired sample of one tender and of one tough steak, which were either Ca-IM or NO-Ca treated before tenderness classification. Three hundred and eight consumers answered a nine-point intensity (tenderness) and hedonic (taste) scales evaluation questionnaire. Among consumers, 82.2% indicated beef as first choice meat products, 75.3% had beef at least four times a week; 39.3% considered taste as the most important meat attribute and 30.2% considered tenderness; 75.8% were males; 73.6% were 21 to 55 years old; 56.7% had college education; 76.6% had monthly income higher than US $ 435,00. Tender steaks were scored highest (P 0.01), independently of gender, age and income. However, elderly consumers gave higher scores to tender steaks in comparison to middle age consumers (P 0.05). In the lower education level, scores given to tender and tough meat did not differ. The higher income level responders assigned lower tenderness scores within tender or tough meat (P = 0.10). Differences in taste were perceived by both genders, and by consumers in every income and education level. Males gave higher scores (dislike less) within Ca-IM steaks. Consumers in the lower education level scored taste higher (like most) within untreated samples. The elderly people could not differentiate taste between the Ca-IM and NO-Ca steaks. These are the first indications that Brazilian consumers perceive tender from tough or uncharacteristic taste of beef, but palatability is evaluated differentially depending on gender, age, education and income level.
O conhecimento da percepção de maciez e sabor da carne bovina pelo consumidor é essencial para vislumbrar um mercado brasileiro que pague por qualidade. Este estudo avaliou a percepção diferenciada de contra-filé macio (WBSF 4.1 kg) ou duro (> 4.8 kg), ou ainda com sabor não característico (imersão em Ca/ Ca-IM) ou normal (sem cálcio/ NO-Ca) de acordo com sexo, faixa etária, e nível de escolaridade formal e renda dos consumidores. Os bifes foram pareados em amostras macia/dura e Ca-IM/NO-Ca, e servidos a 308 consumidores que responderam a um questionário apresentando escalas de intensidade (maciez) e hedônica (sabor) de nove pontos. O perfil dos consumidores mostrava que: 82,2% indicaram carne bovina como sua primeira escolha entre as carnes; 75,3% consumiam carne bovina pelo menos quatro vezes por semana; 39,3% consideravam sabor como o atributo mais importante durante o consumo enquanto 30,2% indicavam maciez; 75,8% eram do sexo masculino; 73,6% tinham entre 21 e 55 anos; 56,7% tinham alguma formação superior; 76,6% com rendimento mensal maior que R$ 1.000,00. De maneira geral, os bifes macios obtiveram notas mais altas (P 0,01), independente de sexo, faixa etária e nível de renda. Entretanto, os idosos deram notas mais altas que os consumidores de meia idade em avaliações dos bifes macios (P 0,05). No nível baixo de escolaridade não houve diferença nas notas para bifes macios e duros. Quanto mais alto o nível de renda, menor foram as notas dadas nas avaliações dos bifes macios ou duros (P = 0,10). Diferenças no sabor foram notadas por ambos os sexos, e por todos os níveis de escolaridade e renda. O sexo masculino conferiu notas mais altas (desgostou menos) quando consumia bifes Ca-IM. Consumidores do menor nível de escolaridade atribuiram notas maiores para sabor (gostaram mais) em bifes com sabor normal. Os idosos não diferenciaram sabor entre os bifes Ca-IM e NO-Ca. Estas observações são as primeiras indicações objetivas de que os consumidores brasileiros são capazes de perceber diferenças entre bifes macios e duros ou com sabor amargo e normal. Todavia, a palatabilidade é avaliada de forma diferenciada dependendo do sexo, faixa etária, e níveis de escolaridade e renda.
RESUMO
The knowledge of consumer perception of meat tenderness and taste is essential to forecast a Brazilian quality value-based beef market. This study aimed to verify perception of tender (WBSF 4.1 kg) from tough (> 4.8 kg) strip loin steak or uncharacteristic (calcium-treated/Ca-IM) and normal (non-calcium/NO-Ca) meat taste by consumers according to gender, age, education and income levels. Steaks were previously classified by shear force measurements as tender or tough. Each consumer was served a paired sample of one tender and of one tough steak, which were either Ca-IM or NO-Ca treated before tenderness classification. Three hundred and eight consumers answered a nine-point intensity (tenderness) and hedonic (taste) scales evaluation questionnaire. Among consumers, 82.2% indicated beef as first choice meat products, 75.3% had beef at least four times a week; 39.3% considered taste as the most important meat attribute and 30.2% considered tenderness; 75.8% were males; 73.6% were 21 to 55 years old; 56.7% had college education; 76.6% had monthly income higher than US $ 435,00. Tender steaks were scored highest (P 0.01), independently of gender, age and income. However, elderly consumers gave higher scores to tender steaks in comparison to middle age consumers (P 0.05). In the lower education level, scores given to tender and tough meat did not differ. The higher income level responders assigned lower tenderness scores within tender or tough meat (P = 0.10). Differences in taste were perceived by both genders, and by consumers in every income and education level. Males gave higher scores (dislike less) within Ca-IM steaks. Consumers in the lower education level scored taste higher (like most) within untreated samples. The elderly people could not differentiate taste between the Ca-IM and NO-Ca steaks. These are the first indications that Brazilian consumers perceive tender from tough or uncharacteristic taste of beef, but palatability is evaluated differentially depending on gender, age, education and income level.
O conhecimento da percepção de maciez e sabor da carne bovina pelo consumidor é essencial para vislumbrar um mercado brasileiro que pague por qualidade. Este estudo avaliou a percepção diferenciada de contra-filé macio (WBSF 4.1 kg) ou duro (> 4.8 kg), ou ainda com sabor não característico (imersão em Ca/ Ca-IM) ou normal (sem cálcio/ NO-Ca) de acordo com sexo, faixa etária, e nível de escolaridade formal e renda dos consumidores. Os bifes foram pareados em amostras macia/dura e Ca-IM/NO-Ca, e servidos a 308 consumidores que responderam a um questionário apresentando escalas de intensidade (maciez) e hedônica (sabor) de nove pontos. O perfil dos consumidores mostrava que: 82,2% indicaram carne bovina como sua primeira escolha entre as carnes; 75,3% consumiam carne bovina pelo menos quatro vezes por semana; 39,3% consideravam sabor como o atributo mais importante durante o consumo enquanto 30,2% indicavam maciez; 75,8% eram do sexo masculino; 73,6% tinham entre 21 e 55 anos; 56,7% tinham alguma formação superior; 76,6% com rendimento mensal maior que R$ 1.000,00. De maneira geral, os bifes macios obtiveram notas mais altas (P 0,01), independente de sexo, faixa etária e nível de renda. Entretanto, os idosos deram notas mais altas que os consumidores de meia idade em avaliações dos bifes macios (P 0,05). No nível baixo de escolaridade não houve diferença nas notas para bifes macios e duros. Quanto mais alto o nível de renda, menor foram as notas dadas nas avaliações dos bifes macios ou duros (P = 0,10). Diferenças no sabor foram notadas por ambos os sexos, e por todos os níveis de escolaridade e renda. O sexo masculino conferiu notas mais altas (desgostou menos) quando consumia bifes Ca-IM. Consumidores do menor nível de escolaridade atribuiram notas maiores para sabor (gostaram mais) em bifes com sabor normal. Os idosos não diferenciaram sabor entre os bifes Ca-IM e NO-Ca. Estas observações são as primeiras indicações objetivas de que os consumidores brasileiros são capazes de perceber diferenças entre bifes macios e duros ou com sabor amargo e normal. Todavia, a palatabilidade é avaliada de forma diferenciada dependendo do sexo, faixa etária, e níveis de escolaridade e renda.