RESUMO
Objetivo: o presente estudo caracterizou o histórico de violência sofrida por travestis e mulheres trans. Foram identificados seu perfil sociodemográfico, os tipos de violência sofridos, seus principais agressores e como reagem às agressões. Métodos: estudo transversal, sociocomportamental, que recrutou 350 participantes pelo método RDS em Recife, Pernambuco em 2017. Foi aplicado questionário com informações sociodemográficas, discriminação e violência. As frequências foram calculadas e ajustadas através do estimador RDS-II. Resultados: todas as participantes já sofreram violência. Destas, 98,5% sofreu violência psicológica e 87,8% física, e pessoas desconhecidas foram o principal agressor. 89,7% sofreu violência sexual, com o parceiro como principal agressor. A maioria das participantes relatou não ter reagido ou procurado ajuda após as agressões. Conclusão: Mulheres trans e travestis são vítimas constantes de violências transfóbicas. É necessário fortalecer as ferramentas de identificação e caracterização destes casos e a formulação e implementação de políticas públicas para sua proteção.