RESUMO
A epidemia pelo vírus influenza A H1N1 no estado de Minas Gerais mobilizou a sociedade e a resposta articulada dos serviços de saúde em ações coordenadas pelo Comitê Estadual. Objetivo: descrever o atendimento ambulatorial e hospitalar para doenças respiratórias infecciosas agudas realizado nas Unidades da rede Fhemig nas semanas epidemiológicas 33 a 41 de 2009. Método: estudo prospectivo de dados fornecidos semanalmente pelas unidades assistenciais à administração central, para fins de monitoramento e gestão da clínica. Resultados: ocorreu um total de 1.396 atendimentos no período em 11 unidades na região metropolitana de Belo Horizonte e interior do estado, com 29 por cento de internações em enfermarias e 6,7 em CTI, predomínio de pacientes de 15-24 anos, 42,4 por cento sem fatores de risco para complicações e 2,4 por cento de óbitos; 50 por cento (698) dos casos receberam antiviral oseltamivir. O pico de atendimentos ocorreu na 35ª semana (entre 30/08 e 05/09/2009). Confirmou-se influenza A H1N1 em 2,4 por cento dos casos atendidos e 399 exames permaneciam pendentes. Insuficiência renal dialítica, uso de ventilação mecânica e vasopressores foram preditores de óbito. Pneumonia associada à ventilação elevou o risco de óbito em 76 por cento (RR:1,76; IC 95 por cento 1,07-2,88). Conclusão: a Fhemig participou de forma articulada no processo assistencial durante a epidemia e desenvolveu mecanismos de gestão da clínica de forma a garantir a qualidade assistencial e responder à demanda da sociedade, junto com os demais parceiros.