RESUMO
Sob a ótica da promoção de saúde, a relação entre saúde bucal e qualidade de vida tem sido motivo de atenção dos profissionais da Odontologia, principalmente pela relevância da dor de dente e dos impactos físico e psicossocial que ela acarreta na vida das pessoas. O objetivo deste esudo foi avaliar a influência do estilo de vida sobre a prevalência de dor de dente, analisando os variáveis hábitos de higiene bucal e acesso aos serviços odontológicos. Participaram 62 crianças (1 a 6 anos) do Centro Educacional Caminhos para o Futuro, Belo Horizonte/MG. Foi enviado um questionário aos responsáveis, com retorno de 81% (n=50), bem como um termo de consentimento livre e esclarecido. Utilizaram-se os testes estatísticos para comparação de proporções e X² (p<0,05). A taxa de dor de dente encontrada na amostra (20%) apresentou associação com a realização da escovação e uso de dentifrício pelas crianças (p<0,001). Já com a freqüência de escovações/dia e uso de fio dental não houve associação (p>0,05). A prevalência de dor de dente foi menor entre as crianças que já haviam ido ao Cirurgião-dentista alguma vez (p<0,001), entre as que realizaram consulta odontológica no último ano (p<0,025) e entre aquelas cujas mães receberam orientação profissional sobre higiene bucal (p<0,001). Ficou claro que os cuidados de higiene bucal, bem como o acesso aos serviços odontológicos, repercutiram em uma baixa prevalência de dor de dente nas crianças estudadas, demonstrando que o estilo de vida pode influenciar a qualidade de vida.