RESUMO
We present results of initial steps of the psychometric evaluation of a proposed modified version of the Brazilian Household Food Insecurity Measurement Scale aimed at assessing adults' recall of food insecurity at age 12. Data were obtained through self-administered questionnaires from civil servants at university campuses in Rio de Janeiro, who participated in the first and fourth waves of the longitudinal Pró-Saúde Study. We evaluated test-retest reliability (n=58), internal consistency, factor structure, convergent, discriminant validity (n=3,253). Test-retest reliability kappa coefficients were above 0.65; Cronbach's α coefficient was 0.84. Factor loadings were above 0.800. The composite reliability was above 0.90. The square root values of the Average Variance Extracted were positive and statistically significant. Household food insecurity during childhood was strongly associated with larger family size and several sociodemographic conditions at age 12: female head of household, residence in rural area or small town, worse standard of living, and insufficient food due to lack of money. This initial evaluation suggests good performance. Further investigation should include additional psychometric properties and other population contexts.
Assuntos
Insegurança Alimentar , Adulto , Brasil , Criança , Feminino , Humanos , Psicometria , Reprodutibilidade dos Testes , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
Abstract We present results of initial steps of the psychometric evaluation of a proposed modified version of the Brazilian Household Food Insecurity Measurement Scale aimed at assessing adults' recall of food insecurity at age 12. Data were obtained through self-administered questionnaires from civil servants at university campuses in Rio de Janeiro, who participated in the first and fourth waves of the longitudinal Pró-Saúde Study. We evaluated test-retest reliability (n=58), internal consistency, factor structure, convergent, discriminant validity (n=3,253). Test-retest reliability kappa coefficients were above 0.65; Cronbach's α coefficient was 0.84. Factor loadings were above 0.800. The composite reliability was above 0.90. The square root values of the Average Variance Extracted were positive and statistically significant. Household food insecurity during childhood was strongly associated with larger family size and several sociodemographic conditions at age 12: female head of household, residence in rural area or small town, worse standard of living, and insufficient food due to lack of money. This initial evaluation suggests good performance. Further investigation should include additional psychometric properties and other population contexts.
Resumo Trata-se dos resultados das etapas iniciais da avaliação psicométrica de uma versão modificada da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar com o objetivo de avaliar a insegurança alimentar aos 12 anos. Os dados foram obtidos, por meio de questionários autoaplicados, de servidores de uma Universidade pública do Rio de Janeiro, que participaram da primeira e quarta ondas do Estudo Pró-Saúde. Avaliou-se a confiabilidade teste-reteste (n=58), consistência interna, validade estrutural, convergente e discriminante (n=3.253). Os coeficientes kappa estavam acima de 0,65; o α de Cronbach foi de 0,84. As cargas fatoriais ficaram acima de 0,800. A confiabilidade composta foi superior a 0,90. Os valores encontrados da raiz quadrada da variância média extraída foram positivos e estatisticamente significativos. A insegurança alimentar domiciliar durante a adolescência esteve fortemente associada com maior tamanho familiar e condições sociodemográficas aos 12 anos: mulher como chefe da família, residir na zona rural ou em cidade pequena, pior padrão de vida e alimentação insuficiente devido à falta de dinheiro. Esta avaliação inicial sugere que a escala apresenta boa performance psicométrica. Estudo futuros devem incluir outras propriedades psicométricas e análises em outros contextos populacionais.
Assuntos
Humanos , Feminino , Adulto , Insegurança Alimentar , Psicometria , Brasil , Inquéritos e Questionários , Reprodutibilidade dos TestesRESUMO
The aim of the study was to estimate the prevalence of physical intimate partner violence in the first six months after childbirth among women attending primary care clinics (UBS) for the infant's follow-up in Rio de Janeiro, Brazil. This is the first study on the theme using a representative sample of primary care clinics in the city of Rio de Janeiro. The study used a cross-sectional design from June to September 2007 and included 927 mothers/infants seen at 27 UBS, selected by complex sampling, geographically representative of the city. The information was collected in face-to-face interviews by a previously trained team, using a structured questionnaire. History of physical intimate partner violence from the child's birth to the date of the interview was obtained with the Brazilian version of the Revised Conflict Tactics Scales (CTS2). Thirty percent (95%CI: 26.2-33.8) of mothers reported having experienced some form of physical intimate partner violence in the postpartum and 14% (95%CI: 11.0-17.0) reported severe physical violence. The physical abuse occurred especially among black teenage mothres, in unfavorable socioeconomic situation, that did not live with the partner and that had received inadequate or no prenatal care and reported difficulties in breastfeeding and use of healthcare services. The widespread occurrence of physical intimate partner violence emphasizes the urgent need to deal with the problem. Primary healthcare services must be linked to other support networks and health professionals need to be prepared to deal with the problem.
Assuntos
Violência por Parceiro Íntimo/estatística & dados numéricos , Brasil , Pré-Escolar , Estudos Transversais , Escolaridade , Feminino , Serviços de Saúde/estatística & dados numéricos , Humanos , Lactente , Recém-Nascido , Entrevistas como Assunto , Masculino , Período Pós-Parto , Parceiros Sexuais , Inquéritos e Questionários , População Urbana , Adulto JovemRESUMO
O objetivo do estudo foi estimar a prevalência de violência física entre parceiros íntimos nos primeiros seis meses após o parto entre mulheres que frequentam unidades básicas de saúde (UBS) do Rio de Janeiro, Brasil, para o acompanhamento da criança. Este é o primeiro estudo sobre o tema realizado com uma amostra representativa de UBS do Município do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo transversal, realizado entre junho e setembro de 2007, que incluiu 927 mães/bebês atendidos em 27 UBS, selecionadas por amostragem complexa e geograficamente representativas do município. As informações foram coletadas por meio de entrevistas face a face, por equipe previamente treinada, utilizando questionário estruturado. A história de violência física entre parceiros íntimos desde o nascimento da criança até a data da entrevista foi obtida por meio da versão nacional do instrumento Revised Conflict Tatics Scales (CTS2). Trinta por cento (IC95%: 26,2-33,8) das mães relataram ter vivenciado alguma forma de violência física entre parceiros íntimos no pós-parto e 14% (IC95%: 11,0-17,0) referiram violência física grave. Os abusos físicos ocorreram especialmente entre mães adolescentes, negras, que não viviam com o companheiro, em situação socioeconômica desfavorável, e que apresentavam falhas no cuidado pré-natal, na amamentação e na utilização do serviço de saúde. A ampla magnitude da violência física entre parceiros íntimos reforça a necessidade de enfrentamento imediato do problema. Para isso, é fundamental que os serviços da atenção primária estejam articulados a outras redes de apoio e os profissionais de saúde, preparados para lidar com o problema.
El objetivo del estudio fue estimar la prevalencia de la violencia física entre parejas durante los primeros seis meses, tras el parto, entre mujeres que frecuentan unidades básicas de salud (UBS) de Río de Janeiro, Brasil, para el seguimiento del niño. Este es el primer estudio sobre el tema, realizado con una muestra representativa de UBS del Municipio de Río de Janeiro. Se trata de un estudio transversal, realizado entre junio y setiembre de 2007, que incluyó a 927 madres/bebés, atendidos en 27 UBS, seleccionadas por muestra compleja y geográficamente representativas del municipio. La información fue recogida de entrevistas cara a cara, por un equipo previamente entrenado, utilizando un cuestionario estructurado. La historia de violencia física entre parejas desde el nacimiento del niño, hasta la fecha de la entrevista, se obtuvo mediante la versión nacional del instrumento Revised Conflict Tatics Scales (CTS2). Un treinta por ciento (IC95%: 26,2-33,8) de las madres informaron haber experimentado alguna forma de violencia física entre parejas en el pos-parto y un 14% (IC95%: 11,0-17,0) informaron un violencia física entre parejas grave. Los abusos físicos se produjeron especialmente entre madres adolescentes, negras, que no vivían con el compañero, en una situación socioeconómica desfavorable, y que presentaba fallos en el cuidado pre-natal, en la lactancia y en la utilización del servicio de salud. La amplia magnitud de la violencia física entre parejas refuerza la necesidad de un combate inmediato a este problema. Para eso, es fundamental que los servicios de Atención Primaria estén coordinados con otras redes de apoyo y profesionales de salud, preparados para lidiar con el problema.
The aim of the study was to estimate the prevalence of physical intimate partner violence in the first six months after childbirth among women attending primary care clinics (UBS) for the infant's follow-up in Rio de Janeiro, Brazil. This is the first study on the theme using a representative sample of primary care clinics in the city of Rio de Janeiro. The study used a cross-sectional design from June to September 2007 and included 927 mothers/infants seen at 27 UBS, selected by complex sampling, geographically representative of the city. The information was collected in face-to-face interviews by a previously trained team, using a structured questionnaire. History of physical intimate partner violence from the child's birth to the date of the interview was obtained with the Brazilian version of the Revised Conflict Tactics Scales (CTS2). Thirty percent (95%CI: 26.2-33.8) of mothers reported having experienced some form of physical intimate partner violence in the postpartum and 14% (95%CI: 11.0-17.0) reported severe physical violence. The physical abuse occurred especially among black teenage mothres, in unfavorable socioeconomic situation, that did not live with the partner and that had received inadequate or no prenatal care and reported difficulties in breastfeeding and use of healthcare services. The widespread occurrence of physical intimate partner violence emphasizes the urgent need to deal with the problem. Primary healthcare services must be linked to other support networks and health professionals need to be prepared to deal with the problem.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Adulto Jovem , Violência por Parceiro Íntimo/estatística & dados numéricos , População Urbana , Brasil , Parceiros Sexuais , Estudos Transversais , Entrevistas como Assunto , Inquéritos e Questionários , Período Pós-Parto , Escolaridade , Serviços de Saúde/estatística & dados numéricosRESUMO
The aim of the study was to explore the pathways by which childhood sexual abuse (CSA), psychological and physical intimate partner violence (IPV) during pregnancy, and other covariates relate to each other and to posttraumatic stress disorder (PTSD) symptoms in the postpartum period. The sample comprised 456 women who gave birth at a maternity service for high-risk pregnancies in Rio de Janeiro, Brazil, interviewed at 6-8 weeks after birth. A path analysis was carried out to explore the postulated pathways between exposures and outcome. Trauma History Questionnaire, Conflict Tactics Scales and Posttraumatic Stress Disorder Checklist were used to assess information about exposures of main interest and outcome. The link between CSA and PTSD symptoms was mediated by history of trauma, psychiatric history, psychological IPV, and fear of childbirth during pregnancy. Physical IPV was directly associated with postnatal PTSD symptoms, whereas psychological IPV connection seemed to be partially mediated by physical abuse and fear of childbirth during pregnancy. The role of CSA, IPV, and other psychosocial characteristics on the occurrence of PTSD symptoms following childbirth as well as the intricate network of these events should be acknowledged in clinic and intervention approaches.
Assuntos
Sobreviventes Adultos de Maus-Tratos Infantis/psicologia , Violência por Parceiro Íntimo/psicologia , Delitos Sexuais/psicologia , Maus-Tratos Conjugais/psicologia , Transtornos de Estresse Pós-Traumáticos/psicologia , Adulto , Sobreviventes Adultos de Maus-Tratos Infantis/estatística & dados numéricos , Brasil/epidemiologia , Estudos Transversais , Feminino , Humanos , Violência por Parceiro Íntimo/estatística & dados numéricos , Pessoa de Meia-Idade , Período Pós-Parto , Valor Preditivo dos Testes , Gravidez , Prevalência , Escalas de Graduação Psiquiátrica , Fatores de Risco , Parceiros Sexuais/psicologia , Fatores Socioeconômicos , Transtornos de Estresse Pós-Traumáticos/epidemiologia , Inquéritos e Questionários , Adulto JovemRESUMO
Objectives To assess whether severe physical intimate partner violence (PIPV) after childbirth affects the number of pediatric visits in Primary Health Care (PHC) units during this period. Methods Cross-sectional study including 927 mothers of infants under 6 months, users of 27 PHC units in Rio de Janeiro, Brazil. PIPV from childbirth to the date of interview was measured using the Revised Conflict Tactics Scales (CTS2). The number of pediatric visits in the first 6 months of life was the outcome measure of interest. Poisson and multinomial regression models were used for data analysis to control for confounders. Results Children of mothers who experienced severe PIPV had a reduced number of pediatric visits than those not reporting it. This finding was identified only among children who had health problems: relative to five or more baseline pediatric visits, the chance of 3-4 and 1-2 visits increased three- and five-fold, respectively, when severe PIPV was present. Conclusions The maternal experience of severe PIPV reduces the number of pediatric visits in PHC services among the most vulnerable children. This is a hindrance to adequate health promotion, prevention and care, required for the healthy growth and development of children. Early violence detection by pediatricians and other health professionals could be a step in the right direction.
Assuntos
Violência por Parceiro Íntimo/psicologia , Mães/psicologia , Período Pós-Parto , Atenção Primária à Saúde/estatística & dados numéricos , Maus-Tratos Conjugais/psicologia , Adulto , Brasil/epidemiologia , Pré-Escolar , Estudos Transversais , Feminino , Humanos , Lactente , Entrevistas como Assunto , Violência por Parceiro Íntimo/estatística & dados numéricos , Maus-Tratos Conjugais/estatística & dados numéricos , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
O objetivo principal desta Tese foi investigar as relações entre a violência sexual na infância, a violência entre parceiros íntimos (VPI) durante a gestação e a ocorrência de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) após o parto. Adicionalmente, avaliou-se a estrutura dimensional do instrumento Post-Traumatic Stress Disorder Checklist Civilian Version (PCL-C), utilizado para identificar os sintomas de TEPT na população de estudo. Os dados utilizados nesta pesquisa originaram-se de um estudo transversal realizado no Instituto Fernandes Figueira, entre fevereiro e julho de 2011. A população de estudo foi composta por mulheres que tiveram o parto na instituição. As entrevistas ocorreram entre 6 e 8 semanas após o parto, durante a consulta pós-natal de rotina. A amostra incluiu 456 mulheres (88% das elegíveis). Os instrumentos Trauma History Questionnaire (THQ) e Revised Conflict Tatics Scales (CTS2) foram utilizados para avaliar a ocorrência de violência sexual na infância e VPI na gestação, respectivamente. O primeiro artigo apresenta a avaliação da estrutura dimensional da PCL-C. Os resultados sugeriram a existência de dois fatores específicos formados por um fator de ordem superior, além de importantes correlações residuais ocorrendo entre os itens 6 e 7 e entre os itens 16 e 17. Estes achados apontam uma estrutura diferente dos modelos de três e quatro fatores propostos na quarta e na quinta edição, respectivamente, do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM). O segundo artigo mostra os resultados da análise de caminhos realizada para avaliar as relações entre a violência sexual na infância, a VPI durante a gestação e o TEPT após o parto. Os resultados indicaram que a violência sexual na infância está associada aos sintomas de TEPT no pós-parto tanto de forma direta quanto indireta, por meio da VPI, de outros traumas e psicopatologias e da experiência de medo do parto. Tanto a VPI psicológica quanto a VPI física mostraram-se diretamente relacionadas à ocorrência de TEPT. A violência psicológica também se associou de forma indireta ao TEPT, por meio da violência física e da experiência de medo do parto. Espera-se que a divulgação dos achados desta Tese contribua para um refinamento dos critérios diagnósticos do TEPT e para que o enfrentamento da violência contra a mulher e dos agravos à saúde mental perinatal ganhe mais espaço no campo da saúde pública, promovendo, por extensão, uma melhoria na atenção à saúde