RESUMO
A não-adesão à farmacoterapia foi primeiramente identificada há mais de 2000 anos e continua a ser um desafio, gerando intenso debate nos dias de hoje. Percebe-se que houve um aumento nas pesquisas que procuram elucidar a extensão, as causas e as consequências da não-adesão à farmacoterapia. No entanto, para entender a extensão de adesão é necessário compreender o seu conceito. Para tanto, é necessário esclarecer a diferença dos diversos termos utilizados em pesquisas de adesão, tais como cumprimento, adesão, concordância e persistência. Com o objetivo de elucidar essas e muitas outras questões, conduziu-se um mapeamento da literatura existente sobre adesão à farmacoterapia. Esta revisão narrativa foi conduzida sem limitação temporal, por meio de buscas realizadas nas bases de dados MEDLINE/PubMed e Scielo. Utilizaram-se os descritos em Ciências da Saúde (DeCS) (Medication Adherence e Adesão à Medicação; Patient Compliance e Cooperação do Paciente; Terminology e Terminologia); os termos MESH (drug therapy, medication adherence, medication therapy management, patient compliance, terminology); e outros termos gerais. Apesar de existir uma vasta literatura sobre o conceito de adesão à medicação, não há um consenso padrão estabelecido. Os termos compliance, adherence e concordance têm sido utilizados erroneamente como termos intercambiáveis de adesão à medicação. Alguns autores categorizam a não-adesão em intencional e não intencional; outros em repetida ou esporádica ou, ainda, em primária ou secundária. A adesão é um comportamento multifatorial complexo que é influenciado por diversos fatores, que muitas vezes são controversos e inconsistentes nas publicações. Apesar de existir um universo rico e promissor no campo de adesão à farmacoterapia, há muita complexidade e contradição. Muito do que se reporta à adesão é de certa forma fragmentado e controverso, o que dificulta a análise deste processo como um todo. (AU)
Non-adherence to medication was first noted over 2000 years ago and remains a challenge; the issue continues to generate intense debate. A surge in research in this area has helped to elucidate the extent, causes and consequences of patient nonadherence. However, how do we elucidate the extent of adherence without understanding its concept? What is the difference between the terms used in research in this field, such as compliance, adherence, concordance and persistence? A mapping of the existing literature on adherence to medication was conducted in order to answer this and other questions. This narrative review was conducted with no time limit, by searching MEDLINE/PubMed and Scielo databases. Health science descriptors (DeCS) were applied (Medication Adherence; Patient Compliance; Surveys and Questionnaires and Terminology); MESH terms (drug therapy, medication adherence, medication therapy management, patient compliance, terminology); and other terms. Although there is a vast literature on the concept of adherence to medication, no standard consensus is established. The terms compliance, adherence and concordance have been misused as interchangeable terms for adherence to medication. Some authors categorize non-adherence into intentional and unintentional; repeated or sporadic, and primary or secondary. Adherence is a complex multifactorial behavior influenced by several factors, which are often controversial and inconsistent in publications. Although there is a rich and promising universe in the field of medication adherence, there is a lot of complexity and contradiction as well. Everything that is related to adherence is somewhat fragmented and controversial, which makes it difficult to analyze its process as a whole. (AU)
Assuntos
Humanos , Adesão à Medicação/psicologia , Adesão à Medicação/estatística & dados numéricos , Terminologia como Assunto , Recusa do Paciente ao Tratamento/psicologia , Recusa do Paciente ao Tratamento/estatística & dados numéricos , Cooperação do Paciente/psicologia , Cooperação do Paciente/estatística & dados numéricosRESUMO
Erros de medicação são constantemente relatados na literatura médico-científica. Há casos clínicos em que a administração inadequada de doses altas de alguns citostáticos tem como consequência a toxicidade grave e a morte do paciente. As não conformidades presentes nas prescrições aos pacientes oncológicos podem ser catastróficas em função da estreita margem terapêutica dos medicamentos antineoplásicos. Prevenir erros de medicação torna-se uma prioridade na melhora do processo farmacoterapêutico em pacientes da oncologia. A multidisciplinaridade é um fator essencial de alerta aos erros de medicação de antineoplásicos e às maneiras de preveni-los. Os farmacêuticos e todos os profissionais que constituem uma equipe multidisciplinar de saúde contribuem para garantia do uso seguro dos medicamentos, o que auxilia no aprimoramento de uma assistência qualificada. Para isso, além das atividades já bem estabelecidas, esses profissionais devem (i) implantar um sistema de validação farmacêutica bem como (ii) estabelecer um sistema de verificação da prescrição médica, o qual consiste em diferentes etapas. O objetivo dessa revisão é relatar a validação da prescrição médica, considerando-se os erros de medicação na quimioterapia e o papel do farmacêutico na prevenção desses erros. São medidas que visam a melhorar a qualidade da assistência prestada aos pacientes oncológicos.
Medication errors have been frequently reported in the literature. There have been several clinical cases in which the improper administration of high doses of some cytostatics resulted in serious toxicity and patients death. Nonconformities in oncology patients prescriptions can lead to serious problems due to the narrow therapeutic range of antineoplastic drugs. Preventing medication errors has become a priority on improving the pharmacotherapeutic process in oncology patients. The presence of a multidisciplinary staff is an important instrument to improve awareness of medication errors and to prevent them. Pharmacists and other health providers that participate in the multidisciplinary team contribute to ensure the safe use of medications and to improve the delivery of quality care. In addition to their well established activities these professionals should: (i) set up a pharmaceutical validation system and (ii) establish a prescription verification system including several checkpoints. The objective of this review of the literature is to report on prescription validation, considering some chemotherapy medication errors and the pharmacists role in preventing them. These measures are aimed at improving the quality of the care provided to oncology patients.