RESUMO
Objetivos: Determinar o perfil clínico dos pacientes com emergência hipertensiva e identificar variáveis associadas ao óbito. Métodos: Análise dos prontuários de pacientes com diagnóstico de emergência hipertensiva. Emergência foi caracterizada com evidência de comprometimento agudo de órgão alvo. Utilizou-se a regressão logística para identificar os possíveis fatores de predição para mortalidade. Resultados: Foram estudados 93 pacientes com diagnóstico de emergência hipertensiva. A maioria (94%) tinha história prévia de hipertensão, sendo que parcela significativa (31 %) apresentara episódio prévio de crise hipertensiva. Em nossos pacientes, as apresentações clínicas mais frequentes foram edema agudo de pulmão (29%), angina pectoris (26%), acidente vascular encefálico (21 %) e encefalopatia hipertensiva (10%). Em relação ao tratamento, 68% dos pacientes com emergência hipertensiva receberam tratamento endovenoso. Não foram encontradas diferenças na evolução dos pacientes tratados com medicações endovenosas ou orais (p igual 0,159). Do total dos casos estudados, 10 pacientes foram a óbito. O acidente vascular encefálico (p igual 0,009) e o uso prévio de inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) (p igual 0,017) foram fatores de predição de mortalidade. Conclusão: As formas de apresentação mais frequentes da emergência hipertensiva foram o edema agudo de pulmão e a angina; acidente vascular encefálico e uso prévio de IECA foram fatores de predição de mortalidade.