RESUMO
Clortalidona, 50 mg, foi administrada a cada 48 horas a 24 pacientes com hipertensäo arterial leve ou moderada, durante oito semanas consecutivas, após um período de duas semanas de placebo. Os níveis de pressäo arterial (PA) foram determinados nas posiçöes supina e ortostática, a cada duas semanas. Ao final da 2ª e 10ª semanas foram determinadas as seguintes variáveis laboratoriais: hemoglobina, hematócrito, creatinina, ácido úrico, potássio e glicose no sangue, além de eletrocardiograma em repouso. Eletrocardiografia dinâmica (sistema Holter) foi realizada no período placebo e após quatro e oito semanas de tratamento ativo. Houve reduçäo significativa da PA em ambas as posiçöes, com o tratamento anti-hipertensivo. Controle da PA (PAM < ou = 107 mmHg) foi observado em 62,5% dos pacientes. Das variáveis bioquímicas, apenas o potássio plasmático sofreu reduçäo significativa. Hipocalemia leve a moderada (3,0 K < 3,5 mEq/1) foi detectada em 25% dos pacientes. Hipocalemia severa (K*+ < 3,0 mEq/1) esteve ausente. Apenas um dos pacientes com hipocalemia desenvolveu extra-sistolia ventricular; este distúrbio do ritmo cardíaco também foi detectado em um paciente sem reduçäo significativa dos níveis séricos de potássio. Concluiu-se que a clortalidona, administrada em baixas doses (50 mg/48 horas) é eficaz no tratamento da hipertensäo arterial leve e moderada, com efeitos colaterais menos intensos e menos severos do que quando administrada em doses maiores, e que näo há associaçäo entre hipocalemia e disritmias cardíacas